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INFORMÁTICA

E SOCIEDADE

autor
LUIZ ROBERTO MARTINS BASTOS

1ª edição
SESES
rio de janeiro  2017
Conselho editorial  roberto paes e luciana varga

Autor do original  luiz roberto martins bastos

Projeto editorial  roberto paes

Coordenação de produção  luciana varga , paula r. de a. machado e aline karina


rabello

Projeto gráfico  paulo vitor bastos

Diagramação  bfs media

Revisão linguística  bfs media

Revisão de conteúdo  maristhela rodrigues da silva

Imagem de capa  rawpixel.com | shutterstock.com

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2017.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)

B327i Bastos, Luiz Roberto Martins


Informática e sociedade. / Luiz Roberto Martins Bastos.
Rio de Janeiro: SESES, 2017.
120 p: il.

isbn: 978-85-5548-442-1

1. Informática. 2. Sociedade. 3. Tecnologia. I. SESES. II. Estácio.

cdd 004

Diretoria de Ensino — Fábrica de Conhecimento


Rua do Bispo, 83, bloco F, Campus João Uchôa
Rio Comprido — Rio de Janeiro — rj — cep 20261-063
Sumário
Prefácio 5

1. História da computação e das profissões


correlacionadas 7
A História da computação e a relação entre a tecnologia e as
organizações da sociedade 8

Impactos da tecnologia da informação na sociedade 11

Relação dialética entre ciência, tecnologia e sociedade e o meio ambiente 13

As profissões relacionadas à área de informática. 15

Visão do profissional de informática com relação à aprendizagem


organizacional e ao seu papel na sociedade 17

O significado de um sistema de informações gerenciais e as principais


causas de falhas ocorridas no ambiente de tecnologia da informação. 20

Visão do profissional de informática com relação à aprendizagem


organizacional e ao seu papel 23

2. Profissional da informática e a sociedade 33


O emprego dos recursos de informática nas organizações 35

CMMI 37

Governança de TI 40

Aspectos éticos e morais 42

Globalização e pluralidade de culturas 46

3. Responsabilidade social 51
Influência da informática na sociedade 52

A importância da ética para o profissional de TI 55


A TI no ambiente corporativo 58

A influência da Informática na sociedade 61

A importância da ética para o profissional de TI 63

O “virtual” invade o “real” 63

O “virtual” suplanta o “atual” na atividade econômica 64

Situação das indústrias de hardware e software no Brasil x Mundo 65

4. Legislação da Informática e lixo eletrônico 69


O Direito e a Informática 71

Lixo eletrônico 77

Desenvolvimento sustentável 80

Práticas de TI verde (Triple Bottom Line) 82

O papel da TI no desenvolvimento sustentável 83

5. Empreendedorismo e Plano de Negócio 89


O empreendedorismo informático 91

Empreender 94

O que é Plano de Negócios 100

Análise SWOT 101

Como elaborar o Plano de Negócios 102

Plano de Negócios - Modelo 106


Prefácio

Prezados(as) alunos(as),

Na atual conjuntura político-social, onde novas perspectivas para a educação


surgem com o emprego da tecnologia, é oportuno discutir propostas inovadoras
que possam contribuir para a formação dos futuros profissionais das áreas que
envolvem toda a sociedade.
A disciplina Informática e Sociedade provoca a discussão em torno dos con-
ceitos, técnicas e ferramentas relacionadas ao uso da tecnologia da informação
voltada para a educação, frente às novas tendências de comportamento.
Devemos, então, construir um conjunto de conhecimentos e um incentivo
a pesquisas voltadas para a análise do impacto das tecnologias de comunicação
na sociedade, principalmente a inclusão social e a inclusão digital. Para tal, os
alunos devem estar capacitados para compreender qual a verdadeira contribuição
da tecnologia, despertando uma consciência crítica capaz de compreender suas
influências na sociedade.
Neste sentido, o aluno deve enfatizar as tendências sociais e individuais em
função do avanço da tecnologia e a sua dependência nas empresas e na sociedade
de um modelo geral, despertando o interesse com relação à consciência crítica
capaz de identificar as influências da tecnologia da informação na sociedade e as
aplicações sociais, econômicas e profissionais no mercado de trabalho.
Neste contexto, o aluno deve analisar as consequências sobre a produção de
lixo digital produzido a partir do descarte de materiais como computadores e ce-
lulares, evitando impactos éticos, legais, sociais e econômicos.

Bons estudos!

5
1
História da
computação e
das profissões
correlacionadas
História da computação e das profissões
correlacionadas

As estratégias e o conhecimento que envolve a informação são considerados


de extrema importância para o profissional de TI, colaborando com o processo de
tomada de decisões, os quais conduzem resultados esperados e, principalmente, à
satisfação do usuário.
É fundamental conhecer os princípios do processo de comunicação e da in-
formação, elaborando políticas de organização e acesso à informação no ambiente
corporativo, recuperando e disseminando estratégias de gestão.
É importante entender como o computador surgiu e como ocorreu a sua evo-
lução, que passa por uma reformulação constante e vem reinventando-se, impac-
tando e causando um reflexo nas áreas responsáveis pela gestão de tecnologia da
informação (TI).
Nesta abordagem, é fundamental tratarmos da visão do profissional de informá-
tica e o seu papel na sociedade. Este profissional está apto a realizar configurações de
sistemas de informação, instalar equipamentos e verificar as causas de falhas ocorri-
das no ambiente de tecnologia da informação. Esse profissional está apto a trabalhar
em empresas que necessitam manter seus sistemas de informação gerencial.

OBJETIVOS
O objetivo deste capítulo é apresentar a relação entre a tecnologia e as organizações
da sociedade atual, abordando diferentes alvos de estudo da Tecnociência, descrevendo
suas influências na sociedade para demonstrar uma tendência de interconectividade, iden-
tificando e enumerando os impactos positivos e negativos da tecnologia da informação na
sociedade e nas profissões relacionadas..

A História da computação e a relação entre a tecnologia e as


organizações da sociedade

Foi com Charles Babbage, matemático inglês (1792-1871), que o computa-


dor moderno começou a ganhar forma, em que seu dispositivo foi projetado para
ser programável, item imprescindível para qualquer computador moderno.

capítulo 1 •8
©© WIKIMEDIA.ORG
A partir do invento de Babbage
e, principalmente impulsionado pela
Revolução Industrial, a tecnologia vem
se desenvolvendo e se reinventando.

Figura 1.1  –  Charles Babbage.

O primeiro computador, o ENIAC (Electronic Numerical Integrator And


Computer), foi desenvolvido nos EUA, com 30 toneladas de peso que ocupava
180 m² de área. Seu custo foi de US$ 500 mil na época, o que representa hoje
aproximadamente US$ 6 milhões. Sua construção iniciou-se em 1943 e a inau-
guração em 1947.
©© WIKIMEDIA.ORG

Figura 1.2  –  Computador ENIAC.

capítulo 1 •9
A informática nasceu com o surgimento dos computadores e suas aplicações
nas empresas. Até então, as informações eram produzidas em planilhas, tabula-
ções, documentos datilografados e distribuídos por meio de malotes (1950).
Os grandes CPDs surgiram nos anos 1960 e eram os responsáveis pelo pro-
cessamento dos dados, favorecendo, principalmente, os setores de Contabilidade,
Recursos Humanos, Contas a Pagar e a Receber, Finanças, Estoque etc.

Figura 1.3  –  CPD anos 60.

A informática, desde sua criação vem desenvolvendo um papel muito im-


portante no escopo da sociedade, pois possibilita a execução de um trabalho in-
formacional cada vez mais abrangente por meio das tecnologias, impactando em
diversos setores estratégicos e trazendo benefícios aplicáveis a estes meios.
A Qualidade exige que a informação esteja disponível e com a melhor precisão
possível. A qualidade de um Sistema de Informação depende da correta dosagem
entre precisão e velocidade das informações que transitam pelo sistema. As in-
formações usadas nas empresas devem ser absolutamente precisas (Ex.: folha de
pagamento, contabilidades e outros).
Todavia, as informações necessárias para o processo de tomada de decisão não
necessitam de um elevado grau de precisão porque a alta administração necessita
de uma visão macro do negócio.
Nos processos de sistemas de informação, a empresa troca insumos com o
mercado e gera produtos ou serviços. Destacam-se vários sistemas dedicados a

capítulo 1 • 10
cada um dos setores organizacionais. Cada um desses sistemas tem seus próprios
objetivos e mecanismos de autorregulação que dão suporte para o cumprimento
das metas.
Fica evidente a necessidade de automatizar esses sistemas produtivos. Essa
automatização foi, historicamente, a primeira entrada da TI nas empresas.
A automação de processos produtivos manuais (envolvendo desde aqueles que
necessitam de robôs até aqueles que são realizados por programas) é feita com o
desenvolvimento de sistemas de computação dedicados a esses processos. Assim
nasceram os sistemas corporativos, tais como folha de pagamento, estoque, conta-
bilidade, vendas, marketing etc.
A figura mostra a evolução da Tecnologia da informação nas últimas décadas.
50/70 70/80 90/00 00/10 >2010

Linguagens Sistemas Fibra ótica Robótica C. Nuvem


1G - Cod Maq Corporativos Rede de Linux Tec. Móvel
2G Assembly Ling 4G: SQL Acesso Windows XP Redes Sociais
3G Cobot Micro- Internet Pentium Duo
computador Notebook Core ?

Figura 1.4  –  Evolução da tecnologia da informação.

Impactos da tecnologia da informação na sociedade

A influência da informática na sociedade pode ser facilmente percebida, desde


sua implantação até os dias atuais, pois praticamente encontra-se em grande parte
de sua totalidade, de modo a oferecer excelentes alternativas para a modernização
de processos e a criação de novas oportunidades.
O profissional da informática é de extrema importância nesse escopo porque
faz a conexão entre a sociedade e o ambiente organizacional, de modo a estabe-
lecer diretrizes para que esses processos sejam realizados da forma mais agradável
e viabilizando a redução de problemáticas, por isso ele apresenta um grande va-
lor negocial.
Apesar da ampla resistência em relação à utilização e à adoção de novas tecno-
logias, esta pode ser vista objetivamente de modo a otimizar e inovar nos conheci-
mentos mostrando um novo horizonte para os aspectos oferecidos.

capítulo 1 • 11
Apesar da tecnologia se relacionar diretamente com a sociedade, esta pode
gerar impactos positivos e negativos, já que se insere diretamente em seu meio,
resultando no surgimento de novos mercados, abrindo caminho para organizações
inovadoras (produção, empresas, comércio eletrônico), envolvendo complexidade
de conhecimentos e tecnologias utilizadas pela sociedade, o que resulta inclusive
na desmaterialização do trabalho.
Como objetivos pretendidos nesta aula, há relação entre a influência da tec-
nologia na sociedade e, por isso, se vê uma necessidade cada vez mais crescente
de investir em inovação, implicando na promoção de processos que estimulem o
aprendizado, a capacitação e a acumulação de conhecimentos.
Assim, pode-se perceber que à volta da sociedade há tecnologias por todas as
direções, nas mais distintas áreas, proporcionando um ambiente onde a importân-
cia da informação é crescente dia após dia, pois se vive em um mundo hiperconec-
tado e cercado pela influência da informática.
A Tecnologia da Informação se adapta às evoluções tecnológicas que surgem
na sociedade, porém alguns fatores são apresentados de forma mais conservadora,
havendo uma discrepância, onde o gap entre a tecnologia e a cultura do usuário
permanece praticamente o mesmo. Existe também a incapacidade de suprir as
demandas na velocidade desejada.

Percebe-se também a questão da obsolescência em relação à TI e à própria ciência em


velocidades cada vez maiores, as quais afetam a sociedade.
Ciência é o termo derivado da palavra latina scientia que significa “conhecimento”. Por-
tanto, ciência é o conjunto organizado de conhecimentos relativos a determinados fatos
ou fenômenos.
Sociedade é a reunião de homens, de animais, que vivem em grupos organizados, su-
jeitos às determinadas leis.
Tecnologia é o estudo das ferramentas, processos e métodos empregados nos diver-
sos ramos da sociedade.

Figura 1.5  –  Ciência, sociedade e tecnologia.

O interesse do ser humano pelos fenômenos naturais e pela vida em grupos até
a formação de uma sociedade é tão antigo quanto à nossa própria cultura. Desde a
antiguidade, já havia a preocupação com a organização, a qual veio a ser chamada
de sociedade.

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Na antiguidade já havia a separação das classes sociais:

Eupátridas (bem nascidos) - melhores terras

Georgóis (pequenos agricultores) - piores terras

Thetas (marginalizados) - sem terras

Figura 1.6  –  Separação das classes sociais na antiguidade.

Podemos considerar algumas definições para ciência:


É o conhecimento que obtemos usando um método científico.
É o conjunto de todas as máquinas e técnicas modernas.
É o saber que se pode provar.
É um método que se baseia em fatos provados.
É um modo de pensar que usa um método que inclui a observação e
as experiências.
É conhecimento que relaciona as observações e as experiências com as teorias
e as ideias.
É uma forma de conhecimento que resulta do esforço de muitas pessoas atra-
vés da história.
Com as teorias fazemos as previsões. Depois, com as observações, aprovamo-
-las ou negamo-las.
É um modo de descobrirmos a organização da natureza e as regras que
a regulam.

Relação dialética entre ciência, tecnologia e sociedade e o meio


ambiente

A relação dialética se caracteriza por ser um processo contínuo e em constante


interação. Por isso, há a necessidade de buscar constantemente soluções para me-
lhorar a qualidade de vida e, neste ponto, assistimos deslumbrados a evolução da

capítulo 1 • 13
tecnologia e os impactos que ocorrem na ciência e na sociedade, desta forma, é
possível identificar a relação entre ciência e tecnologia.
A tecnologia é a ciência e a arte de criar, inventar e utilizar objetos, buscando
constantemente soluções para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.
As forças da natureza apresentam alguns desafios:
Como entender a natureza e a influência social para o desenvolvimento cien-
tífico e tecnológico;
Como a ciência e a tecnologia funcionam nas diferentes sociedades;
Como as forças sociais tentam controlar interesses diversos e muitas vezes
conflitantes, porém éticos.
Como manter o equilíbrio com o meio ambiente?
A ciência e a tecnologia são as duas mais potentes forças universais para que
ocorram as mudanças, por isso seu estudo é de fundamental importância para
todos os seres humanos.
Atualmente a ciência e a tecnologia já não são empreendimentos limitados a
fábricas e laboratórios: eles se mesclaram à sociedade humana. A contribuição es-
sencial da Ciência-Tecnologia-Sociedade é analisar o mundo construído por seres
humanos como um todo integrado.
As necessidades da Sociedade somente são atendidas por causa dos avanços da
ciência e da tecnologia, como exemplos a TV, o telefone e quaisquer aparelhos que
nos cercam diariamente.
Com o surgimento de uma nova tecnologia, de um novo produto, de um
novo serviço, ao analisarmos veremos que estes são resultados de estudos que ocor-
reram nas áreas da biologia, antropologia, economia, computação, engenharia etc.
Segundo o entendimento do Professor Celso Furtado, “o conceito de desen-
volvimento pressupõe o crescimento econômico sustentado e a existência de po-
líticas de desenvolvimento regionais com investimento social em infraestrutura e
logística, inserindo de forma soberana o Brasil no mundo globalizado”.
Além disso, podemos notar que o desenvolvimento tecnológico está ligado à
ciência, os quais são muito importantes para que a sociedade possa caminhar, já
que todo o progresso alcançado tem como beneficiário a sociedade.
Então, notamos com todo nosso empenho que a partir da introdução de nossa
disciplina só haverá o verdadeiro desenvolvimento onde existir um projeto social
subjacente, de modo a avançar e contribuir nas áreas da Ciência, Tecnologia e
Sociedade, às quais estão ligadas.

capítulo 1 • 14
As profissões relacionadas à área de informática

Destacamos as algumas áreas que se relacionam com a Informática:

Refere-se à ciência que estuda as quantidades, relações ló-


MATEMÁTICA gicas e abstratas e o espaço.

Conhecimento aplicado a sistemas de informação, em que o


CIÊNCIA DA profissional analisa as necessidades dos usuários, desenvol-
COMPUTAÇÃO ve programas e aplicativos, gerencia equipes de projetos de
software e instala sistemas de computação.

ENGENHARIA DA Conhecimento aplicado à construção e montagem de com-


COMPUTAÇÃO putadores e seus periféricos, além de sistemas que agregam.

Administração de sistemas de informações, recuperação de


SISTEMAS DE informações, criação, adaptação e instalação de programas
INFORMAÇÕES para simplificar as consultas, além de administrar redes de
computadores.

Ciência que desenvolve produtos tecnológicos a partir de


partículas, na escala de nanômetros, como os átomos. Atua
NANOTECNOLOGIA em pesquisas nas áreas médica, biológica, química, têxtil e
outras.

Envolve as profissões Engenharia Elétrica, Mecânica e Com-


putação Os robôs são a parte mais fascinante da automação,
ROBÓTICA carreira que nasceu para movimentar a indústria e garantir
processos e produtos inteligentes.

Atuando nessas áreas, várias profissões de informáticas se destacam as mais


valorizadas no mercado:

ADMINISTRADOR DE
É o profissional responsável por gerenciar, insta-
BANCO DE DADOS lar, configurar, atualizar e monitorar um banco de
(DBA – DATABASE dados ou sistemas de bancos de dados.
ADMINISTRATOR)
Responsável por projetar e manter uma rede de
ADMINISTRADOR DE REDE computadores em funcionamento.

capítulo 1 • 15
Encarregada por manter e operar computadores
ADMINISTRADOR DE e/ou a sua rede. Administradores de sistemas
SISTEMAS geralmente são membros do departamento de
tecnologia da Informação.

Profissional que desenvolve softwares a partir das


ANÁLISE DE SISTEMAS necessidades do usuário.

Especialista em TI, atualizado com novidades de


ANALISTA DE SUPORTE hardware e software, procura manter a estrutura
física da TI e da estrutura da rede.

Especialista em linguagens de programação que


ANALISTA DE participa da fase de desenvolvimento de requisi-
SISTEMAS/PROGRAMADOR tos, desenvolvimento, testes e implementação.

Profissional que participa da fase de desenvolvi-


mento de requisitos e da programação de com-
ARQUITETO DE SISTEMAS putadores, responsável pela concepção, desenho
e desenvolvimento da arquitetura de sistemas de
computadores.

Profissional que usa a criatividade e a técnica


DESIGNER DIGITAL para desenvolver interfaces digitais interativas,
atrativas e eficazes.

Profissional que planeja as atividades de testes


ENGENHEIRO DE TESTES de software e hardware.

Profissional especializado em acompanhar, orien-


MONITOR DE INFORMÁTICA tar e supervisionar as atividades no laboratório de
informática.

Profissional capaz de gerenciar as tarefas tanto


de um web designer (elaboração do projeto es-
WEBMASTER tético e funcional de um web site) quanto de um
web developer (programador que desenvolve apli-
cações da World Wide Web – WWW).

capítulo 1 • 16
Visão do profissional de informática com relação à aprendizagem
organizacional e ao seu papel na sociedade

Aprendemos a construir, transformar, criar. Aprendemos novas línguas, no-


vos conhecimentos, novas habilidades. A sociedade aprende a trabalhar e trabalha
aprendendo. Aprendemos com a vida e com as pessoas. Aprendemos com os mais
velhos e com os mais novos. Passamos, enfim, a vida aprendendo. Isso é insofismá-
vel. E quanto às organizações, elas também aprendem?
As empresas não apenas aprendem como são obrigadas a aprender, até por
uma questão de sobrevivência. Elas aprendem a ouvir e a atender as necessidades
do cliente, aprendem a modificar processos, a criar novos produtos e serviços.
As organizações aprendem especialmente porque há pessoas nas organizações,
pessoas que já aprenderam e que estão aprendendo. O ambiente das organizações
constitui-se assim um lugar especial onde há troca incessante de informação, co-
nhecimento e saber.

O que é uma metáfora?


Metáfora é o emprego de uma palavra ou expressão cujo significado natural
é substituído por outro, em virtude de uma relação de semelhança subentendida.
A expressão Aprendizagem Organizacional é uma metáfora, pois estende o
conceito de aprendizagem para as organizações, como se elas fossem seres capazes
de aprender. Hoje em dia, muitos autores consideram que realmente uma organi-
zação aprende.
©© BLUEBERRYHMAC | SHUTTERSTOCK.COM

Figura 1.7  –  Metáfora: Pisar em ovos.

capítulo 1 • 17
Organização

©© JO ANN SNOVER | SHUTTERSTOCK.COM

Figura 1.8  –  Organização sem TI.

A palavra organização, do grego organon, significa algo como “reunião de


meios para atingir um fim”. Nas línguas ocidentais, ela adquiriu vida própria,
passando também a representar uma “reunião de meios” específica, juridicamente
determinada, da qual as empresas são as representantes maiores. A disposição de
um grupo de jogadores em campo, ou de peças de mobiliário numa casa é ainda
uma organização no seu sentido amplo.
A Organização, no sentido jurídico, é uma reunião de pessoas e coisas com o
objetivo de produzir determinado bem ou prestar determinado serviço. Ela reúne
elementos materiais, como prédios, móveis, equipamentos, veículos etc. e elemen-
tos imateriais, como a tecnologia ou o sistema operacional adotado durante suas
atividades.

Pessoas e aprendizagem organizacional


As pessoas são os “elementos” que uma organização dispõe para perceber as
mudanças que ocorrem no ambiente, interpretá-las e promover os ajustes internos
necessários. Ajustes esses, tanto em sua estrutura quanto em suas metas, necessá-
rios para garantir a continuidade da organização. São os “meios” que a organização
dispõe para atingir suas metas. Poderíamos chamar esta tarefa de auto reorganiza-
ção, promovida por uma aprendizagem organizacional. Antes de verificar como
esse processo ocorre, cabe a pergunta: o que é aprender?

capítulo 1 • 18
O Aprender

Sabedoria

Conhecimento

Tempo

Informação
Confusão

a par

Ignora

Figura 1.9  –  A escala do aprender.

Aprender não é só adquirir conhecimento através do recebimento de informa-


ção. Também não é a mesma coisa que resolver problemas; isto envolve tomada de
decisões sobre o ponto em que se está e o estado a que se deseja chegar. Tampouco
é pura adaptação, pois isto implica reagir em resposta a um contexto não necessa-
riamente de êxito crescente.
Só se pode falar de aprendizagem quando o comportamento aumenta a efi-
ciência com a qual processa a informação, de tal maneira que alcance os estados
desejados, evite erros, ou controle uma parte do meio externo.
É possível aprender com tentativa e erro. Este processo exige a retroalimen-
tação acerca dos erros cometidos. É um processo preventivo para que o compor-
tamento sem êxito não se repita. Os erros acabam contribuindo para o aumento
do êxito.
Aprender, então, é um processo de êxito crescente num meio determinado.
Ou seja, é um processo em andamento que só se encerra quando a pessoa “sabe”.
Quando você sabe, já aprendeu. Se está aprendendo, está construindo seu saber.
Como uma pessoa nunca sabe tudo que precisa saber para viver, a aprendizagem
é permanente: é o próprio processo de viver. A organização também necessita
manter-se sempre no processo; sua aprendizagem nunca é “encerrada”, em face da
permanente mudança das condições no ambiente em que ela opera.
Você se percebe aprendendo com o ambiente de trabalho?

capítulo 1 • 19
Atualização permanente
No meio empresarial é frequente dizer "nossos funcionários são nossos recur-
sos mais importantes”. Todavia, hoje não se pensa num equipamento ou sistema
operacional funcionando da mesma forma por dez anos ou mais. Nesse período,
mudanças são introduzidas no ambiente e novas tecnologias precisam ser adotadas
para manter a empresa no seu mercado. Ou seja, todos os recursos precisam ser
atualizados. E, se as pessoas são os “recursos mais importantes”, a responsabilidade
da empresa por essa atualização é ainda maior. Ela necessita atualizar cada um de
seus colaboradores. É essa atualização, precisamente, que irá propiciar a absorção
e uso das demais, mantendo a empresa sempre “atualizada”.

O Aprender das Organizações


Da mesma forma como ocorre com as pessoas, a organização não pode parar
de aprender. Pois é a aprendizagem organizacional que a mantém em permanente
estado de adaptação, modificando e recriando seus processos internos e externos.
Se uma organização para de aprender, para de se auto organizar, é ultrapassada
pelos concorrentes e morre.

A aprendizagem é acompanhada de uma ação que lhe corresponde. Para o


funcionário de uma empresa, este aprendizado se faz no dia-a-dia das atividades,
com inovações, criatividade, correções. Esse processo, que não se encerra, é cha-
mado na teoria organizacional de aprendizagem de 2º nível: um estado de perma-
nente aprendizagem, onde o aprendiz aprende a aprender, ou seja, o que ele sabe
agora é aprender.

