Você está na página 1de 13

Identidade: um diálogo com o design e a semiótica

Alicia dos Santos Machado1


Joérison Castelo Branco Silva2
Kely dos Santos Sá3
Marilian de Souza Pinheiro de Jesus4
Marineide Pereira de Almeida5

Resumo: A proposta desse trabalho tem como objetivo falar sobre a importância da
sustentabilidade e a redução dos impactos ambientais ao meio ambiente. O arremate
metodológico se pautou: na base conforme consta da referencias. Como resultados primeiros
o estudo aponta o seguinte olhar: algumas empresas já atuam no mercado com produtos
sustentáveis, visando gerar menos impacto ambiental, tanto em seu processo de produção como
também depois de seu descarte. Outro resultado: alguns usuários estão mais atentos aos
problemas ambientais, adotam medidas de proteção ambiental e assim garantindo as gerações
futuras usufruir dos recursos naturais. Conclusões: existência de produtos no mercado com
identidade sustentável como a energia solar, os produtos biodegradáveis que geram menos
resíduos no meio ambiente e a utilização de madeira de reflorestamento que evita o
desmatamento de árvores de floresta virgem.
Palavras chave: identidade, sustentabilidade e design.

Introdução
O presente trabalho tem como tema Identidade: um diálogo com o design e a semiótica.
Surgiu a partir da problemática de como os produtos sustentáveis podem ajudar a sociedade
sobre a importância da identidade sustentável, devido ao grande aumento do interesse por parte
das marcas em busca de uma visão mais sustentável quanto a fabricação de novos produtos e
embalagens no mercado brasileiro. Além da percepção dos profissionais envolvidos no
processo de criação do produto para uma redução dos impactos ambientais, o trabalho tem como
objetivos específicos descrever sobre a importância do design, apresentar produtos sustentáveis
com identidade do usuário e desenvolver um debate sobre a simbologia dos ícones e signos.

1
Acadêmica do segundo semestre do curso de Tecnologia em Design da Universidade do Estado do Amapá -
UEAP
2
Acadêmico do segundo semestre do curso de Tecnologia em Design da Universidade do Estado do Amapá -
UEAP
3
Acadêmica do segundo semestre do curso de Tecnologia em Design da Universidade do Estado do Amapá -
UEAP
4
Acadêmica do segundo semestre do curso de Tecnologia em Design da Universidade do Estado do Amapá -
UEAP
5
Professora doutora, da universidade do Estado do Amapá – UEAP, lotada no curso de Tecnologia de design
docente da disciplina: Design e identidade cultural, membro do GEPEM UFPA e do grupo de pesquisa Aldeia
UEAP.
Nesse percurso, tomamos como referências, pesquisas bibliográficas e teóricos que
falam sobre identidade, design e semiótica. Com os pensamentos de que os humanos aprenderão
a viver melhor em um mundo menos exacerbado ao consumismo, mudando suas perspectivas
e selecionando melhor seus critérios de avaliação ambiental e econômica Manzini (2008); de
priorizar a utilização e o fácil manejo de produtos e evitar produtos sem sentido (BÜRDEK,
2012) e ainda de prosseguir com problematizações e resoluções referente ao desenvolvimento
sustentável, contribuindo assim para os debates sobre a importância da sustentabilidade na
sociedade contemporânea e com vistas ao reencontro de uma relação equilibrada do indivíduo,
a natureza e consumo, como um meio para a preservação e desenvolvimento da vida humana.
Durante a pesquisa, enfrentamos algumas dificuldades por estarmos estudando virtualmente,
mas no decorrer dos dias fomos superando essas dificuldades, o que resultou na elaboração do
trabalho final.

