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ANEXO V

TRATAMENTO QUÍMICO

O presente documento tem por finalidade complementar as definições e exigências do tratamento


químico das águas a serem utilizadas no sistema de condensação e nos circuitos de água gelada dos
chillers das Centrais de Água Gelada que compõem os sistemas de ar condicionado que climatizam os
blocos administrativos do Centro Administrativo Presidente Getúlio Vargas – CAPGV.

O tratamento químico deverá ser executado com observância das especificações e demais documentos
integrantes da licitação, todos eles autenticados, por ambas as partes, como elementos integrantes do
Contrato.

1 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA

O sistema de ar condicionado é composto por duas Etapas com circuitos de água gelada e de
condensação independentes, sendo a Etapa 1 composta por 3 Chillers (modelo Coldex Trane 160
NSB) e 4 Torres de Resfriamento (modelo Alpina 125 ALL), com cada conjunto possuindo a
capacidade de 160 Toneladas de Refrigeração, totalizando 480TR e a Etapa 2 composta por 3
Chillers (modelo Coldex Trane 210 NSB) e 3 Torres de Resfriamento (modelo Alpina 125 ALL) com
cada conjunto possuindo uma capacidade de 210 Toneladas de Refrigeração, totalizando 630TR,
além das bombas de circulação e Fan Coils.

Á água que abastece as centrais de ar condicionado é proveniente de poço subterrâneo e possui


elevada alcalinidade, dureza total e principalmente sílica, o que favorece processos de incrustação.
Diante desta particularidade, existe um sistema de Osmose Reversa, descrito no item 6, visando
um pré-tratamento para diminuição desses parâmetros.

As características da água estão explicitadas nos Anexos XVII e XVIII do Edital(Laudos Técnicos
de Análises).

Abaixo segue os dados dos circuitos de água gelada e de condensação das Etapas 1 e 2:

Circuito de água gelada

Etapa 1 Etapa 2
Volume Estático (m³) 15,0 15,0
Origem da água de reposição Poço Poço
Vazão de recirculação (m³/h) 260,0 300,0
Regime de trabalho (hora/dia – dia/mês) 16 – 22 16 – 22
Circuito de condensação (Torres de Resfriamento)
Etapa 1 Etapa 2
Volume total (m³) 5,0 5,0
Origem da água de reposição Poço Poço
Vazão de recirculação (m³/h) 200,0 300,0
Regime de trabalho (hora/dia – dia/mês) 16 – 22 16 – 22
Diferença de temperatura (°C) 5,0 5,0
Ciclo de concentração indicado 5,0 5,0
Perda por evaporação (m³/h) 24,0 36,0
Perda por arraste (m³/h) 2,6 3,8
Perda por purga (m³/h) 3,4 5,2
Perda líquida (m³/h) 6,0 9,0
Perda total (m³/h) 36,0 54,0

Minuta padrão visada pelo jurídico do Banco do Nordeste.


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Tempo de retenção (dias) 0,83 0,56


Tempo de meia vida (dias) 0,58 0,39

2 TRATAMENTO QUÍMICO

O programa de tratamento proposto deverá ser composto por no mínimo 2 (dois) produtos para a
água de condenação (torres de resfriamento) e 2 (dois) produtos para a Água Gelada.

2.1 Circuito de Condensação

Deverão ser utilizados inibidores de corrosão e de incrustação além de biocidas visando


promover total proteção do sistema contra a corrosão (aumentando a vida útil dos
equipamentos), contra a formação de incrustações e depósitos (garantindo uma perfeita
troca térmica nos tubos dos condensadores, eliminando gastos excessivos de energia) como
também contra o crescimento microbiológico (eliminando a possibilidade de ataques
corrosivos por sub-depósitos como também de formação de lamas biológicas).

2.2 Circuito de Água Gelada

Deverá ser utilizado um inibidor de corrosão em combinação com um biocida de modo que o
sistema fechado de água gelada esteja sempre protegido contra corrosão e crescimento
microbiológico, tão comum nesses tipos de sistemas. O produto deverá ter um agente de cor,
que promoverá uma coloração específica água gelada, de modo que, pela simples
verificação visual de uma amostra, se possa determinar se o produto está presente na
concentração adequada.

