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O que é a Perturbação de Ansiedade Generalizada?

A s pessoas que sofrem da Perturbação de Ansiedade Generalizada (PAG) preocupam-


se com tudo, incluindo aquilo que não se justifica ser uma fonte de preocupações, a
um ponto em que elas próprias reconhecem não ser razoável. E, no entanto, não o
conseguem evitar, apesar de se esforçarem muito nesse sentido.

Além desta preocupação constante e incontrolável, avaliam as situações de uma forma


preferencialmente negativa, pelo que são, muitas vezes, reconhecidas como pessoas
pessimistas, sempre esperando o pior de qualquer situação. Esta expectativa negativa
(e nem sempre partilhada com os outros) determina um estado de espírito
genericamente mais “cinzento”, uma forma cautelosa de abordarem as situações e
decisões que enfrentam e um estado de alerta, vigilância e tensão constantes.

Sofrer da Perturbação de Ansiedade Generalizada significa, igualmente, sofrer


fisicamente. As pessoas com esta desordem queixam-se de tensão muscular,
perturbações gastro-intestinais, fadiga, e dificuldades de sono. O seu sofrimento é
muito real e, acredite-nos, se conseguissem deixar de se preocupar tanto com os
temas da vida do dia-a-dia, já o teriam feito.

O ambiente socio-familiar que as rodeia pode ser muito importante para o seu bem-
estar, compreendendo aquilo por que elas passam, apoiando na recuperação e na
manutenção do seu equilíbrio depois do tratamento. Num estudo recente, 70% das
pessoas que sofriam da Perturbação de Ansiedade Generalizada mencionaram que

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consideravam que o seu estado ansioso tinha um impacto negativo nas suas relações
mais chegadas. O que, por sua vez, se torna em mais uma fonte de preocupação...

Como pode ajudar?

Lembre-se que sofrer desta perturbação não é uma opção: é um problema do


foro psicológico/psiquiátrico e a força de vontade isolada pouco ou nada
consegue, por isso seja compreensivo com o sofrimento da pessoa que está ao
seu lado.

Ofereça um ombro amigo para os momentos de desespero - escute, sem juízos


de valor, aquilo que a pessoa quer partilhar consigo. E respeite as fronteiras
que ela(e) entender delimitar — haverá temas e momentos que não quererá
discutir ou partilhar consigo, por muito íntima que seja a vossa relação.

Crie um clima de tranquilidade e divertido, ideal para aligeirar o peso das


preocupações constantes, mas mantendo-se fiel à sua forma de estar, para não
entrar em esforço, e esforçando-se por “ler” os sinais da pessoa que
acompanha.

Contraponha argumentos realistas e expectativas possíveis e positivas para as


situações negras que a pessoa que acompanha lhe expõe, sem tentar forçar a
mudança de opinião; apenas mostrando que existem outras alternativas para

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encarar essa mesma situação. Sempre que possível, lembre-a(o) de exemplos
passados que conheça, em que a expectativa também era negativa, mas o
resultado foi positivo.

Ajude-a nos processos de tomada de decisão, mas não tome as decisões por
ela(e). Ajude-a(o) a reflectir de uma forma prática e simplificada sobre a
definição do problema, a análise das alternativas e a escolha de uma opção,
lembrando-a(o) que não existem certezas quanto à qualidade das decisões.
Apenas é melhor uma má decisão do que nenhuma decisão.

Quando confrontado com dúvidas aflitivas quanto ao futuro, ajude-a(o) a voltar


ao momento presente: é aqui e agora que se situam as certezas, é aqui e agora
que se discute o bem-estar. Oriente-o para este momento, este local,
chamando-lhe a atenção para aquilo que podem ver, ouvir e sentir nesse ponto
preciso do tempo e espaço. O futuro, a seu devido tempo, tornar-se-á
presente….

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Evite!

Dizer-lhe para deixar de se preocupar! É fácil de dizer, mas difícil de fazer,


muito particularmente para quem sofre de uma desordem que se caracteriza,
precisamente, pela incapacidade em controlar as suas preocupações… Resulta
mais eficaz, gentilmente, mudar o foco da atenção para assuntos agradáveis e
positivos.

Resolver os problemas dela(e). É melhor ajuda se a conseguir conduzir num


processo de tomada de decisão: definição do problema, geração de
alternativas, análise das opções e escolha de uma. Poderá encontrar mais
informação sobre tomada de decisões no nosso site
(www.clinicadaansiedade.com), para poder ser mais eficaz na ajuda que lhe
pode dar.

Assumir como seus os problemas e mal-estar dela(e). Quando se gosta de


alguém que não está bem, é fácil entrar em desespero e começar a assumir o
peso da ajuda, construindo-se uma relação de dependência que, infelizmente,
tem resultados negativos. Em vez disso, encoraje-a(o) a procurar ajuda
especializada e disponibilize-se para a(o) apoiar nas directrizes de actuação que
forem delineadas.

Enervar-se ou impacientar-se. Nós sabemos: para si, que está ao lado, é muito
aflitivo, frustrante e angustiante. É difícil, mas estes são sentimentos seus,

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legítimos e com os quais irá aprendendo a lidar da melhor forma possível. Mas,
por favor, esteja atento à tentação humana de os transferir para o outro, sob a
forma de irritação ou impaciência - isso apenas aumentaria o sofrimento de
ambos.

Mantenha-se calmo(a); já basta um…

Para si

Viver com alguém que se preocupa incessantemente, vê o futuro negativo e


acusa sinais de desgaste físico e emocional é uma fonte de stress e, por sua vez,
de preocupação.

Por isso, é importante que se habitue a cuidar de si: crie momentos diários só
seus, ainda que pequenos; invista em actividades que lhe dêem prazer e o(a)
preencham; sociabilize-se com outras pessoas de quem goste; dedique tempo à
(restante) família; assegure-se que tem tempo para relaxar um pouco, todos os
dias.

Não assuma que o bem-estar da pessoa que acompanha depende de si. É


importante ter consciência de que cada um de nós é o principal agente do seu

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bem-estar, bem como das suas próprias acções. Um ombro amigo, uma palavra
de conforto, um olhar benevolente, um gesto de carinho, são o mais
importante.

Procure ajuda para si - existem grupos de suporte (quer presenciais, quer


online) para familiares e amigos de pessoas que sofrem de patologias
psicológicas, e que podem ser muito úteis no seu re-equilíbrio.

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