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Especialistas, porém, ressaltam que é preciso ter cautela com os dados da Nasa.
O glaciologista americano Ben Smith, que não participou do estudo, afirma que fazer esse
tipo de medição com satélite é "extremamente difícil".
Segundo o meteorologista Eric Holthaus, o comportamento do gelo na Antártida ainda
está muito além da compreensão humana. Estamos lidando com sistemas muito
complexos, e nossos modelos são muitas vezes apenas simplificações grosseiras da
realidade. Além disso, o próprio Zwally afirma que a tendência é que, em 20 ou 30 anos, o
processo se reverta, fazendo com que a Antártida comece a ter deficit de gelo.
A descoberta é interessante, porém, por contradizer uma previsão do IPCC, o painel do
clima da ONU, que incluiu em seus relatórios a perda de gelo da Antártida. Os
pesquisadores do painel acreditavam que o continente era responsável por um aumento
de 0,27 mm ao ano no nível dos mares.
"A má notícia é que, se esses 0,27 mm não estão vindo da Antártida, deve haver outro
fator contribuindo para a subida dos oceanos que não está sendo levado em
consideração", afirma Zwally.
Em dezembro, diplomatas de todo o mundo se reúnem em Paris para tentar avançar com
as negociações que buscam limitar as emissões de gases ligados ao aquecimento global na
atmosfera.