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REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA EM ESCOLAS

PÚBLICAS DE ITAITUBA: RESULTADOS DE PESQUISAS EFETIVADAS


DURANTE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO

SANTOS, Reris Adacioni de Campos dos1


Faculdade de Itaituba - FAI
PAES, Maria Danielle Lobato2
Faculdade de Itaituba - FAI

RESUMO: O presente artigo busca apresentar os resultados de observações realizadas


durante os períodos que compreenderam os estágios supervisionados na graduação. Justifica-
se pela relevância do ensino de línguas para o desenvolver da comunicação dos alunos e
serem fundamentais pesquisas centradas nas práticas de ensino e aprendizagem, com intuito
de identificar as inovações metodológicas ou a prática tradicional. Com intuito de elaborar o
embasamento teórico da investigação optou por realizar pesquisa bibliográfica, de natureza
descritiva e caráter qualitativo, além de observação das práticas pedagógicas de quatro
professoras, sendo duas que atuavam na Escola Municipal de Ensino Fundamental Brigadeiro
Haroldo Coimbra Veloso e duas que trabalhavam na Escola Municipal de Ensino
Fundamental Magalhães Barata, em turmas do sexto ao nono ano. As investigações
demonstraram que nas duas escolas em que realizou o estágio ocorre com frequência o ensino
da gramática tradicional, configurado no ensino da Língua Portuguesa, com aplicação de
regras, normas e o emprego de frases soltas, transcrição de exercícios de fixação, cópias de
conteúdos. Além disso, há oportunidade para diálogo, discussão acerca de variados assuntos,
principalmente sobre temas trabalhados na aula, tendo considerável participação dos alunos.
Com base nas informações levantadas pôde-se perceber traços do ensino tradicional ainda que
existam práticas dinamizadas que cabem a participação dos discentes em atividades orais.

Palavras-chave: Língua. Ensino. Observação.

ABSTRACT: The present article seeks to present the results of presentations made during the
periods of time that comprise the supervised states during graduation. Justify the relevance of
language teaching for the development of student communication and fundamental research
focused on teaching and learning practices, in order to identify as methodological innovations
or traditional practices. In order to elaborate or support the theoretical teaching of research, or
to carry out bibliographic research, of a descriptive nature and of a qualitative character, in
addition to observing the pedagogical practices of four teachers, two of which were activated
at Brigadeiro Haroldo Coimbra Municipal Elementary School Veloso and two who worked at
the Magalhães Barata Municipal Elementary School, not in sex classes per year. As the
investigations have shown that in the two schools where the student frequently takes or takes
classes, the teaching of the Portuguese language is applied in the teaching of the Portuguese
language, with the use of rules, standards and the use of phrases, transcription of exercises
recording, content reproductions. In addition, there are opportunities for dialogue, discussions
on various subjects, especially on topics worked in class, participatory participation of
students. Based on the information collected, you can see the traits of traditional teaching that
there are dynamized practices that fit the participation of students in oral activities.
Keywords: Language. Teaching. Note.

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo busca apresentar os resultados de observações realizadas durante os


períodos que compreenderam os estágios supervisionados na graduação, nos quais presenciou
a prática do ensino de Língua Portuguesa em duas escolas da rede pública, localizadas na
cidade de Itaituba, atentando-se às metodologias de ensino utilizadas, aos conhecimentos
repassados e interação entre alunos e professoras.
Desse modo, as instituições bases para a pesquisa foram a Escola Municipal de Ensino
Fundamental Brigadeiro Haroldo Coimbra Veloso, onde realizou o estágio comum pautado
nas normas da Base Nacional Comum Curricular, no período dos meses Fevereiro a Junho de
2018, e Escola Municipal de Ensino Fundamental Magalhães Barata, na qual efetivou a
residência docente, entre os meses de Agosto de 2018 a Janeiro de 2020, através do Programa
Residência Pedagógica, financiado pela Capes.
A pesquisa justifica-se pela relevância do ensino de Língua Portuguesa e, em vista
disso, ser importante analisar o ensino desta língua nas escolas de educação básica, logo que
este é o momento inicial da formação comunicacional do educando e assim surgem alguns
processos de interação social, relevantes para o convívio em sociedade nas mais diversas fases
da vida, além do aprimoramento de habilidades fundamentais para o indivíduo, entre elas a
construção, leitura, compreensão e interpretação de textos.
Desse modo, justifica-se ainda pela relevância do ensino de línguas para o desenvolver
da comunicação dos alunos e serem fundamentais pesquisas centradas nas práticas de ensino e
aprendizagem, com intuito de identificar as inovações metodológicas ou a prática tradicional.
A metodologia empregada está baseada na pesquisa descritiva, com caráter qualitativo,
tomando como base a pesquisa bibliográfica efetivada através da consulta de informações
pertinentes ao tema em trabalhos teóricos já existentes, além da observação atenta a detalhes
da prática de ensino da língua nacional de quatro professoras que atuavam durante o estágio
nas escolas citadas, em turmas do sexto ao nono ano.

