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E SOCIEDADE
autor
LUIZ ROBERTO MARTINS BASTOS
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2017
Conselho editorial roberto paes e luciana varga
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2017.
isbn: 978-85-5548-442-1
cdd 004
CMMI 37
Governança de TI 40
3. Responsabilidade social 51
Influência da informática na sociedade 52
Lixo eletrônico 77
Desenvolvimento sustentável 80
Empreender 94
Prezados(as) alunos(as),
Bons estudos!
5
1
História da
computação e
das profissões
correlacionadas
História da computação e das profissões
correlacionadas
OBJETIVOS
O objetivo deste capítulo é apresentar a relação entre a tecnologia e as organizações
da sociedade atual, abordando diferentes alvos de estudo da Tecnociência, descrevendo
suas influências na sociedade para demonstrar uma tendência de interconectividade, iden-
tificando e enumerando os impactos positivos e negativos da tecnologia da informação na
sociedade e nas profissões relacionadas..
capítulo 1 •8
©© WIKIMEDIA.ORG
A partir do invento de Babbage
e, principalmente impulsionado pela
Revolução Industrial, a tecnologia vem
se desenvolvendo e se reinventando.
capítulo 1 •9
A informática nasceu com o surgimento dos computadores e suas aplicações
nas empresas. Até então, as informações eram produzidas em planilhas, tabula-
ções, documentos datilografados e distribuídos por meio de malotes (1950).
Os grandes CPDs surgiram nos anos 1960 e eram os responsáveis pelo pro-
cessamento dos dados, favorecendo, principalmente, os setores de Contabilidade,
Recursos Humanos, Contas a Pagar e a Receber, Finanças, Estoque etc.
capítulo 1 • 10
cada um dos setores organizacionais. Cada um desses sistemas tem seus próprios
objetivos e mecanismos de autorregulação que dão suporte para o cumprimento
das metas.
Fica evidente a necessidade de automatizar esses sistemas produtivos. Essa
automatização foi, historicamente, a primeira entrada da TI nas empresas.
A automação de processos produtivos manuais (envolvendo desde aqueles que
necessitam de robôs até aqueles que são realizados por programas) é feita com o
desenvolvimento de sistemas de computação dedicados a esses processos. Assim
nasceram os sistemas corporativos, tais como folha de pagamento, estoque, conta-
bilidade, vendas, marketing etc.
A figura mostra a evolução da Tecnologia da informação nas últimas décadas.
50/70 70/80 90/00 00/10 >2010
capítulo 1 • 11
Apesar da tecnologia se relacionar diretamente com a sociedade, esta pode
gerar impactos positivos e negativos, já que se insere diretamente em seu meio,
resultando no surgimento de novos mercados, abrindo caminho para organizações
inovadoras (produção, empresas, comércio eletrônico), envolvendo complexidade
de conhecimentos e tecnologias utilizadas pela sociedade, o que resulta inclusive
na desmaterialização do trabalho.
Como objetivos pretendidos nesta aula, há relação entre a influência da tec-
nologia na sociedade e, por isso, se vê uma necessidade cada vez mais crescente
de investir em inovação, implicando na promoção de processos que estimulem o
aprendizado, a capacitação e a acumulação de conhecimentos.
Assim, pode-se perceber que à volta da sociedade há tecnologias por todas as
direções, nas mais distintas áreas, proporcionando um ambiente onde a importân-
cia da informação é crescente dia após dia, pois se vive em um mundo hiperconec-
tado e cercado pela influência da informática.
A Tecnologia da Informação se adapta às evoluções tecnológicas que surgem
na sociedade, porém alguns fatores são apresentados de forma mais conservadora,
havendo uma discrepância, onde o gap entre a tecnologia e a cultura do usuário
permanece praticamente o mesmo. Existe também a incapacidade de suprir as
demandas na velocidade desejada.
O interesse do ser humano pelos fenômenos naturais e pela vida em grupos até
a formação de uma sociedade é tão antigo quanto à nossa própria cultura. Desde a
antiguidade, já havia a preocupação com a organização, a qual veio a ser chamada
de sociedade.
capítulo 1 • 12
Na antiguidade já havia a separação das classes sociais:
capítulo 1 • 13
tecnologia e os impactos que ocorrem na ciência e na sociedade, desta forma, é
possível identificar a relação entre ciência e tecnologia.
A tecnologia é a ciência e a arte de criar, inventar e utilizar objetos, buscando
constantemente soluções para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.
As forças da natureza apresentam alguns desafios:
Como entender a natureza e a influência social para o desenvolvimento cien-
tífico e tecnológico;
Como a ciência e a tecnologia funcionam nas diferentes sociedades;
Como as forças sociais tentam controlar interesses diversos e muitas vezes
conflitantes, porém éticos.
Como manter o equilíbrio com o meio ambiente?
A ciência e a tecnologia são as duas mais potentes forças universais para que
ocorram as mudanças, por isso seu estudo é de fundamental importância para
todos os seres humanos.
Atualmente a ciência e a tecnologia já não são empreendimentos limitados a
fábricas e laboratórios: eles se mesclaram à sociedade humana. A contribuição es-
sencial da Ciência-Tecnologia-Sociedade é analisar o mundo construído por seres
humanos como um todo integrado.
As necessidades da Sociedade somente são atendidas por causa dos avanços da
ciência e da tecnologia, como exemplos a TV, o telefone e quaisquer aparelhos que
nos cercam diariamente.
Com o surgimento de uma nova tecnologia, de um novo produto, de um
novo serviço, ao analisarmos veremos que estes são resultados de estudos que ocor-
reram nas áreas da biologia, antropologia, economia, computação, engenharia etc.
Segundo o entendimento do Professor Celso Furtado, “o conceito de desen-
volvimento pressupõe o crescimento econômico sustentado e a existência de po-
líticas de desenvolvimento regionais com investimento social em infraestrutura e
logística, inserindo de forma soberana o Brasil no mundo globalizado”.
Além disso, podemos notar que o desenvolvimento tecnológico está ligado à
ciência, os quais são muito importantes para que a sociedade possa caminhar, já
que todo o progresso alcançado tem como beneficiário a sociedade.
Então, notamos com todo nosso empenho que a partir da introdução de nossa
disciplina só haverá o verdadeiro desenvolvimento onde existir um projeto social
subjacente, de modo a avançar e contribuir nas áreas da Ciência, Tecnologia e
Sociedade, às quais estão ligadas.
capítulo 1 • 14
As profissões relacionadas à área de informática
ADMINISTRADOR DE
É o profissional responsável por gerenciar, insta-
BANCO DE DADOS lar, configurar, atualizar e monitorar um banco de
(DBA – DATABASE dados ou sistemas de bancos de dados.
ADMINISTRATOR)
Responsável por projetar e manter uma rede de
ADMINISTRADOR DE REDE computadores em funcionamento.
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Encarregada por manter e operar computadores
ADMINISTRADOR DE e/ou a sua rede. Administradores de sistemas
SISTEMAS geralmente são membros do departamento de
tecnologia da Informação.
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Visão do profissional de informática com relação à aprendizagem
organizacional e ao seu papel na sociedade
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Organização
capítulo 1 • 18
O Aprender
Sabedoria
Conhecimento
Tempo
Informação
Confusão
a par
Ignora
capítulo 1 • 19
Atualização permanente
No meio empresarial é frequente dizer "nossos funcionários são nossos recur-
sos mais importantes”. Todavia, hoje não se pensa num equipamento ou sistema
operacional funcionando da mesma forma por dez anos ou mais. Nesse período,
mudanças são introduzidas no ambiente e novas tecnologias precisam ser adotadas
para manter a empresa no seu mercado. Ou seja, todos os recursos precisam ser
atualizados. E, se as pessoas são os “recursos mais importantes”, a responsabilidade
da empresa por essa atualização é ainda maior. Ela necessita atualizar cada um de
seus colaboradores. É essa atualização, precisamente, que irá propiciar a absorção
e uso das demais, mantendo a empresa sempre “atualizada”.
capítulo 1 • 20
software
Rela
tório
Men
sal
powerpoint
windows
excel
usuário
Relató
rio M
ensa
l
dados
Retroalimentação Controle
capítulo 1 • 21
Dados Processamento Informação
Dado:
Dado é um símbolo, uma letra ou número, como, por exemplo, nome, ende-
reço, número, horas, fotos, figuras, vídeos.
Os dados são apresentados de forma primária, como que em formato bruto.
Exemplo:
A empresa fechou o ano com um faturamento de R$12 milhões.
Informação:
Quando os dados (fatos) estão organizados, arranjados e relacionados de uma
maneira significativa, eles se tornam informação. A definição de diferentes relações
resulta em diferentes informações.
Regras e Relações podem ser estabelecidas para organizar os dados em infor-
mação útil e valiosa.
Exemplo:
A empresa fechou o ano com um faturamento de R$12 milhões, superando a
meta que era R$10 milhões, o que equivale a 20% além da meta.
capítulo 1 • 22
Sist. de Nível
Inform. Estratégico
Estratégico
Sistema de
Nível
Informação
Gerencial
Gerencial
Sistema de Nível
Processamento de Operacional
Transações
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• Senha de acesso a um servidor ou software que nunca é trocada;
• Carpete inflamável;
• Ausência de controle em procedimentos de segurança.
TIPOS DE VULNERABILIDADES:
Instalações inadequadas; ausência de recursos para o com-
FÍSICAS bate a incêndio;
disposição desorganizada dos cabos de rede.
Defeitos de fabricação.
Configuração que pode permitir o ataque.
HARDWARE Ausência de atualizações de acordo com as orientações
dos fabricantes.
Conservação inadequada dos equipamentos.
capítulo 1 • 24
MULTIMÍDIA
Acesse o link: <http://www.cultura.ufpa.br/dicas/net1/int-his.htm>
Assista ao vídeo: <https://www.youtube.com/watch?v=S6e7ithDOs8> , Entrevista com
prof. Dr. Laan Mendes de Barros sobre a sociedade da Informação ou Sociedade Midiatizada.