O significado de um sistema de informações gerenciais e as


principais causas de falhas ocorridas no ambiente de tecnologia da
informação

Podemos definir um sistema como sendo um conjunto de elementos inter-re-


lacionados, cada qual desempenhando uma função, para, de forma integrada e
coordenada, contribuir e garantir que o objetivo do sistema seja atingido.

capítulo 1 • 20
software

© ICONIC BESTIARY | SHUTTERSTOCK.COM


hardware

Rela
tório
Men
sal

powerpoint
windows

excel
usuário

Relató
rio M
ensa
l
dados

Figura 1.10 – Componentes de sistema de TI.

Sistema de informação é um tipo de Sistema cuja finalidade é prover informa-


ção para as empresas.

Entrada Processamento Saída

Retroalimentação Controle

Figura 1.11 – Retroalimentação e controle.

Para prover Informação, é necessário o emprego de processos que transfor-


mem dados em informação.
•  Dados X Informação
•  Dado = fato isolado, sem valor em si. Forma bruta.
•  Informação = dados organizados (processados) de tal forma que tenham
valor agregado.

capítulo 1 • 21
Dados Processamento Informação

Figura 1.12  –  Dado X informação.

Dado:
Dado é um símbolo, uma letra ou número, como, por exemplo, nome, ende-
reço, número, horas, fotos, figuras, vídeos.
Os dados são apresentados de forma primária, como que em formato bruto.
Exemplo:
A empresa fechou o ano com um faturamento de R$12 milhões.

Informação:
Quando os dados (fatos) estão organizados, arranjados e relacionados de uma
maneira significativa, eles se tornam informação. A definição de diferentes relações
resulta em diferentes informações.
Regras e Relações podem ser estabelecidas para organizar os dados em infor-
mação útil e valiosa.
Exemplo:
A empresa fechou o ano com um faturamento de R$12 milhões, superando a
meta que era R$10 milhões, o que equivale a 20% além da meta.

Níveis da Organização e os Tipos de Sistemas


Com as operações (transações) organizadas, percebeu-se a possibilidade dos SI
ajudarem também aos gestores de nível médio (gerentes) e os gerentes necessitam
ter acesso a informações que possibilitem ajustar o processo de tomada de deci-
sões. Tais decisões precisavam de informações mais específicas, mais agrupadas,
que as apresentadas pelos Sistemas de Processamento de Transação (SPT), com
informações de maior Complexidade, agrupando e processando informações de
cunho operacional.

capítulo 1 • 22
Sist. de Nível
Inform. Estratégico
Estratégico

Sistema de
Nível
Informação
Gerencial
Gerencial

Sistema de Nível
Processamento de Operacional
Transações

Figura 1.13  –  Sistema de Informação Gerencial – SIG.

Visão do profissional de informática com relação à aprendizagem


organizacional e ao seu papel

O profissional de informática (Tecnologia da Informação) atua diretamente


no planejamento, implementação e implantação de soluções de TI. Desta forma,
é imprescindível que entenda o que é vulnerabilidade dentro do contexto orga-
nizacional, os principais tipos existentes e as principais ferramentas de análise de
vulnerabilidade de segurança.
Afinal, segurança 100% não existe.
Vulnerabilidade é a ausência, falha ou fraqueza nos procedimentos de segu-
rança, que podem ocorrer acidentalmente ou intencionalmente e resulta em uma
brecha ou violação da política de segurança.

No contexto da vulnerabilidade, alguns exemplos:


•  Acesso não autorizado - relacionada a controles de acessos;
•  Ameaça de perda de dados - planejamento ineficaz da contingência;
•  Ameaça de incêndio - relacionada a uma inadequada prevenção con-
tra incêndio;
•  Porta de comunicação aberta;
•  Porta de firewall aberta;

capítulo 1 • 23
•  Senha de acesso a um servidor ou software que nunca é trocada;
•  Carpete inflamável;
•  Ausência de controle em procedimentos de segurança.

TIPOS DE VULNERABILIDADES:
Instalações inadequadas; ausência de recursos para o com-
FÍSICAS bate a incêndio;
disposição desorganizada dos cabos de rede.

Ambientes sem proteção contra incêndio; locais próximos


NATURAIS a rios são propensos a inundações; terremotos, maremotos
e etc.

Defeitos de fabricação.
Configuração que pode permitir o ataque.
HARDWARE Ausência de atualizações de acordo com as orientações
dos fabricantes.
Conservação inadequada dos equipamentos.

Configuração e instalações indevidas dos softwares.


SOFTWARE Sistemas operacionais com portas abertas.

Armazenamento incorreto – dados ficam vulneráveis


e poderão afetar a integridade, a disponibilidade e a
ARMAZENAMENTO confidencialidade.
Possíveis causas: defeito de fabricação, uso incorreto, locais
de armazenamento com alto índice de umidade.

Afeta todo o tráfego de informação.


COMUNICAÇÃO Má escolha dos sistemas de comunicação.
Ausência de criptografia nas comunicações.

Vandalismo, vírus, pirataria.


HUMANAS Senhas fracas.

Para combater as vulnerabilidades e garantir entregas com qualidade e con-


forme as especificações dos clientes, é necessário o apoio da alta administração da
empresa para que os processos de gestão da TI sejam eficientes e eficazes e que
cumpram os acordos de nível de serviço.

capítulo 1 • 24
MULTIMÍDIA
Acesse o link: <http://www.cultura.ufpa.br/dicas/net1/int-his.htm>
Assista ao vídeo: <https://www.youtube.com/watch?v=S6e7ithDOs8> , Entrevista com
prof. Dr. Laan Mendes de Barros sobre a sociedade da Informação ou Sociedade Midiatizada.
Acesso em: 13 jul. 2016.
Assista ao vídeo: <https://www.youtube.com/watch?v=SJIim-WwVnQ>, produzido para
o I Módulo do curso de Especialização em Letramento Informacional da FIC/UFG. Acesso
em: 13 jul. 2016.

LEITURA
Leia o artigo Meu primeiro computador pessoal de Júlio Daio Borges.

Meu primeiro computador pessoal


Autor: Julio Daio Borges

"Eu não lembro porque, de repente, quis um computador pessoal em 1985. Porque, tal-
vez, desde 1983, o videogame já estivesse presente em nossas vidas, minha e do meu irmão
(minha irmã nunca se interessou muito). Na minha cabeça, deveria ser algo como um video-
game mais sofisticado – e meus pais devem ter percebido esse meu anseio, porque eu e meu
irmão ganhamos, no Natal daquele ano, nosso primeiro computador pessoal: um Apple II+,
fabricado aqui, no Brasil, pela Unitron.
Eu lembro também que, nessa época, o computador pessoal estava em todo lugar –
como uma novidade. Em 1985, não havia lojas de informática (não havia nem a palavra),
mas havia as lojas de “cine, foto & som”, como a Áudio e a Fotoptica. Eu lembro ainda de
“namorar” computadores pessoais no extinto Mappin. Outras lojas de eletrodomésticos, como
a G. Aronson, deviam também comercializar, porque o nosso videogame, por exemplo, estava
sempre associado a eletrônicos e a televisores em geral.
Meu interesse, modesto, era, inicialmente, por um TK 85. O TK 85 equivaleria a o quê
hoje? Não sei dizer. Depois meu interesse se voltou para um CP 400 e, logo a seguir, para
um CP 500. Era aquele tipo de computador que tinha o teclado, o monitor e provavelmente
o disk drive integrado numa só peça. Decorativamente falando, devia ser horroroso, mas eu

capítulo 1 • 25
achava o máximo (e olha que nem existia essa expressão). Penso que o Papai anunciou, em
algum momento, que nós ganharíamos um Unitron, mas quando efetivamente ganhamos eu
não sabia nada sobre aquela máquina (nunca tinha visto) – e fiquei encafifado... Lembro que,
naquele Natal, fomos assistir à missa do galo e eu, por alguma razão, tive de voltar ao carro e
– sem querer ou querendo – abri o porta-malas e espiei o computador que, à meia-noite, ga-
nharíamos, eu e meu irmão. Um monte de caixas. Depois, transportamos e embalamos – num
saco de Natal, de Papai Noel? – para a minha irmã, ainda menina, não desconfiar de nada...
Na noite mesma do Natal, eu abri as caixas, desembalei tudo e empilhei as peças do
computador – sem entender ainda direito como elas se interconectavam –, com a ajuda do
meu irmão. Existem, inclusive, fotos de mim ao lado da máquina (se eu encontrar, prometo
que levo ao ar...). Passava o Natal conosco o futuro marido de uma prima, que sempre me
falava no programa “Lotus”, então pedi a ele que nos ajudasse a ligar. Ele não sabia.
Passamos o dia seguinte tentando encontrar uma combinação possível de cabos, portas
de entrada & saída, e peças que funcionassem. Não havia manual. Ligávamos a CPU, ela
dava boot no disk drive, que parecia um pássaro cacarejando, com a luz vermelha sempre
piscando... Ligávamos o vídeo, ou “monitor”, mas, na tela, nada aparecia. Demoramos um certo
tempo para descobrir, por exemplo, que havia um “disco de inicialização”, que o computador
lia, e então, só assim, as coisas aconteciam...
Não era como o videogame que você ligava e já aparecia uma tela de apresentação,
com opções. Você enfiava um cartucho e o jogo começava a funcionar. Os comandos eram
poucos, e básicos. Manuais. No computador, não: o computador era uma máquina programá-
vel – a primeira de nossas vidas – então, imagine, as possibilidades eram infinitas... Mas nós,
claro, não sabíamos.
Depois de descobrirmos o disco de inicialização, nossa vida ficou mais fácil. Vinha junto
um livro – que acho que guardo até hoje – e ele ensinava alguns comandos bem gerais. Na
capa se lia “Basic”. Foi uma festa quando descobrimos a instrução “catalog”, que listava o que
havia no disco em questão. Descobrimos, da mesma forma, a instrução “run”, para executar
um arquivo. E, depois de muitas tentativas, a “brun”, para executar programas escritos em có-
digo de máquina. Nessa altura, já rodávamos uma aplicação para música e um programinha
tipo Windows Explorer (sic): bastava digitar “run aux” e apertar “return”.
Devorei nas semanas – ou nos meses – seguintes o livro de Basic, da Unitron. Foi meu
primeiro curso de programação. Eu escrevia programinhas básicos, claro, para mostrar pa-
lavras na tela, para trabalhar com as posições dos caracteres no monitor. No shopping, na
Siciliano, descobri, lá no fundo, outros livros de programação, com programas de jogos. Eu e
o meu irmão jogávamos. Eram jogos em texto, onde o computador praticamente “conversava”
com você. Do videogame, que era gráfico, para o computador, que era puro texto, foi um do-
wngrade considerável em termos de apresentação, mas nós nem ligávamos.

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Lembro de um aniversário em que eu passei, de manhã até a tarde, programando para
meus amigos, que seriam convidados. O computador perguntava o nome da pessoa e, em
seguida, brincava com as letras, com as sílabas, fazendo-as dançar, juntando em blocos,
subindo e descendo, enchendo e esvaziando a tela... mais para frente, fazia umas perguntas
bobas e dava algumas respostas engraçadas. Meus amigos se divertiam e davam risadas.
Foi uma revelação quando eu e meu irmão descobrimos que poderíamos gravar os
nossos programas em disco. (E eu devo ter ainda alguns desses programas... Será que os
disquetes ainda funcionam?) Agora não era mais preciso passar o dia inteiro digitando o
programa, para ele rodar na memória, e se perder para sempre no escaninho do computador,
quando nós o desligássemos... – agora poderíamos gravar e continuar no dia seguinte. Está-
vamos descobrindo o fogo, eu e meu irmão.
Comecei a comprar, nas bancas, a revista Micro Sistemas e a minha maior admiração,
nessa época, era um sujeito que tinha doze anos (um ano a mais do que eu), chamado Eduar-
do Saito, e que publicava mensalmente seus programas. Eu copiava o código e aprendia um
monte de coisas com a Micro Sistemas e com o Eduardo Saito. Quando entrei na faculdade,
em 1992, me deu um orgulho meio besta ao observar que, junto comigo, em Mecatrônica (eu
havia entrado em Elétrica/Computação), estava lá... o Eduardo Saito! Oito anos se passaram
se que tivesse ouvido falar de novo do Saito...
Na Micro Sistemas, ainda, havia anúncios de vendedores de software. Lembre-se: não
havia internet, ninguém, da minha idade, tinha computador... de onde nós iríamos tirar mais
programas? Um anúncio me chamou a atenção: “Aplicativos a preço de banana”. Era lá na
Conchinchina. Passamos uma tarde de carro, para chegar no tal lugar. Antes havíamos ido
até a Unitron, no bairro da avenida Água Fria, para ver se eles nos conseguiam alguns progra-
mas – mas o único que obtivemos, deles, foi uma aplicação para converter de cruzeiros para
cruzados... Então, para o Natal do outro ano, eu pedi ao Papai (Noel) uma porção de progra-
mas. Fui para as férias sonhando com aqueles programas. E voltei ainda sonhando. Eram, na
maioria, jogos. E algumas aplicações – para as quais, naquela idade, eu via ironicamente pou-
ca aplicação. Em pleno início da adolescência, quem iria precisar de uma planilha – Visicalc –,
por exemplo? Um dos nossos jogos preferidos era o Karateka, e havíamos recém-adquirido a
sua “parte II”, ou continuação. O Karateka I havia sido gravado, para nós, por um bondoso ven-
dedor da Fotoptica, ou da Áudio, não lembro mais. Passávamos as tardes jogando e “passan-
do de fase”, eu e meu irmão. Meu melhor amigo da escola, na época, também jogava o jogo
na loja de sua mãe, uma confecção na rua João Cachoeira, onde se precisava, igualmente,
de computador. Dávamos dicas um para o outro, na escola, de manhã – e jogávamos à tarde.
Em todas as datas comemorativas, dali por diante, quando eu tinha direito a algum pre-
sente, eu sempre escolhia alguma coisa para o computador. Foi assim que ganhei uma ex-
pansão de memória, para 128 Kb, que eu mesmo instalei, uma placa CPM (para planilhas

capítulo 1 • 27
e bases de dados!), um segundo disk drive – para copiar disquetes era bem mais rápido –,
uma impressora e até uma placa para ligar na televisão e ver aquelas sete ou oito cores (em
alta resolução, HGR), que não sei se eram piores ou melhores do que o preto & branco (ou o
fósforo verde com fundo preto)...
A impressora foi um capítulo à parte. Era caríssima – mais cara do que qualquer outra
peça do computador. Mais cara que o próprio computador. Duas vezes mais cara; três vezes
mais cara... Mas, num esforço por parte do meu Pai, nós ganhamos. Devorei, dessa vez, o
manual da impressora. Era escrito por um ex-professor do meu Pai, da engenharia do Mac-
kenzie... Provavelmente dois dos programas mais sofisticados que eu desenvolvi naquele ano
– 1986 – foi um relacionado à Copa do Mundo e outro a uma base de dados para arquivar
fitas de vídeo (VHS). No da Copa, a coisa funcionava como uma tabela eletrônica, e você ia
marcando os resultados dos jogos. O programa ia avançando nas chaves e mostrando as
oitavas, depois as quartas de final e, por último, a final. Ele ficava triste e soltava um muxo-
xo toda vez que o Brasil perdia. No dos vídeos, eu podia cadastrar títulos, atores, diretores
(creio), ano e dar uma “nota”. Depois imprimir relatórios, usando os recursos de texto da
impressora. (Já fazia crítica de cinema e nem sabia...)
Ainda programei o computador usando a revista americana Nibble, que eu comprava
também na Siciliano. Era em inglês e eu aprendia sempre um pouco da língua. Via os anún-
cios dos computadores originais da Apple e ficava babando... O auge da minha interação
com a revista foi adquirir um jogo, Spy vs. Spy II, pelo correio. Não tinha cheque, muito menos
cartão de crédito, quanto mais internacional: enfiei uns dólares que havia ganho de algum
parente, de aniversário ou Natal, num envelope, escrevi uma carta falando que não podia
remeter, do Brasil, “checks” ou “money orders” (vales-postais) e... meses depois... o pacote
chegou. Cheio de isopor picado, como hoje chegam os livros da Amazon.
Meu irmão, embora não programasse, continuou interessado no computador – princi-
palmente na parte de jogos e num programa que tínhamos para gerar trabalhos (apresen-
tações?) na impressora, o Print Shop. Nossas primas gostavam muito dessa aplicação (dos
papéis de carta, dos cartões e tal). E, em umas férias, disputávamos tanto a máquina com um
primo que decidimos cronometrar, e alternar, o tempo de cada um na frente do computador.
Era meia-hora para cada. Eu, quase sempre, usava a minha meia-hora para programar.
O computador foi ficando meio de lado à medida que fomos “crescendo”. Veio outro
videogame, o Nintendo. E veio, principalmente, as festinhas, as matinês nas boates – mais
notadamente na Up&Down. As meninas encabeçavam a minha nova lista de interesses – e
eu voltei ao computador, no colegial, meio que por causa delas... Foi por causa do Videotexto,
da extinta Telesp, “usado” e “frequentado” por colegas da minha nova escola.
Seguindo a minha série de peripécias, comprei e instalei um modem. Não havia cabo
próprio e eu tive de soldar fio a fio, para fazer funcionar. Compensou. Mormente por causa

capítulo 1 • 28
do Vídeopapo e da Vídeomensagem, o Orkut da época. Nós nos correspondíamos com me-
ninas que conhecíamos ali e, às vezes, íamos encontrar no shopping. Não deu em nada, claro
– ou, para um colega contador de vantagens, até deu... Ele ia aos encontros do Videotexto.
Roubava uma porção de senhas e hackeava inocentemente as caixas postais do pessoal.
Estávamos em 1990. A WWW seria inventada em 1991, por Tim Berners-Lee. Era a internet
da época.
Eu escrevi este texto porque, em abril de 2006, a Apple e o computador pessoal fizeram
30 anos. No ano passado, eu fiz 20 anos de programação, e de computador – mas não tive
muito tempo para comemorar... Nem preciso dizer como toda essa história foi central para eu
ser o que sou (e quem eu sou). Então, quando falam aquelas bobagens, de que não existem
mais gênios hoje, eu tenho vontade de perguntar: “E o Steve Jobs? E o Steve Wozniak?”.
Você já pensou o que seria do mundo, da internet, até das empresas, do Bill Gates, do Goo-
gle, sem o computador pessoal?"
Publicado em "Digestivo Cultural" - Sexta-feira, 20 fev 2007 . Retirado de: <http://
www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=1911>. Reproduzido com a
permissão do autor

ATIVIDADES
Vamos praticar um pouco os conceitos aprendidos. Responda as seguintes questões.

01. Ao abordar o tema informática e sociedade, está correto afirmar:


I. A possibilidade de compartilhar conhecimento é uma vantagem trazida pela formação
das redes sociais.
II. Um dos aspectos decorrentes da informática é o aumento do nível de educação e ca-
pacitação profissional de toda a população. Nesse contexto, a educação a distância on-line
mostra-se como uma possibilidade de resposta a esta demanda.
III. Quanto mais informalizada estiver a produção (e o consumo), mais trabalho haverá de
concepção de projeto e de programação.
IV. A informática avançou nos processos de produção, que requerem cada vez mais o tra-
balho de construção de desenhos, mapas, tabelas, fórmulas, horários, roteiros e planos em
todos os seus níveis.
a) Apenas I, II e IV estão corretos. d) Apenas II, III e IV estão corretos.
b) Apenas I, III e IV estão corretos. e) Todas corretas.
c) Apenas I, II e III estão corretos.

capítulo 1 • 29
02. Ao abordar o tema informática, é correto afirmar:
I. O recuo nos processos de produção requer cada vez mais a confecção de desenhos,
mapas, tabelas, fórmulas, horários, roteiros e planos em todos os seus níveis.
II. Os agentes sociopolíticos brasileiros construindo conhecimentos próprios estão instru-
mentalizados para avaliar as oportunidades de trabalho e incluí-las na pauta da negociação
dos incentivos aos investimentos econômicos.
III. Um novo humano será forjado na economia intensamente informalizada. Com isso, as-
sim como o tomate natural não é competitivo, o operário tradicional não tem empregabilidade.
Ambos estão condenados.
a) Somente II está correto. d) Somente I e II estão corretos.
b) Somente III está correto. e) Somente I e III estão corretos.
c) Somente II e III estão corretos.

03. O profissional de tecnologia da informação atua diretamente no planejamento, imple-


mentação e implantação de soluções de TI. Desta forma, é imprescindível que entenda o
que é vulnerabilidade dentro do contexto organizacional, os principais tipos existentes e as
principais ferramentas de análise de vulnerabilidade de segurança.
I. Segurança 100% não existe.
II. Vulnerabilidade é a ausência, falha ou fraqueza nos procedimentos de segurança.
III. Vulnerabilidade pode ocorrer acidentalmente ou intencionalmente e resulta em uma bre-
cha ou violação da política de segurança.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) Somente II está correto. d) Somente III está correto.
b) Somente I e II estão corretos. e) Somente II e III estão corretos.
c) Todos estão corretos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASHLEY, P. A. Ética e responsabilidade social nos negócios. 2a ed. -São Paulo (SP), Saraiva,
2005.ISBN:8502050672.
CHIAVENATO, I. Comportamento Organizacional, Ed. Campus, 2009, ISBN: 9788535237559.
SCHAFF, A. A sociedade Informática: as Consequências Sociais da Segunda Revolução Industrial.
São Paulo: Editora da Universidade, 4ª ed., 2005.
VALLS, A. L. M. O que é ética. São Paulo: Brasiliense, 9ª ed., 1994.

capítulo 1 • 30
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios, 3a. ed. Rio de
Janeiro (RJ): Campus, 2008.ISBN: 9788535232707
DORNELAS, J. C. A. Planos de Negócios que Dão Certo: Um Guia Para Pequenas Empresas.
Editora: Elsevier, 2007.
SENGE, P. Quinta Disciplina, Caderno de Campo. Qualitymark, 1997.
WARDMAN, K. Criando Organizações que Aprendem. Futura, 1996.

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capítulo 1 • 32
2
Profissional da
informática e a
sociedade
Profissional da informática e a sociedade
As metodologias de comportamento organizacional influenciam na adminis-
tração dos negócios de modo que se pode avaliar o resultado do trabalho dos
profissionais qualificados em prol da sociedade. As organizações exercem uma
grande influência na vida das pessoas, não somente incentivando a produtividade
e também o bem-estar, mas impondo respostas cada vez mais rápidas para vencer
as pressões sociais, econômicas, culturais, tecnológicas e políticas.
A compreensão dos processos de informatização é de primordial importância
para que haja a inclusão digital, e dessa maneira existem métodos que compõem o
processo de criação e atribuição de valor nas empresas, o qual se destaca através do
uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, e que pode refletir também
em seu perfil digital, por isso, nesse cenário nada melhor que perceber a necessi-
dade do profissional do TI ao analisar cuidadosamente os indicadores sobre o uso
do conhecimento e suas influências.
Atualmente, vivenciamos uma fase de transição da Sociedade Pós-Industrial
para a Sociedade da Informação, devido à modificação nas relações e nas estrutu-
ras de todas as camadas sociais que ocorre devido à extensas redes sociais e também
por causa da forte e crescente comunicação de dados. O que se percebe é que
esta mudança tende a ocorrer até chegarmos à era da chamada de Sociedade do
Conhecimento, onde os recursos são compartilhados, o conhecimento é coletivo
e a informação é tida como um bem comum.

OBJETIVOS
Neste capítulo, serão discutidos como as metodologias de comportamento organizacio-
nal influenciam na administração dos negócios, deste modo se busca avaliar o resultado do
impacto que os profissionais qualificados podem causar na sociedade. As organizações exer-
cem uma grande influência na vida das pessoas, não somente incentivando a produtividade e
também o bem-estar, mas impondo respostas cada vez mais rápidas para vencer as pressões
sociais, econômicas, culturais, tecnológicas e políticas. Neste contexto, serão tratados, tam-
bém, os aspectos éticos e morais no ambiente da tecnologia da informação.

capítulo 2 • 34
O emprego dos recursos de informática nas organizações

O ser humano possui uma capacidade ilimitada de pensamento que pode ser
utilizada para desenvolver e inventar aparatos tecnológicos. Muitos consideram
o fogo como uma das primeiras descobertas mais marcantes feitas pelo homem,
seguido de seu aperfeiçoamento. Hoje temos o computador e a transmissão de da-
dos em escala mundial, conhecida como Internet, que revolucionou o mundo. E
com isso vemos que os avanços tecnológicos são guiados a partir das necessidades
que temos de praticidade em nossos dias.
A informatização crescente que se iniciou na década de 60 e que vem ocorren-
do até os dias atuais se destaca pela utilização e a gerência de seus recursos, os quais
incluem as Tecnologias de Informação e Comunicação e os sistemas de informa-
ção, os quais estão interligados, alcançando as mais diversas áreas da sociedade,
proporcionando assim o desenvolvimento e o bem-estar de todos.
Por isso, com a tendência da informatização se popularizando, as companhias
trazem novas formas organizacionais, também chamadas de redes e novos merca-
dos, o que em um ambiente globalizado é visto como um diferencial, pois com
a informação do conhecimento se propagando, representa uma fonte de atração
para clientes, alcançando mercados inexplorados através de negócios inovadores.
A tecnologia presente nesse processo de informatização progressivo é vista
como um instrumento gerencial, de maneira que a Tecnologia da Informação é
inserida nas mais diversas áreas e está presente nas atividades de gestão e plane-
jamento, no relacionamento com clientes e nas relações com governo e consu-
midores, de modo a ser utilizada com o objetivo de atrair e manter os negócios
em funcionamento.