Este trabalho está estruturado da seguinte forma: primeiro tópico - Design e


sustentabilidade: um diálogo necessário para a sociedade atual, falamos sobre o design e
sustentabilidade, fazendo um diálogo sobre qual é o papel do design para a sociedade atual e
como a sustentabilidade está ligada a ele; segundo tópico - Apresentar produtos sustentáveis
que expressam a identidade do usuário, apresentamos exemplos de alguns produtos
sustentáveis que expressam a identidade do usuário e o terceiro tópico - Desenvolver um debate
em torno da simbologia dos ícones e signos, desenvolvemos um debate em torno da simbologia
dos ícones e signos destes produtos escolhidos.

Design e sustentabilidade: um diálogo necessário para a sociedade atual

Design e sustentabilidade vêm ganhando destaque e grande importância no cenário


acadêmico e tecnológico, tendo em vista a escassez de recursos naturais e a grande produção
de material que é descartado e que poderia ser reutilizado. Nunca foi tão urgente debater sobre
o contexto da sustentabilidade em relação a produtos e serviços.

Falando sobre design, o verbo “designare” é traduzido literalmente como determinar,


mas significa mais ou menos: demonstrar de cima e o conceito de design compreende a
concretização de uma ideia em forma de projetos ou modelos, mediante a construção e
configuração resultando em um produto industrial passível de produção em série (LÖBACH,
2001).
Design envolve qualquer processo técnico e criativo relacionado com a concepção,
elaboração e especificação de um produto. Este processo é orientado por um objetivo ou um
propósito. Como tal, existem diversas especializações do design, estando estas em harmonia
com o tipo de coisa a projetar. Design, em sua acepção mais abrangente, se caracteriza por
ser uma atividade projetual que visa à concepção de artefatos (MANZINI E VEZZOLI,
apud NAIME, 2019).
A origem de um produto com um determinado objetivo remonta à antiguidade,
acreditasse que Leonardo da Vinci seja um dos primeiros designers, sendo o mais destacado no
Renascimento em virtude da significação e invenção da sua obra. Todavia, é a partir de meados
do século XIX, isto é, a partir da era da Revolução Industrial que se fala em Desenho Industrial
no sentido atual da palavra. A divisão do trabalho, o projeto e a execução do produto deixaram
de ser responsabilidade de uma só pessoa e passou a ser feito por equipes com variadas tarefas
(MUTHESIUS, 1999).
Alguns problemas que o design deverá atender: visualizar progressos tecnológicos;
priorizar a utilização e o fácil manejo de produtos; tornar transparente o contexto da produção,
do consumo e da reutilização; promover serviços e a comunicação, mas também, quando
necessário, exercer com energia a tarefa de evitar produtos sem sentido (BÜRDEK, 2012).
Assim sendo, o design torna-se numa qualidade daquilo que foi projetado.
Precisamos falar também que muitos produtos são criados sem o estudo de impacto
ambiental, ou seja, não existe uma preocupação por parte de algumas empresas de cuidar da
preservação de nossos recursos naturais.
A sustentabilidade é a forma como nos relacionamos com o meio ambiente, de
configuração que utilizemos os recursos de modo consciente pois a natureza não é uma fonte
de recursos inesgotável. O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu em 1972 durante a
Primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que
ocorreu em Estocolmo na capital da Suécia e foi o primeiro evento organizado pela Organização
das Nações Unidas (ONU) para discutir questões ambientais de maneira global. O objetivo da
conferência era discutir as consequências da degradação do meio ambiente, como fazer a gestão
racional dos recursos naturais para suprir as necessidades da população atual sem comprometer
a capacidade de o planeta atender as necessidades das gerações futuras.

Em 1992 a ONU realizou no Rio de Janeiro a conferência das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente e o Desenvolvimento, reunião que ficou conhecida como Rio92, a mesma teve
a participação de 179 países que acordaram e assinaram a Agenda 21 Global, um documento
de 40 capítulos contendo um novo padrão de desenvolvimento que foi denominado
"desenvolvimento sustentável", a Agenda 21 é um modelo de planejamento para a construção
das sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas que concilia métodos de proteção
ambiental, justiça social e eficiência econômica (BEZERRA, 2020).