Acesso em: 13 jul. 2016.
Assista ao vídeo: <https://www.youtube.com/watch?v=SJIim-WwVnQ>, produzido para
o I Módulo do curso de Especialização em Letramento Informacional da FIC/UFG. Acesso
em: 13 jul. 2016.
LEITURA
Leia o artigo Meu primeiro computador pessoal de Júlio Daio Borges.
"Eu não lembro porque, de repente, quis um computador pessoal em 1985. Porque, tal-
vez, desde 1983, o videogame já estivesse presente em nossas vidas, minha e do meu irmão
(minha irmã nunca se interessou muito). Na minha cabeça, deveria ser algo como um video-
game mais sofisticado – e meus pais devem ter percebido esse meu anseio, porque eu e meu
irmão ganhamos, no Natal daquele ano, nosso primeiro computador pessoal: um Apple II+,
fabricado aqui, no Brasil, pela Unitron.
Eu lembro também que, nessa época, o computador pessoal estava em todo lugar –
como uma novidade. Em 1985, não havia lojas de informática (não havia nem a palavra),
mas havia as lojas de “cine, foto & som”, como a Áudio e a Fotoptica. Eu lembro ainda de
“namorar” computadores pessoais no extinto Mappin. Outras lojas de eletrodomésticos, como
a G. Aronson, deviam também comercializar, porque o nosso videogame, por exemplo, estava
sempre associado a eletrônicos e a televisores em geral.
Meu interesse, modesto, era, inicialmente, por um TK 85. O TK 85 equivaleria a o quê
hoje? Não sei dizer. Depois meu interesse se voltou para um CP 400 e, logo a seguir, para
um CP 500. Era aquele tipo de computador que tinha o teclado, o monitor e provavelmente
o disk drive integrado numa só peça. Decorativamente falando, devia ser horroroso, mas eu
capítulo 1 • 25
achava o máximo (e olha que nem existia essa expressão). Penso que o Papai anunciou, em
algum momento, que nós ganharíamos um Unitron, mas quando efetivamente ganhamos eu
não sabia nada sobre aquela máquina (nunca tinha visto) – e fiquei encafifado... Lembro que,
naquele Natal, fomos assistir à missa do galo e eu, por alguma razão, tive de voltar ao carro e
– sem querer ou querendo – abri o porta-malas e espiei o computador que, à meia-noite, ga-
nharíamos, eu e meu irmão. Um monte de caixas. Depois, transportamos e embalamos – num
saco de Natal, de Papai Noel? – para a minha irmã, ainda menina, não desconfiar de nada...
Na noite mesma do Natal, eu abri as caixas, desembalei tudo e empilhei as peças do
computador – sem entender ainda direito como elas se interconectavam –, com a ajuda do
meu irmão. Existem, inclusive, fotos de mim ao lado da máquina (se eu encontrar, prometo
que levo ao ar...). Passava o Natal conosco o futuro marido de uma prima, que sempre me
falava no programa “Lotus”, então pedi a ele que nos ajudasse a ligar. Ele não sabia.
Passamos o dia seguinte tentando encontrar uma combinação possível de cabos, portas
de entrada & saída, e peças que funcionassem. Não havia manual. Ligávamos a CPU, ela
dava boot no disk drive, que parecia um pássaro cacarejando, com a luz vermelha sempre
piscando... Ligávamos o vídeo, ou “monitor”, mas, na tela, nada aparecia. Demoramos um certo
tempo para descobrir, por exemplo, que havia um “disco de inicialização”, que o computador
lia, e então, só assim, as coisas aconteciam...
Não era como o videogame que você ligava e já aparecia uma tela de apresentação,
com opções. Você enfiava um cartucho e o jogo começava a funcionar. Os comandos eram
poucos, e básicos. Manuais. No computador, não: o computador era uma máquina programá-
vel – a primeira de nossas vidas – então, imagine, as possibilidades eram infinitas... Mas nós,
claro, não sabíamos.
Depois de descobrirmos o disco de inicialização, nossa vida ficou mais fácil. Vinha junto
um livro – que acho que guardo até hoje – e ele ensinava alguns comandos bem gerais. Na
capa se lia “Basic”. Foi uma festa quando descobrimos a instrução “catalog”, que listava o que
havia no disco em questão. Descobrimos, da mesma forma, a instrução “run”, para executar
um arquivo. E, depois de muitas tentativas, a “brun”, para executar programas escritos em có-
digo de máquina. Nessa altura, já rodávamos uma aplicação para música e um programinha
tipo Windows Explorer (sic): bastava digitar “run aux” e apertar “return”.
Devorei nas semanas – ou nos meses – seguintes o livro de Basic, da Unitron. Foi meu
primeiro curso de programação. Eu escrevia programinhas básicos, claro, para mostrar pa-
lavras na tela, para trabalhar com as posições dos caracteres no monitor. No shopping, na
Siciliano, descobri, lá no fundo, outros livros de programação, com programas de jogos. Eu e
o meu irmão jogávamos. Eram jogos em texto, onde o computador praticamente “conversava”
com você. Do videogame, que era gráfico, para o computador, que era puro texto, foi um do-
wngrade considerável em termos de apresentação, mas nós nem ligávamos.
capítulo 1 • 26
Lembro de um aniversário em que eu passei, de manhã até a tarde, programando para
meus amigos, que seriam convidados. O computador perguntava o nome da pessoa e, em
seguida, brincava com as letras, com as sílabas, fazendo-as dançar, juntando em blocos,
subindo e descendo, enchendo e esvaziando a tela... mais para frente, fazia umas perguntas
bobas e dava algumas respostas engraçadas. Meus amigos se divertiam e davam risadas.
Foi uma revelação quando eu e meu irmão descobrimos que poderíamos gravar os
nossos programas em disco. (E eu devo ter ainda alguns desses programas... Será que os
disquetes ainda funcionam?) Agora não era mais preciso passar o dia inteiro digitando o
programa, para ele rodar na memória, e se perder para sempre no escaninho do computador,
quando nós o desligássemos... – agora poderíamos gravar e continuar no dia seguinte. Está-
vamos descobrindo o fogo, eu e meu irmão.
Comecei a comprar, nas bancas, a revista Micro Sistemas e a minha maior admiração,
nessa época, era um sujeito que tinha doze anos (um ano a mais do que eu), chamado Eduar-
do Saito, e que publicava mensalmente seus programas. Eu copiava o código e aprendia um
monte de coisas com a Micro Sistemas e com o Eduardo Saito. Quando entrei na faculdade,
em 1992, me deu um orgulho meio besta ao observar que, junto comigo, em Mecatrônica (eu
havia entrado em Elétrica/Computação), estava lá... o Eduardo Saito! Oito anos se passaram
se que tivesse ouvido falar de novo do Saito...
Na Micro Sistemas, ainda, havia anúncios de vendedores de software. Lembre-se: não
havia internet, ninguém, da minha idade, tinha computador... de onde nós iríamos tirar mais
programas? Um anúncio me chamou a atenção: “Aplicativos a preço de banana”. Era lá na
Conchinchina. Passamos uma tarde de carro, para chegar no tal lugar. Antes havíamos ido
até a Unitron, no bairro da avenida Água Fria, para ver se eles nos conseguiam alguns progra-
mas – mas o único que obtivemos, deles, foi uma aplicação para converter de cruzeiros para
cruzados... Então, para o Natal do outro ano, eu pedi ao Papai (Noel) uma porção de progra-
mas. Fui para as férias sonhando com aqueles programas. E voltei ainda sonhando. Eram, na
maioria, jogos. E algumas aplicações – para as quais, naquela idade, eu via ironicamente pou-
ca aplicação. Em pleno início da adolescência, quem iria precisar de uma planilha – Visicalc –,
por exemplo? Um dos nossos jogos preferidos era o Karateka, e havíamos recém-adquirido a
sua “parte II”, ou continuação. O Karateka I havia sido gravado, para nós, por um bondoso ven-
dedor da Fotoptica, ou da Áudio, não lembro mais. Passávamos as tardes jogando e “passan-
do de fase”, eu e meu irmão. Meu melhor amigo da escola, na época, também jogava o jogo
na loja de sua mãe, uma confecção na rua João Cachoeira, onde se precisava, igualmente,
de computador. Dávamos dicas um para o outro, na escola, de manhã – e jogávamos à tarde.
Em todas as datas comemorativas, dali por diante, quando eu tinha direito a algum pre-
sente, eu sempre escolhia alguma coisa para o computador. Foi assim que ganhei uma ex-
pansão de memória, para 128 Kb, que eu mesmo instalei, uma placa CPM (para planilhas
capítulo 1 • 27
e bases de dados!), um segundo disk drive – para copiar disquetes era bem mais rápido –,
uma impressora e até uma placa para ligar na televisão e ver aquelas sete ou oito cores (em
alta resolução, HGR), que não sei se eram piores ou melhores do que o preto & branco (ou o
fósforo verde com fundo preto)...
A impressora foi um capítulo à parte. Era caríssima – mais cara do que qualquer outra
peça do computador. Mais cara que o próprio computador. Duas vezes mais cara; três vezes
mais cara... Mas, num esforço por parte do meu Pai, nós ganhamos. Devorei, dessa vez, o
manual da impressora. Era escrito por um ex-professor do meu Pai, da engenharia do Mac-
kenzie... Provavelmente dois dos programas mais sofisticados que eu desenvolvi naquele ano
– 1986 – foi um relacionado à Copa do Mundo e outro a uma base de dados para arquivar
fitas de vídeo (VHS). No da Copa, a coisa funcionava como uma tabela eletrônica, e você ia
marcando os resultados dos jogos. O programa ia avançando nas chaves e mostrando as
oitavas, depois as quartas de final e, por último, a final. Ele ficava triste e soltava um muxo-
xo toda vez que o Brasil perdia. No dos vídeos, eu podia cadastrar títulos, atores, diretores
(creio), ano e dar uma “nota”. Depois imprimir relatórios, usando os recursos de texto da
impressora. (Já fazia crítica de cinema e nem sabia...)