Avanço Tecnológico
Hardware

Software

Serviço

Figura 2.1  –  Elementos principais do avanço tecnológico.

capítulo 2 • 35
A informatização, não se restringe somente às organizações, pois também po-
demos perceber que ela ocorre de forma ampla na sociedade e nos indivíduos, e
assim vemos uma gama de conhecimento e aplicação de suas habilidades sempre
ligadas ao uso da TI, que resultam na busca qualitativa de informações e conheci-
mento, na atuação e interação em redes sociais e também na atualização constante
no uso das mídias.
Esse processo descrito anteriormente é conhecido como inclusão digital, e por
isso é de extrema importância compreender que a informatização da sociedade
deve ter em vista a aplicação de políticas bem definidas e através de uma estrutura
de telecomunicações adequada para que o desenvolvimento alcance novos níveis
de conhecimento em prol de todos, pois o saber deve ser livre e compartilhado.

Figura 2.2  –  Inclusão digital. Fonte: http://www.emap.ma.gov.br/emap/gestao/


responsabilidade-social.

A inclusão digital proporciona o acesso a tecnologias, de modo que é neces-


sário sempre o incentivo à pesquisa, para que ocorram inovações que visam o
desenvolvimento social como benefício. Dessa maneira, deve haver um ensino
estimulando novas ideias e conhecimentos para que haja o aperfeiçoamento cien-
tífico contínuo.

capítulo 2 • 36
CMMI

Vemos com isso que a educação é a principal área responsável pela difusão
de informações e conhecimentos, visto que é a mais influenciada, pois somente
ao diminuir a disparidade existente entre os níveis de saber tecnológico dentro
da sociedade, que se reduzem os índices da violência e desordem, pois vemos a
grande velocidade às respostas que os próprios centros de ensino impõem. Mas
não é somente isso!
Ainda assim, com o crescente grau de informatização na sociedade e a Inclusão
Digital nas organizações em nível de negócios, surge o CMMI (Capacity Maturity
Model Integration), um modelo de referência com diversas práticas gerenciais, que
serve para aperfeiçoar a gestão dos negócios, através do conhecimento que apre-
senta um maior ou menor grau de amadurecimento da organização em termos de
tecnologia da informação.
O modelo CMMI para alcançar sua maturidade passa em sua fase inicial por
um processo imprevisível e pouco controlado. Dessa maneira ao investir no geren-
ciamento se verificam melhorias considerando sua aplicação voltada aos projetos.
Para que se alcance um processo proativo é de tamanha importância que haja um
grau de definição. E esse processo desenvolvido e gerenciado a nível quantitati-
vo deve ser aplicado a um processo medido e controlado. Para que se busque a
otimização e alcance o mais alto nível de maturidade, deve-se focar na melhoria
do processo.
A organização também pode utilizar-se dos inúmeros benefícios, vantagens
e recursos oferecidos através da informatização para promover-se; esse processo é
conhecido como estratégia de marketing, na qual descreve seu perfil tecnológico
alcançando uma maior visibilidade, oferecendo seus produtos e serviços para a
sociedade com uma maior abrangência.
O perfil da empresa atualizada e conectada pode ser visto por essa perspectiva
desde um nível mais básico, onde se buscam diferenciais competitivos através dos
recursos de TI, passando por um nível intermediário, onde a melhoria da qua-
lidade das informações é realizada para apoiar o planejamento e o controle das
operações, até chegar a um nível mais avançado, o qual se destaca pela integração
e coordenação das atividades da empresa em rede, buscando uma maior integração
com o ambiente social.

capítulo 2 • 37
Processo aperfeiçoado
5 - Otimização continuamente

4 - Gerenciamento Processo controlado


CMMI

3 - Definido Processo padronizado

2 - Repetível Processo disciplinado

1 - Inicial Processo imprevisível e sem controle

Figura 2.3  –  Níveis do CMMI.

Com isso a empresa digital é aquela que alcançou o terceiro nível, empre-
gando e possibilitando que através de um diálogo se maximizem os recursos de
TI para a realização de todas as suas atividades fundamentais, como a gestão, os
negócios, os processos, seus relacionamentos, o controle de qualidade, a estratégia
na inteligência competitiva e a gestão do conhecimento.
O mercado de TI sofre impactos, não necessariamente negativos, mas sempre
determinados por tendências como o comportamento do consumidor, as estra-
tégias empresariais, a desmaterialização, os dispositivos móveis, crescimento do
volume de dados armazenados, entre outra mais.
Por isso é necessário que o profissional de TI compreenda o mercado e saiba
acompanhar sua evolução, para que possa buscar meios de complementar seus
conhecimentos e habilidades de uma maneira mais autônoma, preocupando-se
constantemente com sua qualificação e atualização.
A inovação de novos processos representa um diferencial para todos aque-
les profissionais que trabalham com a Tecnologia da Informação, e pode-
mos ver exemplos, como: Gerência de Projetos; Reengenharia de processos;
Gerenciamento de Segurança de TI; Mídias Sociais; Games 3D; PCN – Plano
de Continuidade do Serviço; BI - Business Intelligence; Inteligência Artificial;
Web Design; Infraestrutura de TI; GED – Gestão Eletrônica de Documentos;
ERP (Enterprise Resource Planning ou Sistema integrado de gestão empresarial),
CRM (Customer Relationship Management ou gestão de relacionamento com o

capítulo 2 • 38
cliente), Cloud Computing, Livros Eletrônicos; Mobile (iPhone), ITIL, a Robótica
e Nanotecnologia.
A reengenharia é amplamente usada pelas organizações para diversificar e se
manter competitiva no mercado para que possam alcançar as suas metas, reformu-
lando o seu modo de fazer negócios, suas atividades e processos, melhorando sua
performance, e também a partir da aplicação de métricas às pessoas.
O modelo antigo de negócios das empresas ainda é utilizado, mas muitas
companhias preferiram migrar para os negócios eletrônicos criando assim novas
práticas comportamentais devido a informatização e o mundo virtual como estra-
tégia de negócios e permitindo a abertura de novos horizontes.
Hoje vemos novos modelos de negócios conhecidos como B2B, B2C, C2B,
C2C entre outros. O B2B (Business to business) é aquele que ocorre entre grandes
empresas, já o B2C (Business to consumer) ocorre entre o consumidor e a empresa
tipicamente em vendas de varejo, o C2B (Consumer to business) é aquele que o
consumidor oferece produtos e serviços para as empresas e o C2C (Consumer to
consumer) é aquele que acontece entre pessoas.
Além desses modelos de negócios utilizam a Internet para se desenvolver atra-
vés de ferramentas para gerência de negócios e um desenvolvimento dentro dos
mercados em que operam, temos configurações dos processos de negócios que
surgiram para organizar e estruturar melhor as empresas, como: BI, KM, SCM,
CRM e ERP.
O BI, mais conhecido como Business Intelligence, é a inteligência empresa-
rial utilizada para tomar decisões desenvolvendo uma solução de análise de dados
considerando as diversas tecnologias dos sistemas de informação para determinar
as informações relevantes.

KNOWLEDGE MANAGEMENT É responsável pela busca de conhecimento


útil nas informações para que se possa valo-
– KM (GESTÃO DO rizar o capital intelectual da empresa através
CONHECIMENTO) de práticas de organização e difusão.

O controla as negociações com os forne-


SUPPLY CHAIN MANAGEMENT cedores para que se evitem desperdícios
– SCM (GESTÃO DA CADEIA ou compras desnecessárias para empresa,
LOGÍSTICA) permitindo a gerência e um controle de ne-
gociações com fornecedores.

capítulo 2 • 39
O estuda o comportamento do cliente e sua
CRM (COSTUMER relação com a empresa, de modo a oferecer
RELATIONSHIP MANAGEMENT) uma melhor experiência em todos os negó-
cios realizados.

O é responsável por sua aplicação a todas


as informações de negócios da empresa
desde as compras, vendas, recursos hu-
ERP (ENTERPRISE RESOURCE manos, pagamentos, fornecedores, sendo
PLANNING) possível visualizar os resultados da empresa
para permitir a tomada de decisões de for-
ma muito mais rápida

Governança de TI

O grau de informatização em uma empresa é um fator demasiadamente im-


portante, pois define o quanto está inserida tecnologicamente e preparada para
lidar com a tecnologia, sendo através de análise e aplicação no meio empresarial
que se pode alcançar melhores resultados nos negócios, de maneira que para via-
bilizar essa melhoria são adotadas quatro dimensões com os valores primordiais da
Tecnologia da Informação: seus ativos, o uso organizacional, a gestão (governança)
e a medição dos impactos causados.
A Tecnologia da Informação como ativo representa um valor agregado pelo
uso das TICs, já que com o surgimento da globalização a concorrência se mostra
intensa e impecável, por isso para prosperar é preciso criar um alicerce tecnoló-
gico, onde nesse ambiente a informatização é tão importante que não pode ser
encarada mais como despesa ou mero luxo, pois sua utilização eficiente prioriza
os negócios.
Para que isso aconteça deve entrar em cena o planejamento estratégico para
determinar se a área de Tecnologia da Informação e os negócios estão alinhados,
de modo a identificar se a organização atinge um nível ótimo de sua utilização,
bem como se todos na organização conhecem e entendem os objetivos da infor-
matização, se há uma verificação eficiente no gerenciamento de incidentes e de
riscos e também se os serviços de TI apresentam qualidade, de modo a formar uma
concorrência em relação aos processos informatizados.
A gerência de operação e controle cuida dos serviços de TI e verifica se eles
são entregues de acordo com as prioridades, além de estudar como os custos po-
dem ser otimizados, verificando se as pessoas estão aptas a usar os recursos de TI,

capítulo 2 • 40
os serviços apresentam confidencialidade, integridade e disponibilidade de forma
segura e se há medições de desempenho.
Vemos que um importante objetivo das organizações em relação às Tecnologias
de Informação e Comunicação se refere à visão que apresenta no mundo dos
negócios, por isso o marketing é uma ferramenta que pode conferir um maior
valor agregado e também aumentar a visibilidade, já que a informação no mundo
atual caminha rapidamente, e desse modo pode ser feito através de estratégias de
controle, de planejamento de custos, pode ser adotada uma posição, defensiva,
agressiva ou estratégica.
Com isso vemos que é importante adotar um planejamento de TI, e desse
modo para a Governança de TI existe o COBIT (Control Objectives for Information
and related Technology), que possui uma série de recursos que podem servir como
um modelo de referência para gestão da TI, com objetivos de controle, auditoria
e um guia com técnicas de gerenciamento.
Control Objectives for
COBIT Information and related
Informação Technology
Technology Governança de TI
Infraentructure
Library
Planejamento
Contratações

Internacional
Aplicações
Segurança

Qualidade
Serviços

Projetos

ITIL ISO 9000 Organization for


Seis Sigma
Standardization

Gestão de TI
Balanced
CMMI ISO 17799 PMBOK BSC-TI Scorecard: medição
de desempenho
Project Management Body of Knowledge

Figura 2.4  –  Processos da Governança de TI.

O gerenciamento de serviços de TI ocorre em nível de Service Desk, onde se


subdivide nas áreas de Suporte de Serviço e a de Entrega de Serviço, fundamentais
para que se alcance um melhor gerenciamento dos recursos informáticos. Na área
de Suporte de Serviço se encontram: a Gestão de Incidentes, a Gestão de Problemas,
a Gestão de Mudança, a Gestão de Configuração e a Gestão de Liberação. Já a área
de Entrega de Serviço há: o Gerenciamento de Disponibilidade, a Gerência de

capítulo 2 • 41
Capacidade, a Gerência de Continuidade de Serviço de TI, a Gerência Financeira
de TI e a Gerência de Nível de Serviço.
Com isso, vemos que os indicadores de desempenho e qualidade de serviço
em TI promovem a realização de processos com foco na melhoria na qualidade
do serviço, os quais podem ser medidos e gerenciados, e se elaboram através de
um mecanismo de controle de objetivos, com ferramentas e técnicas de gerência.

Aspectos éticos e morais

É importante analisar os aspectos éticos e morais no ambiente da tecnologia


da informação. A ética relaciona-se ao estudo baseado nos valores morais que
orientam o comportamento humano em sociedade, enquanto a moral são os cos-
tumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade. “Ética” vem
do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”, e “moral” vem do latim
“morales”, que significa “costumes”.
A moral e a ética muitas vezes de forma equivocada são utilizadas como si-
nônimos para representar uma mesma ideia concebida por todos, e por isso va-
mos quebrar esse paradigma. Falar de moral implica no ser humano e sua relação
interna, ou seja, a relação consigo mesmo, um pressuposto intrínseco subjetivo.
Enquanto que a ética é aquela determinada pela conduta que liga o homem ao
meio social, ou seja, a relação ser humano e sociedade.
O profissional de TI, fazendo o bom uso de sua moral quanto as suas compe-
tências, deve ser ético em todas as suas ações e pensar em como isso pode afetar aos
demais, pois uma conduta prejudicial adotada pode trazer consequências e afetar a
todos a sua volta, causando uma cadeia de problemas em uma determinada escala
que pode até chegar à sociedade.
A moral é entendida como a conduta que não é reprovável pelo indivíduo,
ou seja, é algo subjetivo, enquanto que a ética é caracterizada como uma norma
intersubjetiva não reprovável na sociedade. Explicando melhor, a moral se dá com
base nos princípios éticos, sendo tudo aquilo que o ser humano, de forma indivi-
dual ou subjetiva, construiu com base nos costumes, hábitos, cultura, educação,
caracterizando-se por ser uma conduta vinculada ao dever racional, ligada a Ação
Moral para que se faça o certo, por bem.
A moral, nesse sentido, é histórica e, por isso, acompanha o devir (do latim
devenire, chegar - Processo de mudanças efetivas pelo qual todo ser passa: Passar a
ser; fazer existir; tornar-se ou transformar-se) no mundo da vida e, seguindo essa

capítulo 2 • 42
lógica, é vista como um modo de comportar-se específico do homem. Sua origem
etimológica vem do termo moralis, o qual nos remete à tradição latina a partir dos
termos mos, mores, significando um conjunto de normas ou regras adquiridas por
hábito.
Já falamos de moral, agora aquele que age de forma contrária ao dever racional
moral, pode praticar uma conduta imoral ou amoral. A noção de conduta imoral
é descrita quando o indivíduo sabe o que é certo, mas mesmo assim faz algo erra-
do. Vemos que quando um indivíduo não sabe o que é certo ou não conhece os
princípios e as normas morais de um grupo, sociedade ou indivíduos, pratica uma
conduta amoral.
A palavra ética, do grego ethos, significa índole ou conduta no sentido do
modo de ser ou caráter de uma pessoa, mas também tem um sentido de hábito ou
costume, sendo considerada como um pacto tácito de não agressão, pois qualquer
um pode causar um risco a todos, e por isso se busca um equilíbrio na sociedade,
pois esta é a base do Estado, podendo-se falar então em um contrato social. Em
resumo a ética envolve a nossa capacidade de fazer o bem com consciência e res-
ponsabilidade, sempre pensando em como essas ações afetam o próximo.
De acordo com o entendimento da filosofia aplicada à ética, sua definição
pode ser entendida como a ciência do comportamento moral dos homens em
sociedade, uma forma de comportamento humano.
A ética segundo a visão do Dicionário Aurélio Buarque de Holanda: “É o
estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana suscetível de
qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada
sociedade, seja de modo absoluto”. Ou seja, a ética é algo que todo mundo sabe o
que é, mas tem dificuldade de explicar porque quando não está bem explicado se
confunde com a questão moral.
Por isso, não podemos confundir ética com moral, pois são dois institutos
distintos, uma vez que moral significa o conjunto de normas ou regras destinadas
a regular as relações dos indivíduos numa determinada sociedade, enquanto que
ética é ligada a um conjunto de regras e princípios, de uma sociedade, de um gru-
po ou de um indivíduo.
Com a evolução tecnológica e devido a informatização que vem acontecendo
das décadas passadas até os dias de hoje, devemos refletir sobre os aspectos éticos
e legais relacionados ao exercício profissional, pois existem condutas erradas que
muitas vezes vemos acontecer como: o aviltamento de preços, a propaganda en-
ganosa, calúnias, intrigas, contratos de produtos ou serviços defeituosos, agir com

capítulo 2 • 43
inidoneidade para subtrair oportunidades do colega, entre muitas outras ações
desleais. Aí entra em cena a ética do profissional de TI.
A Ética Profissional ou Deontologia nos mostra um conjunto de valores que
devem fundamentar o exercício do profissional de TI, de acordo com seus prin-
cípios. Deontologia significa o estudo dos deveres e, quando seus conhecimentos
são aplicados a Tecnologia da Informação, temos que é o estudo acerca dos funda-
mentos da Informática sob o ponto de vista da Ética.
Muitos profissionais seguem as regras de um Código de Ética, ou seja, é aque-
le que personifica o conjunto de valores partilhados em determinado momento
histórico. Mesmo que o profissional de Tecnologia da Informação não tenha um
Código de Ética escrito, isso não quer dizer que não deva seguir princípios éticos
ou que eles não existem, pois muitas leis ou condutas não necessariamente são
escritas e existem.
A interação entre a sociedade e a informática traz a necessidade de reflexão
sobre o perfil do profissional de TI, sua atuação e postura no dia a dia, bem como
sua formação para o mercado de trabalho. É nessa atuação que o profissional deve
operar a ética de acordo com seus valores subjetivos.
O uso da Tecnologia da Informação provoca inúmeros debates sobre os aspec-
tos legais, como: a Liberdade de Expressão e Privacidade, os Direitos de Imagem,
a Segurança e o mundo virtual, a Pirataria, os riscos do trabalho flexibilizado.
Podemos ver questões que surgem nas empresas como: Registro de domínios,
Contratos e seguro de bens virtuais, Direitos autorais sobre software e hardwa-
re, Invasão da privacidade virtual, Controle legal do conteúdo e forma dos soft-
wares, Provas ilícitas, Assinatura digital, uso indevido de senha, vazamento de
Informação Confidencial, furto de Dados e Concorrência Desleal.
Condutas como o uso não autorizado de marca, download de softwares de
forma ilegal, firmar contratos abusivos e feitos de forma a prejudicar os colabora-
dores, problemas relacionados a segurança e a privacidade podem trazer a respon-
sabilização àquele que faz o mau uso das ferramentas no ambiente de trabalho, e
são só alguns aspectos que também devem ser levados em conta na relação empre-
gado-empresa. A empresa também pode ser responsabilizada por contratos frau-
dulentos de terceirização, processamento de dados, desenvolvimento de sistemas,
serviços relacionados aos dados ou a produtos.
O uso das Tecnologias da Informação e Comunicação envolve aspectos éticos
e legais. A ética profissional tem por objeto o conjunto de valores que uma classe
profissional deve se orientar e seguir para alcançar um “agir profissional” correto

capítulo 2 • 44
e adequado para com a sociedade em que se insere e, no mais das vezes, materia-
liza-se por meio de regras, expressas em códigos de ética, orientadores da conduta
profissional de um dado segmento.
Então extraímos por tudo o que vimos acima que a ética, pauta a conduta do
indivíduo no meio social, portanto, não se pode dizer que é ético Usar a estrutura
de TI corporativa para atividades particulares, a cópia de software sem autori-
zação, a instalação em computadores particulares ou de organizações, permitir o
acesso de pessoas não autorizadas à base de dados com informações de clientes. A
honestidade é uma virtude no campo profissional, se caracterizando por ser um
princípio que não admite diversas interpretações circunstanciais.
O respeito aos segredos dos negócios deve ser mantido, porque uma informa-
ção sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de silêncio é obrigatória.
Por isso que revelar informação sigilosa pode desviar projetos ainda não colocados
para a concorrência antes mesmo que a empresa que os concebeu tenha tido opor-
tunidade de lançá-los.
A competência é tida como a capacidade de executar alguma habilidade ba-
seada em um conhecimento e relaciona-se com a ética, de maneira a proporcio-
nar a melhoria contínua das habilidades, conhecimentos e práticas profissionais
é pré-requisito para a entrega de serviços de qualidade. É necessário, entretanto,
aplicar postura ética e recusar serviços quando não se tem a devida capacitação
para executá-los, pois pode causar algum dano que enseja até responsabilidade.
Vemos a importância da competência como uma atribuição de capacidade,
que pode influenciar no meio social, exemplificamos com erros médicos, jurídi-
cos, informáticos, os quais se caracterizam por causa de não aplicação das infor-
mações que se conhece corretamente, por isso que é importante o investimento na
busca da competência.
A competência é a soma de coragem, compreensão e disciplina, e está ligada a
habilidade, atitude e conhecimento. A Coragem para tomar decisões é indispensá-
vel para a eficiência do trabalho a ser realizado. A compreensão é uma qualidade
que ajuda muito porque é bem aceito pelos que dele dependem, facilitando a
aproximação e o diálogo, tão importante no relacionamento profissional. E por
fim a disciplina, que é um contrato de atitudes, de deveres, de estados de cons-
ciência, que deve formar um código de ética.
Essa tem sido a solução adotada em termos de competência, principalmente,
nas classes profissionais como contadores, médicos, administradores, profissionais
de Marketing, advogados, profissionais de Tecnologia da Informação para que se
possa regular a questão da moral e a utilização da ética.

capítulo 2 • 45
Globalização e pluralidade de culturas

No setor de TI, sabemos que não existe nenhum sistema desenvolvido que seja
isento de erros, ou seguro a ponto de ser invulnerável a invasão, pois por melhor
que seja a construção do sistema existem erros e vulnerabilidades, sendo quase
impossível que se saiba de todas as situações que podem causar problemas.
©© PIXABAY.COM

Figura 2.5  –  Representação da globalização.

Muitas vezes vemos que várias complicações ou fatos imprevisíveis podem


ser causadas pela indisponibilidade dos sistemas, seja por erros internos ou de
processamento, vemos também a inconsistência ou perda de dados, ou mesmo o
acesso não autorizado a informações confidenciais, pois sempre há a possibilidade
de falhas.
A época em que vivemos mostra uma transição, pois com as novas tecnologias
estamos mudando os modelos das sociedades anteriores e transpondo para novas
formas de fazer as coisas, outros valores, mudanças em relação ao trabalho e vida,
que está alcançando uma escala em nível global, onde as fronteiras passam a se
encurtar cada vez mais.
Atualmente temos crimes como a pirataria, que é grave assim como o furto, os
danos causados pelo uso de imagem indevidamente, que torna a reparação muito
difícil, pois a extensão na maior parte das vezes é desconhecida, hoje vemos que

capítulo 2 • 46
deixar o computador desprotegido é tão arriscado quanto deixar a porta de casa
aberta, estando este suscetível a invasões.
No mundo dos negócios, a governança em TI determina regras de conduta
para que haja uma garantia de transparência, confidencialidade, acessibilidade,
integridade às informações, mas essa questão é relativizada, pois muitas equipes,
não possuem este conjunto de valores morais e éticos.
Por isso, não adianta ter uma Política de Segurança da Informação e normas
de utilização de e-mail, internet, rede, dispositivos móveis e demasiadas regras que
são para os funcionários em geral, normalmente os com algum vínculo de trabalho
(CLT ou Contrato de Prestação de Serviço).
É necessário que haja a criação de um Código de Ética de TI, não somente
para funcionários ou colaboradores internos, mas também para abranger aqueles
que estão firmados sobre outros modelos de trabalho que atuam dentro da em-
presa, como os terceirizados, já que há a tendência a popularização desse tipo de
trabalho precário, seja como um fornecedor em projetos, prestador de suporte ou
um atendente externo.
Muitas equipes de TI possuem acesso privilegiado às informações, aos equi-
pamentos e senhas, já que atuam na contenção, na contingência, nos incidentes,
na proteção contra vulnerabilidades. Isso é preocupante, pois é primordial que
exista um código de conduta para conduzir sua atuação, explicitando suas respon-
sabilidades, e se necessário com confidencialidade, até por se tratar de segurança e
proteção das políticas de negócios.
Adotar políticas de condutas pode ser visto como uma prática necessária,
seja em âmbito empresarial ou profissional, e deve envolver as empresas presta-
doras de serviços relacionadas a informática, como as desenvolvedoras, provedo-
res e os clientes, pois é uma forma de gerenciar os riscos aplicados a Tecnologia
da Informação.
Com isso vimos que a Tecnologia da Informação é muito abrangente, pois
hoje estamos centrados no poder da informação e, para haver um modelo que pro-
picie o desenvolvimento da tecnologia e as obrigações dos profissionais, temos que
agir conforme as políticas estabelecidas na empresa e também conforme os nossos
valores, enquanto não existir um código de ética agindo com consciência de modo
não causar nenhum tipo de dano às empresas e aos indivíduos.

capítulo 2 • 47
MULTIMÍDIA
Acesse: <http://www.devmedia.com.br/etica-em-informatica/14636>
<https://www.youtube.com/watch?v=Ez6vpUs_-PQ>
<https://www.youtube.com/watch?v=IIAxKIlwlEs>

Assista a entrevista do Professor Mario Sergio Cortella no Programa do Jo Soares:


<https://www.youtube.com/watch?v=XNpfJwuh0Es>

ATIVIDADES
Vamos praticar um pouco os conceitos aprendidos.

