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Inglaterra, 1914

13 – Sistemas de lodos ativados


Processo biológico que envolve massa ativada de microrganismo em
suspensão capazes de estabilizar o esgoto em ambiente aeróbio.

http://meioambientedjc.blogspot.com.br/2011/10/ete-tratamento-secundario.html

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Esquema

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Descrição do processo

• O resíduo orgânico é introduzido no reator onde há uma massa bacteriana


mantida em suspensão.
• No reator, a massa bacteriana provoca a decomposição da MO através de
seu metabolismo.
• O ambiente aeróbio no reator é mantido por difusores ou aeradores
mecânicos, que também provocam a mistura dentro do reator.
• Após determinado tempo, o esgoto é conduzido para um tanque de
decantação, onde os flocos se separam da água residuária.
• Uma parte do lodo sedimentado é recirculada, a fim de manter a
concentração desejada de organismos no reator. E outra parte excedente é
retirada do sistema.
• Nível de massa biológica a ser mantida no reator depende da eficiência
desejada de tratamento e considerações relacionadas à cinética de
crescimento.

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Variantes do processo

• Divisão quanto a idade do lodo:


– Lodos ativados convencionais
– Lodos ativados aeração prolongada

• Divisão quanto ao fluxo:


– Fluxo contínuo
– Fluxo intermitente

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Dimensionamento
NBR 12209/11
Tempo de detenção hidráulico não pode ser usado como parâmetro determinante no
dimensionamento.

Parâmetro Idade do lodo Relação A/M


Sistema (dias) [kg DBO5 aplicado/(kg SSV.dia)

De alta taxa 2–4 0,70 – 1,10

De taxa convencional 4 – 15 0,20 - 0,70

De aeração Prolongada > 18 ≤ 0,15

Relação A/M: Alimento/Microrganismo

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Sistemas de lodos ativados convencional
NBR 12209/11: Reator
aeróbio
θc : 4-15 dias Decantador Decantador
primário secundário
A/M: 0,2-0,7 kgDBO/(kg SSV.dia)

Retorno do lodo
Lodo Lodo

A biomassa permanece mais tempo no sistema do que o líquido, o que


garante uma elevada eficiência na remoção da DBO.
Há necessidade de remoção de uma quantidade de lodo equivalente à
que é produzida. Esse lodo removido necessita de uma estabilização na
etapa de tratamento de lodo.
A montante do reator há uma unidade de decantação primária, de forma
a remover os sólidos sedimentáveis do esgoto bruto.

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Sistemas de lodos ativados aeração prolongada
NBR 12209/11: Reator
aeróbio
θc >18 dias Decantador
secundário
A/M ≤ 0,15 kgDBO/(kg SSV.dia)

Retorno do lodo
Lodo

Similar ao sistema convencional, com diferença que:


- A biomassa permanece mais tempo no sistema  tamanho dos
tanques maiores, assim:
 Há menos DBO disponível para as bactérias, o que faz com
que elas se utilizem da MO do próprio material celular para a sua
sobrevivência.
 Lodo excedente sai estabilizado  não precisa de digestor
- Normalmente, não incluem unidades de decantação primária (para não
precisar de digestor de lodo)
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Aeração
prolongada
Volume do reator
Sistema de mistura
completa com
recirculação de lodo

Y c Qa ( S a  S e )
V
X V (1  k d f bio c )

Reator aeróbio Decantador


Mistura completa secundário

Qa Qa+QR Qe=Qa-QD
V Se Efluente
Sa Se
XV,a Se X Xe≈0
X XV XV,e ≈ 0
XV

QR Lodo de QD Lodo descartado


XR recirculação Se
XV,R ∆X=QD XR
∆XV=QD XV,R

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Y – coeficiente de produção celular
(massa de SSV produzidos por unidade de massa de DBO removida) em g/g
Faixa: 0,4-0,8 g SSV/ g DBO removida (mais comum: 0,5-0,8)

kd – coeficiente de respiração endógena (autodestruição) (d-1)


Faixa: 0,06-0,10 d-1

Q – vazão (m3/d)

Concentração de substrato (DBO):


Sa – concentração de substrato afluente (mg/L ou g/m3)
Se – concentração de substrato remanescente no efluente (mg/L ou g/m3)

XV – concentração de SSV no reator (mg/L ou g/m3)


NBR 12209/11: 1500 a 4500 mg/L
Lodos ativados convencional: 1500 -3500 mg/L
Lodos ativados aeração prolongada: 2500-4000 mg/L
Quando se utiliza material suporte para biomassa, deve-se somar essa parcela: ≤12g
SSV/m²
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Fração biodegradável de SSV
fbio – fração biodegradável de SSV gerados no X V ,bio
sistema, submetidos a uma idade do lodo θc f bio 
XV
fbio decresce com o aumento de θc.

Observação: Sólidos suspensos totais (X):


- Sólidos suspensos fixos – SSF (XF)
- Sólidos suspensos voláteis – SSV (XV)
- SSV não biodegradável (XV,nbio)
- SSV biodegradável (XV,bio)

fbio ‘ – fração biodegradável de SSV


f bio '
f bio  imediatamente após a sua geração
no sistema, ou seja, quando θc = 0.
1  (1  f bio ' )k d c Valor típico 0,8 (80%).

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Tempo de retenção celular – Idade do lodo
θC – Tempo de retenção celular ou tempo de residência celular ou idade do
lodo (Faixa nos sistemas de mistura completa, taxa convencional, com
recirculação de lodo: 3 a 10 dias)
Massa _ de _ sólidos _ no _ sistema
c 
Massa _ de _ sólidos _ retirada_ do _ sistema _ por _ unidade_ de _ tempo

X VV V
Sem circulação: c   c    H
XV Q Q

XVV XVV
Com recirculação: c   c 
( Q a  Q D ) X V , e  Q D X V .R Q D X V .R

XV – SSV no tanque de aeração (microrganismos)


XV,R – SSV no lodo recirculado e no lodo descartado

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Recirculação do lodo
Objetivo: Manter concentração adequada de sólidos no reator e uma idade
de lodo maior que o tempo de detenção hidráulica (θc > θH)

a) Razão de circulação: QR
R
Qa

b) Balanço de massa em reator de mistura completa e estado permanente


(estacionário):

Acumulação = Entrada - Saída + Produção - Consumo

Crescimento bacteriano =
retirada de lodo excedente
Carga SS esgoto efluente
Carga de SS esgoto bruto + carga SS lodo de circulação
Estado permanente: acumulação =0

Q R X R  (Q a  Q R ) X QR X
R 
Qa X R  X
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Remoção de lodo excedente

Retirada de lodo excedente V


no REATOR QD 
c
(Controle hidráulico do sistema)

Retirada de lodo excedente V X


QD 
na LINHA DE CIRCULAÇÃO c X R

X = concentração de sólidos suspensos totais no reator


XR = concentração de sólidos suspensos totais do lodo de circulação

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Tipo de aeração: aeração por ar difuso

Introdução de ar ou de oxigênio
comprimido próximo ao fundo do reator
Fonte: Nuvolari, 2003
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Tipo de aeração: aeração mecânica

Produção de grande turbilhonamento na


superfície do líquido, aspergindo
pequenas gotas ao ar. Aeração
superficial.

Fonte: Nuvolari, 2003

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Referências

• Nuvolari, A. 2003. Esgoto Sanitário; coleta,


transporte, tratamento e reuso
• Metcalf & Eddy. 1991. Wastewater Engineering.
Treatment, Disposal and Reuse. 3.Edition.

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