O design sustentável é uma alternativa com o objetivo de gerar produtos e ideias que
considerem o tripé ambiental, econômico e social que compõem os princípios
do desenvolvimento sustentável (DATTO, 2020, p. 01). Com o design sustentável busca-se
diminuir ao máximo os impactos ambientais, gerando valor econômico ao produto sem
desconsiderar o bem-estar social.

Manzini e Vezzoli (2002) afirmam que é possível conceber produtos mais sustentáveis,
utilizando-se tecnologias limpas, reduzindo-se recursos e energia utilizados na produção, dentre
alternativas que se caracterizam como novo campo de pesquisa do design.

A sociedade vem se conscientizando e se interessando pelo mercado sustentável, pois


este viabiliza um menor impacto ambiental. Cardoso (2008) argumenta que o dilema do
designer no contexto atual é conciliar as questões ambientais com o modelo econômico. Não
se pretende, e nem é possível, cessar a produção e consumo. O designer e o Design têm um
papel central na busca por um planeta mais sustentável. Seu trabalho deve ser de contribuir na
concepção e implementação de ideias e produtos que respeitem o meio ambiente e que sejam
viáveis economicamente.

O objetivo primário do Design é criar produtos e serviços para solucionar problemas.


Desse modo, o objetivo do design social, se baseia na criação de um modelo de projeto que
envolva uma grande quantidade de profissionais de diferentes áreas, possibilitando uma
discussão (MARGOLI; MARGOLI, 2008). Seguindo a mesma linha de raciocínio, uma ampla
agenda de pesquisa para o alcance de um design social deve ser considerada. O que está sendo
feito nesse sentindo e o poderá ser feito? Como agências de fomento a projetos de bem-estar
social podem obter uma percepção mais forte do design como atividade socialmente
responsável? E que tipos de produtos atendem as necessidades das populações mais
vulneráveis.

Para Margolin e Margolin (2004), uma abordagem multifacetada pode ser usada para
abordar estás questões. Questionários de pesquisas com profissionais de serviços humanos e
designers podem conduzir a união dessas informações sobre as percepções e atitudes. Além da
pesquisa de observação participativa, sendo o ingresso dos designers em ambientes sociais
possibilitando documentar através da observação, as necessidades sociais que podem ser
atendidas pelo Design com complemento a sustentabilidade.

De acordo com Manzini (2008) essa transição para a sustentabilidade será um processo
de aprendizagem social no qual os seres humanos aprenderão gradualmente, aprendendo a viver
melhor consumido menos e regenerando a qualidade do ambiente onde vivem. Sendo essa
afirmação, uma declaração ao pensamento do ser que deseja mudar o pensamento, sabendo que
não pode partir de algum coisa ruim que aconteceu na sociedade e sim em ações positivas que
trazem vantagens para o individual e coletivo. Podendo se basear no poder de entender o
objetivo de tal transformação para a melhoria na condição de vida.

Para Manzini (2008), devem ser considerados possíveis passos a serem realizado no
projeto (design) de uma nova solução. Sendo eles: mudar a perspectiva do interesse com foco
nas atividades; imaginar soluções alternativas, planejando diferentes combinações de produtos;
avaliar e comparar várias soluções alternativas, usando critérios de avaliação econômica, social
e ambiental; desenvolver soluções mais adequadas que promovam convergência e ligações aos
produtos; promover uma abordagem sistêmica e abrir discussão sobre atuais modelos
sistêmicos dos produtos e serviços. Seguindo a mesma linha de pensamento, o Design
estratégico para a sustentabilidade requer definições de soluções sustentáveis de tal forma que
o consumo dos recursos ambientais seja reduzido e com os contextos da qualidade de vida
regenerados.

Apresentar produtos sustentáveis que expressam a identidade do usuário.