Ainda programei o computador usando a revista americana Nibble, que eu comprava
também na Siciliano. Era em inglês e eu aprendia sempre um pouco da língua. Via os anún-
cios dos computadores originais da Apple e ficava babando... O auge da minha interação
com a revista foi adquirir um jogo, Spy vs. Spy II, pelo correio. Não tinha cheque, muito menos
cartão de crédito, quanto mais internacional: enfiei uns dólares que havia ganho de algum
parente, de aniversário ou Natal, num envelope, escrevi uma carta falando que não podia
remeter, do Brasil, “checks” ou “money orders” (vales-postais) e... meses depois... o pacote
chegou. Cheio de isopor picado, como hoje chegam os livros da Amazon.
Meu irmão, embora não programasse, continuou interessado no computador – princi-
palmente na parte de jogos e num programa que tínhamos para gerar trabalhos (apresen-
tações?) na impressora, o Print Shop. Nossas primas gostavam muito dessa aplicação (dos
papéis de carta, dos cartões e tal). E, em umas férias, disputávamos tanto a máquina com um
primo que decidimos cronometrar, e alternar, o tempo de cada um na frente do computador.
Era meia-hora para cada. Eu, quase sempre, usava a minha meia-hora para programar.
O computador foi ficando meio de lado à medida que fomos “crescendo”. Veio outro
videogame, o Nintendo. E veio, principalmente, as festinhas, as matinês nas boates – mais
notadamente na Up&Down. As meninas encabeçavam a minha nova lista de interesses – e
eu voltei ao computador, no colegial, meio que por causa delas... Foi por causa do Videotexto,
da extinta Telesp, “usado” e “frequentado” por colegas da minha nova escola.
Seguindo a minha série de peripécias, comprei e instalei um modem. Não havia cabo
próprio e eu tive de soldar fio a fio, para fazer funcionar. Compensou. Mormente por causa
capítulo 1 • 28
do Vídeopapo e da Vídeomensagem, o Orkut da época. Nós nos correspondíamos com me-
ninas que conhecíamos ali e, às vezes, íamos encontrar no shopping. Não deu em nada, claro
– ou, para um colega contador de vantagens, até deu... Ele ia aos encontros do Videotexto.
Roubava uma porção de senhas e hackeava inocentemente as caixas postais do pessoal.
Estávamos em 1990. A WWW seria inventada em 1991, por Tim Berners-Lee. Era a internet
da época.
Eu escrevi este texto porque, em abril de 2006, a Apple e o computador pessoal fizeram
30 anos. No ano passado, eu fiz 20 anos de programação, e de computador – mas não tive
muito tempo para comemorar... Nem preciso dizer como toda essa história foi central para eu
ser o que sou (e quem eu sou). Então, quando falam aquelas bobagens, de que não existem
mais gênios hoje, eu tenho vontade de perguntar: “E o Steve Jobs? E o Steve Wozniak?”.
Você já pensou o que seria do mundo, da internet, até das empresas, do Bill Gates, do Goo-
gle, sem o computador pessoal?"
Publicado em "Digestivo Cultural" - Sexta-feira, 20 fev 2007 . Retirado de: <http://
www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=1911>. Reproduzido com a
permissão do autor
ATIVIDADES
Vamos praticar um pouco os conceitos aprendidos. Responda as seguintes questões.
capítulo 1 • 29
02. Ao abordar o tema informática, é correto afirmar:
I. O recuo nos processos de produção requer cada vez mais a confecção de desenhos,
mapas, tabelas, fórmulas, horários, roteiros e planos em todos os seus níveis.
II. Os agentes sociopolíticos brasileiros construindo conhecimentos próprios estão instru-
mentalizados para avaliar as oportunidades de trabalho e incluí-las na pauta da negociação
dos incentivos aos investimentos econômicos.
III. Um novo humano será forjado na economia intensamente informalizada. Com isso, as-
sim como o tomate natural não é competitivo, o operário tradicional não tem empregabilidade.
Ambos estão condenados.
a) Somente II está correto. d) Somente I e II estão corretos.
b) Somente III está correto. e) Somente I e III estão corretos.
c) Somente II e III estão corretos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASHLEY, P. A. Ética e responsabilidade social nos negócios. 2a ed. -São Paulo (SP), Saraiva,
2005.ISBN:8502050672.
CHIAVENATO, I. Comportamento Organizacional, Ed. Campus, 2009, ISBN: 9788535237559.
SCHAFF, A. A sociedade Informática: as Consequências Sociais da Segunda Revolução Industrial.
São Paulo: Editora da Universidade, 4ª ed., 2005.
VALLS, A. L. M. O que é ética. São Paulo: Brasiliense, 9ª ed., 1994.
capítulo 1 • 30
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios, 3a. ed. Rio de
Janeiro (RJ): Campus, 2008.ISBN: 9788535232707
DORNELAS, J. C. A. Planos de Negócios que Dão Certo: Um Guia Para Pequenas Empresas.
Editora: Elsevier, 2007.
SENGE, P. Quinta Disciplina, Caderno de Campo. Qualitymark, 1997.
WARDMAN, K. Criando Organizações que Aprendem. Futura, 1996.
capítulo 1 • 31
capítulo 1 • 32
2
Profissional da
informática e a
sociedade
Profissional da informática e a sociedade
As metodologias de comportamento organizacional influenciam na adminis-
tração dos negócios de modo que se pode avaliar o resultado do trabalho dos
profissionais qualificados em prol da sociedade. As organizações exercem uma
grande influência na vida das pessoas, não somente incentivando a produtividade
e também o bem-estar, mas impondo respostas cada vez mais rápidas para vencer
as pressões sociais, econômicas, culturais, tecnológicas e políticas.
A compreensão dos processos de informatização é de primordial importância
para que haja a inclusão digital, e dessa maneira existem métodos que compõem o
processo de criação e atribuição de valor nas empresas, o qual se destaca através do
uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, e que pode refletir também
em seu perfil digital, por isso, nesse cenário nada melhor que perceber a necessi-
dade do profissional do TI ao analisar cuidadosamente os indicadores sobre o uso
do conhecimento e suas influências.
Atualmente, vivenciamos uma fase de transição da Sociedade Pós-Industrial
para a Sociedade da Informação, devido à modificação nas relações e nas estrutu-
ras de todas as camadas sociais que ocorre devido à extensas redes sociais e também
por causa da forte e crescente comunicação de dados. O que se percebe é que
esta mudança tende a ocorrer até chegarmos à era da chamada de Sociedade do
Conhecimento, onde os recursos são compartilhados, o conhecimento é coletivo
e a informação é tida como um bem comum.
OBJETIVOS
Neste capítulo, serão discutidos como as metodologias de comportamento organizacio-
nal influenciam na administração dos negócios, deste modo se busca avaliar o resultado do
impacto que os profissionais qualificados podem causar na sociedade. As organizações exer-
cem uma grande influência na vida das pessoas, não somente incentivando a produtividade e
também o bem-estar, mas impondo respostas cada vez mais rápidas para vencer as pressões
sociais, econômicas, culturais, tecnológicas e políticas. Neste contexto, serão tratados, tam-
bém, os aspectos éticos e morais no ambiente da tecnologia da informação.
capítulo 2 • 34
O emprego dos recursos de informática nas organizações
O ser humano possui uma capacidade ilimitada de pensamento que pode ser
utilizada para desenvolver e inventar aparatos tecnológicos. Muitos consideram
o fogo como uma das primeiras descobertas mais marcantes feitas pelo homem,
seguido de seu aperfeiçoamento. Hoje temos o computador e a transmissão de da-
dos em escala mundial, conhecida como Internet, que revolucionou o mundo. E
com isso vemos que os avanços tecnológicos são guiados a partir das necessidades
que temos de praticidade em nossos dias.
A informatização crescente que se iniciou na década de 60 e que vem ocorren-
do até os dias atuais se destaca pela utilização e a gerência de seus recursos, os quais
incluem as Tecnologias de Informação e Comunicação e os sistemas de informa-
ção, os quais estão interligados, alcançando as mais diversas áreas da sociedade,
proporcionando assim o desenvolvimento e o bem-estar de todos.
Por isso, com a tendência da informatização se popularizando, as companhias
trazem novas formas organizacionais, também chamadas de redes e novos merca-
dos, o que em um ambiente globalizado é visto como um diferencial, pois com
a informação do conhecimento se propagando, representa uma fonte de atração
para clientes, alcançando mercados inexplorados através de negócios inovadores.
A tecnologia presente nesse processo de informatização progressivo é vista
como um instrumento gerencial, de maneira que a Tecnologia da Informação é
inserida nas mais diversas áreas e está presente nas atividades de gestão e plane-
jamento, no relacionamento com clientes e nas relações com governo e consu-
midores, de modo a ser utilizada com o objetivo de atrair e manter os negócios
em funcionamento.
Avanço Tecnológico
Hardware
Software
Serviço
capítulo 2 • 35
A informatização, não se restringe somente às organizações, pois também po-
demos perceber que ela ocorre de forma ampla na sociedade e nos indivíduos, e
assim vemos uma gama de conhecimento e aplicação de suas habilidades sempre
ligadas ao uso da TI, que resultam na busca qualitativa de informações e conheci-
mento, na atuação e interação em redes sociais e também na atualização constante
no uso das mídias.
Esse processo descrito anteriormente é conhecido como inclusão digital, e por
isso é de extrema importância compreender que a informatização da sociedade
deve ter em vista a aplicação de políticas bem definidas e através de uma estrutura
de telecomunicações adequada para que o desenvolvimento alcance novos níveis
de conhecimento em prol de todos, pois o saber deve ser livre e compartilhado.
capítulo 2 • 36
CMMI
Vemos com isso que a educação é a principal área responsável pela difusão
de informações e conhecimentos, visto que é a mais influenciada, pois somente
ao diminuir a disparidade existente entre os níveis de saber tecnológico dentro
da sociedade, que se reduzem os índices da violência e desordem, pois vemos a
grande velocidade às respostas que os próprios centros de ensino impõem. Mas
não é somente isso!