2 O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E A LÍNGUA


A constituição da língua ocorre quando é produzida pelos indivíduos da relação eu-tu,
relação esta que Bankhtin intitulou como interação verbal, efetivada por meio de textos ou
discursos, escritos ou oralizados, isto é, a língua é um sistema que precisa da interlocução e
do ato linguístico produzido entre os sujeitos em um processo interativo (SIMONATO, 2015).
Em consoante, Coelho (1993, p. 27) afirma que a língua “é um produto natural
híbrido: natural e social”, “um instrumento de comunicação constituído por um sistema de
convenções linguísticas”. Neste sentido, a língua tem em sua composição aspectos fonéticos,
morfológicos, sintáticos, estilísticos, e outros, todos comuns a determinado meio social.
Segundo a autora, a língua, como mecanismo de comunicação, faz o uso da fala e da
escrita e considera certos objetivos, entre eles está o aprendizado acerca das vivências
humanas para representa-las na forma escrita ou oral da linguagem, tornando-as fatos
comunicáveis aos demais, isto é, fixar essas reproduções através da escrita para que ocorra a
transmissão entre as pessoas, perpassando de geração em geração, com o intuito de que
experiências vivenciadas possam se tornar representações culturais de determinada sociedade.
Nesta mesma linha de raciocínio Geraldi et all (2011) destaca a linguagem sob três
concepções fundamentais: Na primeira o autor coloca a linguagem como a expressão do
pensamento, que dá luz aos ensinos tradicionais, isto é, à gramática tradicional, que leva à
compreensão de que indivíduos impossibilitados de falar também não possuem a capacidade
de pensar, fato este improvável. Na segunda interpretação, a linguagem é instrumento de
comunicação e, segundo o autor, esta ideia possui ligações com a teoria da comunicação, e
enxerga a língua como um código que consegue transmitir ao receptor determinada
mensagem, visão esta que está interligada ao estruturalismo e transformacionalismo.
Na terceira concepção Geraldi et all (2011) ressalta a característica interacional da
linguagem, ou seja a linguagem é uma forma de interação, conforme apontam os estudos da
linguística da enunciação, visto que a partir da linguagem é possível haver o
compartilhamento de dados informacionais entre dois indivíduos, assim, através da linguagem
o sujeito consegue praticar ações que impossíveis de serem realizadas com atos mecânicos e
pode agir sobre quem ouve, formalizando compromissos e ligações que não existiam antes da
fala.
Sobre o fenômeno social da capacidade interacional verbal da língua Bakhtin ressalta:

A verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema abstrato de


formas linguísticas nem pela enunciação monológica isolada, nem pelo ato
psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social da interação verbal,
realizada através da enunciação ou das enunciações (BAKHTIN, 1986, p. 123).
Nesta afirmação, Bakhtin revela a língua como um sistema que não se constitui na
abstração de elementos linguísticos e nem na enunciação sozinha, porém, existente na
socialização entre os indivíduos, surgida então através da interação verbalizada, efetivada por
meio da enunciação praticada pelos sujeitos.
Considerando esses apontamentos essas noções de linguagem estão diretamente
relacionadas às infinitas possibilidades oferecidas ao ser humano, desde a capacidade de
pensar e falar, comunicar-se, incluindo a transmissão de informações a outros sujeitos do
convívio social, até a habilidade de compreensão desses dados e reciprocidade, ou seja,
receber as informações e interagir, promovendo o feedback.
Por conseguinte, Simonato (2015) aponta que o ensino de língua precisa considerar
sua aplicação em diversas situações, levando em consideração suas infinidades de funções,
estilos e maneiras de falar. Por isso, é relevante que a prática educacional da língua esteja
organizada em torno do uso, tendo como privilégio a concepção dos discentes em relação às
diversas possibilidades de emprego, rejeitando a tradição transmissiva que se preocupa em
disponibilizar ao educando apenas regras e conceitos já construídos em um processo que
exige somente a memorização, na perspectiva do aprendizado focado em automatismos e
reproduções.
Em conformidade, Soares (2002), afirma que o ensino de Língua Portuguesa tem
tomado novo bojo, sendo influenciado pela pragmática, teoria da enunciação e pela análise do
discurso, trazendo assim uma concepção diferenciada de língua, que a enxerga como
enunciação, não somente como comunicação e engloba as relações da língua com quem a
utiliza, o contexto em que é empregada e as condições históricas e sociais em que está
inserida.
Desse modo, em se tratando do ensino da língua circunscrito à “análise linguística”,
Sobrinha (2012) ressalta que não se deve considerá-la como insignificante e sim como uma
práxis, porque propõe o redirecionamento do ensino de Língua Portuguesa baseado na prática
de leitura, desenvolvimento de interpretações e produção textual, proporcionando
contribuições diretas à capacidade crítica e analítica dos alunos.
Em consonância, Waal (2009) explica que essa prática contraria o ensino normativo,
pois nela existe a compreensão de que a língua é transformada constantemente, ou seja, cria-
se e se recria frequentemente, resultando das interações entre os indivíduos em sociedade.
Porém, apesar dessa nova roupagem no ensino de Língua Portuguesa, ocorre com
frequência a prática pautada em propostas “exclusivamente voltadas para as estruturas formais
da linguagem, evidenciando-se um descompasso” (DUARTE, 2008, p. 2). Portanto, ainda que
exista diversas teorias referentes ao trabalho com a língua realizado de forma com perspectiva
que visa sua funcionalidade, o profissional não conseguir deixar de seguir a norma.

Desse modo, o ensino ou volta-se para a gramática normativa, em sua perspectiva


prescritiva e analítica, que não dá conta do sentido e nem resolve o problema da
leitura e da escrita; ou tenta-se um rompimento com esse ensino, utilizando o texto
como pretexto para estudar adjuntos, pronomes, classificar sujeito, etc (DUARTE,
2008, p. 2).

Isto é, o docente encontra-se diante de um dilema em que precisa escolher entre seguir
uma prática que se resume na descrição de uma gramática normativa em que prescreve e
analisa regras, sem apresentar sentido e buscar a resolução problemáticas relacionas à leitura e
à escrita; ou opta por romper esse ensino e emprega os textos durante as aulas para somente
realizar o estudo dos adjuntos, pronomes, entre outros.
Geraldi (2011) et al esclarece que na medida em que a instituição escolar pauta-se no
ensino da língua vista como simples conjunto de regras e normas gramaticais que visa
somente a escrita e expressão correta do enunciado na comunicação culta, a escola vale-se de
um conceito de linguagem formulado com máscara do pensamento que é necessário domar,
moldar para que se possa ter domínio e policie-se, correndo o risco de subvertê-la criativa
constantemente, e traduzir essa atitude em ato de invenção e liberdade.
Em vista disso, os aprendizes não realizam a escrita de maneira livre e realizam
redações seguindo moldes preexistentes, não fazem leituras livremente, mas praticam o
resumo, fichamentos, efetivam a classificação de personagens, colocam rótulos em obras e
buscam compreender a riqueza existente nas suas páginas, em uma mensagem estipulada.
Antunes (2009) esclarece que o ensino e o aprendizado estão interligados à concepção
que se tem de língua, logo, ao compreendê-la como um sistema abstrato e sem
contextualização, os resultados serão insatisfatórios e comprometerá a aprendizagem,
limitando o saber verbal, o entendimento e criação de textos mais complexos, podendo
interferir também na capacidade de leitura e interpretação e outras habilidades que poderiam
ser desenvolvidas pelos alunos.
Nessa perspectiva, compreende-se que as capacidades linguísticas dos educandos estão
interligadas ao modo de ensino na língua e à noção que os envolvidos na aprendizagem possui
a respeito da língua, e, em consequência de uma prática abstrata, por exemplo, colocaria
limites no aprendizado e desviaria os discentes do aprimoramento de várias habilidades que
poderiam exercitar durante as aulas de Língua Portuguesa se bem aplicadas.
Assim sendo, a língua quando bem ensinada, levando em consideração o sujeito e o
meio em que vive e se comunica, poderá promover diversas vantagens, tornando-os mais
habilidosos na compreensão, interpretação de informações, elaboração de respostas relevantes
e construção dos mais diversos tipos de textos, até mesmo os que são considerados difíceis de
serem construídos, pois o indivíduo terá domínio completo da língua e enxergará em si essa
habilidade.