01. Com o crescente grau de informatização na sociedade e a Inclusão Digital nas organiza-
ções em nível de negócios, surge o CMMI (Capacity Maturity Model Integration), um modelo
de referência com diversas práticas gerenciais, que serve para aperfeiçoar a gestão dos
negócios, através do conhecimento que apresenta um maior ou menor grau de amadureci-
mento da organização em termos de tecnologia da informação.
Estamos nos referindo a:
a) ERP d) TI CORPORATIVA
b) CMMI e) GED
c) CRM

02. É importante adotar um planejamento de TI baseado na Governança de TI, onde deve


existir um framework (plataforma) com uma série de recursos que podem servir como um
modelo de referência para gestão da TI, com objetivos de controle, auditoria e um guia com
técnicas de gerenciamento.
Estamos nos referindo a:
a) CRM d) CMMI
b) GED e) COBIT
c) ERP

03. O ser humano possui uma capacidade ilimitada de pensamento que pode ser utilizada
para desenvolver e inventar aparatos tecnológicos. Muitos consideram o fogo como uma das
primeiras descobertas mais marcantes feitas pelo homem, seguido de seu aperfeiçoamento.

capítulo 2 • 48
Hoje temos o computador e a transmissão de dados em escala mundial. Esse crescimento
da tecnologia se deve ao surgimento da:
Assinale a alternativa correta.
a) Eletrônica d) Internet
b) Telefonia celular e) Computação em nuvem
c) Tablet

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASHLEY, P. A. Ética e responsabilidade social nos negócios. 2a ed. -São Paulo (SP), Saraiva,
2005.ISBN:8502050672.
CHIAVENATO, I. Comportamento Organizacional, Ed. Campus, 2009, ISBN: 9788535237559.
SCHAFF, A. A sociedade Informática: as Consequências Sociais da Segunda Revolução
Industrial. São Paulo: Editora da Universidade, 4ª ed., 2005.
VALLS, A. L. M. O que é ética. São Paulo: Brasiliense, 9ª ed., 1994.
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios, 3a. ed. Rio de Janeiro
(RJ): Campus, 2008.ISBN: 9788535232707
DORNELAS, J. C. A. Planos de Negócios que Dão Certo: Um Guia Para Pequenas Empresas.
Editora: Elsevier, 2007.
SENGE, P. Quinta Disciplina, Caderno de Campo. Qualitymark, 1997.
WARDMAN, K. Criando Organizações que Aprendem. Futura, 1996.

capítulo 2 • 49
capítulo 2 • 50
3
Responsabilidade
social
Responsabilidade social
A tecnologia da informação tem proporcionado uma verdadeira revolução nos
hábitos da sociedade. A adoção do processo de melhoria contínua, como uma or-
dem mundial, possibilita o aumento da produtividade em todos os setores e propi-
cia condições de trabalho favoráveis que se traduzem em satisfação e valor agregado.
As organizações hoje buscam obter vantagem competitiva com investimentos
em novas tecnologias, observando-se o fator sustentabilidade, que deve ser traba-
lhado com ética, pois ajuda a equilibrar os pilares da sociedade, demonstrando sua
preocupação de forma a abranger todas as áreas do conhecimento e uma maneira
de visualizar o futuro onde a preocupação maior é com o meio ambiente.
O profissional de informática desempenha um papel de grande valor na socie-
dade; por isso deve se preocupar também com o meio ambiente e a maneira pela
qual os sistemas de informação afetam as construções da coletividade, sempre de
acordo com os preceitos da ética e da legislação.

OBJETIVOS
Neste capítulo, abordaremos os diferentes usos da tecnologia da informação e seus
impactos na sociedade, com a adoção do processo de melhoria contínua que pode aumentar
a produtividade e a sustentabilidade. Na busca por vantagem competitiva, é necessário ob-
servar a ética no uso das informações e na gestão da TI transparente, voltada para as partes
interessadas (stakeholders), de modo a não afetar o meio ambiente e nem causar danos
à sociedade.

Influência da informática na sociedade

É necessário, antes de qualquer coisa, fazer uma reflexão ética sobre o uso da
tecnologia e a atuação do profissional de TI, uma vez que as discussões em torno
das atividades que se utilizam desse conhecimento estão voltadas para a automa-
ção de sistemas de informação e suas derivadas como os computadores e redes
de comunicação.
A proposta de uma metodologia ética por entidades informáticas pode se ins-
pirar nos códigos de ética de outros profissionais e poderá ser implantada por meio
de um estudo coordenado e projetos de pesquisa ou de extensão, dependendo das
suas características principais.

capítulo 3 • 52
O que se percebe é que a teoria e a prática se apresentam no meio científico ou
mesmo no meio profissional como duas questões distintas, mas em síntese, todos
aqueles que desenvolvem atividades de Tecnologia da Informação devem fazê-las
por meio de um pensamento humanista, o qual se preocupa com o exercício pleno
da cidadania e de suas atribuições éticas.
As preocupações relacionadas se iniciam com as necessidades mais básicas do
entorno social, como as de habitação, saneamento básico, eletricidade, constru-
ção, de modo a desenvolver um projeto que viabilize a participação de soluções
patrocinadas por empresas locais e ao lado do governo pelos profissionais de TI.
Busca-se a construção de um perfil correto para a sociedade, que saiba utilizar
a solidariedade e colaboração, pensando no bem estar das comunidades, e para
isso é indispensável uma formação ética sólida, características podem ser desenvol-
vidas nos profissionais das áreas tecnológicas em sua atuação profissional, pois o
que vemos hoje é justamente o contrário, temos um ambiente altamente tecnoló-
gico, muitos competitivo e que não se preocupa com o social.
Para que se alcance uma sociedade mais justa e solidária, deve haver uma di-
nâmica de pensamento que sustente no ensino o aprendizado da cooperação, para
que seja aplicada ao meio profissional da TI, desenvolvendo valores para que esses
trabalhadores pensem em agir para reduzir os problemas sociais.
A importância da Ética na área da informática é tamanha que ela está presente
na vida pessoal, profissional e pública, por isso vemos o surgimento de dilemas
éticos do profissional da informática relacionados a privacidade, direitos, vírus,
hackers, utilização da internet, chegando até a questões como o desemprego e in-
formatização. O que o profissional da TI precisa é de desenvolver responsabilidade
social, não somente na esfera de trabalho, mas também nas relações humanas.
A ética do profissional da informática é construída através do bom senso pes-
soal e profissional, que é necessário para ponderar se a moral atende à problemá-
tica de uma comunidade sem agredir os direitos dos demais, mas como é muito
subjetiva a questão moral, pois cada um pensa de uma forma diferente, há a obri-
gação de se desenvolver valores que propiciem o bem estar social.
Os preceitos éticos e morais são bastante diferentes, e existe muita maleabili-
dade em relação a eles, já que podemos ver como exemplo a pirataria de software, a
construção moral do sujeito desenvolvida pela maioria das leis é no sentido de que
não é ético, mas podemos ver que há um pensamento que se sustenta no software
livre, de modo que a ideia não é ligada a um ato ilegal e antiético.

capítulo 3 • 53
A ética é responsável por definir se cada uma das morais é oportuna no am-
biente em que atuam, determinando um caminho a se seguir, que pode ser visto
até com a influência política ou social de alguma organização ou grupo no estabe-
lecimento destes conceitos.
Para que se construa um código de ética veremos muitos pilares relacionados a
essas obrigações, os quais devem se sustentar preocupando-se com uma sociedade
livre, justa e solidária e o bem-estar de todas as pessoas, também em relação ao tra-
balho e os empregadores, quando estes não têm conhecimento na área, e também
com os clientes, se estes forem inexperientes ou quando o profissional de TI é um
prestador de serviços ou consultor.
Ou seja, o profissional deve olhar para a sociedade com o intuito de proteger
os seus interesses e ajudar em seu desenvolvimento, pensar nos demais profissio-
nais, e ter em mente o objetivo de não causar um dano às pessoas em sua volta,
sendo necessário o uso do bom senso em suas atitudes.
Segundo o Professor Muniz Sodré (SODRË, 2012), são hoje, os sinais de
esgotamento das forças dos modelos clássicos de produção e representação. A isso
se tem chamado, desde a metade do século passado, de pós-modernidade. Advém
agora o império dos processos de produção eletrônica de informação e imagens,
que incorpora o pós-moderno da organização da vida social em termos de simul-
taneidade, instantaneidade, globalidade e criação de um real próprio, de natureza
tecnocientífica. A sociedade decorrente não se transforma por escolha política,
mas por impacto tecnológico.
Vemos com isso que há a necessidade de um código de ética devido à diver-
gência de opiniões nos profissionais de TI, e também para um melhor desenvolvi-
mento da humanidade, mas há que se valorar também princípios como a justiça,
igualdade, dignidade, cidadania, solidariedade, os quais devem ser assimilados e
colocados em prática.
A regulamentação do profissional de informática também é necessária, onde
se deve criar um conselho responsável por fiscalizar a aplicação de suas regras,
pois a sociedade necessita de um conjunto de normas não para os profissionais de
informática, mas também aqueles que estão relacionados a essa área, para demons-
trar a vulnerabilidade dos demais frente ao computador.
Essas regras que viriam a se constituir futuramente em um código de ética
e também na regulamentação do profissional de TI precisam ser construídas de
forma a apresentar um dinamismo, para que possam acompanhar a grande veloci-
dade das mudanças que ocorrem na informática e no mundo.

capítulo 3 • 54
Por isso a ética e seus aspectos legais na Informática visam estabelecer um
parâmetro levando em conta a situação atual, onde os sistemas de informação se
encontram presentes cada vez mais, através da construção de preceitos aplicáveis
para os profissionais, usuários e clientes, mas sem nunca se esquecer de que todos
somos seres humanos, e essas condutas estão relacionadas a vivência em sociedade.
Assim, indivíduo/sociedade/espécie são não apenas inseparáveis, mas copro-
dutores um do outro. Cada um desses termos é, ao mesmo tempo, meio e fim dos
outros. Estes elementos não poderiam, por consequência, ser entendidos como
dissociados.
Desde então, a ética humana, ou seja, a antropo-ética deve ser considerada
como a ética da cadeia indivíduo/sociedade/espécie. (MORIN, 2001).

A importância da ética para o profissional de TI


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Figura 3.1  –  A importância da ética para o profissional de TI.

A ética na TI se preocupa com o profissional e com o usuário, pois ambos


lidam diariamente com os sistemas, e por isso vemos questões principais como o
desenvolvimento de sistemas, a tomada de decisões e sua automação, o conteúdo
dos dados e a informação como poder, a Internet, a responsabilidade e os danos
que podem ocorrer perante o cliente e a sociedade, os riscos envolvidos, a segu-
rança da informação.

capítulo 3 • 55
Ainda há questões sensíveis como comércio eletrônico, que pode lidar com
diferentes países, então há a necessidade de garantia das transações, que só pode
ser materializada através de regras definidas, e sistemas desenvolvidos com segu-
rança para garantia que o produto ou o serviço seja entregue ao destinatário e que
o remetente seja remunerado corretamente.
Uma questão a ser pensada e melhor estudada é: como os problemas éticos são
multiplicados ou transformados pela Tecnologia de Informação? Devemos saber
que para isso é preciso que existam definições de políticas e diretrizes sobre a uti-
lização da informática, seu uso consciente e adequado, bem como o seu impacto
sobre os valores humanos e sociais, estabelecendo padrões para os profissionais.
Podemos ver então que a relação ética-informática vai mais além e se desdobra
em questões intelectualizadas como os crimes, a privacidade, problemas sociais, as
informações sensíveis e sua proteção, pirataria e software livre, honestidade e con-
fiança, lidar com os direitos pessoais e alheios na era da tecnologia, o impacto da
Internet no mundo globalizado e na Sociedade da Informação e Conhecimento, a
responsabilidade do profissional de tecnologia da informação e comunicação em
seu trabalho. O computador nos trouxe à era digital e essa rede global mostrou que
há imensos desafios à sociedade, em particular ao profissional de TI, no que tange
à juridicidade e moralidade da sociedade de modo geral.
Sabemos que a evolução da tecnologia afeta o comportamento da sociedade,
já que as informações estão em todas as áreas e são públicas com a Internet, mas sa-
bemos que seu crescimento se dá em escala mundial, e seu conteúdo por ser utiliza-
do para ajudar, mas em contrapartida pode ser utilizado também para prejudicar.
Por isso é necessário pensar na questão ética, não somente pelas informações
na internet, mas também no ser humano, pois vemos que a evolução está presente
na educação a distância, e-commerce, jogos on-line, transações financeiras, fóruns
de discussão, e o conflito privacidade-intimidade visto através de cyberbullying,
pedofilia, pornografia, repasse de dados que contribuem para que haja um dano
virtual.
A educação é um tema de grande importância na sociedade como um todo,
pois ela favorece a formação do indivíduo e a construção de seus conhecimentos.
Desde que nascemos estamos aprendemos e somos educados de acordo com a
cultura da nossa família e sociedade. E as organizações estão vendo o quão im-
portante é continuar a aprendizagem, o ensino e a educação no mundo corpora-
tivo, dessa forma desenvolvendo as habilidades individuais de seus colaboradores
(WARDMAN, 1996).

capítulo 3 • 56
O profissional de TI tem que buscar conhecimentos mais além dos conven-
cionais, e verificar que tem em suas mãos conhecimentos que representam impor-
tância, poder e valor aos negócios e estratégias da empresa e que a falta de regula-
mentação não o torna imune em relação a todas as suas obrigações e integridade
pessoal em sua conduta.
É necessária a compreensão da ética informática, por meio de uma conscien-
tização que abrange problemas devidos a multiplicidade de informações na so-
ciedade, onde o ser humano deve ser levado em consideração, pois vivemos na
Sociedade da Informação, e não há leis muito bem definidas que apresentem um
escopo para os diversos questionamentos surgidos e causados pela TI.
Dessa forma o profissional deve sempre agir de forma ética no ambiente di-
gital e legalmente com as informações e dados que trabalha, estando ciente que
seu uso indevido e a violação de privacidade constituem atividades criminosas e
podem determinar a responsabilidade dos envolvidos em más práticas, seja em
relação as políticas de segurança estabelecidas em relação aos processos informa-
cionais, se relacionando com as ideologias e os grupos da sociedade. Por isso, con-
clui-se então que podemos ver um universo de problemas éticos relacionados a TI
no mundo, e por isso, deve haver uma conscientização por parte dos profissionais,
empresas e clientes-usuários no sentido de que princípios morais são importantes,
mas também há de se pensar na sociedade e nas outras pessoas, pois estes também
são afetados pela postura incorreta não somente dos especialistas, mas também
daqueles que se utilizam da informática.

Mas como desenvolver um sistema com ética profissional?

No meio desta revolução da informação, surge a discussão do que é ético, ou


antiético, sobretudo, em relação a quem detêm o poder de determinar ações que
influenciam a vida de pessoas, grupos e organizações. É importante compreender
as dimensões éticas que envolvem o uso da informação, como, por exemplo:
•  Deve o chefe monitorar eletronicamente as atividades dos seus coordenados?
•  Os funcionários podem utilizar a estrutura da TI para fins particulares?
•  É permitido copiar softwares sem autorização, instalando-os em computa-
dores particulares ou mesmo nas organizações públicas ou privadas?
•  É permitido acessar os arquivos de outros funcionários?
•  É permitido o acesso de pessoas estranhas a informações de clientes dispo-
níveis em bancos de dados?

capítulo 3 • 57
As equipes de TI possuem acesso privilegiado as informações, aos equipamen-
tos, até mesmo as senhas, atuam na correção, na contingência, na proteção contra
vulnerabilidades. Por isso, é fundamental que tenham regras próprias para reger
sua atuação, com termo de responsabilidade específico, de confidencialidade e, se
houver desenvolvimento interno, termo de cessão. E tudo isso, em seu nível mais
estratégico, deve ser amarrado pelo Código de Ética e Conduta Profissional de TI

A TI no ambiente corporativo

O uso da TI no ambiente corporativo influencia a sociedade e com isso abrem-


se discussões éticas, especialmente com relação a:

TI e o emprego
Algumas Atividades meramente manuais, que antes eram realizadas por pes-
soas, foram em muitos casos reformuladas e ganharam dimensões de automação,
que acarretaram na demissão dessas pessoas. O setor bancário é forte exemplo des-
se cenário, considerando o maciço investimento em tecnologia feto pelos bancos.
Em outros casos, a inserção de computadores no ambiente de trabalho, de-
mandou que as pessoas tivessem habilidades específicas no manuseio do mesmo.
Quem não se inseriu no contexto também perdeu emprego.
Mas não podemos deixar de considerar a enorme demanda de empregos cria-
das na própria área de TI, especialmente nos últimos anos com o crescimento da
internet e barateamento da banda larga e computadores em geral.

TI e a individualidade
Os sistemas de informação, inegavelmente, ao automatizarem determinadas
tarefas, enfraquecem as relações humanas e também limitam a individualidade e
criatividade das pessoas. Muitos se sentem como perdendo a identidade. Muitas
vezes os sistemas são rígidos e não permitem flexibilidade ao ser humano, restrin-
gindo sua liberdade.
Mas devido a importância que as equipes de TI vem dando ao desenvolvimen-
to uma boa interface do software e as preocupações com o conforto do usuário,
através do desenvolvimento de produtos ergonômicos, interfaces flexíveis e volta-
das aos grupos de trabalho, tende a minimizar tais aspectos negativos referentes a
individualidade do ser humano ao interagir com a tecnologia em suas atividades
de trabalho e até mesmo de laser.

capítulo 3 • 58
TI e condições de trabalho
Embora cause, muitas vezes, desemprego, como já exemplificado anterior-
mente, a inserção da tecnologia nos negócios aumenta a qualidade do trabalho na
medida em que eleva a qualidade das condições de trabalho. Com a automação
das atividades rotineiras e mecânicas, surgem novas oportunidades em atribuições
de mais alto nível, que exigem habilidades altamente desenvolvidas em determi-
nados cargos.
Dentro dessa dimensão da ética, chamamos a atenção para o monitoramento
de atividades pelo computador, possibilitando aos gestores acompanhar a produti-
vidade e comportamento de seus subordinados. Pode-se monitorar o tempo gasto
e o resultado obtidos por operadores de telemarketing. O problema que alguns le-
vantam aqui é: tal atividade não monitora apenas a atividade, o trabalho, mas tam-
bém o indivíduo, violando a liberdade e privacidade das pessoas. Outro aspecto
aqui é que muitas vezes os trabalhadores não sabem que estão sendo monitorados
ou ainda o que está sendo feito com as informações derivadas do monitoramento.
Outros alegam ainda que o stress e tensões causados pelo monitoramento de seu
trabalho podem levar algumas pessoas a terem problemas de saúde.
Para monitorar o uso da Internet pelos funcionários, já existem empresas re-
correndo a um software especial que monitora o tempo gasto na Internet, por
funcionário e site acessado. O objetivo do procedimento é eliminar o abuso no
acesso durante as horas de trabalho e o acesso a sites “indecentes”.

TI e a privacidade
O aumento no uso de e-mails levanta a questão da privacidade. Vocês ainda se
lembram das cartas? Cartas são fechadas, mas não as mensagens de e-mail (exceto
quando codificadas ou criptografadas). Muitas empresas monitoram os e-mails de
seus funcionários; isso levanta a questão da invasão de privacidade. Outras ques-
tões em aberto são o uso de e-mail no trabalho com fins particulares e o envio de
material não relacionado ao trabalho. Mas as empresas podem monitorar e-mails
que contenham algum cunho “indecente” ou de ameaça as suas instalações? Tem
empresas que respeitam a privacidade de cada um e não fazem monitoramento,
outras informam que farão apenas se houver alguma suspeita. E existem ainda as
que, através de uma política mais agressiva, avisam que monitoram todas as men-
sagens dos funcionários.
No Brasil não existe uma legislação específica sobre privacidade no uso da
internet, prevalecendo o que está definido no código de defesa do consumidor, ou

capítulo 3 • 59
seja, somente com consentimento das pessoas é que a coleta e uso das informações
a seu respeito podem ser usadas.
Dentro dessa questão da privacidade surge a discussão sobre o spamming, que
é o envio indiscriminado de e-mail a muitos usuários, que não fizeram tal solicita-
ção ou autorizaram tal envio. É um instrumento muito usado como propagando
pela internet, de forma gratuita, rápida e de longo alcance.
Mensagens de e-mails confidenciais dos funcionários são monitoradas por
muitas empresas. Informações confidenciais sobre pessoas, contidos nos bancos
de dados das empresas têm sido roubadas, vendidas, enfim exploradas resultando
em invasão de privacidade para os indivíduos.
A questão da privacidade ganha dimensão quando consideramos o ambiente
da internet, onde a vulnerabilidade aumenta muito devido a possibilidade de es-
tarem coletando dados de nossos acessos, de nossa pessoa e de nossas preferências,
sem a nossa permissão ou mesmo ciência.
O maior exemplo do acima relatado são os “cookies”, que são dados de nossos
acessos capturados em nossos próprios discos. Tais dados podem ser usados e até
mesmo vendidos pelas empresas que fizeram a captura. E não nos pedem licença
para isso.
Com relação ao direito autoral, se o material que você acessa na Internet é
identificado como domínio público, isso significa que o acesso a ele é livre para
quem quer que seja, para qualquer finalidade. Outros materiais estão protegidos
por direitos autorais, indicando que você precisa de permissão para qualquer outro
que não seja o ‘uso justo’ (atividades educacionais e sem fins lucrativos).
O crime por computador é outro tema polêmico que alcança as questões éti-
cas. Estamos falando de ações como:
Ataques de hackers a site de empresas, com intuito de cometer fraudes como
roubo de dinheiro, no caso de bancos; ou enviar e-mails com a conta de terceiros,
com diversas finalidades maledicentes.
Uso da internet de forma imprópria, em proveito próprio por funcionários,
durante o expediente, como o acesso a site de relacionamento, redes sociais, sites
pornográficos e outros.
A própria pirataria de software, justificada pelo alto custo dos mesmos, pode
ser considerada um roubo de software, já que você usa o produto sem a devida
licença de quem detém a propriedade intelectual.
Roubo de dados, como caso do funcionário que, por dinheiro, alterou as notas
de alunos de uma Universidade.

capítulo 3 • 60
A criação de vírus de computador, que invadem, sem pedir licença, os com-
putadores com a finalidade de destruir os dados neles existentes, causando danos
irreparáveis aos seus proprietários.