O mundo vem passando por diversas mudanças sociais e ambientais e é muito


importante que adotemos novas práticas diante dessas mudanças. A partir da década de 70,
movimentos surgem em busca da preservação do meio ambiente, com isso os consumidores
passam a se preocupar mais com os impactos ambientais dos produtos.

Esse novo consumidor foi denominado consumidor ecologicamente correto ou


consumidor verde e seu comportamento de compra foi denominado consumo sustentável
(BEDANTE 2004, apud JARDIM E PAVAN, 2014).

Tendo em vista a importância da preservação do meio ambiente, muitas empresas


começaram a realizar um movimento alternativo na venda de produtos, ou seja, houve
a criação de produtos que agridem menos o meio ambiente: o ecoproduto. Nesse
sentido a inserção dessas empresas fomentou um mercado relativamente novo, um
mercado sustentável, que cresce mais a cada dia no Brasil. (JARDIM E PAVAN,
2014, p. 124).

Sabemos que nosso planeta pede socorro e não podemos mais nos manter distantes dos
problemas ambientais que vemos o mundo todo passar, desde o aquecimento do planeta,
queimadas, destruição das nossas florestas, grande produção de lixo sem destinação adequada.
O ecoproduto tem se mostrado uma boa alternativa para aliviar os impactos ambientais
negativos, pois são produtos criados para não agredirem o meio ambiente.

Um estudo realizado pela agência de pesquisa norte-americana, Union + Webster em


2019, apontou que 87% da população brasileira prefere comprar produtos e serviços de
empresas sustentáveis e 70% dos entrevistados disse que não se importaria em pagar um pouco
mais por isso. De acordo com Dangelico, conforme citado por DIAS et al. (2019, p. 02)

os produtos ambientalmente sustentáveis são aqueles projetados com a finalidade de


diminuir o impacto ambiental ao longo de todo o seu ciclo de vida, desde a extração
e aquisição da matéria-prima, na produção de energia e materiais, manufatura e uso
até a disposição final, descarte ou retorno do produto à empresa produtora para o
devido destino.

Os produtos ambientalmente sustentáveis são produzidos com matérias primas


recicladas, reutilizadas, orgânicas, com madeira de reflorestamento, com energia limpa. No fim
de sua vida útil, esses produtos podem ser reutilizados para outros fins ou no caso de descarte,
eles se decompõem com mais facilidade e em menos tempo.

Em empresas sustentáveis, busca-se sempre minimizar o impacto ambiental e existem


várias maneiras de diminuir esses efeitos no meio ambiente. Como exemplos de produtos
sustentáveis temos: placas solares para geração de energia limpa; palitos de picolé, colheres de
sobremesa e tábuas para carne feitas com madeira de reflorestamento; pratos descartáveis e
sacos de lixo feitos com material biodegradável; vassouras feitas de material PET; cartões de
visita e convites para aniversário feitos com papel semente; bolsas de supermercado ecológicas
feitas para evitar o consumo de sacolas plásticas; sacolas de papel reciclado; escova de dente e
lixeiras feitas com Bambu, entre outros.

A energia solar é uma forma de energia limpa que se dá pela conversão da luz e do calor
do sol, feitas por diversos tipos de tecnologias como painéis fotovoltaicos, usinas heliotérmicas
e aquecedores solares. Energia fotovoltaica é a conversão direta da radiação solar em energia
elétrica feita por meio de uma célula fotovoltaica composta por material semicondutor
normalmente o silício, já a energia heliotérmica é feita a partir de painéis solares que refletem
a luz solar concentrando em um único ponto na qual a um receptor que é constituído por um
líquido que é responsável pelo armazenamento do calor, que aquece a água nas usinas
produzindo vapor que movimenta as turbinas que acionam geradores que produzem energia
elétrica.

Painéis solares

Fonte: Cesp, 2022

Madeira de reflorestamento surge como uma forma de suprir as necessidades do


mercado por madeira, evitando assim a extração de árvores protegidas por lei. As espécies
utilizadas em áreas de reflorestamento possuem crescimento rápido. São utilizadas na
construção civil, fabricação de móveis, celulose, etc. (WESTWING, 2020).