3 METODOLOGIA

Com intuito de elaborar o embasamento teórico da investigação optou por realizar


pesquisa bibliográfica, buscando em diversos materiais resultados de pesquisas já efetivadas
por outros autores, relacionadas à temática científica trabalhada, realizando a análise das
informações em vários livros, artigos (SEVERINO, 2007), isto porque Moura (2015) explica
que durante essa etapa o investigador efetiva a busca por referenciais teóricos pertinentes à
problemática abordada e constrói o referencial teórico do trabalho.
Assim sendo, a pesquisa em questão possui natureza descritiva pelo fato de descrever
particularidades de determinado fenômeno e foi utilizada para a coleta de dados
imprescindíveis, conquistada por meio da observação (GIL, 2002). Desse modo, o caráter da
pesquisa é qualitativo por ter havido a preocupação em interpretar e analisar as informações
coletadas em seu conteúdo psicossocial, considerando que existe uma dinâmica entre os
indivíduos envolvidos e o mundo real, ou seja, uma conexão entre o objetivo e o subjetivo
(ASSIS, 2012).
Ante posto, o procedimento investigativo selecionado para apuração das rotinas
didático-pedagógicas foi a observação, visto que este método, conforme explica Gil (2002, p.
35), “é o procedimento fundamental na construção de hipóteses”, logo que a instituição
eventual das relações entre os acontecimentos do dia-a-dia indica o caminho para a solução de
problemas apresentados pela ciência. Além disso, segundo Silva (2015), através da
observação o ser humano consegue adquirir inúmeros dados que, depois de serem processados
e organizados, transformam-se em saber sobre o mundo externo.
Desse modo, acompanhou a prática de ensinagem da língua nacional de quatro
professoras em duas instituições de educação pública: Escola Municipal de Ensino
Fundamental Brigadeiro Haroldo Veloso e Escola Municipal de Ensino Fundamental
Magalhães Barata, localizadas em Itaituba. Durante a observação, atentou-se para as
estratégias escolhidas pelas professoras, visando o compartilhamento de conhecimento
referentes à disciplina de Língua Portuguesa, realizando assim a coleta dos dados necessários
para a conclusão desta pesquisa.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para melhor organizar as observações acerca das práticas docentes os ambientes


educacionais e as profissionais da educação serão apontadas como: Escola 1 e 2, e Professoras
A, B, C e D. Desse modo, na escola 1 observou-se o trabalho das professoras A e B e na
instituição de ensino 2 observou-se a prática das docentes C e D.

4.1 ESCOLA 1 – PROFESSORAS A E B

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Brigadeiro Haroldo Coimbra Veloso


realizou o estágio supervisionado comum, pautado nas disposições da BNCC, incluindo a
etapa de visita técnica, observação e regência, no período de fevereiro a junho de 2018. Dessa
forma, durante o período observado atentou-se para as práticas docentes que se configuram na
repetição de hábitos, mantendo uma rotina nas aulas.
As profissionais solicitam com muita frequência a realização de atividades no caderno
para serem “vistadas”, estas que são retidas do livro didático ou do quadro magnético, depois
de serem copiadas pelas docentes. As professoras copiam os assuntos das aulas no quadro
magnético quando o conteúdo do livro didático não é muito “esclarecedor”, por haver uma
linguagem dificultosa, para que os alunos reproduzam no caderno. Utilizam o livro didático
indicado pela escola para repassar os conteúdos.
Fazem correção geral com a participação voluntária dos alunos, resumindo-se no
compartilhamento das respostas consideradas “corretas” para que os discentes apaguem as
que escreveram pela resposta cedida que, muitas vezes, é retirada do livro didático. Ao se
aproximar do período de provas, realizam a revisão dos assuntos trabalhados em aulas
anteriores através de exercícios de fixação. Na maioria das aulas os alunos são indicados a
ficarem em silêncio absoluto, situação que, naturalmente, nem sempre acontece, em vista
disso, a participação dos educandos é solicitada, geralmente, no momento da correção dos
exercícios de fixação.
Vale ressaltar ainda que a prática de ensino de Língua portuguesa é basicamente
pautada no ensino das estruturas gramaticais, apresentado regras, normas, com a utilização de
fazes soltas que, geralmente, estão dispostas no livro didático.
4.2 ESCOLA 2 – PROFESSORAS C E D