A influência da Informática na sociedade

Nas últimas décadas podemos observar que vem ocorrendo uma grande in-
fluência da Tecnologia da Informação na sociedade, a qual é de fundamental im-
portância para todos nós. Os computadores começam a preencher espaços nas
mais variadas áreas como governo, indústria, entretenimento, economia, finanças
e educação. Desta forma podemos ver que a Tecnologia da Informação afeta sig-
nificativamente a vida das pessoas e de toda a sociedade, trazendo assim muitos
benefícios, e também malefícios nesse processo de evolução informática.
Um grande exemplo da importância da tecnologia na vida das pessoas foi
quando ocorreu o “bug do milênio”, o qual provocou ansiedade e até certo temor
por parte das empresas em todo o planeta, mobilizando dezenas de profissionais,
até aposentados, os quais trabalharam incansavelmente para corrigir os sistemas
afetados. Naquele momento, transferiu-se toda a responsabilidade para o profis-
sional de informática em salvar as empresas de eventuais erros que pudessem afetar
seus resultados e até interferir na cadeia de negócios causando perdas inestimáveis.
Naquele cenário, muitos especialistas o enxergavam como catastrófico ou até
mesmo sem saída, percebeu-se a grande importância e necessidade do profissional
de informática para o futuro da humanidade, pois com o aumento de crescimento
de aplicativos e sistemas de informações gerenciais e estratégicos, aliado a um forte
sentimento de moral, ético e profissional, se fazia com que os seus conhecimentos
fossem aplicados de forma mais honesta e eficiente o possível para garantir o fun-
cionamento e estabilidade dos sistemas, mesmo diante da crise anunciada.
Com o fenômeno da globalização, se viu que o mundo parecia não se preocu-
par com o meio ambiente, e então surgiu o TI Verde ou Computação Verde, que é
uma nova tendência mundial a qual busca implementar um conceito de desenvol-
vimento sustentável e sustentabilidade, de modo a aplicar as principais estratégias
desse modelo praticadas no mundo.
Para que se fixe melhor a questão do TI e o meio ambiente, devemos saber
que os conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável não devem ser
confundidos. E então, desde a década de 1980 surge a sustentabilidade, que nos
mostra uma forma de contestar o então modelo de desenvolvimento econômico,

capítulo 3 • 61
para que se atendam às necessidades da sociedade sem comprometer as gera-
ções futuras. O Desenvolvimento sustentável sócio-económico-ambiental, onde
quer promover a preservação e conservação de recursos naturais, preocupando-se
com a sociedade a qual vivemos e gerar alternativas às regiões economicamen-
te desfavorecidas.
A sustentabilidade é pautada na preocupação que se tem com o mundo, tendo
em vista as mudanças climáticas vistas nas últimas décadas, gerou-se uma preocu-
pação com as fontes de energia limpas, a gestão de recursos naturais. Essa política
sustentável é vista como uma ajuda na questão do desenvolvimento demográfico e
a migração, saúde pública, pobreza global e desenvolvimento social, pois há muita
poluição do ar, hídrica, do solo e dos lençóis freáticos e também o aquecimento
global, mostrando ser necessário o uso consciente dos recursos que dispomos no
planeta, afinal, eles não são ilimitados.
Por isso TI verde é um conjunto de práticas que torna mais sustentável e me-
nos prejudicial o uso da computação, estando presente nos processos de fabricação
dos componentes, administração, utilização dos equipamentos e descarte correto do
“lixo eletrônico”. Um dos grandes objetivos do TI Verde é reduzir a poluição e o des-
perdício com a construção de políticas para produtos que consumam menos energia,
evitar a utilização de metais pesados nocivos ao meio ambiente, evitando o uso de
componentes químicos e de forma a aumentar a quantidade de materiais recicláveis.
Temos visto um substancial aumento da geração de lixo, o que cria um mer-
cado informal de reciclagem, e traz sérios ricos à saúde devido à falta de tecnologia
adequada para a reciclagem, e temos visto problemas com componentes que con-
taminam o ar, o solo e o lençol freático.
A TI Verde quer trazer mudanças no processo produtivo para que resultem em
menor agressão e favoreçam o desenvolvimento sustentável, a criação de ambien-
tes adequados para o lixo eletrônico, o aumento os pontos de coletas coletivas, a
implementação de programas de inclusão digital, o lançamento de campanhas de
conscientização e o apoio para desenvolvimento de pesquisa.
Mais uma vez voltamos a nossa atenção para a relação fundamental entre
Ciência, Tecnologia e Sociedade, percebemos que ambos estão interligados e pre-
sentes em nossas vidas, rodeados a nossa volta, de modo que basta perceber que
hoje o mundo sem a informática dificilmente funcionaria sem problemas. Desta
maneira podemos entender que as mudanças tecnológicas trazem progresso, o
qual é utilizado em benefício da sociedade, de maneira a contribuir para o bem de
todos, e por isso dizemos que a sociedade está em constante evolução.

capítulo 3 • 62
A importância da ética para o profissional de TI

Pode-se observar que nas últimas décadas, com o aumento acelerado do con-
teúdo informacional dos produtos, dos processos e das ferramentas de produ-
ção, mudanças estruturais na sociedade foram feitas, as quais de um modo mais
abrangente vêm reconfigurando as oportunidades de trabalho, de modo a agregar
um maior valor na cadeia produtiva e favorecendo aqueles que percebem a infor-
mação em detrimento daqueles que visam a “matéria”. As retificações, ou seja, a
transformação mental do que conhecemos e as mudanças nos conceitos abstratos
das realidades virtuais emergentes, ensejam cada vez mais o aparecimento de uma
nova natureza e de uma nova sociedade.
Sem a construção de conhecimentos sólidos próprios e situados sobre quais as-
sociações a informatização da economia tende a fortalecer, os agentes sócio-políti-
cos brasileiros não se encontram instrumentalizados para avaliar as oportunidades
de trabalho (ou a falta delas) e incluí-las na pauta de negociação dos incentivos aos
investimentos econômicos.

O “virtual” invade o “real”

As técnicas de representação do tempo e do espaço tridimensional, e a percep-


ção que vivemos ainda no mundo bidimensional do papel — os números, as tabe-
las, os horários, as fórmulas, os desenhos, os mapas, os roteiros e os planos — e seu
rebatimento de volta ao mundo-da-vida fazem parte do que Pierre Lévy (1996)
chama de “operações de virtualização” e “operações de atualização”. As operações
de virtualização mobilizam a expansão do que alguns chamam de desmaterializa-
ção, mas que preferimos, junto com outros, chamar de informatização.
Para se falar de informatização, coube, no início da construção do mundo
moderno, um grande destaque para os portugueses, os quais durante o século XV,
pioneiramente tiraram instrumentos de medidas das universidades e, mediante
uma série de inovações simultaneamente sociais e técnicas pioneiras, os simplifi-
caram e os colocaram entre os marinheiros nos navios, passando a confeccionar
e fazer uso de tabelas, mapas e roteiros de viagens, o que revolucionou o mundo
e iniciou uma nova era de descobrimentos. Hoje, vemos que o mundo surfa na
Internet, e já se fala nos dias de hoje em um conceito de Internet presente em tudo.

capítulo 3 • 63
O “virtual” suplanta o “atual” na atividade econômica

Quanto mais consolidada estiver a informatização do processo produtivo de


modo a estampar os produtos com uma “classe mundial”, mostrando uma pro-
dução e um consumo high-tech, maior será a parcela do valor agregado pelo tra-
balho sobre a informação ao longo da cadeia produtiva. Mais precisamente, tanto
maior será o valor agregado pelo trabalho feito com os objetos informacionais
(simulações, imagens, mapas, arquivos, programas, algoritmos, normas, padrões,
fórmulas, tabelas e números) nos processos de concepção, que cada vez mais estes
se entrelaçarão com os processos de execução. Em contrapartida, tão menor será o
valor agregado pela parcela do trabalho que se realiza finalmente sobre a “matéria”,
que essa aceleração segue uma tendência geral, embora difícil de ser aferida preci-
samente, a qual não é difícil de ser constatada.
Na atividade econômica moderna o virtual potencializou-se de tal forma que
invadiu o real. E como não poderia deixar de ser, o resultado final dessa invasão é
indissociável de uma reconfiguração das relações dos humanos com a natureza e
vice-versa. Por exemplo, o novo tomate desloca tanto a natureza quanto a socieda-
de. Desloca a natureza, pois o tomate natural, sendo mais vulnerável aos inimigos
naturais e aos defensivos agrícolas, e tendo maior custo de produção, tem suas
existências, a biológica e a econômica, ameaçadas. O tomate natural pode deixar
de ser cultivado e pode mesmo tornar-se uma espécie em via de extinção. Estaria
assim sendo construída uma nova natureza? A reconfiguração das relações dos
humanos com a natureza abre uma rica problemática.
Entretanto, podemos ver o impacto da tecnologia em todos os campos da
ciência, se relacionando de uma forma a aprimorar a sociedade, por isso a dis-
ciplina Informática e Sociedade apresenta uma forma de escrever a história com
consciência que todas as inovações surgidas trazem como principal beneficiário,
todas as pessoas e a forma a qual se utilizam da tecnologia em suas vidas.
A conclusão ocorre em prol da mobilização intelectual, não somente para a
construção de conhecimentos próprios, mas também aqueles localizados e situados
na sociedade para acompanhar e analisar as oportunidades de trabalho (ou a falta
delas) na economia informatizada. A intensificação da tendência à inforDESMATE-
RIALIZAÇÃO traz como destaque grandes mudanças nas oportunidades de traba-
lho e também ao agregar valor nos produtos criados, pois sem investimento intelec-
tual próprio e adequado os agentes socioeconômicos e políticos brasileiros correm
o risco de tomar uma história de vencedores pela história tout court (brincadeira).

capítulo 3 • 64
Se no avanço da informatização, considerando o conjunto de todos os países,
de fato “o robô possibilita que 80 pessoas façam melhor o trabalho antes feito por
100”, é preciso atentar para que essa mentalidade em certos países seja entendida
como “um robô substitui 50 trabalhadores(as) por 5”. E pode ser que, enquanto
o destino hesita perdemos preciosas oportunidades de inovação e aprimoramento
tecnológico aplicado às áreas com esse déficit, percebendo que possa justamente
ser isto que esteja ocorrendo no Brasil.

Situação das indústrias de hardware e software no Brasil x Mundo


©© SERVICKUZ | SHUTTERSTOCK.COM

Figura 3.2  –  Indústria de hardware e software.

Nesse cenário, vemos a importância do investimento e também a necessidade


de trabalhar com equipamentos e programas otimizados para realizar especifica-
mente as funções de um determinado setor, trazendo melhores oportunidades e
resultados para a cadeia dos negócios. Ao final do século XX com o surgimento da
Globalização e a informatização crescente dos processos, vemos que esses conjun-
tos de fatores proporcionaram tecnologicamente um efeito em massa em relação
aos produtos e serviços, melhoria das telecomunicações, novos moldes para o co-
mércio eletrônico internacional, fazendo com que fossem criadas novas soluções
para as realidades existentes.

capítulo 3 • 65
Atualmente estamos vivendo uma era onde o impacto e a expansão da Internet
são de tamanha magnitude que tendem a ocupar espaços em todos os setores da
sociedade, direta ou indiretamente, já que inicialmente sua concepção era para
aplicação em estratégias militares, e depois nas áreas de pesquisas e desenvolvi-
mento das universidades e com sua popularização, vemos que sua expansão a nível
mundial facilmente conseguiu evoluir para áreas antes impensadas.
O e-commerce é um exemplo de tendência que vem se fortalecendo cada vez
mais, já que em seus primórdios era visto com bastante desconfiança pelas pessoas
mais conservadoras, hoje é um modelo de negócios muito bem sucedido, que pode
concretizar vendas entre países distintos, pessoas que não falam o mesmo idioma,
moedas diferentes, modelos jurídicos variados, e traz uma reunião de características
que antes era impensável sua realização sem a presença da informática no meio social.
Através dessa visão percebe-se que a revolução digital teve seu início marcado
pelo avanço e popularização da Internet nos anos 90 e que ocorreu também com o
uso das novas tecnologias da informação e comunicação para apoiar as atividades
econômicas, financeiras, governamentais, o comércio e a comunicação entre as
pessoas, modificando substancialmente o conceito de informática que se conhecia.
Desta forma, percebemos que o acesso a Internet e a suas aplicações pode ser
feito facilmente a partir de qualquer lugar, com uma variedade de dispositivos e
mídias, como a social, o comércio eletrônico, o governo eletrônico, pode ser volta-
do para a cadeia de produção, possibilitando que seu conhecimento seja difundido
para todos com a ajuda da tecnologia.
Segundo o Professor Muniz Sodré (SODRÉ, 2012), essa decantada criação
nova de empregos não significa o aumento do número de trabalhadores, visto que
a tecnologia atinge o fator humano em cheio no tocante as ocupações. As inova-
ções tecnológicas, que aumentam a produtividade do trabalho, contribuem para a
redução do emprego no setor da parte dita “inferior” da escala produtiva. De fato,
é a realidade de uma nova divisão do trabalho sob a égide da economia de serviços.
A partir dessas novas perspectivas podemos esperar que no futuro, cada vez
mais seja utilizado o modelo de comércio eletrônico para consumo de bens e servi-
ços, o teletrabalho, o ensino a distância, sendo essas inovações presentes em novas
tecnologias que surgem para que a sociedade se beneficie com esses avanços nas
mais diversas áreas do conhecimento.
Conclui-se que o profissional da informática desempenha um papel muito
grande nessa revolução que vem ocorrendo, de maneira que devido a seu trabalho,
podemos ver mudanças nos mais variados setores da sociedade, desde o início da

capítulo 3 • 66
informatização até os dias atuais, as quais sempre proporcionam o uso da tecno-
logia para ao interesse de todos, para que se possa melhorar a realidade existente.
A Internet causou uma profunda mudança na realidade social com o comércio
eletrônico, o teletrabalho e o ensino a distância.

MULTIMÍDIA
Acesse “O Conceito de Virtualização de Pierre Lèvy”
<http://www.ufjf.br/facom/files/2013/03/R6-Francisco.pdf>

Acesse “Siemens debate indústria 4.0 e apresenta soluções para chegar lá”
<http://www.cadxpert.com.br/mecanica/siemens-debate-industria-4-0-e-apresenta-
solucoes-para-chegar-la/>
<https://www.youtube.com/watch?v=bXfVfi_S8tc>
<https://www.youtube.com/watch?v=6Vr7Vk70fyQ>

ATIVIDADES
Vamos praticar um pouco os conceitos aprendidos.

01. É importante fazer uma reflexão ética sobre o uso da tecnologia e a atuação do profis-
sional de TI, porque as discussões em torno das atividades que se utilizam do conhecimento
em tecnologia estão voltadas para a automação de sistemas de informação. Os principais
elementos que compõem a ética são:
Assinale a incorreta
a) Respeito c) Igualdade e) Direito
b) Inveja d) Valores

02. No contexto do usa da tecnologia da informação, surge a discussão do que é ético, ou


antiético, sobretudo, em relação a quem detêm o poder de determinar ações que influenciam
a vida de pessoas. É importante compreender as dimensões éticas que envolvem o uso
da informação,
Assinale a alternativa que indique uma orientação antiética.
a) Os funcionários não podem utilizar a estrutura da TI para fins particulares.
b) Não é permitido copiar softwares sem autorização.

capítulo 3 • 67
c) É permitido acessar os arquivos de outros funcionários.
d) Não é permitido o acesso de pessoas estranhas a informações de clientes disponíveis
em bancos de dados.
e) O chefe não deve monitorar eletronicamente as atividades dos seus coordenados.

03. O aumento no uso de e-mails merece um debate. Cartas, por exemplo, são fechadas,
mas não as mensagens de e-mail (exceto as criptografadas), porém, algumas empresas
monitoram os e-mails de seus funcionários. Isso levanta a questão:
a) Da disseminação da informação. d) Da quebra de hierarquia.
b) Do tratamento da informação. e) Da invasão de privacidade.
c) De conflitos de interesse.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASHLEY, P. A. Ética e responsabilidade social nos negócios. 2a ed. -São Paulo (SP), Saraiva,
2005.ISBN:8502050672.
BARBIERI, J.C.; CAJAZEIRA, J.E.R. Responsabilidade Social Empresarial e Empresa Sustentável:
Da Teoria À Prática. São Paulo: Ed. Saraiva, 2012.
CHIAVENATO, I. Comportamento Organizacional, Ed. Campus, 2009, ISBN: 9788535237559.
MARTINS, Tais. Meio Ambiente & Atividade Empresarial. São Paulo: Ed. Juruá, 2014.
MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Cortez, 2001.
SCHAFF, A. A sociedade Informática: as Consequências Sociais da Segunda Revolução Industrial.
São Paulo: Editora da Universidade, 4ª ed., 2005.
SODRÉ, M. Reinventando a educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
VALLS, A. L. M. O que é ética. São Paulo: Brasiliense, 9ª ed., 1994.
WARDMAN, K. Criando Organizações que Aprendem. Futura, 1996.

capítulo 3 • 68
4
Legislação da
Informática e lixo
eletrônico
Legislação da Informática e lixo eletrônico
É de fundamental importância o aluno tomar conhecimento sobre a legisla-
ção na área da tecnologia da informação, adquirindo noções gerais do direito em
diversas áreas, inclusive saber distinguir a diferença entre o Direito e a Justiça,
qual a sua importância e como se relacionam com a sociedade, e também com
a Tecnologia da Informação, onde a aplicação da ética e moral se encaixa nesse
contexto e também as divisões que se relacionam diretamente com a Informática.
É feita também uma abordagem sobre a amplitude do Direito com suas mais
variadas áreas e veremos como ele é aplicado à Informática, colocando a Ciência
e a Tecnologia como pilares para o desenvolvimento e a construção de uma socie-
dade melhor.
Outra preocupação é com o lixo eletrônico. E suas consequências. O lixo pro-
duzido a partir do descarte de materiais ligados aos computadores e dispositivos
móveis, causa impactos éticos, legais, sociais e econômicos no meio ambiente,
afetando a saúde da população. Neste sentido, observamos grandes mudanças nos
processos educativos frente às novas tendências de comunicação e as doenças pro-
fissionais causadas pelo uso indevido das ferramentas da informática.
A fabricação de computadores implica na utilização de recursos e matérias
primas, o que pode acarretar diversos riscos à sociedade, influenciando a saúde das
pessoas e do meio ambiente. Ao levar em consideração os prazos de obsolescência
dos equipamentos cada vez menores, vemos que deve haver uma política de re-
ciclagem como medida sustentável para a preservação, que se utilize da gestão de
recursos para evitar a poluição.
O lixo eletrônico é composto de peças e materiais que prejudicam o meio
ambiente devido a sua toxicidade. Por isso, é necessário haver uma conscientização
no sentido de que se faça a reciclagem dos aparelhos eletrônicos, seja através de
doação para organismos sociais ou por meio de postos de coleta, onde é feito seu
descarte de maneira correta, reutilização ou conserto.

OBJETIVOS
Este capítulo trata da importância do aluno conhecer a legislação na área da tecnolo-
gia da informação, adquirindo noções gerais de diversas áreas do direito como institucional,
consumidor, internacional, autoral, civil, criminal, trabalhista e direito de propriedade industrial
e intelectual, proporcionando condições de ingresso no mercado de trabalho com o devido

capítulo 4 • 70
conhecimento dos seus direitos e obrigações. Além disso, aborda o tema lixo eletrônico pro-
duzido a partir do descarte de materiais como computadores e dispositivos móveis, e os seus
impactos éticos, legais, sociais e econômicos no meio ambiente.

O Direito e a Informática

A palavra Direito vem do latim directum e seu significado corresponde à ideia


de regra, direção, sem desvio, conduta. O Direito é uma disciplina da ciência
que se relaciona segundo o contexto Histórico, Cultural, Social, Econômico e
Normativo, de modo que se caracteriza por ser um Fato Social, já que está presente
nas Relações Sociais, através da regulação das ordens de conduta homem-socieda-
de, às quais se realizam através de um Sistema de Regras, imposto pelo Estado e
determinando que a partir das relações interpessoais se garanta a ordem, estabele-
cendo padrões de conduta sociais para proteção e segurança, segundo a Justiça, de
modo a se evitar os conflitos.
A finalidade principal do Direito é o controle social, prevenção, e composição
de interesses, promoção de ordem, segurança e justiça, bem-estar comum, pois
tem a Justiça como estabilidade da ordem jurídica, que é um instrumento de paz
e ordem social. Por isso a luta pelos direitos é o exercício da cidadania, consciência
e responsabilidade social.
O conceito de Justiça é demasiadamente abstrato; começamos com sua eti-
mologia, que vem do latim justitia, sendo, portanto, um ideal ao qual se busca,
preservando os direitos para a manutenção da ordem social, e também a partir de
uma função normativa. A Justiça pode ser vista como a equidade, a dignidade e a
efetividade que visa atender à problemática dos conflitos surgidos pelas desigual-
dades econômicas e institucionais surgidas, para assegurar a proteção aos direitos
e deveres, propriedade, cultura, liberdade e aos valores e assegurar o que é justo.
O Direito e a Moral, como instrumentos de controle social que não se ex-
cluem, muito pelo contrário, se complementam e influenciam mutuamente, pois
da mesma maneira que o Direito se distingue cientificamente da Moral, é enor-
memente influenciado por ela, absorvendo seu conteúdo, e a Moral, assim como a
Religião, tem como finalidade o bem, que é um dos objetivos do Direito.

capítulo 4 • 71
Direito da Informática
Atualmente, a legislação informática brasileira não está unificada para que se
possa estudá-la como uma disciplina consolidada, porém, existem diversos dispo-
sitivos legais sobre assuntos relacionados à informática, que se relacionam dire-
ta ou indiretamente com o Direito Constitucional, Civil, Penal, Consumerista,
Trabalhista, Internacional, Propriedade Intelectual e muitos outros.
O Direito da Informática é caracterizado pelo conjunto de normas que regu-
lam as relações que envolvem a aplicação da informática e sua utilização por meio
de computadores, dispositivos, sistemas, programas, cursos, regulando também
a prevenção, a repressão e a punição relativamente aos fatos que atentem contra
o uso indevido de sistemas de informação, por meio de exploração, segurança,
transmissão e o sigilo de dados armazenados, manipulados por meio dos equipa-
mentos informáticos.

Direito Constitucional
O Direito Constitucional é de tamanha e fundamental importância que este
se destaca de modo a nortear parâmetros da organização político-estatal através
de seus elementos essenciais, tratando do regime político e a forma de governo,
reconhecendo e garantindo os direitos fundamentais do cidadão e sua relação com
a sociedade, e também disposições sobre ciência, tecnologia e inovação.
Por isso, seus preceitos devem ser entendidos como um marco de todo o di-
reito do Estado, já que por meio de sua lei fundamental, a Constituição, as regras
jurídicas são norteadas e aplicadas de acordo com a vontade de todos, e executadas
através do exercício de três funções essenciais: legislar, julgar e o governar da nação.
A Constituição Federal é a lei maior e por isso determina a ordem jurídica
estatal, pois orienta todo o ordenamento jurídico de uma nação através de sua
estrutura e organização, definindo os Direitos Fundamentais a serem respeitados,
garantidos e aplicados pelo Poder Público. Dessa maneira, em respeito à Soberania
Nacional os preceitos constitucionais prevalecem sobre todas as categorias de
Normas vigentes no País para que se possa garantir um Estado mais justo.

Direito Internacional
O Direito Internacional estabelece parâmetros jurídicos para as relações entre
estados, e também de todos aqueles que compõem a sociedade internacional, na
esfera socioeconômica e comercial, que pode ocorrer por meio de acordos utilizan-
do-se dos meios políticos, jurídicos e diplomáticos. Portanto ele se divide em dois
ramos: o Público e o Privado.

capítulo 4 • 72
©© WIKIMEDIA.ORG

Figura 4.1  –  Direito Internacional.

O Direito Internacional Público são as normas jurídicas públicas caracteri-


zadas pelo conjunto de costumes e as convencionais, as quais regem as relações
diretas ou indiretas entre Estados e organismos internacionais, regulando as re-
lações de coordenação e não de subordinação, porque os Estados são igualmen-
te soberanos.
Já o Direito Internacional Privado é o que regulamenta as relações do Estado
com os cidadãos pertencentes a outros Estados, solucionando os conflitos de leis
no espaço ou jurisdicionais. Ele se destaca por coordenar as relações do direito no
território de um Estado estrangeiro, aplicando as normas jurídicas em relações
entre particulares.
Mas porque o Direito Internacional?
Sabemos que com a ciência e a tecnologia, a sociedade é a principal benefi-
ciária de seus avanços, por isso, é preciso regular condutas através de normas nas
relações entre privados e públicos, pois hoje com a presença da Internet, mesmo
não havendo uma lei unificada a nível internacional, há a necessidade de aplicação
de preceitos entre todas as relações que envolvam a Informática e o Direito.

Direito Civil
O Direito Civil é aquele que determina as normas gerais sobre Pessoas, Bens,
Fatos Jurídicos, Obrigações, Contratos e demais institutos jurídicos. Pode ser en-
tendido como aquele que é comum a todas as pessoas, por disciplinar o seu modo
de ser e de agir, sem quaisquer referências às condições sociais ou culturais, pois

capítulo 4 • 73
se destina a reger relações familiares, patrimoniais e obrigacionais, formadas entre
indivíduos da sociedade.
Seus preceitos estão legislados pelo Código Civil, a Lei Nº 10.406, de
10 de janeiro de 2002, e podem ser aplicados a Informática, que está cada vez mais
presente na sociedade, seja pelo desenvolvimento das tecnologias ou pela Internet.

Direito do Consumidor
O Direito do Consumidor surgiu no período pós-Revolução Industrial, ao
observar que com o crescimento populacional nas metrópoles e a produção em
série, era gerado um aumento de demanda e oferta de produtos e serviços.
O Código de Defesa do Consumidor (Lei Nº 8.078, de 11 de setembro de
1990) é um microssistema a regular as relações de consumo protegendo os consu-
midores, e por isso se aplica sobre as relações de consumo.
Sua importância é tamanha que devemos compreender que as relações de con-
sumo não se resumem somente ao consumidor e fornecedor, também há o lado
econômico, a função social e o bem-estar da sociedade, que podem ser afetados
por práticas abusivas ou ilegais.