3 EQUIPAMENTOS

Deverão ser instalados, operados e manutenidos pelo CONTRATADO todos os equipamentos


automáticos de dosagem e purga necessários para o cumprimento do programa de tratamento
químico.

3.1 Sistema de dosagem nas torres de resfriamento (água de condensação)

Deverá ser instalada, em cada torre de resfriamento, uma dosadora de diafragma munida de
temporizador para aplicação dos produtos na água de condensação diretamente na bacia de
acúmulo da respectiva torre.

As dosadoras deverão permitir a aplicação dos produtos diretamente das embalagens


originais, dispensando assim a operação de diluição fora da bandeja das torres, evitando
assim o contato direto do operador com os produtos químicos utilizados no tratamento.

3.2 Sistema de dosagem no circuito de água gelada

Deverá ser instalado dois sistemas (um para cada Etapa) composto de uma dosadora de
diafragma cada, munidas de timer para a aplicação do inibidor de corrosão diretamente na
linha de água gelada. O sistema deverá dosar a quantidade necessária para manter o
residual de produto ao longo do tempo, de acordo com o volume de água perdido pelo
sistema.

3.3 Sistema de Descarga Automática (Água de Condensação)

Deverá ser instalado um sistema composto de uma válvula elétrica solenóide acoplada a um
filtro em Y e um timer na tubulação de descarga de cada torre de resfriamento. O

Minuta padrão visada pelo jurídico do Banco do Nordeste.


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temporizador deverá ser programado para acionar a solenóide para, em horários específicos,
purgar uma quantidade calculada e correta de água evitando a super concentração de sais
ou a perda excessiva de água.

A descarga automatizada deverá garantir a purga de uma quantidade correta de água. O


controle da purga deverá ser programada pelo CONTRATADO de modo que não se tenha a
descarga insatisfatória – evitando assim a grande concentração de sais e a consequente
incrustação nas partes quentes do sistema, por exemplo, nos tubos dos condensadores dos
chilers, o gasto excessivo de energia e paradas inesperadas do sistema, como também o
excesso de purgas – o que acarretaria no custo indevido com água de reposição e produtos
químicos.

4 RESULTADOS EXIGIDOS

O tratamento químico deverá garantir:

preservação dos equipamentos contra corrosão e incrustação, garantindo a máxima vida útil
deles;

operação regular dos sistemas durante longas campanhas, sem paradas imprevistas;

eliminação custos extras com manutenção corretiva;

não ocorrência do aumento da perda de carga das linhas, prevenindo assim a elevação do
consumo de energia pelas bombas de recirculação;

manutenção da eficiência de troca térmica dos equipamentos, garantindo menores custos


operacionais;

manutenção de elevado padrão de Segurança do Trabalho e de uso de produtos sem riscos


ambientais, o que contribui para os requisitos da Norma Ambiental ISO 14000.

5 LIMPEZA QUÍMICA DOS CONDENSADORES

A limpeza química será realizada para remoção das incrustações e/ou depósitos formados durante
o período de campanha ou devido ineficiência no tratamento químico proposto. Deverá ser
executada utilizando uma solução ácida, seguido de neutralização em fase alcalina usando
inibidores específicos para proteger a parte metálica.

O produto a ser utilizado deverá ser à base de ácido inorgânico, formulado com um agente químico
de base orgânica com a função de inibir a corrosão ao aço carbono e ao cobre.

A montagem da estrutura consistirá em um sistema de bombeamento, composto de bomba de


circulação, mangueiras, conexões e tambor, bem como os produtos químicos necessários. Todo o
procedimento deve ser acompanhamento de perto pela equipe técnica qualificada.

O tempo de execução será de 12 a 16 horas, sendo de 6 a 8 horas na fase ácida e o mesmo


período adicional para a fase alcalina.

Toda a instrumentação deve ser isolada: sensores, manômetros, termômetros, fluxostato, válvulas
especiais etc.

O produto a ser utilizado será diluído em água numa proporção determinada e essa solução será
circulada durante um período de aproximadamente 6 a 8 horas. Após esse período, a solução de

Minuta padrão visada pelo jurídico do Banco do Nordeste.