Ainda assim, com o crescente grau de informatização na sociedade e a Inclusão
Digital nas organizações em nível de negócios, surge o CMMI (Capacity Maturity
Model Integration), um modelo de referência com diversas práticas gerenciais, que
serve para aperfeiçoar a gestão dos negócios, através do conhecimento que apre-
senta um maior ou menor grau de amadurecimento da organização em termos de
tecnologia da informação.
O modelo CMMI para alcançar sua maturidade passa em sua fase inicial por
um processo imprevisível e pouco controlado. Dessa maneira ao investir no geren-
ciamento se verificam melhorias considerando sua aplicação voltada aos projetos.
Para que se alcance um processo proativo é de tamanha importância que haja um
grau de definição. E esse processo desenvolvido e gerenciado a nível quantitati-
vo deve ser aplicado a um processo medido e controlado. Para que se busque a
otimização e alcance o mais alto nível de maturidade, deve-se focar na melhoria
do processo.
A organização também pode utilizar-se dos inúmeros benefícios, vantagens
e recursos oferecidos através da informatização para promover-se; esse processo é
conhecido como estratégia de marketing, na qual descreve seu perfil tecnológico
alcançando uma maior visibilidade, oferecendo seus produtos e serviços para a
sociedade com uma maior abrangência.
O perfil da empresa atualizada e conectada pode ser visto por essa perspectiva
desde um nível mais básico, onde se buscam diferenciais competitivos através dos
recursos de TI, passando por um nível intermediário, onde a melhoria da qua-
lidade das informações é realizada para apoiar o planejamento e o controle das
operações, até chegar a um nível mais avançado, o qual se destaca pela integração
e coordenação das atividades da empresa em rede, buscando uma maior integração
com o ambiente social.
capítulo 2 • 37
Processo aperfeiçoado
5 - Otimização continuamente
Com isso a empresa digital é aquela que alcançou o terceiro nível, empre-
gando e possibilitando que através de um diálogo se maximizem os recursos de
TI para a realização de todas as suas atividades fundamentais, como a gestão, os
negócios, os processos, seus relacionamentos, o controle de qualidade, a estratégia
na inteligência competitiva e a gestão do conhecimento.
O mercado de TI sofre impactos, não necessariamente negativos, mas sempre
determinados por tendências como o comportamento do consumidor, as estra-
tégias empresariais, a desmaterialização, os dispositivos móveis, crescimento do
volume de dados armazenados, entre outra mais.
Por isso é necessário que o profissional de TI compreenda o mercado e saiba
acompanhar sua evolução, para que possa buscar meios de complementar seus
conhecimentos e habilidades de uma maneira mais autônoma, preocupando-se
constantemente com sua qualificação e atualização.
A inovação de novos processos representa um diferencial para todos aque-
les profissionais que trabalham com a Tecnologia da Informação, e pode-
mos ver exemplos, como: Gerência de Projetos; Reengenharia de processos;
Gerenciamento de Segurança de TI; Mídias Sociais; Games 3D; PCN – Plano
de Continuidade do Serviço; BI - Business Intelligence; Inteligência Artificial;
Web Design; Infraestrutura de TI; GED – Gestão Eletrônica de Documentos;
ERP (Enterprise Resource Planning ou Sistema integrado de gestão empresarial),
CRM (Customer Relationship Management ou gestão de relacionamento com o
capítulo 2 • 38
cliente), Cloud Computing, Livros Eletrônicos; Mobile (iPhone), ITIL, a Robótica
e Nanotecnologia.
A reengenharia é amplamente usada pelas organizações para diversificar e se
manter competitiva no mercado para que possam alcançar as suas metas, reformu-
lando o seu modo de fazer negócios, suas atividades e processos, melhorando sua
performance, e também a partir da aplicação de métricas às pessoas.
O modelo antigo de negócios das empresas ainda é utilizado, mas muitas
companhias preferiram migrar para os negócios eletrônicos criando assim novas
práticas comportamentais devido a informatização e o mundo virtual como estra-
tégia de negócios e permitindo a abertura de novos horizontes.
Hoje vemos novos modelos de negócios conhecidos como B2B, B2C, C2B,
C2C entre outros. O B2B (Business to business) é aquele que ocorre entre grandes
empresas, já o B2C (Business to consumer) ocorre entre o consumidor e a empresa
tipicamente em vendas de varejo, o C2B (Consumer to business) é aquele que o
consumidor oferece produtos e serviços para as empresas e o C2C (Consumer to
consumer) é aquele que acontece entre pessoas.
Além desses modelos de negócios utilizam a Internet para se desenvolver atra-
vés de ferramentas para gerência de negócios e um desenvolvimento dentro dos
mercados em que operam, temos configurações dos processos de negócios que
surgiram para organizar e estruturar melhor as empresas, como: BI, KM, SCM,
CRM e ERP.
O BI, mais conhecido como Business Intelligence, é a inteligência empresa-
rial utilizada para tomar decisões desenvolvendo uma solução de análise de dados
considerando as diversas tecnologias dos sistemas de informação para determinar
as informações relevantes.
capítulo 2 • 39
O estuda o comportamento do cliente e sua
CRM (COSTUMER relação com a empresa, de modo a oferecer
RELATIONSHIP MANAGEMENT) uma melhor experiência em todos os negó-
cios realizados.
Governança de TI
capítulo 2 • 40
os serviços apresentam confidencialidade, integridade e disponibilidade de forma
segura e se há medições de desempenho.
Vemos que um importante objetivo das organizações em relação às Tecnologias
de Informação e Comunicação se refere à visão que apresenta no mundo dos
negócios, por isso o marketing é uma ferramenta que pode conferir um maior
valor agregado e também aumentar a visibilidade, já que a informação no mundo
atual caminha rapidamente, e desse modo pode ser feito através de estratégias de
controle, de planejamento de custos, pode ser adotada uma posição, defensiva,
agressiva ou estratégica.
Com isso vemos que é importante adotar um planejamento de TI, e desse
modo para a Governança de TI existe o COBIT (Control Objectives for Information
and related Technology), que possui uma série de recursos que podem servir como
um modelo de referência para gestão da TI, com objetivos de controle, auditoria
e um guia com técnicas de gerenciamento.
Control Objectives for
COBIT Information and related
Informação Technology
Technology Governança de TI
Infraentructure
Library
Planejamento
Contratações
Internacional
Aplicações
Segurança
Qualidade
Serviços
Projetos
Gestão de TI
Balanced
CMMI ISO 17799 PMBOK BSC-TI Scorecard: medição
de desempenho
Project Management Body of Knowledge
capítulo 2 • 41
Capacidade, a Gerência de Continuidade de Serviço de TI, a Gerência Financeira
de TI e a Gerência de Nível de Serviço.
Com isso, vemos que os indicadores de desempenho e qualidade de serviço
em TI promovem a realização de processos com foco na melhoria na qualidade
do serviço, os quais podem ser medidos e gerenciados, e se elaboram através de
um mecanismo de controle de objetivos, com ferramentas e técnicas de gerência.
capítulo 2 • 42
lógica, é vista como um modo de comportar-se específico do homem. Sua origem
etimológica vem do termo moralis, o qual nos remete à tradição latina a partir dos
termos mos, mores, significando um conjunto de normas ou regras adquiridas por
hábito.
Já falamos de moral, agora aquele que age de forma contrária ao dever racional
moral, pode praticar uma conduta imoral ou amoral. A noção de conduta imoral
é descrita quando o indivíduo sabe o que é certo, mas mesmo assim faz algo erra-
do. Vemos que quando um indivíduo não sabe o que é certo ou não conhece os
princípios e as normas morais de um grupo, sociedade ou indivíduos, pratica uma
conduta amoral.
A palavra ética, do grego ethos, significa índole ou conduta no sentido do
modo de ser ou caráter de uma pessoa, mas também tem um sentido de hábito ou
costume, sendo considerada como um pacto tácito de não agressão, pois qualquer
um pode causar um risco a todos, e por isso se busca um equilíbrio na sociedade,
pois esta é a base do Estado, podendo-se falar então em um contrato social. Em
resumo a ética envolve a nossa capacidade de fazer o bem com consciência e res-
ponsabilidade, sempre pensando em como essas ações afetam o próximo.
De acordo com o entendimento da filosofia aplicada à ética, sua definição
pode ser entendida como a ciência do comportamento moral dos homens em
sociedade, uma forma de comportamento humano.
A ética segundo a visão do Dicionário Aurélio Buarque de Holanda: “É o
estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana suscetível de
qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada
sociedade, seja de modo absoluto”. Ou seja, a ética é algo que todo mundo sabe o
que é, mas tem dificuldade de explicar porque quando não está bem explicado se
confunde com a questão moral.
Por isso, não podemos confundir ética com moral, pois são dois institutos
distintos, uma vez que moral significa o conjunto de normas ou regras destinadas
a regular as relações dos indivíduos numa determinada sociedade, enquanto que
ética é ligada a um conjunto de regras e princípios, de uma sociedade, de um gru-
po ou de um indivíduo.
Com a evolução tecnológica e devido a informatização que vem acontecendo
das décadas passadas até os dias de hoje, devemos refletir sobre os aspectos éticos
e legais relacionados ao exercício profissional, pois existem condutas erradas que
muitas vezes vemos acontecer como: o aviltamento de preços, a propaganda en-
ganosa, calúnias, intrigas, contratos de produtos ou serviços defeituosos, agir com
capítulo 2 • 43
inidoneidade para subtrair oportunidades do colega, entre muitas outras ações
desleais. Aí entra em cena a ética do profissional de TI.
A Ética Profissional ou Deontologia nos mostra um conjunto de valores que
devem fundamentar o exercício do profissional de TI, de acordo com seus prin-
cípios. Deontologia significa o estudo dos deveres e, quando seus conhecimentos
são aplicados a Tecnologia da Informação, temos que é o estudo acerca dos funda-
mentos da Informática sob o ponto de vista da Ética.