Direito Trabalhista
O Direito do Trabalho é o campo que disciplina as relações entre empregador
e empregado, e sua principal característica é a natureza hierárquica e permanente
que abrange normas, instituições e princípios relativos à organização do trabalho,
da produção e da condição de trabalho. Seu objetivo é a proteção à figura da classe
trabalhadora, evitando sua exploração pelo empregado, de maneira a proporcionar
condições para melhorar seu nível de vida, equilibrando as forças economicamen-
te desiguais.
A base do Direito Trabalhista é o Decreto-Lei N.º 5.452, de 1º de Maio de
1943, conhecido como a Consolidação das Leis Trabalhistas, que traz regras gerais
para regular as relações trabalhistas, ou seja, entre empregado-empregador.
Com o avanço da globalização se percebe uma necessidade crescente de lutar
no sentido de combater as péssimas condições impostas pelos empregados na ins-
tituição do trabalho precário, informal, flexibilizações, fraudes, desregulação, cau-
sando desemprego e prejuízos maiores à sociedade. Pode-se ver que o profissional
da Tecnologia da Informação sofre bastante com as condições precárias impostas,
sendo necessária uma mobilização para se construir uma forte legislação que pro-
teja a classe dos Informáticos.

capítulo 4 • 74
Propriedade Intelectual
A Propriedade Intelectual é o ramo do Direito que protege os criadores de
inovações e novidades e se divide em Direito de Propriedade Autoral e Direito de
Propriedade Industrial. O Direito Autoral é aquele que tem como objetivo prote-
ger as criações literárias, artísticas ou científicas de obras originais de seu criador in-
telectual assegurando seu patrimônio e direitos morais. Já a Propriedade Industrial
é voltada para todas as criações utilizadas em indústrias, empresas e no comércio,
por meio de marcas ou patentes, desenho industrial e também de maneira a coibir
a concorrência desleal, além de questões socioeconômicas e tecnológicas.
A proteção da Propriedade Intelectual é vista na Constituição Brasileira, onde
dispõe sobre os Direitos Autorais e a Propriedade Industrial, além de estar inserida
onde se trata da Ordem Econômica e da Liberdade de Concorrência, e também
dispondo sobre incentivos a Ciência e Tecnologia, como meios de desenvolvimen-
to cultural e socioeconômico.
A legislação que regula a Propriedade Intelectual é ampla, mas citamos as
que mais nos interessam no momento, como a Lei 9.610/98 (Lei dos Direitos
Autorais), a Lei 9.279/96 (Lei de Propriedade Industrial, regulando seus Direitos
e Obrigações) e a Lei 9.609/98 (Lei de Software, que protege a Propriedade
Intelectual dos programas de computador).

Direito Penal
O Direito Penal é um ramo do direito público que se caracteriza por apresen-
tar um conjunto de normas que dizem respeito aos crimes e às penas correspon-
dentes, regulando assim a atividade repressiva do Estado, para que se preserve a
sociedade dos delitos cometidos, definindo, tipificando e sancionando os crimes
e as contravenções.
O Código Penal, Decreto-Lei Nº 2.848, de 7 De dezembro de 1940, através
de suas modificação pela Lei 12.737/2012 (Lei Carolina Dieckmann) prevê a ti-
pificação de crimes informáticos:
 Violação do segredo profissional - Art. 154-A. Invadir dispositivo infor-
mático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação
indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou des-
truir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do
dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. (Incluído
pela Lei nº 12.737, de 2012).

capítulo 4 • 75
 Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informá-
tico, telemático ou de informação de utilidade pública (Redação dada pela
Lei nº 12.737, de 2012) Vigência - Art. 266 - Interromper ou perturbar
serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe
o restabelecimento.
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
§ 1º - Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático ou de in-
formação de utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimento.
 Inserção de dados falsos em sistema de informações (incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000) - Art. 313-A. Inserir ou facilitar o funcionário autorizado
a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos
sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o
fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano
(incluído pela Lei nº 9.983, de 2000).
 Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) - Art. 313-B. Modificar ou alterar, o fun-
cionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização
ou solicitação de autoridade competente (incluído pela Lei nº 9.983, de 2000).
Em relação ao Direito e Justiça que vimos acima, podemos aplicar os conheci-
mentos de ética a tudo o que aprendemos, de modo a fazer com que a Informática
seja uma área mais justa, que promova e garanta a igualdade, segurança e a correta
aplicação do Direito a todos socialmente.
O Direito Constitucional trata do estudo da Constituição e seus aspec-
tos, bem como sua influência no Estado e sociedade, disciplinando o incentivo a
áreas como a Ciência, Inovação e a Tecnologia. O Direito Internacional, se divide
em Público e Privado, onde o primeiro trata das relações entre os atores no plano
mundial, enquanto que o segundo cuida das relações privadas. O Direito Civil é
o ramo que traz normas jurídicas que regem as relações interpessoais. O Direito
do Consumidor traz proteção às relações de consumo. O Direito do Trabalho
regula os aspectos das relações entre empregado-empregador. A Propriedade
Intelectual se divide em Direitos de Autor e Direito de Propriedade Industrial,
onde a Tecnologia da Informação está presente. O Direito Penal disciplina sobre
os delitos e penas além do modo que a Informática pode afetar a sociedade.
Conclui-se, dessa maneira, demonstrando a importância do Direito e sua
busca por um ideal maior que é a Justiça, onde podemos ver sua múltipla aplica-
ção nas mais variadas áreas e também sua relação com a influência da Tecnologia

capítulo 4 • 76
da Informação, passando nas disposições presentes em matérias como o direi-
to constitucional, direito do consumidor, direito internacional, direito civil, di-
reito trabalhista e o direito de propriedade intelectual, que compõem o Direito
da Informática.

Lixo eletrônico

Lixo Eletrônico é todo resíduo material produzido pelo descarte de equipa-


mentos eletrônicos. Com o elevado uso de equipamentos eletrônicos no mundo
moderno, este tipo de lixo tem se tornado um grande problema ambiental quando
não descartado em locais adequados.
©© FAMILY BUSINESS | SHUTTERSTOCK.COM

Figura 4.2  –  Lixo eletrônico.

O Brasil descarta centenas de milhares de toneladas de computadores por ano.


Em uma tonelada de PCs existe mais ouro do que 17 toneladas de minério bruto
do metal. O grande desafio em retirar todo esse ouro é vencer o alto risco de con-
taminação por metais pesados como mercúrio, chumbo e cádmio.
Vivemos na Sociedade da Informação, onde o principal bem é o conhecimen-
to, então, devemos conscientizar as pessoas em relação ao impacto que o lixo ele-
trônico pode causar no meio ambiente e à saúde humana, e apresentando os seus
riscos vemos surgir a TI Verde, pois todos os equipamentos eletrônicos podem ser
reciclados, reutilizados ou consertados.

capítulo 4 • 77
Lixo eletrônico, resíduo computacional, resíduo eletrônico ou e-waste é todo o
material proveniente de equipamentos eletrônicos que foi descartado ou se encon-
tra obsoleto. Por causa disso, esses componentes vêm se tornando um obstáculo em
nível mundial devido ao problema de suas substituições, cada vez mais frequentes,
porque as inovações tecnológicas reduzem o tempo de troca dos equipamentos,
fazendo com que sejam inutilizados e acabem se tornando lixo eletrônico.
Ao levarmos em consideração o crescimento exponencial da indústria de ele-
trônicos, concretizado em consequência dos altíssimos índices de consumismo,
podemos perceber diversos efeitos negativos, que de uma maneira geral aumenta
o lixo eletrônico, e por isso, um dos maiores desafios para a sociedade é a adoção
do consumo consciente, para que se possa cuidar do meio ambiente e da saúde.
©© PETER RADOSA | SHUTTERSTOCK.COM

x
Figura 4.3  –  Meio ambiente comprometido pelo descarte indevido.

A contaminação causada pelo lixo eletrônico no meio ambiente pode ocorrer


através do solo, ar ou água. Os aparelhos eletrônicos que são descartados incorre-
tamente geram vários problemas e riscos ao meio ambiente e também a saúde das
pessoas, devido a sua composição química de metais pesados, pois nela há elemen-
tos tóxicos que são absorvidos pelo solo, o que pode também contaminar os len-
çóis freáticos. Também há as queimadas de materiais eletrônicos que prejudicam

capítulo 4 • 78
o ar e o contato com a fumaça tóxica emitida causam graves danos à saúde. Por
isso devemos nos conscientizar que o descarte não pode ser feito no lixo comum!
Todos sabem que os avanços científicos facilitam a vida humana, ainda assim
não podemos tolerar desastres naturais ou riscos advindos da utilização errática da
tecnologia, já que todos podem sair prejudicados com isso. Dessa forma, devemos
aprender que é de fundamental importância a conscientização, para que se possa
utilizar a reciclagem dos aparelhos eletrônicos e poder reduzir o lixo eletrônico.
Vemos a necessidade para que se desenvolva uma cultura de mudança, onde o
lixo ao invés de ser descartado possa ser reciclado e reaproveitado, gerando no-
vas oportunidades.
A obsolescência dos aparelhos eletrônicos ocorre com grande agilidade, e isso
é visto devido a sua rápida evolução e também por causa das propagandas vei-
culadas, de modo a fazer com que sejam trocados cada vez mais facilmente por
outros equipamentos com tecnologias mais avançadas e tecnicamente melhores.
Esse consumismo exagerado pode causar uma série de terríveis consequências à
humanidade, pois podem ser responsáveis por um grande desequilíbrio socioam-
biental e afetar a saúde humana.
Dessa maneira, é necessário que haja uma melhora contínua quanto à popu-
larização da Tecnologia da Informação e Comunicação, pois a conscientização co-
meça através da reciclagem, reutilização ou conserto dos equipamentos. Aliado a
isso, deve haver políticas para esses componentes eletrônicos, mesmo que antigos,
onde haja investimento para se aperfeiçoar as técnicas de reciclagem, reutilização
ou conserto desses equipamentos, podendo formar um conhecimento científico
em relação a esses materiais, os quais viriam a se transformar em lixo eletrônico.
Toda essa preocupação ocorre por causa do risco ambiental onde se objetiva a
sustentabilidade e pode ser resolvido através da utilização das técnicas de recicla-
gem, reutilização ou conserto e, com isso, podemos mudar nossas posições através
dos conhecimentos adquiridos por meio de incentivos em políticas públicas para
a implantação de processos eficientes e eficazes que garantam a redução do lixo
eletrônico sem afetar o solo, água e o ar.
Por isso para que se possa reduzir o lixo eletrônico e o desperdício de mate-
riais, na etapa de descarte deve haver uma seleção dos equipamentos, começando
com um local apropriado para coleta e desmonte dos componentes eletrônicos,
e cuidando sempre para que a reutilização ou a reciclagem sejam feitas de forma
segura, sem causar danos.

capítulo 4 • 79
Desenvolvimento sustentável

Econômica Social
IDS

Ambiental

Figura 4.4 – Índice de Desenvolvimento Social.

O desenvolvimento sustentável se baseia em três princípios:

AMBIENTAL Refere-se à preservação e conservação de recursos naturais.

Refere-se ao investimento em saneamento básico com redu-


SOCIAL ção dos índices de mortalidade infantil e analfabetismo.

Com empregos diretos, gerando melhores alternativas às re-


ECONÔMICO giões economicamente deprimidas. No Brasil, há vários bol-
sões de pobreza crônicos que precisam ser eliminados.

EUA, Europa e Japão, centenas de milhares de aparelhos eletrônicos são en-


viados para diversos países como Brasil, China, África, Índia, Paquistão, Chile,
Argentina e formam pilhas de lixo que enriquecem poucos e intoxicam milhões.
A cada ano 1,5 bilhão de celulares são substituídos. O resultado é uma mon-
tanha de lixo eletrônico que aumenta em 50 milhões de toneladas/ano. A justifi-
cativa é que o refugo estimularia a inclusão digital.
Analisando os dados a seguir, podemos observar o grande desperdício
em recursos financeiros gastos por ano, que poderiam ser revertidos em prol
da humanidade:

capítulo 4 • 80
Maquiagem: US$ 18 bi
Perfume: US$ 15 bi
Cruzeiros em navios: US$ 14 bi
Orçamento Militar Mundial: US$ 957 bi
Orçamento Militar dos EUA: US$ 450 bi (47% do orçamento mundial)
Guerra do Iraque 2003/2004: US$ 180 bi.
E Para eliminar a fome no mundo seriam necessários US$ 19 bi/ano.
Infelizmente, 1,1 bilhões de pessoas não têm acesso à água. Para prover água de qua-
lidade para todo o mundo seriam necessários US$ 10 bi/ano.
Fonte: Worldwatch Institute, 2004.

TI verde é a tecnologia da informação voltada para o uso de modelos sustentáveis que


visam a eficiência no uso dos recursos. Ela está presente na criação, fabricação, uso
e descarte, e tem como meta reduzir o uso de materiais nocivos, maximizar o uso da
energia, promover a reciclagem.
A TI verde é um conjunto de práticas que torna mais sustentável e menos prejudicial
o uso da computação. Está presente nos processos de fabricação dos componentes,
administração, utilização dos equipamentos e descarte do “lixo eletrônico”.
Fonte: Prof. Dra. Marianina Impagliazzo

A TI é sempre considerada como grande responsável pelo consumo dos recur-


sos naturais do nosso planeta, pelo aumento do consumo de energia e incremen-
tos, sem que se pense que sua utilização está diretamente relacionada ao processo
de produção e ao pilar econômico do “Triple Bottom Line”.

Social

desenvolvimento
Sustentável
Econômica Ambiental

Figura 4.5 – Triple Bottom Line.

capítulo 4 • 81
Práticas de TI verde (Triple Bottom Line)

São três tipos de TI verde:


TI Verde de incrementação tática.
TI Verde estratégico.
TI Verde "a fundo" (Deep IT).

TI VERDE DE INCREMENTAÇÃO TÁTICA


Envolve a contenção de gastos elétricos excessivos e reduz o consumo energético com
o desligamento dos monitores em desuso - que representam de 30% a 50% do total
dos gastos elétricos.

TI VERDE DE INCREMENTAÇÃO ESTRATÉGICA


Envolve auditoria sobre a infraestrutura de TI e seu uso relacionado ao meio-ambiente,
desenvolvendo e implementando novos meios viáveis de produção de bens ou serviços
de forma ecológica.

DEEP IT (TI VERDE “A FUNDO”)


Envolve parque tecnológico visando a maximização do desempenho com o mínimo gas-
to elétrico e inclui projetos de sistemas de refrigeração, iluminação e disposição de
equipamentos.

Figura 4.6  –  Selo Verde.

capítulo 4 • 82
Exemplos de TI Verde
•  Em 2007, o Banco Real substituiu 180 computadores convencionais por
160 Blade PCs, equipamentos que permitem ficar na mesa do usuário apenas o
teclado, o mouse, o monitor e uma pequena caixa para conexão com o Blade PC.
Houve redução de 62% da energia elétrica consumida pelos computadores e uma
economia de US$ 355 mil em 4 anos pela redução do número de micros e na
manutenção.
•  Parque tecnológico visando a maximização do desempenho com o mínimo
gasto elétrico, que inclui projetos de sistemas de refrigeração, iluminação e dispo-
sição de equipamentos.
•  Google pratica ações que incluem desde o planejamento de seu datacenter à
locomoção dos funcionários com veículos híbridos e o consumo de energia alter-
nativa (solar) - Obs: veículo híbrido: acionado por um motor elétrico cuja energia
é suprida por um gerador e uma bateria a bordo.
•  Na Yahoo, a construção de datacenters com produção de acordo com as
normas e exigências ambientais, com o uso da virtualização de servidores e gestão
do consumo elétrico gerado pelo resfriamento de seus equipamentos.

O papel da TI no desenvolvimento sustentável

•  Mudanças no processo produtivo que resultem em menor agressão e favore-


cem o desenvolvimento sustentável;
•  Criação de sites para cadastro e gestão do lixo eletrônico;
•  Aumento dos pontos de descarte de aparelhos na coletividade;
•  Implantação de programas de inclusão digital;
•  Lançamento de campanhas de conscientização;
•  Apoio para desenvolvimento de pesquisa.

Ao comprar um novo computador, devemos levar em conta todos os recursos


e matérias-primas gastos desde a produção, fabricação até a compra do equipa-
mento, bem como seu consumo e utilização até seu destino final. Muitas vezes
vemos que há compras que são feitas por impulso, desnecessariamente, e por causa
disso podemos ocasionar um impacto irreversível ao meio ambiente.
É importante saber que antes de descartar completamente o equipamento,
deve-se pensar em sua reutilização, verificando se o aparelho realmente chegou ao
fim de sua vida útil, pois esta simples medida pode levar a diminuição do acúmulo

capítulo 4 • 83
de lixo eletrônico, a preservação do ambiente e também a redução de riscos a
saúde, e assim vemos que há diversas alternativas viáveis ao descarte, como a reci-
clagem e também o conserto.
Devemos nos atentar à sustentabilidade, não esquecendo que mesmo com os
maiores avanços tecnológicos, os recursos do planeta são finitos e, se os usarmos
indiscriminadamente, isso pode nos levar a um caminho sem volta. Desta manei-
ra, como alternativa ao lixo eletrônico, podemos alcançar objetivos como a in-
clusão digital através de uma melhor capacitação e um projeto ambiental voltado
para a redução dos desperdícios causados.
No processo de gerenciamento de resíduos e reciclagem, as peças e componen-
tes são desmontados e classificados. A seguir, há uma etapa de neutralização atra-
vés de processos físicos e químicos para que gerem riscos ao ambiente e a saúde,
onde então são processados posteriormente para que possam ser utilizados como
matéria prima em novas produções.
Voltamos a frisar que os equipamentos eletroeletrônicos não devem ser des-
cartados ou depositados em lixo comum, porque devemos sempre pensar em seu
reuso e descarte sustentável, e para isso devemos procurar observar os projetos de
reciclagem, que são realizados mediante convênios entre órgãos públicos, insti-
tuições de ensino, cooperativas, empresas, para que haja a sua reutilização e rea-
proveitamento na cadeia produtiva, ao invés de serem descartados e terminarem
como lixo eletrônico.
Vemos com isso que todos os equipamentos e peças descartadas que estejam
em condições de uso podem ser avaliados e também enviados para projetos sociais,
ajudando no acesso à educação e na formação de pessoas que anteriormente não
tinham acesso a Informática através da inclusão digital, pois devemos pensar na
importância de preservar o ambiente.
Ao se pensar em sustentabilidade nos dias atuais, face ao desperdício massivo
dos aparelhos, também devemos nos conscientizar socialmente e manter o nosso
pensamento na preservação do meio ambiente, onde podemos começar compran-
do equipamentos com certificação verde, pois são livres de substâncias tóxicas e
metais pesados, como o chumbo, e também são mais eficientes e econômicos no
consumo de energia, porque são feitos de componentes recicláveis ou biodegradá-
veis, reduzindo o impacto do lixo eletrônico.
Surge então o conceito de TI Verde, que é um conjunto de práticas focadas na
sustentabilidade com foco na área Informática, através da consciência e da respon-
sabilidade socioambiental, onde são executadas políticas para redução dos gastos
em energia, otimização dos processos de produção e execução de serviços, que

capítulo 4 • 84
proporcionem um descarte adequado do lixo eletrônico, o que também diminui a
emissão de gases poluentes que contribuem para o efeito estufa.
Por isso vemos cada vez mais na sociedade uma tendência crescente a obsoles-
cência programada, onde observamos que a rapidez das atualizações dos softwares
e hardwares, fazem com que se aumente em grandes proporções o lixo eletrônico
devido às necessidades e demanda do consumismo de equipamentos com tecno-
logias mais atuais.
É fundamental diante desse cenário que pensemos no gerenciamento inteli-
gente de recursos onde nas cadeias de produção devem ser aplicadas essas políticas
de redução do lixo eletrônico aos bens de consumo e matérias-primas para que
objetive a qualidade de vida com sustentabilidade, comida, água limpa, moradia,
sociedade, saúde e um meio ambiente sem poluição.
A insustentabilidade causada pelo modelo socioeconômico atual não pode
prevalecer, pois causa diversos prejuízos sociais, econômicos e ambientais, onde
somente obteremos melhores perspectivas através de uma economia voltada aos
recursos naturais, pois será possível alcançar uma vida melhor de maneira a trazer
um equilíbrio entre natureza e ciência.
Portanto, é de extrema importância que no momento do descarte dos apare-
lhos eletrônicos tenhamos definidos projetos que garantam um destino sustentável
para o equipamento, para que não termine como lixo eletrônico e cause uma va-
riedade de efeitos negativos para a sociedade e o planeta.
O modelo de gestão do lixo eletrônico pode ser colocado em prática por meio
de uma cultura e educação ambiental que promove capacitação técnica e garanta
que haja um meio ambiente mais seguro e justo, mostrando resultados através de
seus planos, o que pode impactar na economia. Com isso devemos pensar tam-
bém nos riscos de contaminação que estamos expostos durante a manipulação de
qualquer tipo de resíduos eletrônicos, por isso se pudermos pensar verde, veremos
melhorias em nosso mundo.
Sendo assim devemos buscar informações sobre empresas certificadas que pro-
duzam equipamentos verdes, e também que trabalhem com a logística reversa, que
é a coleta dos produtos fabricados por meio do descarte ecologicamente correto,
e que trabalhem com ferramentas e equipamentos desmontagem, para que sejam
visíveis os resultados para a redução do lixo eletrônico.
Com isso devemos adotar um novo modelo de gestão do lixo eletrônico, rea-
lizando uma economia com responsabilidade através de iniciativas, seja por meio
do governo ou de empresas privadas, de modo que se desenvolva uma conscien-
tização por meio da cultura e da educação ambiental e se crie nas pessoas uma

capítulo 4 • 85
responsabilidade pós-consumo, a qual atinge desde a cadeira de produção nas
indústrias até os consumidores, e posteriormente uma capacitação e investimento
em recursos humanos para que os equipamentos sejam descartados de forma des-
necessária. Encerramos nossa aula de hoje demonstrando a importância da TI ver-
de em nossas vidas e com uma mensagem de esperança: a conscientização começa
com você, faça sua parte e a sociedade toda sai ganhando com isso!

A vida é muito simples. Você desenvolve algo. A maioria falha. Alguns funcionam. Você
então faz mais daqueles que funcionam. Se realmente funcionam bem outros rapida-
mente vão copiar. Então você faz alguma coisa mais. O truque é sempre estar fazendo
algo novo!!!

Leonardo da Vinci, 1500

MULTIMÍDIA
Acesse Marco regulatório de ciência, tecnologia e inovação vira lei:
<http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/ciencia-e-tecnologia/
502568-marco-regulatorio-de-ciencia,-tecnologia-e-inovacao-vira-lei.html>
<http://www.greenpeace.org/electronics>
<http://4campanhalixoeletronico.blogspot.com/>
<http://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2015/04/voce-sabe-de-onde-vem-e
-para-onde-vai-seu-smartphone.html>
<http://revistagalileu.globo.com/revista/common/0,,emi285900-17933,00-seu+com-
putador+usado+pode+virar+bolinhas+de+gude+sandalias+ou+joias.html>
<http://super.abril.com.br/blogs/planeta/de-um-descarte-certo-para-seus-eletronicos
http://super.abril.com.br/blogs/planeta/o-lixo-e-a-inclusao-digital/>

ATIVIDADES
Vamos praticar um pouco os conceitos aprendidos.