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Magalhães Barata o estágio


supervisionado ocorreu por meio da Residência Docente, realizada entre os meses de Agosto
de 2018 a Janeiro de 2020, através do Programa Residência Pedagógica (PRP), financiado
pela CAPES e compreendeu mais de 440 horas de atividades, englobando as etapas de
ambientação, corregência, observação, regência e elaboração e aplicação de projeto de
intervenção.
Durante a observação das práticas pedagógicas adotadas pelas professoras C e D
percebeu-se que as aulas também seguem uma rotina de ensino, com assuntos gramaticais
mas são efetivadas com mais diálogo entre as profissionais e os aprendizes, tratando a respeito
das atividades e assuntos referentes à sociedade em geral, citando ainda as diferenças
linguísticas (variações linguísticas) com explicação sobre adequação da maneira de falar;
conversas abordando também sobre o respeito entre os colegas e conscientização referente à
limpeza do espaço da sala de aula.
Além disso, o ensino da Língua Portuguesa é pautado na explicação dos conteúdos
que, por vezes, são copiados no quadro magnético, outras, acompanhado no livro didático
através de leituras. Compreende ainda a cópias dos assuntos no quadro magnético para que os
discentes escrevam no caderno, realização de exercícios de fixação retirados do livro didático,
este recurso que é utilizado frequentemente nas aulas.
Os alunos demonstram interesse durante as aulas pelo fato de serem muito
participativos e estarem sempre atentos para responder os questionamentos feitos pelas
professoras. Identifica-se ainda a prática frequente da leitura por parte dos educandos, tanto de
textos, quanto das perguntas compostas nas atividades e, no decorrer das leituras, as docentes
testam a habilidade de interpretação dos alunos com questionamentos a respeito do texto lido.
Portanto, no período que incluiu a observação das práticas docentes das profissionais
C e D percebeu algumas mudanças em relação às ações de ensino das docentes A e B,
podendo destacar a maior liberdade de participação dos alunos durante as aulas de Língua
Portuguesa, porém esteve muito presente a prática repetitiva do ensino de gramática,
apresentando normas, regras, nomenclaturas e frases soltas.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseando-se nas informações coletadas por meio da pesquisa e através das
observações efetivadas durante os períodos de estágio o ensino de Língua Portuguesa nas
escolas citadas está pautado na explicação de uma formalização estrutural da língua,
apresentando as normas padronizadas, baseando-se na gramática normativa, demonstrando
um ensino da língua que pode ser considerado como descontextualizado pela utilização de
frases soltas.
O processo de interação entre os alunos e os professores na escola 1 ocorre através de
diálogos referentes às questões apresentadas pelos docentes, neste momento, os alunos devem
responder as perguntas e fazer comentários, rotina esta que se repete nas aulas, ou nos
instantes em que os educandos apresentam dúvidas que são logo sanadas pelas professoras.
Fato este que também acontece na escola 2, mas nas aulas das docentes que atuam
neste instituição os educandos possuem mais liberdade de participação e as temáticas dos
diálogos são muito diversificadas, transformando a sala de aula em um ambiente mais
aconchegante, pois os discentes podem ter certa aproximação com as professoras,
apresentando opiniões. Além disso, na escola 2 as professoras trabalham as variações
linguísticas e explicam, durante os diálogos com os discentes, as diversas aplicações da
gramática ensinada em contextos extas sala de aula.
Diante dos dados apresentados, pode-se concluir que durante a prática de ensino
utilizada pelas professoras observadas ocorrem traços do tradicionalismo nas metodologias
aplicadas, ainda que hajam aulas com práticas dinamizadas em certos aspectos, em se tratando
da oportunidade de conversa em relação aos mais variados temas, permitindo uma interação
comunicacional entre os envolvidos no processo ensino-aprendizagem.

REFERÊNCIAS

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