Muitos profissionais seguem as regras de um Código de Ética, ou seja, é aque-
le que personifica o conjunto de valores partilhados em determinado momento
histórico. Mesmo que o profissional de Tecnologia da Informação não tenha um
Código de Ética escrito, isso não quer dizer que não deva seguir princípios éticos
ou que eles não existem, pois muitas leis ou condutas não necessariamente são
escritas e existem.
A interação entre a sociedade e a informática traz a necessidade de reflexão
sobre o perfil do profissional de TI, sua atuação e postura no dia a dia, bem como
sua formação para o mercado de trabalho. É nessa atuação que o profissional deve
operar a ética de acordo com seus valores subjetivos.
O uso da Tecnologia da Informação provoca inúmeros debates sobre os aspec-
tos legais, como: a Liberdade de Expressão e Privacidade, os Direitos de Imagem,
a Segurança e o mundo virtual, a Pirataria, os riscos do trabalho flexibilizado.
Podemos ver questões que surgem nas empresas como: Registro de domínios,
Contratos e seguro de bens virtuais, Direitos autorais sobre software e hardwa-
re, Invasão da privacidade virtual, Controle legal do conteúdo e forma dos soft-
wares, Provas ilícitas, Assinatura digital, uso indevido de senha, vazamento de
Informação Confidencial, furto de Dados e Concorrência Desleal.
Condutas como o uso não autorizado de marca, download de softwares de
forma ilegal, firmar contratos abusivos e feitos de forma a prejudicar os colabora-
dores, problemas relacionados a segurança e a privacidade podem trazer a respon-
sabilização àquele que faz o mau uso das ferramentas no ambiente de trabalho, e
são só alguns aspectos que também devem ser levados em conta na relação empre-
gado-empresa. A empresa também pode ser responsabilizada por contratos frau-
dulentos de terceirização, processamento de dados, desenvolvimento de sistemas,
serviços relacionados aos dados ou a produtos.
O uso das Tecnologias da Informação e Comunicação envolve aspectos éticos
e legais. A ética profissional tem por objeto o conjunto de valores que uma classe
profissional deve se orientar e seguir para alcançar um “agir profissional” correto
capítulo 2 • 44
e adequado para com a sociedade em que se insere e, no mais das vezes, materia-
liza-se por meio de regras, expressas em códigos de ética, orientadores da conduta
profissional de um dado segmento.
Então extraímos por tudo o que vimos acima que a ética, pauta a conduta do
indivíduo no meio social, portanto, não se pode dizer que é ético Usar a estrutura
de TI corporativa para atividades particulares, a cópia de software sem autori-
zação, a instalação em computadores particulares ou de organizações, permitir o
acesso de pessoas não autorizadas à base de dados com informações de clientes. A
honestidade é uma virtude no campo profissional, se caracterizando por ser um
princípio que não admite diversas interpretações circunstanciais.
O respeito aos segredos dos negócios deve ser mantido, porque uma informa-
ção sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de silêncio é obrigatória.
Por isso que revelar informação sigilosa pode desviar projetos ainda não colocados
para a concorrência antes mesmo que a empresa que os concebeu tenha tido opor-
tunidade de lançá-los.
A competência é tida como a capacidade de executar alguma habilidade ba-
seada em um conhecimento e relaciona-se com a ética, de maneira a proporcio-
nar a melhoria contínua das habilidades, conhecimentos e práticas profissionais
é pré-requisito para a entrega de serviços de qualidade. É necessário, entretanto,
aplicar postura ética e recusar serviços quando não se tem a devida capacitação
para executá-los, pois pode causar algum dano que enseja até responsabilidade.
Vemos a importância da competência como uma atribuição de capacidade,
que pode influenciar no meio social, exemplificamos com erros médicos, jurídi-
cos, informáticos, os quais se caracterizam por causa de não aplicação das infor-
mações que se conhece corretamente, por isso que é importante o investimento na
busca da competência.
A competência é a soma de coragem, compreensão e disciplina, e está ligada a
habilidade, atitude e conhecimento. A Coragem para tomar decisões é indispensá-
vel para a eficiência do trabalho a ser realizado. A compreensão é uma qualidade
que ajuda muito porque é bem aceito pelos que dele dependem, facilitando a
aproximação e o diálogo, tão importante no relacionamento profissional. E por
fim a disciplina, que é um contrato de atitudes, de deveres, de estados de cons-
ciência, que deve formar um código de ética.
Essa tem sido a solução adotada em termos de competência, principalmente,
nas classes profissionais como contadores, médicos, administradores, profissionais
de Marketing, advogados, profissionais de Tecnologia da Informação para que se
possa regular a questão da moral e a utilização da ética.
capítulo 2 • 45
Globalização e pluralidade de culturas
No setor de TI, sabemos que não existe nenhum sistema desenvolvido que seja
isento de erros, ou seguro a ponto de ser invulnerável a invasão, pois por melhor
que seja a construção do sistema existem erros e vulnerabilidades, sendo quase
impossível que se saiba de todas as situações que podem causar problemas.
©© PIXABAY.COM
capítulo 2 • 46
deixar o computador desprotegido é tão arriscado quanto deixar a porta de casa
aberta, estando este suscetível a invasões.
No mundo dos negócios, a governança em TI determina regras de conduta
para que haja uma garantia de transparência, confidencialidade, acessibilidade,
integridade às informações, mas essa questão é relativizada, pois muitas equipes,
não possuem este conjunto de valores morais e éticos.
Por isso, não adianta ter uma Política de Segurança da Informação e normas
de utilização de e-mail, internet, rede, dispositivos móveis e demasiadas regras que
são para os funcionários em geral, normalmente os com algum vínculo de trabalho
(CLT ou Contrato de Prestação de Serviço).
É necessário que haja a criação de um Código de Ética de TI, não somente
para funcionários ou colaboradores internos, mas também para abranger aqueles
que estão firmados sobre outros modelos de trabalho que atuam dentro da em-
presa, como os terceirizados, já que há a tendência a popularização desse tipo de
trabalho precário, seja como um fornecedor em projetos, prestador de suporte ou
um atendente externo.
Muitas equipes de TI possuem acesso privilegiado às informações, aos equi-
pamentos e senhas, já que atuam na contenção, na contingência, nos incidentes,
na proteção contra vulnerabilidades. Isso é preocupante, pois é primordial que
exista um código de conduta para conduzir sua atuação, explicitando suas respon-
sabilidades, e se necessário com confidencialidade, até por se tratar de segurança e
proteção das políticas de negócios.
Adotar políticas de condutas pode ser visto como uma prática necessária,
seja em âmbito empresarial ou profissional, e deve envolver as empresas presta-
doras de serviços relacionadas a informática, como as desenvolvedoras, provedo-
res e os clientes, pois é uma forma de gerenciar os riscos aplicados a Tecnologia
da Informação.
Com isso vimos que a Tecnologia da Informação é muito abrangente, pois
hoje estamos centrados no poder da informação e, para haver um modelo que pro-
picie o desenvolvimento da tecnologia e as obrigações dos profissionais, temos que
agir conforme as políticas estabelecidas na empresa e também conforme os nossos
valores, enquanto não existir um código de ética agindo com consciência de modo
não causar nenhum tipo de dano às empresas e aos indivíduos.
capítulo 2 • 47
MULTIMÍDIA
Acesse: <http://www.devmedia.com.br/etica-em-informatica/14636>
<https://www.youtube.com/watch?v=Ez6vpUs_-PQ>
<https://www.youtube.com/watch?v=IIAxKIlwlEs>
ATIVIDADES
Vamos praticar um pouco os conceitos aprendidos.
01. Com o crescente grau de informatização na sociedade e a Inclusão Digital nas organiza-
ções em nível de negócios, surge o CMMI (Capacity Maturity Model Integration), um modelo
de referência com diversas práticas gerenciais, que serve para aperfeiçoar a gestão dos
negócios, através do conhecimento que apresenta um maior ou menor grau de amadureci-
mento da organização em termos de tecnologia da informação.
Estamos nos referindo a:
a) ERP d) TI CORPORATIVA
b) CMMI e) GED
c) CRM
03. O ser humano possui uma capacidade ilimitada de pensamento que pode ser utilizada
para desenvolver e inventar aparatos tecnológicos. Muitos consideram o fogo como uma das
primeiras descobertas mais marcantes feitas pelo homem, seguido de seu aperfeiçoamento.
capítulo 2 • 48
Hoje temos o computador e a transmissão de dados em escala mundial. Esse crescimento
da tecnologia se deve ao surgimento da:
Assinale a alternativa correta.
a) Eletrônica d) Internet
b) Telefonia celular e) Computação em nuvem
c) Tablet
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASHLEY, P. A. Ética e responsabilidade social nos negócios. 2a ed. -São Paulo (SP), Saraiva,
2005.ISBN:8502050672.
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SCHAFF, A. A sociedade Informática: as Consequências Sociais da Segunda Revolução
Industrial. São Paulo: Editora da Universidade, 4ª ed., 2005.
VALLS, A. L. M. O que é ética. São Paulo: Brasiliense, 9ª ed., 1994.
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios, 3a. ed. Rio de Janeiro
(RJ): Campus, 2008.ISBN: 9788535232707
DORNELAS, J. C. A. Planos de Negócios que Dão Certo: Um Guia Para Pequenas Empresas.
Editora: Elsevier, 2007.
SENGE, P. Quinta Disciplina, Caderno de Campo. Qualitymark, 1997.
WARDMAN, K. Criando Organizações que Aprendem. Futura, 1996.
capítulo 2 • 49
capítulo 2 • 50
3
Responsabilidade
social
Responsabilidade social
A tecnologia da informação tem proporcionado uma verdadeira revolução nos
hábitos da sociedade. A adoção do processo de melhoria contínua, como uma or-
dem mundial, possibilita o aumento da produtividade em todos os setores e propi-
cia condições de trabalho favoráveis que se traduzem em satisfação e valor agregado.