01. É importante fazer uma reflexão ética sobre o uso da tecnologia e a atuação do
A área do Direito que se destaca de modo a nortear parâmetros da organização políti-
co-estatal através de seus elementos essenciais, tratando do regime político e a forma de

capítulo 4 • 86
governo, reconhecendo e garantindo os direitos fundamentais do cidadão e sua relação com
a sociedade, e também disposições sobre ciência, tecnologia e inovação.
O texto se refere a:
a) Direito Civil d) Direito Constitucional
b) Direito Tributário e) Direito Criminal
c) Direito Trabalhista

02. Estabelece parâmetros jurídicos para as relações entre estados e, também, de todos
aqueles que compõem a sociedade internacional, na esfera socioeconômica e comercial, que
pode ocorrer por meio de acordos utilizando-se dos meios políticos, jurídicos e diplomáticos.
Este texto se refere ao direito:
a) Direito Civil d) Direito Constitucional
b) Direito Tributário e) Direito Internacional
c) Direito Trabalhista

03. É o ramo do Direito que protege os criadores de inovações e novidades. É aquele que
tem como objetivo proteger as criações literárias, artísticas ou científicas de obras originais
de seu criador assegurando seu patrimônio e direitos morais.
a) Direito Constitucional d) Direito Civil
b) Direito Intelectual e) Direito Internacional
c) Direito Trabalhista

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASHLEY, P. A. Ética e responsabilidade social nos negócios. 2a ed. -São Paulo (SP), Saraiva,
2005.ISBN:8502050672.
CHIAVENATO, I. Comportamento Organizacional, Ed. Campus, 2009, ISBN: 9788535237559.
SCHAFF, A. A sociedade Informática: as Consequências Sociais da Segunda Revolução Industrial.
São Paulo: Editora da Universidade, 4ª ed., 2005.
VALLS, A. L. M. O que é ética. São Paulo: Brasiliense, 9ª ed., 1994.
DORNELAS, J. C. A.. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios, 3a. ed. Rio de Janeiro
(RJ): Campus, 2008.ISBN: 9788535232707
DORNELAS, J. C. A.. Planos de Negócios que Dão Certo: Um Guia Para Pequenas Empresas.
Editora: Elsevier, 2007.

capítulo 4 • 87
SENGE, P. Quinta Disciplina, Caderno de Campo. Qualitymark, 1997.
WARDMAN, K. Criando Organizações que Aprendem. Futura, 1996.

capítulo 4 • 88
5
Empreendedorismo
e Plano de Negócio
Empreendedorismo e Plano de Negócio
O empreendedorismo é considerado uma boa opção do profissional de in-
formática que busca novas oportunidades, inserindo os alunos e os graduados no
novo contexto do mundo globalizado, onde o emprego na área de tecnologia está
sendo gradativamente substituído pela terceirização dos serviços prestados pelas
pequenas e criativas unidades de negócios.
O perfil do empreendedor pode ser definido como aquele que trabalha ardua-
mente para atingir seus objetivos através dos negócios, de maneira a conquistar
novas oportunidades.
O empreendedorismo é uma forma de criar e inovar com foco em novos ne-
gócios e, por isso, pode abrir novos horizontes, além de trazer perspectivas dife-
rentes em sua visão, seja no ambiente de trabalho ou no aperfeiçoamento de um
novo negócio.
Para isso, é importante o aluno conhecer o plano de negócios e como
elaborá-lo. Por ser a principal ferramenta do empreendedor, discutiremos a sua
estrutura, análise de mercado, estratégia de marketing, plano operacional, plano de
recursos humanos, modelos de gestão, modelos de avaliação de gestão, Balanced
Scorecard e ferramentas de qualidade.
É muito importante fazer um plano de negócios para verificar a viabilida-
de de um empreendimento no mercado, seja novo ou já existente, e também
ajudar em questões como a segurança, criatividade e a inovação dos produtos e
serviços, além de contribuir positivamente para melhorar a economia, ajudar na
inclusão social, proporcionar uma melhoria nos empregos, dentre outros fatores
sócio tecnológicos.
Será apresentado um modelo de Plano de negócio, onde o aluno terá a opor-
tunidade de preenchê-lo, baseado em todo o conteúdo e aprendizado obtido nos
capítulos anteriores, demonstrando quais decisões deverão ser tomadas para inves-
tir, criar e inovar no seu empreendimento.

OBJETIVOS
Neste capítulo, trataremos do empreendedorismo como uma opção do profissional de
informática que busca novas oportunidades, inserindo os alunos no novo contexto do mundo
globalizado, onde o emprego na área de tecnologia está sendo gradativamente substituído
pela terceirização dos serviços prestados pelas pequenas e criativas unidades de negócios.
Sendo assim, veremos, também, os conceitos de plano de negócios e como elaborá-lo. Por

capítulo 5 • 90
ser a principal ferramenta do empreendedor, discutiremos a sua estrutura, análise de mer-
cado, estratégia de marketing, plano operacional, plano de recursos humanos, modelos de
gestão, modelos de avaliação de gestão, Balanced Scorecard e ferramentas de qualidade.

O empreendedorismo informático

O Empreendedorismo é uma disciplina conhecida também como


Administração de Novos Negócios, e é nela onde vemos a importância de se uti-
lizar a criação e a inovação no mercado. Ela é tida como uma revolução silenciosa
no mundo, caracterizada e observada como a mais importante para o século atual
da Sociedade da Informação do que para a Revolução Industrial para o Século XX.
Podemos definir o empreendedorismo como uma atitude que reúne caracte-
rísticas como a coragem e compreensão, que busca soluções através do conheci-
mento agregado através de informações, fazendo com que o empreendedor seja
uma pessoa que aja com dinamismo, inovação, que percebe oportunidades, e com
isso muda suas perspectivas, abrindo novos caminhos e encontrando novas manei-
ras de alcançar seus sonhos.
O empreendedor é aquele que não somente abre uma empresa e obtém su-
cesso, mas se caracteriza fundamentalmente por apresentar uma visão diferente de
oportunidades de negócios com criatividade que aplicada a produtos ou serviços,
alcança uma maneira de prosperar economicamente através da criação, adminis-
tração e desenvolvimento de um novo negócio, ultrapassar barreiras para gerar
mudanças significativas e profundas.
São fatores imprescindíveis para que uma pessoa empreenda: a criatividade, a
inovação, novas formas de chamar atenção para que se possa alcançar um mercado
ou iniciar um modelo de negócios que seja atraente. Quando um empreendedor
torna-se empresário e trabalha para o desenvolvimento de sua empresa, esse pode
ser visto como resultado através do sucesso obtido.
É necessário um planejamento com os objetivos bem determinados e que se
tenha visão para o futuro, pois o empreendedor é aquele que imagina, desenvolve
e realiza atividades por outro ponto de vista, mudando a forma a qual se enxerga
um ambiente, seja voluntariamente através da motivação ou involuntariamente
por força ou motivos alheios a sua vontade.
A competitividade do empreendedor é a estratégia principal para a criação
de novos negócios, determinada pelo seu potencial e competência para operação
no mercado, que é formada através do conjunto de conhecimentos, habilidades,

capítulo 5 • 91
responsabilidades, iniciativa, comprometimento, marketing e trabalho em equipe.
Por isso não é possível saber se alguém será ou não bem sucedido como empreen-
dedor, pois não existe uma garantia para aqueles que possuem essas características
essenciais obtenham sucesso. Mas mesmo assim é de fundamental importância
inovar e arriscar para que se crie um novo negócio.
O empreendedor deve possuir algumas características, como: ter uma pessoa que
lhe serve de modelo ou influência, e com isso ser capaz de ter iniciativa, autonomia,
autoconfiança, otimismo, necessidade de realização para trabalhar com perseverança
e tenacidade, aprendendo com os resultados negativos ou positivos, e demonstrando
uma energia incansável, que se concretize através das metas que alcança.
A pessoa que empreende luta contra os padrões impostos, porque tem uma
forte intuição e sabe buscar, utilizar e controlar recursos para criar situações pro-
pícias para obter feedback sobre seu comportamento e sabe fazer seu networking,
é um visionário, sonhador realista, e também um líder que permite que todos
tenham liberdade, extraindo o seu melhor, pois perceberá futuramente os resulta-
dos, mesmo que a longo prazo.
O empreendedorismo é necessário porque apesar de tudo, as empresas pre-
cisam de profissionais que tenham uma visão global de seus processos e saibam
satisfazer as necessidades do cliente, por meio de colaboradores que dominam
a tecnologia e conheçam o negócio, identificando nesse meio as oportunidades,
buscando e gerenciando recursos para viabilizá-las.
Empreender demanda um conjunto de inúmeros fatores que podemos perce-
ber como atitude, perseverança, pró-atividade, criação, inovação, que não param
por aí, se estendem para mais além. O ser humano empreende porque busca a
sobrevivência através de uma estratégia que melhore sua condição de vida e para
que possa realizar seus sonhos, por meio da criação de produtos ou serviços novos.
O Empreendedorismo é entendido como um perfil onde é visto como um
conjunto de comportamentos, características e hábitos que podem ser adquiridos,
praticados e desenvolvidos pelas pessoas para que alcancem o sucesso, identifi-
cando oportunidades através da criação de ideias inovadoras, o que deve ser feito
com comunicação e integração em grupo, fatores que nem todos estão dispostos
aplicar e arriscar.
Os empreendedores tem uma atitude proativa de observação da realidade, que
os leva a ter boa percepção das oportunidades em mercado, por isso avaliam tec-
nicamente as oportunidades percebidas e a partir de suas habilidades e competên-
cias, elaboram planos para a realização dos objetivos, pois com sua habilidade para

capítulo 5 • 92
conquistar apoio de colaboradores, investidores, patrocinadores, financiadores e
parceiros, atraindo-os para seus empreendimentos, e que por meio da tomada de
decisões buscam, incessantemente, realizar seus sonhos e criar valor para a socie-
dade através da implantação de seus negócios.
Estamos na era da globalização, onde tudo caminha em um ritmo acelerado e
a concorrência não descansa, por isso a comunicar-se é de grande importância, au-
mentando a eficiência dos negócios, pois a informação permite que se inove crian-
do uma nova oportunidade através da ferramenta tecnológica, onde também de-
ve-se levar em conta que também há uma responsabilidade social a ser observada.
O mercado possui seus riscos, mas o verdadeiro empreendedor trabalha para
que seja reduzido ou eliminado, através da análise de mercado, para que seja pos-
sível ver onde estão os concorrentes e clientes, quais são suas necessidades e onde
há empreendedores insuficientes, para que se crie uma oportunidade de um novo
negócio. Por isso deve ser adotado um planejamento estratégico onde o empreen-
dedor deve se preparar para construir um plano de negócios.
O Empreendedorismo é um mecanismo pelo qual atrás de competência
e habilidades se torne possível a obtenção de riqueza para a sociedade, através
da criação de empresas ou negócios; com isso podemos perceber que há diver-
sas modalidades, como o individual, os projetos ligados à área social e cultural,
governo e também aquele que trabalha dentro de uma organização, conhecido
como intraempreendedor.
Através do empreendedorismo, vemos que a evolução ou criação das empresas
foi possível devido a elementos como a inovação, o planejamento, criação de pro-
jetos, ferramentas de gestão, que propiciaram o seu desenvolvimento econômico,
fazendo com que houvesse mudanças determinantes que permitiram agregar um
valor a atividade exercida, vencendo os riscos.
Às vezes o empreendimento falha porque não é trabalhado com dedicação e
esforço, por isso, é necessário mais que ideias e planejamento, também deve-se
trabalhar com determinação para que ele se transforme em realidade, construa
sua identidade e consiga reconhecimento, de maneira acreditar e fazer com que a
partir da necessidade se alcance o sucesso.
Empreender sem bases sólidas para a administração do negócio pode ser fatal,
pois é importante a inovação, onde deve ser feita uma pesquisa e análise para que
se veja a viabilidade do negócio, e por isso é conveniente conhecimento do mer-
cado e também dos aspectos determinantes do mundo atual, bem como o modo
pelo qual estes influenciam e afetam a economia.

capítulo 5 • 93
Vemos a relação entre a globalização, o desenvolvimento tecnológico, a valo-
rização e a inovação, onde destacamos a importância de todos esses fatores para
as estratégias dos empreendimentos. O mundo é dinâmico e sempre passou por
diversas transformações, que usualmente proporcionam a melhoria de condições
devido a criação de novas tecnologias, as quais são refletidas na sociedade.
Com a chegada da Internet e sua expansão vemos uma mudança nos costu-
mes, que afetou a maneira a qual a informação e a comunicação interpessoal são
afetadas pela tecnologia, onde podemos ver isso com as mensagens eletrônicas e
redes sociais, as informações obtidas por meio de jornais ou notícias, o comércio
eletrônico, entretenimento, o ensino a distância, as cidades inteligentes, os movi-
mentos sociais e as empresas e também os negócios.
Hoje podemos falar que existe o empreendedorismo digital, que vem influen-
ciando a sociedade, mudando seus valores e crenças, possibilitando que através da
tecnologia se alcance e explorem novos mercados criados, aperfeiçoando-os por
meio da Internet, rompendo também as resistências de sua utilização, já que esta
proporciona a busca de informações de uma maneira mais rápida e ampla como
um instrumento de transformações e oportunidades sociais e de novos negócios.
Um dos fatos determinantes para o sucesso do empreendedor é a inovação,
a qual pode ser vista quando se cria um produto ou processo, de forma a me-
lhorá-lo, adaptando-o e agregando valor por meio do conhecimento e mudança,
para que se crie um diferencial competitivo no mercado. A inovação tecnológica
é conceituada como a introdução no mercado de um produto ou de um processo
produtivo tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado.
Vemos que é necessária a inovação tecnológica para que o empreendedor al-
cance o sucesso, pois hoje o tempo é um fator primordial e determinante para o
lançamento de um produto ou serviço no mercado e sua retirada, já que o ciclo
de vida no mundo globalizado vem se reduzindo cada vez mais à medida que os
avanços tecnológicos aumentam a velocidade dos novos negócios.
Os impactos sociais que a inovação tecnológica representa são gigantes, o que
pode causar benefícios, mas também gerar diversos problemas, por isso é neces-
sário além da análise de mercado, verificar e perceber como a introdução de um
novo produto ou serviço pode influenciar o mundo.

Empreender

Para que o empreendedor possa criar e desenvolver da melhor forma seu ne-
gócio, é necessário elaborar um plano de negócios, a partir de um modelo que traz

capítulo 5 • 94
a inovação e todos os seus conhecimentos como diferencial nos vários aspectos
empresariais para que possa alcançar o sucesso.
O plano de negócios é um documento que contém a caracterização das ideias
do empreendedor em sua empresa, além de sua forma de operar, as estratégias
adotadas e estratégias e metas para conquistar o mercado, além de projeções de
suas despesas, receitas e resultados financeiros.
É importante destacar que para o plano de negócios do empreendedor, deve-
se pensar na infraestrutura do negócio, as competências e habilidades, nos benefí-
cios oferecidos pelo produto ou serviço, nos planos financeiros através dos valores
e ganhos econômicos que podem ser obtidos, nas estratégias de aproximação e
preferência do público-alvo em relação aos competidores por meio dos canais de
distribuição, marketing e oferta.
Não planejar pode gerar custos altíssimos para o empreendedor, que podem
traduzir-se em não conseguir chegar ao objetivo por perda, desânimo, a um obje-
tivo que não é o pretendido, ou parcialmente, até com custos e tempo superiores
aos previstos.
Já o planejamento pode trazer inúmeros benefícios, os quais podem ser vistos
pelo empreendedor que busca informações sobre seu produto e serviço no merca-
do ou nos beneficiários do empreendimento, determina uma estratégia, criando e
administrando um plano de implantação de seu negócio.
O planejamento deve ser estratégico, operacional e tático para que envolva a
decisão e operação. O estratégico é aquele que define os objetivos do negócio a
curto, médio e longo prazo, fazendo com que os demais planos sejam eficientes e
eficazes. O planejamento operacional busca atingir os objetivos estratégicos atra-
vés da execução das metas e ações propostas. O tático é responsável pela adminis-
tração e é aplicado aos objetivos para que se realizem. Com isso vemos que esses
três tipos de planejamentos estão interligados e por isso o empreendedor deve
pensar também em uma estratégia de expansão para obter sucesso.
Para colher bons resultados, o empreendedor deve ter uma proposta inovadora
e estabelecer uma missão que possa ser alcançada. Necessita, também, criar estraté-
gias concretas para disseminação de seu plano e se preocuparem com o modelo de
negócios da empresa, com o mercado e com os produtos e serviços que oferecem.
Para que não falhe como empreendedor, não pode abrir espaço para a concor-
rência por causa da falta de inovação; deve acompanhar a evolução tecnológica e
não pode perder empregados criativos para empresas concorrentes; deve, de forma
contínua e sustentável, aproveitar as ideias dos empregados, implantando-as para
a garantia do fluxo positivo da inovação.

capítulo 5 • 95
Por isso no âmbito corporativo deve-se abrir a cabeça a novos modelos e opor-
tunidades e incentivar o empregado empreendedor, que é aquele que desenvolve
propostas de novos produtos, serviços ou processos, com a finalidade de melhorar
e alavancar a empresa através da inovação, que pode gerar novos ganhos.
Com isso, conclui-se que empreender é uma arte, que deve ser incentivada no
âmbito individual ou corporativo, o que pode criar novas alternativas a mercados
ultrapassados, revigorando-os através da exploração de novos mercados e, com
isso, deve-se prestar atenção no perfil do empreendedor, que é aquele que trabalha
arduamente para alcançar o sucesso.

Jack Welch, considerado o Executivo do Século XX, presidiu uma das maiores e mais
respeitadas empresas do mundo, a General Electric (GE), se tornou referência em lide-
rança e gestão por meio de 20 conceitos que podem e devem ser aplicados em toda
empresa empreendedora.
©© HAMILTON83 | WIKIMEDIA.ORG

Figura 5.1  –  Jack Welch, o executivo do século.

capítulo 5 • 96
Muitas pessoas fazem o que se espera que elas façam.
Essas pessoas são a multidão que adora ficar reclaman-
do que as oportunidades não aparecem, que tudo é muito
difícil. Já outras pessoas gostam do que fazem, e fazem
1. FAÇA MAIS DO mais do que se espera que elas façam. Entregam mais,
QUE ESPERAM trabalham mais, gostam mais, desenvolvem mais, ganham
mais e, consequentemente, têm mais oportunidades. Se
você quer se diferenciar, quer ter sucesso, faça mais do
que se espera. Sempre!

Líderes são pessoas que inspiram com uma clara visão de


como as coisas podem ser melhoradas. Seja aquele que
2. LÍDER energiza, que excita e que inspira, ao invés de ser um ge-
rente que irrita, que deprime e que controla.

As pessoas devem tomar suas próprias decisões. Supervi-


3. GERENCIE são controlada e burocracia matam o espírito competitivo
MENOS e criativo da empresa. Cada funcionário tem de saber qual
a sua responsabilidade e fazê-la.

Você tem de perceber o quão importante é manter um tipo


4. SEJA MENOS de empresa informal, que incentiva o fluxo de ideias entre
FORMAL funcionários e alto escalão (líderes, diretores, sócios).

Uma liderança excelente vem da qualidade da visão e da


5. ENERGIZE AS habilidade de incentivar os outros para uma performance
PESSOAS extraordinária. Energizar a equipe para o trabalho é a cha-
ve para ser um grande líder.

6. CRIE UMA Conseguir com que as pessoas tenham paixão pelo o que
VISÃO E ATRAIA elas fazem. Parece utópico, mas um bom líder consegue
A EQUIPE PARA fazer isso, de verdade. Se você energiza e tem um espírito
TORNAR ESSA incentivador, você conseguirá fazer com que sua equipe
alcance resultados antes inatingíveis.
VISÃO REALIDADE
Inovação da sua empresa e dos seus maiores concorren-
7. TENHA FOCO tes, que podem estar inovando e criando vantagem sobre
CONSTANTE NA seus produtos e serviços. A empresa tem de ser mais es-
INOVAÇÃO perta, mais rápida, mais sábia, com mais tecnologia para
suportar e superar essas mudanças.

capítulo 5 • 97
8. VEJA AS
Estar aberto para a mudança é uma vantagem, mesmo que
MUDANÇAS isso signifique colocar parte da empresa no meio de uma
COMO UMA confusão por um período de tempo.
OPORTUNIDADE
Encare a realidade e aja decisivamente. A maioria dos er-
9. ENCARE A ros que os líderes cometem é causada pela resistência em
REALIDADE encarar a realidade e agir com relação a ela.

Uma empresa deve ser capaz de capturar o intelecto de


10. ENVOLVA cada um de seus funcionários de um jeito que permita mais
TODOS entusiasmo e mais responsabilidade com mais liberdade.

Novas ideias são o sangue de qualquer organização. Hoje


11. RECEBA alguém, em algum lugar, tem uma excelente ideia. A ques-
IDEIAS DE TODOS tão é achar essa pessoa, aprender a ideia e colocá-la em
prática rapidamente.

Para ter certeza que as pessoas estão livres para atingir o


12. ELIMINE impossível, você deve remover qualquer fronteira. Uma em-
LIMITES presa aberta, livre de fronteiras faz com que haja um fluxo
constante de ideias, pessoas, decisões, ações etc.

13. CRIE UMA Transforme a sua empresa em uma organização que


aprende. Dessa forma ela também passa a trocar ideias,
CULTURA DE aprender com os erros de todos, crescer com a comunica-
APRENDIZADO ção feita de forma correta.

Não preste atenção somente nos números. Foque mais


14. DÊ ATENÇÃO nos valores da empresa, na criação de um time, na troca
AOS VALORES de ideias, na cultura de incentivar e envolver a todos.

15. FOLLOW-UP Faça follow-up em tudo! O tempo todo e com todos.

Simplicidade é mais rápido, mais fácil de entender e menos


16. SIMPLIFIQUE suscetível a erros.

Quando você é o número 1, você controla o seu destino.


17. SEJA O Você faz as regras e tem uma base sólida para aguentar
qualquer dificuldade. Ser o número 1 ou o número 2 pode
NÚMERO 1 OU O ser usado para a empresa, mas também para a sua carrei-
NÚMERO 2 ra. Ser o funcionário número 4 ou 5, não fará de você um
vencedor.

capítulo 5 • 98
Você não quer ser apenas melhor que os seus concorren-
tes. Você quer ser a única opção para os seus clientes. E
18. FAÇA COM você só consegue isso com uma qualidade acima do nor-
QUALIDADE mal, acima até do excepcional. Qualidade é tão importante
para os seus produtos e serviços, pois é ela quem pode
torná-los únicos.

Rapidez é tudo. É o ingrediente indispensável para a com-


19) FAÇA petitividade. Não pare, não perca tempo. Faça benfeito, e
RAPIDAMENTE faça agora.

Diversão deve ser um grande elemento na sua estratégia


empresarial. Ninguém deveria ter um trabalho que não
20. DIVIRTA-SE! gostasse. Se você não acorda energizado e excitado com
as possibilidades e desafios que o dia poderá lhe oferecer,
então você está no trabalho errado.

Segundo o SEBRAE
“Em qualquer empreendimento é necessário ter perseverança, vontade de
trabalhar e liderança. ”
Todo comerciante deve se dedicar ao seu negócio com tempo e envolvi-
mento pessoal. Um negócio é tocado com inspiração, mas também com muita
transpiração.
Dentre os aspectos fundamentais da personalidade de um empreendedor
destacam-se:

Aceitar desafios e buscar soluções viáveis para o equaciona-


CRIATIVIDADE mento de problemas.

Inspirar confiança, motivar, delegar responsabilidades, formar


LIDERANÇA equipe, criar um clima de moral elevado, saber compartilhar
ideias, ouvir, aceitar opiniões, elogiar e criticar pessoas.

Manter-se firme em seus propósitos, sem deixar de enxergar


PERSEVERANÇA os limites de sua possibilidade, buscando metas viáveis até
mesmo em situações adversas.

Controlar seus impulsos para ajustar-se quando a situação


FLEXIBILIDADE demandar mudanças e estar aberto para estudar e aprender
sempre.

capítulo 5 • 99
VONTADE DE Dedicar-se plenamente e de forma entusiasmada ao seu
TRABALHAR negócio.

AUTOMOTIVAÇÃO Encontrar a realização pessoal no trabalho e seus resultados.

FORMAÇÃO Buscar constantemente informações sobre o mercado e


PERMANENTE atualização profissional sobre novas técnicas gerenciais.

Compreender as relações internas para ordenar o processo


produtivo e administrativo de forma lógica e racional, enten-
ORGANIZAÇÃO der as alterações ocorridas no meio ambiente externo de
forma a estruturar a empresa para melhor lidar com essas
mudanças.

Antecipar-se aos problemas principais, analisando-os


SENSO CRÍTICO friamente.

Concluímos que empreender demanda dinamismo, por isso não podemos


ficar parados deixando novas ideias de negócios nos ultrapassarem ou mesmo per-
der os empregados criativos para outras empresas que abrem oportunidades para
profissionais inovadores, por isso é importante ter uma visão diferenciada das ati-
vidades a serem desenvolvidas no mercado.
Mãos à obra e vamos empreender?

