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Resenha elaborada por

Ricardo Afonso de Sousa, Espírito Santo

Objectified
Dirigido por Gary Hustwit
Produzido por Gary Hustwit, Swiss Dots e Veer
Editado por Shelby Siegel e Laura Weinberg
Lançado em 14 de Março de 2009
Duração de 75 minutos

O Documentário Objectified trata sobre objetos de desejo e consumo das pessoas ao redor do mundo, ele traz
uma coletânea de entrevistas com diversas pessoas que projetam objetos, desde mobiliários e produtos uti-
litários até eletrônicos como celulares, computadores etc. Uma frase com a qual me identifiquei muito foi: “O
objeto dá testemunho da pessoa que o criou, que o concebeu, que o pensou, que o desenvolveu, que o fabri-
cou. Ele se conecta com quem o usa” e cada objeto conta uma história. O indivíduo é um designer por natureza
desde os primórdios da humanidade, onde há um problema/obstáculo há um designer (mesmo que involuntário)
procurando por uma solução, utilizando o design como ferramenta de busca da forma, não estando somente no
produto em si, mas também no processo de produção.

Um momento contraditório do documentário foi quando a equipe da IDEO estava sendo mostrada e um dos
indivíduos fala sobre a importância do cuidado com o meio ambiente, pois um dos superiores durante uma visita
a uma ilha deserta encontrou uma escova de dentes projetado por eles, e enquanto ele fala o vídeo mostra a
equipe de desenvolvimento dentro de uma sala usando post its de forma exagerada. O ideal é que produtos com
“validade”inferior a 11 meses devem ser 100% recicláveis, porque pior do que não se importar com o meio am-
biente é sustentar um discurso sustentável e ter atitudes prejudiciais ao nosso habitat.

Em compensação ouvi falar sobre observar e trabalhar na criação de um novo mundo, e realmente nós como
designers temos essa responsabilidade de pensar em coisas novas (e não convencionais), novos materiais, até
porque a maldição do designer é constantemente olhar para algo e pensar, por que? Afinal, é preciso projetar
uma nova escova ou pensar no futuro da odontologia? Sempre colocando o usuário como centro do objeto para
desenvolver um design que cumpra os requisitos funcionais, esteja inserido num contexto cultural (em escala
mundial) e que valorize o fator ergonômico, entendendo como funcionam os extremos, para que assim funcione
com a média de consumidores (como por exemplo, descascador), tornando a vida das pessoas melhor e mais
fácil. Apesar de fatores como a obsolecência programada, a cultura da dívida do material e ciclo do produto.

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