As organizações hoje buscam obter vantagem competitiva com investimentos
em novas tecnologias, observando-se o fator sustentabilidade, que deve ser traba-
lhado com ética, pois ajuda a equilibrar os pilares da sociedade, demonstrando sua
preocupação de forma a abranger todas as áreas do conhecimento e uma maneira
de visualizar o futuro onde a preocupação maior é com o meio ambiente.
O profissional de informática desempenha um papel de grande valor na socie-
dade; por isso deve se preocupar também com o meio ambiente e a maneira pela
qual os sistemas de informação afetam as construções da coletividade, sempre de
acordo com os preceitos da ética e da legislação.
OBJETIVOS
Neste capítulo, abordaremos os diferentes usos da tecnologia da informação e seus
impactos na sociedade, com a adoção do processo de melhoria contínua que pode aumentar
a produtividade e a sustentabilidade. Na busca por vantagem competitiva, é necessário ob-
servar a ética no uso das informações e na gestão da TI transparente, voltada para as partes
interessadas (stakeholders), de modo a não afetar o meio ambiente e nem causar danos
à sociedade.
É necessário, antes de qualquer coisa, fazer uma reflexão ética sobre o uso da
tecnologia e a atuação do profissional de TI, uma vez que as discussões em torno
das atividades que se utilizam desse conhecimento estão voltadas para a automa-
ção de sistemas de informação e suas derivadas como os computadores e redes
de comunicação.
A proposta de uma metodologia ética por entidades informáticas pode se ins-
pirar nos códigos de ética de outros profissionais e poderá ser implantada por meio
de um estudo coordenado e projetos de pesquisa ou de extensão, dependendo das
suas características principais.
capítulo 3 • 52
O que se percebe é que a teoria e a prática se apresentam no meio científico ou
mesmo no meio profissional como duas questões distintas, mas em síntese, todos
aqueles que desenvolvem atividades de Tecnologia da Informação devem fazê-las
por meio de um pensamento humanista, o qual se preocupa com o exercício pleno
da cidadania e de suas atribuições éticas.
As preocupações relacionadas se iniciam com as necessidades mais básicas do
entorno social, como as de habitação, saneamento básico, eletricidade, constru-
ção, de modo a desenvolver um projeto que viabilize a participação de soluções
patrocinadas por empresas locais e ao lado do governo pelos profissionais de TI.
Busca-se a construção de um perfil correto para a sociedade, que saiba utilizar
a solidariedade e colaboração, pensando no bem estar das comunidades, e para
isso é indispensável uma formação ética sólida, características podem ser desenvol-
vidas nos profissionais das áreas tecnológicas em sua atuação profissional, pois o
que vemos hoje é justamente o contrário, temos um ambiente altamente tecnoló-
gico, muitos competitivo e que não se preocupa com o social.
Para que se alcance uma sociedade mais justa e solidária, deve haver uma di-
nâmica de pensamento que sustente no ensino o aprendizado da cooperação, para
que seja aplicada ao meio profissional da TI, desenvolvendo valores para que esses
trabalhadores pensem em agir para reduzir os problemas sociais.
A importância da Ética na área da informática é tamanha que ela está presente
na vida pessoal, profissional e pública, por isso vemos o surgimento de dilemas
éticos do profissional da informática relacionados a privacidade, direitos, vírus,
hackers, utilização da internet, chegando até a questões como o desemprego e in-
formatização. O que o profissional da TI precisa é de desenvolver responsabilidade
social, não somente na esfera de trabalho, mas também nas relações humanas.
A ética do profissional da informática é construída através do bom senso pes-
soal e profissional, que é necessário para ponderar se a moral atende à problemá-
tica de uma comunidade sem agredir os direitos dos demais, mas como é muito
subjetiva a questão moral, pois cada um pensa de uma forma diferente, há a obri-
gação de se desenvolver valores que propiciem o bem estar social.
Os preceitos éticos e morais são bastante diferentes, e existe muita maleabili-
dade em relação a eles, já que podemos ver como exemplo a pirataria de software, a
construção moral do sujeito desenvolvida pela maioria das leis é no sentido de que
não é ético, mas podemos ver que há um pensamento que se sustenta no software
livre, de modo que a ideia não é ligada a um ato ilegal e antiético.
capítulo 3 • 53
A ética é responsável por definir se cada uma das morais é oportuna no am-
biente em que atuam, determinando um caminho a se seguir, que pode ser visto
até com a influência política ou social de alguma organização ou grupo no estabe-
lecimento destes conceitos.
Para que se construa um código de ética veremos muitos pilares relacionados a
essas obrigações, os quais devem se sustentar preocupando-se com uma sociedade
livre, justa e solidária e o bem-estar de todas as pessoas, também em relação ao tra-
balho e os empregadores, quando estes não têm conhecimento na área, e também
com os clientes, se estes forem inexperientes ou quando o profissional de TI é um
prestador de serviços ou consultor.
Ou seja, o profissional deve olhar para a sociedade com o intuito de proteger
os seus interesses e ajudar em seu desenvolvimento, pensar nos demais profissio-
nais, e ter em mente o objetivo de não causar um dano às pessoas em sua volta,
sendo necessário o uso do bom senso em suas atitudes.
Segundo o Professor Muniz Sodré (SODRË, 2012), são hoje, os sinais de
esgotamento das forças dos modelos clássicos de produção e representação. A isso
se tem chamado, desde a metade do século passado, de pós-modernidade. Advém
agora o império dos processos de produção eletrônica de informação e imagens,
que incorpora o pós-moderno da organização da vida social em termos de simul-
taneidade, instantaneidade, globalidade e criação de um real próprio, de natureza
tecnocientífica. A sociedade decorrente não se transforma por escolha política,
mas por impacto tecnológico.
Vemos com isso que há a necessidade de um código de ética devido à diver-
gência de opiniões nos profissionais de TI, e também para um melhor desenvolvi-
mento da humanidade, mas há que se valorar também princípios como a justiça,
igualdade, dignidade, cidadania, solidariedade, os quais devem ser assimilados e
colocados em prática.
A regulamentação do profissional de informática também é necessária, onde
se deve criar um conselho responsável por fiscalizar a aplicação de suas regras,
pois a sociedade necessita de um conjunto de normas não para os profissionais de
informática, mas também aqueles que estão relacionados a essa área, para demons-
trar a vulnerabilidade dos demais frente ao computador.
Essas regras que viriam a se constituir futuramente em um código de ética
e também na regulamentação do profissional de TI precisam ser construídas de
forma a apresentar um dinamismo, para que possam acompanhar a grande veloci-
dade das mudanças que ocorrem na informática e no mundo.
capítulo 3 • 54
Por isso a ética e seus aspectos legais na Informática visam estabelecer um
parâmetro levando em conta a situação atual, onde os sistemas de informação se
encontram presentes cada vez mais, através da construção de preceitos aplicáveis
para os profissionais, usuários e clientes, mas sem nunca se esquecer de que todos
somos seres humanos, e essas condutas estão relacionadas a vivência em sociedade.
Assim, indivíduo/sociedade/espécie são não apenas inseparáveis, mas copro-
dutores um do outro. Cada um desses termos é, ao mesmo tempo, meio e fim dos
outros. Estes elementos não poderiam, por consequência, ser entendidos como
dissociados.
Desde então, a ética humana, ou seja, a antropo-ética deve ser considerada
como a ética da cadeia indivíduo/sociedade/espécie. (MORIN, 2001).
capítulo 3 • 55
Ainda há questões sensíveis como comércio eletrônico, que pode lidar com
diferentes países, então há a necessidade de garantia das transações, que só pode
ser materializada através de regras definidas, e sistemas desenvolvidos com segu-
rança para garantia que o produto ou o serviço seja entregue ao destinatário e que
o remetente seja remunerado corretamente.
Uma questão a ser pensada e melhor estudada é: como os problemas éticos são
multiplicados ou transformados pela Tecnologia de Informação? Devemos saber
que para isso é preciso que existam definições de políticas e diretrizes sobre a uti-
lização da informática, seu uso consciente e adequado, bem como o seu impacto
sobre os valores humanos e sociais, estabelecendo padrões para os profissionais.
Podemos ver então que a relação ética-informática vai mais além e se desdobra
em questões intelectualizadas como os crimes, a privacidade, problemas sociais, as
informações sensíveis e sua proteção, pirataria e software livre, honestidade e con-
fiança, lidar com os direitos pessoais e alheios na era da tecnologia, o impacto da
Internet no mundo globalizado e na Sociedade da Informação e Conhecimento, a
responsabilidade do profissional de tecnologia da informação e comunicação em
seu trabalho. O computador nos trouxe à era digital e essa rede global mostrou que
há imensos desafios à sociedade, em particular ao profissional de TI, no que tange
à juridicidade e moralidade da sociedade de modo geral.
Sabemos que a evolução da tecnologia afeta o comportamento da sociedade,
já que as informações estão em todas as áreas e são públicas com a Internet, mas sa-
bemos que seu crescimento se dá em escala mundial, e seu conteúdo por ser utiliza-
do para ajudar, mas em contrapartida pode ser utilizado também para prejudicar.
Por isso é necessário pensar na questão ética, não somente pelas informações
na internet, mas também no ser humano, pois vemos que a evolução está presente
na educação a distância, e-commerce, jogos on-line, transações financeiras, fóruns
de discussão, e o conflito privacidade-intimidade visto através de cyberbullying,
pedofilia, pornografia, repasse de dados que contribuem para que haja um dano
virtual.
A educação é um tema de grande importância na sociedade como um todo,
pois ela favorece a formação do indivíduo e a construção de seus conhecimentos.
Desde que nascemos estamos aprendemos e somos educados de acordo com a
cultura da nossa família e sociedade. E as organizações estão vendo o quão im-
portante é continuar a aprendizagem, o ensino e a educação no mundo corpora-
tivo, dessa forma desenvolvendo as habilidades individuais de seus colaboradores
(WARDMAN, 1996).
capítulo 3 • 56
O profissional de TI tem que buscar conhecimentos mais além dos conven-
cionais, e verificar que tem em suas mãos conhecimentos que representam impor-
tância, poder e valor aos negócios e estratégias da empresa e que a falta de regula-
mentação não o torna imune em relação a todas as suas obrigações e integridade
pessoal em sua conduta.