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limpeza será descartada e uma nova porção de água será adicionada ao sistema, desta feita com
adição de um agente neutralizador o qual promoverá, além da neutralização do ácido
remanescente, o aumento do volume da incrustação ainda retida, levando ao seu descolamento
das paredes internas dos tubos. Após a neutralização, novo enxágue será realizado, finalizando
assim a operação de limpeza química.

Após a limpeza química, deverá acontecer o procedimento de limpeza manual (varetamento) dos
tubos a fim de remover quaisquer resquícios de material. Tal procedimento deverá ser
acompanhado pela supervisão e registrado fotograficamente.

Ao final do processo, deverá ser elaborado um relatório técnico explicitando todas as etapas do
procedimento executado.

6 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE OSMOSE REVERSA

A estação possui um filtro em fibra de vidro contendo em seu interior carvão ativado para declorar a
água. Dois vasos em fibra de vidro, contendo em seu interior seis membranas de 8’’, conexões em
PVC e CPVC, skid de sustentação em aço inox, bomba booster, pré-filtro de 25 e de 5 micras,
manômetros, rotâmetros, painel e quadro elétrico.

O sistema consiste basicamente de três cilindros contendo: areia no primeiro,carvão ativado no


segundo e no terceiro, uma membrana seletiva de alta rejeição de sais operando a elevadas
pressões. A função do filtro de areia ou de cartucho é de reter partículas sólidas em suspensão na
água visando a proteção da membrana onde se procura evitar a obstrução dos minúsculos canais
de filtração no seu interior. Já o filtro de carvão ou cartucho de carvão, tem basicamente a função
de declorar a água, pois o cloro, como todo agente oxidante, pode em pouquíssimo tempo
degradar por completo a membrana. Já a membrana é de fato uma barreira física para
microrganismos e sais dissolvidos na água.

O percentual do rejeito (água descartado com elevado teor de sal) é proporcional a qualidade da
água. Para esta estação, é estimado um rejeito de 30% sobre a vazão total.

O sistema de osmose reversa opera com uma vazão de reposição de 5,71m³/h e produz 1,71m³/h
de rejeito e 4,0m³/h de permeado a uma pressão de 7,7Kgf/c² e é composto dos seguintes itens:

um filtro de carvão ativado para declorar a água;

dois vasos em fibra de vidro (PRFV) capacidade para três membranas cada suportando uma
pressão de operação de até 300psi;

seis membranas de 8’’ do tipo espiralada com 40’’ de comprimento;

um quadro elétrico de comando para a automação do sistema;

duas bombas dosadoras, sendo uma para o anti-incrustante e a outra para o metabissulfito;

três rotâmetros com vazão de operação de 1,71m³/h para o rejeito, 2,0m³/h para o reciclo e
4,0m³/h para o permeado;

oito manômetros para painel com glicerina em aço inox e diâmetro de 63mm;

uma bomba booster com capacidade de vazão para 7,10m³/h e pressão de 7,7Kgf/cm²;

um conditivímetro de painel para leitura instantânea da condutividade do permeado;

Minuta padrão visada pelo jurídico do Banco do Nordeste.


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um pressostato para proteção da bomba booster no caso de falta de água;

circuito hidráulico de alta pressão em CPVC;

circuito hidráulico de baixa pressão em PVC marrom;

um skid de sustentação em aço inox 304;

tanque para armazenamento de água para lavagem das membranas ou solução de limpeza
química, com capacidade para 200L;

três filtros BIG 20 em polietileno reforçado com os respectivos cartuchos de 25 micras;

três filtros BIG 20 em polietileno reforçado com os respectivos cartuchos de 5 micras;

doze terminais de conexão para os manômetros com as respectivas mangueiras de alta


pressão;

duas caixas d’água de fibra de 10.000L;

duas caixas d’água de fibra de 3.000L;

duas bombas centrífugas de 1,5CV.

A limpeza química das membranas deve ser realizada com mão-de-obra especializada. A
necessidade do procedimento é verificada com o aumento da pressão com a queda de vazão do
sistema de tratamento.

Minuta padrão visada pelo jurídico do Banco do Nordeste.

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