O que é Plano de Negócios

Plano de negócios (Business Plan), também chamado "Plano Empresarial",


é um documento que especifica um negócio que se quer iniciar ou que já está
em operação.
O Plano de Negócios é muito importante, pois traz inúmeros benefícios, não
somente ao empreendedor, mas também à sociedade, pois serve de estímulo à
economia do país, além de ser um instrumento de inclusão social por meio das
criações e inovações produzidas, seja através da confecção de produtos ou oferta
de serviços, como também para traçar um retrato do mercado de acordo com as
perspectivas do negócio para que se possa realizar investimentos, demonstrar as
atitudes do empreendedor e para propiciar segurança a quem quer iniciar uma
empresa com maiores condições de êxito ou até mesmo para ampliar ou promover
mudanças nos processos de produção já existentes.

capítulo 5 • 100
Além disso, outras funções podem ser designadas para o Plano de Negócios,
como o aprimoramento dos processos de gestão e para fornecer uma visão ante-
cipada das condições de mercado, e assim para que possa ser feita uma tomada
de decisões estratégica ao se pensar nos diversos fatores da atividade como riscos,
vantagens, desenvolvimento, planejamento do negócio, aperfeiçoamento das prá-
ticas gerenciais, aprendizagem de novos conhecimentos e ajuda para criar e man-
ter empreendimentos.
O Plano de Negócios irá orientá-lo na busca de informações detalhadas sobre
o seu ramo, produtos e serviços, clientes, concorrentes, fornecedores e, principal-
mente, sobre os pontos fortes e fracos e todas as questões envolvendo o negócio,
contribuindo assim para que se possa identificar a viabilidade de sua ideia e ajudar
na gestão da empresa com base no que foi assimilado.
Por isso o objetivo desta aula é de auxiliar o aluno-empresário na elaboração
de seu plano de negócio através do modelo que veremos mais adiante, logo após as
explicações, o que pode ser útil para se abrir um novo empreendimento ou ampliar
um já existente; portanto antes de iniciar, veremos as explicações e mais detalhes
sobre o que é e como preencher o modelo em cada etapa do Plano de Negócios.
Vimos na aula anterior que empreender é importante, mas antes de tomar
qualquer atitude de maneira impulsiva ou precipitada, devemos planejar cautelo-
samente o negócio para que as ideias sejam organizadas e possam se concretizar.
Dessa maneira, com o Plano poderemos estabelecer melhor os objetivos do ne-
gócio com clareza, além dos passos necessários para que estes se alcancem, dimi-
nuindo substancialmente os riscos e incertezas, evitando também que se cometam
alguns erros no mercado, demonstrando a viabilidade e buscando informações
sobre os produtos ou serviços oferecidos, clientes, concorrentes, todavia os pontos
fortes e fracos do negócio, fazendo uma análise SWOT, que é uma ferramenta
utilizada para fazer análise de cenário (ou análise de ambiente), usada na gestão e
planejamento estratégico da empresa, independente do seu porte.

Análise SWOT

A Análise SWOT é um sistema simples para verificar a posição estratégica da


empresa no mercado. A técnica é creditada a Albert Humphrey, que liderou um
projeto de pesquisa na Universidade de Stanford nas décadas de 1960 e 1970,
usando dados da revista Fortune das 500 maiores corporações.

capítulo 5 • 101
ANÁLISE SWOT
Na conquista do objetivo
Ajuda Atrapalha

(organização)
S W
Interna
Forças Fraquezas

O T
(ambiental)
Externa

Oportunidades Ameaças

Figura 5.2 – Análise SWOT na conquista do objetivo.

O termo SWOT representa quatro forças: Pontos Fortes (Strengths); Pontos


Fracos (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats).
Então, sabemos que para obter o sucesso nos negócios, devemos nos preparar
com antecedência e cautela, o que demanda comprometimento, tempo, pesquisa,
esforço, inovação e criatividade para que se possa compilar e processar as informa-
ções levantadas, o conhecimento sobre o mercado e o ramo de atuação pretendi-
do, de modo que o Plano de Negócios deve ser acompanhado permanentemente,
corrigido sempre que haja alguma distorção para que se demonstre a viabilidade
de implantação em todas as etapas.

Como elaborar o Plano de Negócios

Para elaboração do Plano de Negócios, devemos observar as informações que


demonstram o negócio, análise e estratégias, onde didaticamente dividiremos
em partes: Sumário Executivo, Análise de Mercado, Plano de Marketing, Plano
Operacional, Plano Financeiro.

Sumário Executivo
O Sumário Executivo abrange um resumo dos principais pontos do
Plano de Negócio, onde nele são apresentadas as principais características do

capítulo 5 • 102
empreendimento, como dados dos empreendedores, experiência profissional e
atribuições, missão da empresa, os setores de atividades, a forma jurídica, o en-
quadramento tributário, o capital social e a fonte de recursos. Nele devem constar
os aspectos negociais, os produtos e serviços, os clientes, localização da empresa, o
investimento inicial, a estimativa de faturamento e lucro e o tempo pretendido de
retorno sobre o investimento.
No resumo dos principais pontos do negócio, devemos descrever ao menos 5
características sobre o que se trata, como os produtos fabricados ou serviços ofere-
cidos, os clientes, o lucro esperado ou o retorno do capital investido.
Na seção do empreendedor, após preencher o nome, deve-se listar entre 3 a 5
conhecimentos que podem ser utilizados e proveitosos para desenvolver o negó-
cio, seguidos de habilidades, além do perfil do empreendedor e suas atribuições
dentro da proposta a ser desenvolvida.
Nos dados do empreendimento, deve-se colocar o nome pretendido da empre-
sa, o CNPJ só será preenchido caso já exista e seja registrada na Junta Comercial,
na parte de setor de atividade para atuar deve-se marcar com um X, ou caso esta
não exista, preencher na coluna vazia, o mesmo serve para a forma jurídica, onde
o aluno deverá fazer uma pesquisa sobre qual a melhor opção que se encaixa para a
constituição no negócio, e no enquadramento tributário, de acordo com a pesqui-
sa deverá determinar se o negócio opta pelo SIMPLES ou não, que é uma forma
de redução de tributos, seguido do valor total do capital social que é o valor de
todos os recursos financeiros empregados e investidos, e por fim a fonte de recur-
sos que determinam a origem e como serão obtidos, como recursos pessoais ou de
terceiros como empréstimos ou investidores.

Análise de Mercado
A Análise de Mercado é realizada pelo empreendedor a partir do estudo dos
clientes, concorrentes e fornecedores, de modo que se possa identificar uma estra-
tégia e a solução para a proposta de produtos ou serviços do negócio, e que pode
ser feita através de pesquisas por meio de questionários, entrevistas, conversas e
observação da concorrência, para determinar os pontos fortes e fracos.
Na análise de mercado, definiremos no estudo dos clientes as porcentagens
aproximadas de idade, sexo, emprego, ganhos, escolaridade, depois o número
aproximado de pessoas na família dos clientes que se interessam pelo seu produto
ou serviço e a escolha da proximidade de moradia a empresa.

capítulo 5 • 103
Na parte de empresa vamos definir o ramo principal das empresas concorren-
tes, bem como os produtos e serviços com que trabalham, uma estimativa média
do número de empregados, o tempo que tem de mercado em anos, além da capa-
cidade de efetuar pagamentos que os clientes têm para os produtos e serviços das
empresas, e por fim a imagem que a empresa concorrente tem no mercado.
Veremos que na parte de interesses e comportamentos dos clientes, deve ser
definida a quantidade e frequência de compra, bem como definir três empresas
que tenham opções de compras de produtos ou prestação de serviços similares,
e o valor médio que é pago. Para os fatores de compra dos produtos ou serviços,
devemos pesquisar e estabelecer uma porcentagem aos identificadores de preço,
qualidade, marca, prazo de entrega e pagamento e atendimento da empresa.
Na identificação do mercado consumidor devemos definir o tamanho do mer-
cado, a proximidade dos clientes em relação ao empreendimento e o grau de faci-
lidade para encontrá-la. Na parte de público-alvo devemos definir a porcentagem
em relação a quantidade e frequência de compra do produto ou serviço, além de
três interesses em comum dos clientes e a área de abrangência do empreendimento
em relação aos clientes.
No estudo dos concorrentes, deveremos trabalhar e pesquisar com parâmetros
comparativos percentuais de produtos e serviços oferecidos, preço cobrado, loca-
lização, pagamento e atendimento, sendo facultativa a inserção de valores adicio-
nais pelo aluno-empreendedor, e por fim definir três garantias oferecidas que se
destacam pela análise das empresas.
Na parte de competitividade deveremos pensar em questões de mercado e
competitividade, e enumerando três fatores diferenciais para a procura do negócio:

Plano de Marketing
Para o Plano de Marketing deverão ser descritos características dos produtos
ou serviços oferecidos, além de seu preço médio cobrado, as estratégias de promo-
ção e divulgação pelo empreendedor, a porcentagem da estrutura de comercializa-
ção e distribuição, além da localização do empreendimento.

Plano de Operacional
No Plano Operacional deve constar o layout ou arranjo físico, a capacidade
produtiva do negócio, seja em relação a produtos ou prestação de serviços, os pro-
cessos operacionais e as necessidades de pessoal.
O plano operacional engloba os produtos e serviços oferecidos, onde se deve
estipular uma porcentagem de capacidade do empreendimento, além de três

capítulo 5 • 104
atividades principais a serem desenvolvidas e por fim a preencher as atribuições
de três pessoas e suas atividades desempenhadas (Cargo, Função, Qualificações).

Plano Financeiro

Viabilidade

Prazo de
Rentabilidade
Retorno

Planejamento
Financeiro

Ponto de
Lucratividade
Equilíbrio

Figura 5.3  –  Componentes do Plano Financeiro.

O Plano Financeiro é a última seção do Plano de Negócios. Nela devemos


preencher o total de recursos investidos para o empreendimento começar suas
atividades, onde constam: todos os valores de bens ou serviços adquiridos para
o funcionamento do negócio (Máquinas, Ferramentas, Utilidades), investimento
total, estimativa dos investimentos fixos, capital de giro, investimentos pré-opera-
cionais, estimativa do faturamento mensal, estimativa dos custos de matéria-pri-
ma, materiais diretos e terceirizações, comercializações, mão de obra, depreciação,
custos fixos operacionais mensais, demonstrativo dos resultados, indicadores de
viabilidade, ponto de equilíbrio, lucratividade, rentabilidade e prazo de retorno
do investimento.
O capital de giro é o total do valor que se necessita para que a empresa para
operar normalmente.
Os investimentos pré-operacionais são todos os gastos e despesas realizados
antes da abertura da empresa e do início de seu funcionamento.
O investimento total é a soma dos valores de Investimento Fixo, Capital de
Giro e dos Pré-Operacionais.

capítulo 5 • 105
Na seção “Estimativas” do Plano de Negócios, definiremos um valor de fatura-
mento esperado da empresa, além de um valor aproximado dos custos do produto
ou serviços, além dos custos com comercialização, que são os gastos com impos-
tos, e despesa que incidem sobre as vendas, seguido dos custos aproximados com
os materiais empregados para a fabricação de produtos ou prestação de serviços e
de mão de obra, e a porcentagem com a apuração do demonstrativo de resultados,
que definem se a empresa operará com margem de lucro ou prejuízo.
Agora que terminamos de falar sobre a confecção do Plano de Negócios, está
na hora de empreender, inovar, criar e colocar todo o aprendizado obtido ao longo
do curso em prática. Com isso, está lançado o desafio do incentivo ao empreende-
dor, que consiste em preencher o Plano de Negócios abaixo, com informações de
um negócio real ou fictício criado por você, que fabrica produtos ou presta servi-
ços. A esse trabalho será atribuída nota 5 e servirá para ajudar no desenvolvimento
de um futuro modelo de negócios.
A ideia é que os jovens possam identificar os seus principais talentos, aquilo
que mais gostam e melhor sabem fazer. A liderança, por exemplo, pode ser um ta-
lento que se começa a revelar desde cedo, em contexto escolar. Para isso, os jovens
devem gravar um vídeo com um telemóvel ou um ‘tablet’ (com a ajuda dos pais,
professores, colegas e amigos), que responda a questões como:
•  O que gostas de fazer?
•  O que sabes fazer bem?
•  O que te diferencia dos outros?
Mãos a obra, empreendedor!

Plano de Negócios - Modelo

1 - SUMÁRIO EXECUTIVO
1.1 - RESUMO DOS PRINCIPAIS PONTOS DO NEGÓCIO
1.1 -
1.2 -
1.3 -
1.4 -
1.5 -

capítulo 5 • 106
1.2 - EMPREENDEDOR
1.2.1 NOME
1.2.2.1 -
1.2.2.2 -

1.2.2 CONHECIMENTOS 1.2.2.3 -


1.2.2.4 -
1.2.2.5 -
1.2.3.1 -
1.2.3.2 -

1.2.3 HABILIDADES 1.2.3.3 -


1.2.3.4 -
1.2.3.5 -
1.2.4.1 -
1.2.4.2 -

1.2.4 EXPERIÊNCIAS 1.2.4.3 -


1.2.4.4 -
1.2.4.5 -
1.2.5.1 -

1.2.5 PERFIL 1.2.5.2 -


1.2.5.3 -
1.2.6.1 -

1.2.6 ATRIBUIÇÕES 1.2.6.2 -


1.2.6.3 -

1.3 - DADOS DO EMPREENDIMENTO


1.3.1 NOME DA EMPRESA
1.3.2 CNPJ
1.3.3 MISSÃO DA EMPRESA

capítulo 5 • 107
( ) Comércio
( ) Prestação de Serviços

1.3.4 SETOR DE ATIVIDADE ( ) Agropecuária


( ) Indústria
( )
( ) MEI
( ) Empresário Individual
1.3.5 FORMA JURÍDICA ( ) Sociedade Limitada
( )
( ) Optante pelo SIMPLES
1.3.6 ENQUADRAMENTO
TRIBUTÁRIO ( ) Não optante pelo SIMPLES

1.3.7 CAPITAL SOCIAL


1.3.8.1 -
1.3.8.2 -

1.3.8 FONTE DE RECURSOS 1.3.8.3 -


1.3.8.4 -
1.3.8.5 -

2 - ANÁLISE DE MERCADO
2.1 - ESTUDO DOS CLIENTES
0 a 15

2.1.1 MÉDIA DE IDADE 15 a 29

% 30 a 59
> 60
Masculino
2.1.2 SEXO
% Feminino

2.1.3 CONSTITUIÇÃO FAMILIAR –


NÚMERO DE PESSOAS

capítulo 5 • 108
Formal
Informal
2.1.4 EMPREGO Autônomo
%
Desempregado
Inativo
Até 1.903,98
De 1.903,99 até 2.826,65
2.1.5 GANHOS De 2.826,66 até 3.751,05
%
De 3.751,06 até 4.664,68
Acima de 4.664,68
Sem Instrução
Fundamental Incompleto
Fundamental Completo
2.1.6 ESCOLARIDADE Médio Incompleto
%
Médio Completo
Superior Incompleto
Superior Completo
( ) Próximo
( ) Médio
2.1.7 MORADIA ( ) Distante
( )

2.2 EMPRESAS CONCORRENTES


2.2.1 RAMO
2.2.2. PRODUTOS OU SERVIÇOS
2.2.3 NÚMERO DE EMPREGADOS
2.2.4 TEMPO NO MERCADO
2.2.5 NÚMERO DE FILIAIS

capítulo 5 • 109
( ) Boa

2.2.6 CAPACIDADE DE PAGAMENTO ( ) Média


( ) Ruim
( ) Boa

2.2.7 IMAGEM DE MERCADO ( ) Média


( ) Ruim

2.3 INTERESSES E COMPORTAMENTOS DOS CLIENTES EM RELAÇÃO


AOS PRODUTOS OU SERVIÇOS
Quantidade
2.3.1 COMPRA
% Frequência

2.3.2.1 -

2.3.2 ONDE COMPRAM 2.3.2.2 -


2.3.2.3 -

2.3.3 VALOR PAGO


2.4 FATORES DE COMPRA DOS PRODUTOS OU SERVIÇOS
Preço
%
Marca
2.4.1 IDENTIFICAÇÃO Prazo de entrega

Prazo de pagamento
Atendimento da empresa

2.5 IDENTIFICAÇÃO DO MERCADO CONSUMIDOR


( ) Grande
( ) Médio

2.5.1 TAMANHO DO MERCADO ( ) Pequeno


( ) Restrito
( )

capítulo 5 • 110
( ) Próximo
( ) Médio
2.5.2 LOCALIDADE ( ) Distante
( )
( ) Difícil

2.5.3 COMO ENCONTRAR A ( ) Médio

EMPRESA ( ) Fácil
( )

2.6 PÚBLICO-ALVO
Quantidade
2.6.1 COMPORTAMENTO DE
COMPRA % Frequência

2.6.2.1 -

2.6.2 INTERESSES 2.6.2.2 -


2.6.2.3 -
( ) Próximo
( ) Médio
2.6.3 ÁREA DE ABRANGÊNCIA ( ) Longe
( )?

2.7 ESTUDO DOS CONCORRENTES – COMPARAÇÃO


Igual
2.7.1 PRODUTOS / Parecido
SERVIÇOS OFERECIDOS Diferente
%
Igual
2.7.2 PREÇO COBRADO Parecido
%
Diferente
Próximo
2.7.3 LOCALIZAÇÃO Médio
%
Distante

capítulo 5 • 111
À vista

2.7.4 PAGAMENTO A Prazo

% Com desconto
Facilitado
Bom
2.7.5 ATENDIMENTO Médio
%
Ruim
1-

2.7.6 GARANTIAS OFERECIDAS 2-


3-

2.8 COMPETITIVIDADE
( ) Sim
2.8.1 NEGÓCIO PODERÁ COMPETIR ( ) Não
COM OUTROS QUE ESTÃO HÁ MAIS ( ) Talvez
TEMPO?
( )
1-
2.8.2 FATOR DIFERENCIAL QUE
FARÁ AS PESSOAS PROCURAREM O 2-

NEGÓCIO? 3-

( ) Sim
( ) Não
2.8.3 HÁ ESPAÇO NO MERCADO? ( ) Talvez
( )?

capítulo 5 • 112
3 - PLANO DE MARKETING
1-
3.1 DESCRIÇÃO DOS PRODUTOS / 2-
SERVIÇOS
3-

3.2 PREÇO MÉDIO – R$


1-
3.3 ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO 2-
E DIVULGAÇÃO
3-
Publicidade
3.4 ESTRUTURA DE
COMERCIALIZAÇÃO Vendas Diretas

E DISTRIBUIÇÃO Representantes
% Empresas

3.5 LOCALIZAÇÃO DO
EMPREENDIMENTO

4 - PLANO OPERACIONAL - PRODUTOS / SERVIÇOS


Alta
4.1 CAPACIDADE - PRODUÇÃO E Mediana
COMERCIALIZAÇÃO
Baixa
1-
4.2 PROCESSOS - PRINCIPAIS 2-
ATIVIDADES
3-

capítulo 5 • 113
4.3.1.1 Cargo
4.3.1.2 Função
4.3.1.3 Qualificação
4.3.1.4 Qualificação
4.3.1.5 Qualificação
4.3.2.1 Cargo
4.3.2.2 Função

4.3 NECESSIDADE DE PESSOAL 4.3.2.3 Qualificação


4.3.2.4 Qualificação
4.3.2.5 Qualificação
4.3.3.1 Cargo
4.3.3.2 Função
4.3.3.3 Qualificação
4.3.3.4 Qualificação
4.3.3.5 Qualificação

5 - PLANO FINANCEIRO
5.1 - RECURSOS
5.1.1 INVESTIMENTO FIXO
5.1.2 CAPITAL DE GIRO
5.1.3 PRÉ-OPERACIONAIS
5.1.4 INVESTIMENTO TOTAL
5.2 ESTIMATIVAS
5.2.1 FATURAMENTO MENSAL
5.2.2 CUSTOS DOS PRODUTOS /
SERVIÇOS

capítulo 5 • 114
5.2.3 CUSTOS DE
COMERCIALIZAÇÃO
5.2.4 CUSTOS DOS MATERIAIS
5.2.5 CUSTOS COM MÃO DE OBRA
( ) Bom

5.2.6 DEMONSTRATIVO DE ( ) Médio

RESULTADOS ( ) Razoável
( )

MULTIMÍDIA
Empreendedorismo digital <https://www.youtube.com/watch?v=-fdEnSMZ4HY>.
Acesso em: 22 jan. 2016.
Vamos empreender! Como começar? <https://www.youtube.com/watch?v=xfVPoU1_
vmE>. Acesso em: 22 jan. 2016.
Como começar a empreender 3 Dicas Principais <https://www.youtube.com/watch?-
v=exZLW7TkUZM>. Acesso em: 22 jan. 2016.
Como ser um empreendedor de sucesso <https://www.youtube.com/watch?v=wM7V-
ZcUM1B0>. Acesso em: 22 jan. 2016
Gigantes da Indústria - Origem de Rockfeller <https://www.youtube.com/watch?v=D-
39Nxzx_7EY>. Acesso em: 22 jan. 2016
Gigantes da Indústria - Destinado por Deus <https://www.youtube.com/
watch?v=tQItnsdFgh8>.
Gigantes da Indústria - O Plano de Rockefeller <https://www.youtube.com/watch?-
v=aer3dNAQu-g>. Acesso em: 22 jan. 2016
Como Elaborar Um Plano de Negócios (Ref. SEBRAE) <https://www.youtube.com/
watch?v=k-MLkiSNWeg>. Acesso em: 22 jan. 2016.
Gestão de Negócios: Plano de Negócios - Unipar Universidade Paranaense
<https://www.youtube.com/watch?v=frpRYm1rLuU>. Acesso em: 22 jan. 2016.

capítulo 5 • 115
ATIVIDADES
Vamos praticar um pouco os conceitos aprendidos.

01. A Análise SWOT é um sistema simples para verificar a posição estratégica da empresa
no mercado. A técnica é creditada a Albert Humphrey, que liderou um projeto de pesquisa na
Universidade de Stanford nas décadas de 1960 e 1970, usando dados da revista Fortune
das 500 maiores corporações. SWOT representa quatro forças.
Assinale a alternativa correta
a) Facilitadores, Proatividade, Oportunidades e Ameaças.
b) Sensatez, ímpeto, Oportunidades e Ameaças.
c) Pontos Fortes; Pontos Fracos, Oportunidades e Ameaças.
d) Crescimento, Declínio, Oportunidades e Ameaças.
e) Pontos de Equilíbrio, Pontos Desalinhados, Oportunidades e Ameaças.

02. O Plano Financeiro é a última seção do Plano de Negócios. Nela devemos preencher o total
de recursos investidos para o empreendimento começar suas atividades, onde constam: todos
os valores de bens ou serviços adquiridos para o funcionamento do negócio (Máquinas, Ferra-
mentas, Utilidades), investimento total, estimativa dos investimentos fixos, capital de giro etc.
Os elementos que compõem o Plano Financeiro são:
Assinale a alternativa incorreta
a) Viabilidade e Lucratividade d) Serviços entregues.
b) Ponto de equilíbrio. e) Rentabilidade.
c) Prazo de retorno.

03. Para elaboração do Plano de Negócios, devemos observar as informações que demons-
tram o negócio, análise e estratégias, onde didaticamente dividiremos em partes: Sumário
Executivo, Análise de Mercado, Plano de Marketing, Plano Operacional, Plano Financeiro.
Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta, aquela que atende ao
Plano de Marketing.
a) O estudo é realizado pelo empreendedor a partir do estudo dos clientes, concorrentes
e fornecedores.
b) Definir as características do produto por meio de pesquisas e observação da concorrência.
c) Deverão ser descritos características dos produtos ou serviços oferecidos, seu preço
médio cobrado, as estratégias de promoção e divulgação.

capítulo 5 • 116
d) Definir o layout ou arranjo físico e a capacidade produtiva do negócio, seja em rela-
ção a produtos ou prestação de serviços, os processos operacionais e as necessidades
de pessoal.
e) Preencher o total de recursos investidos para o empreendimento começar suas atividades.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASHLEY, P. A. Ética e responsabilidade social nos negócios. 2a ed. -São Paulo (SP), Saraiva,
2005.ISBN:8502050672.
CHIAVENATO, I. Comportamento Organizacional, Ed. Campus, 2009, ISBN: 9788535237559.
SCHAFF, A. A sociedade Informática: as Consequências Sociais da Segunda Revolução
Industrial. São Paulo: Editora da Universidade, 4ª ed., 2005.
VALLS, A. L. M. O que é ética. São Paulo: Brasiliense, 9ª ed., 1994.
DORNELAS, J. C. A.. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios, 3a. ed. Rio de Janeiro
(RJ): Campus, 2008.ISBN: 9788535232707
DORNELAS, J. C. A.. Planos de Negócios que Dão Certo: Um Guia Para Pequenas Empresas.
Editora: Elsevier, 2007.
SENGE, P. Quinta Disciplina, Caderno de Campo. Qualitymark, 1997.
WARDMAN, K. Criando Organizações que Aprendem. Futura, 1996.

GABARITO
Capítulo 1

01. e 02. c 03. c

Capítulo 2

01. b 02. e 03. d

Capítulo 3

01. b 02. c 03. e

capítulo 5 • 117
Capítulo 4

01. d 02. e 03. b

Capítulo 5

01. c 02. d 03. c

capítulo 5 • 118
ANOTAÇÕES

capítulo 5 • 119
ANOTAÇÕES

capítulo 5 • 120

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