É necessária a compreensão da ética informática, por meio de uma conscien-
tização que abrange problemas devidos a multiplicidade de informações na so-
ciedade, onde o ser humano deve ser levado em consideração, pois vivemos na
Sociedade da Informação, e não há leis muito bem definidas que apresentem um
escopo para os diversos questionamentos surgidos e causados pela TI.
Dessa forma o profissional deve sempre agir de forma ética no ambiente di-
gital e legalmente com as informações e dados que trabalha, estando ciente que
seu uso indevido e a violação de privacidade constituem atividades criminosas e
podem determinar a responsabilidade dos envolvidos em más práticas, seja em
relação as políticas de segurança estabelecidas em relação aos processos informa-
cionais, se relacionando com as ideologias e os grupos da sociedade. Por isso, con-
clui-se então que podemos ver um universo de problemas éticos relacionados a TI
no mundo, e por isso, deve haver uma conscientização por parte dos profissionais,
empresas e clientes-usuários no sentido de que princípios morais são importantes,
mas também há de se pensar na sociedade e nas outras pessoas, pois estes também
são afetados pela postura incorreta não somente dos especialistas, mas também
daqueles que se utilizam da informática.
capítulo 3 • 57
As equipes de TI possuem acesso privilegiado as informações, aos equipamen-
tos, até mesmo as senhas, atuam na correção, na contingência, na proteção contra
vulnerabilidades. Por isso, é fundamental que tenham regras próprias para reger
sua atuação, com termo de responsabilidade específico, de confidencialidade e, se
houver desenvolvimento interno, termo de cessão. E tudo isso, em seu nível mais
estratégico, deve ser amarrado pelo Código de Ética e Conduta Profissional de TI
A TI no ambiente corporativo
TI e o emprego
Algumas Atividades meramente manuais, que antes eram realizadas por pes-
soas, foram em muitos casos reformuladas e ganharam dimensões de automação,
que acarretaram na demissão dessas pessoas. O setor bancário é forte exemplo des-
se cenário, considerando o maciço investimento em tecnologia feto pelos bancos.
Em outros casos, a inserção de computadores no ambiente de trabalho, de-
mandou que as pessoas tivessem habilidades específicas no manuseio do mesmo.
Quem não se inseriu no contexto também perdeu emprego.
Mas não podemos deixar de considerar a enorme demanda de empregos cria-
das na própria área de TI, especialmente nos últimos anos com o crescimento da
internet e barateamento da banda larga e computadores em geral.
TI e a individualidade
Os sistemas de informação, inegavelmente, ao automatizarem determinadas
tarefas, enfraquecem as relações humanas e também limitam a individualidade e
criatividade das pessoas. Muitos se sentem como perdendo a identidade. Muitas
vezes os sistemas são rígidos e não permitem flexibilidade ao ser humano, restrin-
gindo sua liberdade.
Mas devido a importância que as equipes de TI vem dando ao desenvolvimen-
to uma boa interface do software e as preocupações com o conforto do usuário,
através do desenvolvimento de produtos ergonômicos, interfaces flexíveis e volta-
das aos grupos de trabalho, tende a minimizar tais aspectos negativos referentes a
individualidade do ser humano ao interagir com a tecnologia em suas atividades
de trabalho e até mesmo de laser.
capítulo 3 • 58
TI e condições de trabalho
Embora cause, muitas vezes, desemprego, como já exemplificado anterior-
mente, a inserção da tecnologia nos negócios aumenta a qualidade do trabalho na
medida em que eleva a qualidade das condições de trabalho. Com a automação
das atividades rotineiras e mecânicas, surgem novas oportunidades em atribuições
de mais alto nível, que exigem habilidades altamente desenvolvidas em determi-
nados cargos.
Dentro dessa dimensão da ética, chamamos a atenção para o monitoramento
de atividades pelo computador, possibilitando aos gestores acompanhar a produti-
vidade e comportamento de seus subordinados. Pode-se monitorar o tempo gasto
e o resultado obtidos por operadores de telemarketing. O problema que alguns le-
vantam aqui é: tal atividade não monitora apenas a atividade, o trabalho, mas tam-
bém o indivíduo, violando a liberdade e privacidade das pessoas. Outro aspecto
aqui é que muitas vezes os trabalhadores não sabem que estão sendo monitorados
ou ainda o que está sendo feito com as informações derivadas do monitoramento.
Outros alegam ainda que o stress e tensões causados pelo monitoramento de seu
trabalho podem levar algumas pessoas a terem problemas de saúde.
Para monitorar o uso da Internet pelos funcionários, já existem empresas re-
correndo a um software especial que monitora o tempo gasto na Internet, por
funcionário e site acessado. O objetivo do procedimento é eliminar o abuso no
acesso durante as horas de trabalho e o acesso a sites “indecentes”.
TI e a privacidade
O aumento no uso de e-mails levanta a questão da privacidade. Vocês ainda se
lembram das cartas? Cartas são fechadas, mas não as mensagens de e-mail (exceto
quando codificadas ou criptografadas). Muitas empresas monitoram os e-mails de
seus funcionários; isso levanta a questão da invasão de privacidade. Outras ques-
tões em aberto são o uso de e-mail no trabalho com fins particulares e o envio de
material não relacionado ao trabalho. Mas as empresas podem monitorar e-mails
que contenham algum cunho “indecente” ou de ameaça as suas instalações? Tem
empresas que respeitam a privacidade de cada um e não fazem monitoramento,
outras informam que farão apenas se houver alguma suspeita. E existem ainda as
que, através de uma política mais agressiva, avisam que monitoram todas as men-
sagens dos funcionários.
No Brasil não existe uma legislação específica sobre privacidade no uso da
internet, prevalecendo o que está definido no código de defesa do consumidor, ou
capítulo 3 • 59
seja, somente com consentimento das pessoas é que a coleta e uso das informações
a seu respeito podem ser usadas.
Dentro dessa questão da privacidade surge a discussão sobre o spamming, que
é o envio indiscriminado de e-mail a muitos usuários, que não fizeram tal solicita-
ção ou autorizaram tal envio. É um instrumento muito usado como propagando
pela internet, de forma gratuita, rápida e de longo alcance.
Mensagens de e-mails confidenciais dos funcionários são monitoradas por
muitas empresas. Informações confidenciais sobre pessoas, contidos nos bancos
de dados das empresas têm sido roubadas, vendidas, enfim exploradas resultando
em invasão de privacidade para os indivíduos.
A questão da privacidade ganha dimensão quando consideramos o ambiente
da internet, onde a vulnerabilidade aumenta muito devido a possibilidade de es-
tarem coletando dados de nossos acessos, de nossa pessoa e de nossas preferências,
sem a nossa permissão ou mesmo ciência.
O maior exemplo do acima relatado são os “cookies”, que são dados de nossos
acessos capturados em nossos próprios discos. Tais dados podem ser usados e até
mesmo vendidos pelas empresas que fizeram a captura. E não nos pedem licença
para isso.
Com relação ao direito autoral, se o material que você acessa na Internet é
identificado como domínio público, isso significa que o acesso a ele é livre para
quem quer que seja, para qualquer finalidade. Outros materiais estão protegidos
por direitos autorais, indicando que você precisa de permissão para qualquer outro
que não seja o ‘uso justo’ (atividades educacionais e sem fins lucrativos).
O crime por computador é outro tema polêmico que alcança as questões éti-
cas. Estamos falando de ações como:
Ataques de hackers a site de empresas, com intuito de cometer fraudes como
roubo de dinheiro, no caso de bancos; ou enviar e-mails com a conta de terceiros,
com diversas finalidades maledicentes.
Uso da internet de forma imprópria, em proveito próprio por funcionários,
durante o expediente, como o acesso a site de relacionamento, redes sociais, sites
pornográficos e outros.
A própria pirataria de software, justificada pelo alto custo dos mesmos, pode
ser considerada um roubo de software, já que você usa o produto sem a devida
licença de quem detém a propriedade intelectual.
Roubo de dados, como caso do funcionário que, por dinheiro, alterou as notas
de alunos de uma Universidade.
capítulo 3 • 60
A criação de vírus de computador, que invadem, sem pedir licença, os com-
putadores com a finalidade de destruir os dados neles existentes, causando danos
irreparáveis aos seus proprietários.
Nas últimas décadas podemos observar que vem ocorrendo uma grande in-
fluência da Tecnologia da Informação na sociedade, a qual é de fundamental im-
portância para todos nós. Os computadores começam a preencher espaços nas
mais variadas áreas como governo, indústria, entretenimento, economia, finanças
e educação. Desta forma podemos ver que a Tecnologia da Informação afeta sig-
nificativamente a vida das pessoas e de toda a sociedade, trazendo assim muitos
benefícios, e também malefícios nesse processo de evolução informática.
Um grande exemplo da importância da tecnologia na vida das pessoas foi
quando ocorreu o “bug do milênio”, o qual provocou ansiedade e até certo temor
por parte das empresas em todo o planeta, mobilizando dezenas de profissionais,
até aposentados, os quais trabalharam incansavelmente para corrigir os sistemas
afetados. Naquele momento, transferiu-se toda a responsabilidade para o profis-
sional de informática em salvar as empresas de eventuais erros que pudessem afetar
seus resultados e até interferir na cadeia de negócios causando perdas inestimáveis.
Naquele cenário, muitos especialistas o enxergavam como catastrófico ou até
mesmo sem saída, percebeu-se a grande importância e necessidade do profissional
de informática para o futuro da humanidade, pois com o aumento de crescimento
de aplicativos e sistemas de informações gerenciais e estratégicos, aliado a um forte
sentimento de moral, ético e profissional, se fazia com que os seus conhecimentos
fossem aplicados de forma mais honesta e eficiente o possível para garantir o fun-
cionamento e estabilidade dos sistemas, mesmo diante da crise anunciada.