Além disso, o conceito principal para uma espécie utilizada para o reflorestamento
comercial é o tempo de produção e crescimento, a qualidade da madeira e o valor no mercado.
Segundo IBF (2020), as principais espécies comerciais são: Pinus, Eucalipto, Ganadi, Ipê,
Mongo Africano e Teca.

Floresta de Reflorestamento
Fonte: (FAZENDA JOA, 2020)

A biodegradação é o processo de transformação química promovida pela ação de


microrganismos sob condições adequadas de temperatura, umidade, luz, oxigênio e nutrientes,
nesse processo a decomposição é alterada se transformando em moléculas menores, em alguns
casos em água, CO2 e biomassa. O que define se um material é ou não biodegradável é o tempo
que leva para ser decomposto pela ação de microrganismo, em geral leva semanas ou meses
para o material se decompor para que ele seja considerado biodegradável, para isso o material
deve ser descartado corretamente, assim ele deve ser levado junto com o material orgânico para
a compostagem.

Os plásticos biodegradáveis são plásticos sintéticos com incorporação de aditivos


químicos proxidantes em sua composição, capaz de iniciar ou acelerar o processo de degradação
oxidativa, há também os plásticos biodegradáveis naturais os biopolímeros, que são produzidos
a partir de recursos naturais e renováveis como os polissacarídeos produzidos pelas plantas
(amido de milho, mandioca entre outros), poliésteres produzidos por microorganismos,
borrachas naturais entre outros.
Produtos feitos com material biodegradável

A produção de produtos sustentáveis é muito importante para o meio ambiente, mas


também é uma forma de mostrar a sociedade que a discussão em torno da preservação ambiental
não é só teórica e que as empresas e os produtos ecológicos já é uma realidade, isso ajuda a
enraizar na mente da população que essa responsabilidade é um dever de todos e é um benefício
não só para o presente mas principalmente para as gerações que virão, gerações essas que viram
cada vez mais engajadas em torna as empresas e os consumidores cada vez mais conscientes
ecologicamente. Em Macapá já houve eventos de arrecadamento de materiais para reciclagem
e reutilização, materiais esses que são diversos como garrafa PET, material têxtil, vidro,
material eletrônico, entre outros, esses eventos são importantes para o artesanato local e também
para ajudar a limpar a cidade de material que iria ser descartado de forma imprópria que
causariam poluição visual e também entupimento de canais e bueiros que causam enchentes na
cidade, aqui se dá um importante exemplo de que os cuidados com o meio ambiente só tem a
ajudar no bem-estar da sociedade local.

O papel do estudante e profissional do design de produtos nesse cenário é imensurável


pois ele tem os meios para ajudar a criar uma sociedade de consumidores conscientes de que
seus produtos podem e devem ser aproveitados ao máximo, que não pelas suas próprias mãos,
mas em outras, e que, quanto mais falarmos e contribuirmos para a importância dos produtos
ecologicamente corretos mais empresas voltarão seus olhares para esses produtos fazendo com
que mais produtos sejam feitos com essa importância para o meio ambiente e também para que
esses produtos possam chegar no cotidiano de todas as classes sociais, pois todos têm o direito
de participar desse momento tão importante para o meio ambiente e a sociedade.
Desenvolver um debate em torno da simbologia dos ícones e signos.

A importância da semiótica para o design está vinculada ao grande objetivo de entender


e se ter um olhar mais apurado, mais crítico. É saber a razão das coisas estarem ali, naquela
embalagem e anúncio. Seguindo a mesma linha de pensamento, a semiótica busca descrever e
analisar os fenômenos, a sua constituição como linguagem e sua ação de signo (MEDEIROS).
Assim, a relação da semiótica para o design está ligada nessa busca de interpretar os signos que
representam um objeto e desenvolve a identificação da identidade do mesmo.

Santaella (2002) enfatiza que todo fenômeno de cultura só funciona culturalmente


porque é também um fenômeno de comunicação, e considerando-se que só se comunicam
porque se estruturam como linguagem, pode-se concluir que todo e qualquer fato cultural, isto
é, práticas de produção social, linguagem e sentido. Com base nessas afirmações, entende-se
que o conjunto desses geram um signo que representam o objeto real, pela fácil interpretação e
união de informações que caracterizam e marcam o produto. Ressaltando a importância da
interpretação visual na primeira comunicação com o objeto.

Dentro do signo há uma espécie de olhar, caracterizado pelo ícone que aparece como a
qualidade na relação com o objeto, possuindo semelhança através da forma e sentindo. Neste
contexto, como o Design tem um uma grande relação com outras áreas para essa construção do
sentindo e estética do objeto. Para Lucca (2012) ele tem o poder de criar a identidade do
produto, propor pesquisas que dão origem a comunidades artesanais e unificar as diversas
experiências existentes. Identificando com base nas embalagens dos objetos apresentados no
capítulo acima, uma representação do signo a partir da identificação da cor verde e o desejo de
folhas na embalagem, remetendo a uma visão de sustentabilidade e identidade do produto.
Propondo uma comunicação clara com o usuário, possibilitando o fácil entendimento da
proposta sustentável do produto através da estética, ética e lógica.

Imagens que representam sustentabilidade


Para Peirce a Semiótica, desenvolvida no século XIX, que, entre outros objetivos, estuda
os signos ou representamen. Peirce (2008, p.46) diz que, um signo, ou representamen, “é aquilo
que representa alguma coisa para alguém” (intérprete), isto é, um signo equivalente é dirigido
e criado na mente dessa pessoa, ou talvez, um signo desenvolvido, denomina-se de
interpretante. O significado é um conceito intelectual, onde soluções são encontradas pelo
estudo dos interpretantes, ou seja, pelos efeitos interpretantes dos signos. A importância de
compreender o signo é para compreender uma forma mais clara de compreender a representação
e suas relações, pois esta é repleta de sentidos e significados e saber lê-la é poder entender,
interagir e dialogar.

Conhecido mundialmente como símbolo da reciclagem

O símbolo de reciclagem, também chamado de símbolo da coleta seletiva, é um


dos símbolos gráficos mais reconhecidos no mundo facilitando e incentivando a
reciclagem dos resíduos. Esse símbolo nos remete a produtos e práticas que levem em
consideração a proteção do meio ambiente e está presente em muitas embalagens de
produtos ecologicamente corretos.

Uma vez que a embalagem é um canal de comunicação de primeira grandeza neste


universo de estímulos, ao combinar e organizar os signos verbais e não verbais,
através destes elementos sígnicos, cria uma força de atração no seu processo de
comunicação que está na capacidade de promover uma intersemiose – processo de
comunicação no qual estão envolvidos signos de códigos diferentes (CHINEM, s.d.).

As embalagens dos produtos que escolhemos como exemplos, mostram símbolos de


produtos biodegradáveis, com imagens na cor verde, demonstrando a uma forte relação com a
proteção da natureza. Esses produtos tem as informações visuais necessárias para serem
compreendidos e são produtos ecologicamente corretos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fizemos essa pesquisa para mostrar como o design pode colaborar com a
sustentabilidade e como a sociedade se relaciona com os produtos sustentáveis. As empresas já
atuam no mercado com produtos sustentáveis, que visam satisfazer as necessidades de seus
usuários e ao mesmo tempo gerar menos impacto ambiental, tanto em seu processo de produção
como também depois de seu descarte.

Hoje os usuários estão muito mais atentos aos problemas ambientais e como eles afetam
o meio ambiente, a sociedade e como podemos garantir que as gerações futuras também possam
usufruir dos recursos naturais, tomando como base o respeito pelo meio ambiente e o bem-estar
social. Alguns produtos apresentados nessa pesquisa já expressam a identidade sustentável
como a energia solar que é uma forma de energia limpa que gera o mínimo de impacto
ambiental, os produtos biodegradáveis que se decompõem em poucos meses gerando assim
menos resíduos no meio ambiente e a utilização de madeira de reflorestamento que evita o
desmatamento de árvores de floresta virgem.

Com a grande variedade de produtos ecologicamente corretos que hoje temos a


disposição no mercado brasileiro, vemos um misto de embalagens que demostram a
importância da proteção ao meio ambiente. São embalagens que na sua maioria utilização a cor
verde, normalmente com folhas ou árvores, criando assim uma identidade sustentável.

Desejamos assim, que essa pesquisa aumente a curiosidade e vontade dos leitores de
conhecer produtos ecologicamente corretos, que busquem cada vez mais leituras sobre outros
processos e produtos que geram menos impactos ambientais, no intuito de agregar mais
conhecimento sobre esse assunto tão importante nos dias atuais.

REFERENCIAIS;

BEDANTE, 2004, apud JARDIM, Priscila Kelly da Silva; PAVAN, Luís Daniel. O mercado
sustentável e a valorização do ecoproduto: algumas perspectivas. Revista Eletrônica
Diálogos Acadêmicos. 2014.
BÜRDEK, B. E. Design: História, teoria e prática do design de produtos. São Paulo: Edgard
Blücher, 2012
CARDOSO, Rafael. Uma introdução à história do design. 3. ed. São Paulo: E. Blucher,
2008. 273 p.
CHINEM, Marina Jugue. As variantes sígnicas da embalagem: as relações da percepção no
processo intersemiótico na construção dos estímulos táteis e visuais. São Paulo, s.d. Disponível
em: http://www.portcom.intercom.org.br›pdfs. Acesso em: 20 de jun. de 2022.
DANGELICO, citado por DIAS et al. Desenvolvimento de produtos ambientalmente
sustentáveis: uma análise inicial de tendências a partir do método Delphi. Santos, São
Paulo: 15 a 18 de out. de 2019. Disponível em:
http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_294_1660_37799.pdf. Acesso em: 23 de maio
de 2022.
DATTO, Felipe. Design Sustentável: descubra o conceito e aplicação na prática. 9 de mar. de
2020. Disponível em: https://meiosustentavel.com.br/design-sustentavel. Acesso em: 13 de
maio de 2022.
LÖBACH, B. Design Industrial: Bases para a configuração dos produtos industriais. 1ed. São
Paulo: Edgard Blücher, 2001.
MANZINI, Ezio. Design para a inovação social e sustentabilidade: comunidades criativas,
organizações colaborativas e novas redes projetuais. Rio de Janeiro: e-papers, 2008.
MANZINI, Ezio; VEZZOLI, Carlo, apud NAIME, Roberto. Design e sustentabilidade.
Disponível em: https://www.ecodebate.com.br/2019/05/07/design-e-sustentabilidade-artigo-
de-roberto-naime/. Acesso em: 13.05.2022.
MARGOLIN, Sylvia; MARGOLIN, Victor. Um modelo social de Design: questões prática da
pesquisa Revista Design em Foco. Vol 1, núm. 1, julho – Bahia, 2004.
MEDEIROS, Diego Piovesan. Semiótica aplicada ao design: Teoria e classificação
dos signos. S.d.
PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica. Tradução de José Teixeira Coelho Neto. 4 ed. São
Paulo: Perspectiva, 2008.
SANTAELLA, Lucia. Semiótica aplicada. 4 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
VEZZOLI, Carlo. Design de sistemas para a sustentabilidade: teoria, métodos e
ferramentas para o design sustentável de “sistemas de satisfação”. Salvador: EDUFBA,
2010. 343 p.

Você também pode gostar