Com o fenômeno da globalização, se viu que o mundo parecia não se preocu-
par com o meio ambiente, e então surgiu o TI Verde ou Computação Verde, que é
uma nova tendência mundial a qual busca implementar um conceito de desenvol-
vimento sustentável e sustentabilidade, de modo a aplicar as principais estratégias
desse modelo praticadas no mundo.
Para que se fixe melhor a questão do TI e o meio ambiente, devemos saber
que os conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável não devem ser
confundidos. E então, desde a década de 1980 surge a sustentabilidade, que nos
mostra uma forma de contestar o então modelo de desenvolvimento econômico,
capítulo 3 • 61
para que se atendam às necessidades da sociedade sem comprometer as gera-
ções futuras. O Desenvolvimento sustentável sócio-económico-ambiental, onde
quer promover a preservação e conservação de recursos naturais, preocupando-se
com a sociedade a qual vivemos e gerar alternativas às regiões economicamen-
te desfavorecidas.
A sustentabilidade é pautada na preocupação que se tem com o mundo, tendo
em vista as mudanças climáticas vistas nas últimas décadas, gerou-se uma preocu-
pação com as fontes de energia limpas, a gestão de recursos naturais. Essa política
sustentável é vista como uma ajuda na questão do desenvolvimento demográfico e
a migração, saúde pública, pobreza global e desenvolvimento social, pois há muita
poluição do ar, hídrica, do solo e dos lençóis freáticos e também o aquecimento
global, mostrando ser necessário o uso consciente dos recursos que dispomos no
planeta, afinal, eles não são ilimitados.
Por isso TI verde é um conjunto de práticas que torna mais sustentável e me-
nos prejudicial o uso da computação, estando presente nos processos de fabricação
dos componentes, administração, utilização dos equipamentos e descarte correto do
“lixo eletrônico”. Um dos grandes objetivos do TI Verde é reduzir a poluição e o des-
perdício com a construção de políticas para produtos que consumam menos energia,
evitar a utilização de metais pesados nocivos ao meio ambiente, evitando o uso de
componentes químicos e de forma a aumentar a quantidade de materiais recicláveis.
Temos visto um substancial aumento da geração de lixo, o que cria um mer-
cado informal de reciclagem, e traz sérios ricos à saúde devido à falta de tecnologia
adequada para a reciclagem, e temos visto problemas com componentes que con-
taminam o ar, o solo e o lençol freático.
A TI Verde quer trazer mudanças no processo produtivo para que resultem em
menor agressão e favoreçam o desenvolvimento sustentável, a criação de ambien-
tes adequados para o lixo eletrônico, o aumento os pontos de coletas coletivas, a
implementação de programas de inclusão digital, o lançamento de campanhas de
conscientização e o apoio para desenvolvimento de pesquisa.
Mais uma vez voltamos a nossa atenção para a relação fundamental entre
Ciência, Tecnologia e Sociedade, percebemos que ambos estão interligados e pre-
sentes em nossas vidas, rodeados a nossa volta, de modo que basta perceber que
hoje o mundo sem a informática dificilmente funcionaria sem problemas. Desta
maneira podemos entender que as mudanças tecnológicas trazem progresso, o
qual é utilizado em benefício da sociedade, de maneira a contribuir para o bem de
todos, e por isso dizemos que a sociedade está em constante evolução.
capítulo 3 • 62
A importância da ética para o profissional de TI
Pode-se observar que nas últimas décadas, com o aumento acelerado do con-
teúdo informacional dos produtos, dos processos e das ferramentas de produ-
ção, mudanças estruturais na sociedade foram feitas, as quais de um modo mais
abrangente vêm reconfigurando as oportunidades de trabalho, de modo a agregar
um maior valor na cadeia produtiva e favorecendo aqueles que percebem a infor-
mação em detrimento daqueles que visam a “matéria”. As retificações, ou seja, a
transformação mental do que conhecemos e as mudanças nos conceitos abstratos
das realidades virtuais emergentes, ensejam cada vez mais o aparecimento de uma
nova natureza e de uma nova sociedade.
Sem a construção de conhecimentos sólidos próprios e situados sobre quais as-
sociações a informatização da economia tende a fortalecer, os agentes sócio-políti-
cos brasileiros não se encontram instrumentalizados para avaliar as oportunidades
de trabalho (ou a falta delas) e incluí-las na pauta de negociação dos incentivos aos
investimentos econômicos.
capítulo 3 • 63
O “virtual” suplanta o “atual” na atividade econômica
capítulo 3 • 64
Se no avanço da informatização, considerando o conjunto de todos os países,
de fato “o robô possibilita que 80 pessoas façam melhor o trabalho antes feito por
100”, é preciso atentar para que essa mentalidade em certos países seja entendida
como “um robô substitui 50 trabalhadores(as) por 5”. E pode ser que, enquanto
o destino hesita perdemos preciosas oportunidades de inovação e aprimoramento
tecnológico aplicado às áreas com esse déficit, percebendo que possa justamente
ser isto que esteja ocorrendo no Brasil.
capítulo 3 • 65
Atualmente estamos vivendo uma era onde o impacto e a expansão da Internet
são de tamanha magnitude que tendem a ocupar espaços em todos os setores da
sociedade, direta ou indiretamente, já que inicialmente sua concepção era para
aplicação em estratégias militares, e depois nas áreas de pesquisas e desenvolvi-
mento das universidades e com sua popularização, vemos que sua expansão a nível
mundial facilmente conseguiu evoluir para áreas antes impensadas.
O e-commerce é um exemplo de tendência que vem se fortalecendo cada vez
mais, já que em seus primórdios era visto com bastante desconfiança pelas pessoas
mais conservadoras, hoje é um modelo de negócios muito bem sucedido, que pode
concretizar vendas entre países distintos, pessoas que não falam o mesmo idioma,
moedas diferentes, modelos jurídicos variados, e traz uma reunião de características
que antes era impensável sua realização sem a presença da informática no meio social.
Através dessa visão percebe-se que a revolução digital teve seu início marcado
pelo avanço e popularização da Internet nos anos 90 e que ocorreu também com o
uso das novas tecnologias da informação e comunicação para apoiar as atividades
econômicas, financeiras, governamentais, o comércio e a comunicação entre as
pessoas, modificando substancialmente o conceito de informática que se conhecia.
Desta forma, percebemos que o acesso a Internet e a suas aplicações pode ser
feito facilmente a partir de qualquer lugar, com uma variedade de dispositivos e
mídias, como a social, o comércio eletrônico, o governo eletrônico, pode ser volta-
do para a cadeia de produção, possibilitando que seu conhecimento seja difundido
para todos com a ajuda da tecnologia.
Segundo o Professor Muniz Sodré (SODRÉ, 2012), essa decantada criação
nova de empregos não significa o aumento do número de trabalhadores, visto que
a tecnologia atinge o fator humano em cheio no tocante as ocupações. As inova-
ções tecnológicas, que aumentam a produtividade do trabalho, contribuem para a
redução do emprego no setor da parte dita “inferior” da escala produtiva. De fato,
é a realidade de uma nova divisão do trabalho sob a égide da economia de serviços.
A partir dessas novas perspectivas podemos esperar que no futuro, cada vez
mais seja utilizado o modelo de comércio eletrônico para consumo de bens e servi-
ços, o teletrabalho, o ensino a distância, sendo essas inovações presentes em novas
tecnologias que surgem para que a sociedade se beneficie com esses avanços nas
mais diversas áreas do conhecimento.
Conclui-se que o profissional da informática desempenha um papel muito
grande nessa revolução que vem ocorrendo, de maneira que devido a seu trabalho,
podemos ver mudanças nos mais variados setores da sociedade, desde o início da
capítulo 3 • 66
informatização até os dias atuais, as quais sempre proporcionam o uso da tecno-
logia para ao interesse de todos, para que se possa melhorar a realidade existente.
A Internet causou uma profunda mudança na realidade social com o comércio
eletrônico, o teletrabalho e o ensino a distância.
MULTIMÍDIA
Acesse “O Conceito de Virtualização de Pierre Lèvy”
<http://www.ufjf.br/facom/files/2013/03/R6-Francisco.pdf>
Acesse “Siemens debate indústria 4.0 e apresenta soluções para chegar lá”
<http://www.cadxpert.com.br/mecanica/siemens-debate-industria-4-0-e-apresenta-
solucoes-para-chegar-la/>
<https://www.youtube.com/watch?v=bXfVfi_S8tc>
<https://www.youtube.com/watch?v=6Vr7Vk70fyQ>
ATIVIDADES
Vamos praticar um pouco os conceitos aprendidos.
01. É importante fazer uma reflexão ética sobre o uso da tecnologia e a atuação do profis-
sional de TI, porque as discussões em torno das atividades que se utilizam do conhecimento
em tecnologia estão voltadas para a automação de sistemas de informação. Os principais
elementos que compõem a ética são:
Assinale a incorreta
a) Respeito c) Igualdade e) Direito
b) Inveja d) Valores
capítulo 3 • 67
c) É permitido acessar os arquivos de outros funcionários.
d) Não é permitido o acesso de pessoas estranhas a informações de clientes disponíveis
em bancos de dados.
e) O chefe não deve monitorar eletronicamente as atividades dos seus coordenados.
03. O aumento no uso de e-mails merece um debate. Cartas, por exemplo, são fechadas,
mas não as mensagens de e-mail (exceto as criptografadas), porém, algumas empresas
monitoram os e-mails de seus funcionários. Isso levanta a questão:
a) Da disseminação da informação. d) Da quebra de hierarquia.
b) Do tratamento da informação. e) Da invasão de privacidade.
c) De conflitos de interesse.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASHLEY, P. A. Ética e responsabilidade social nos negócios. 2a ed. -São Paulo (SP), Saraiva,
2005.ISBN:8502050672.
BARBIERI, J.C.; CAJAZEIRA, J.E.R. Responsabilidade Social Empresarial e Empresa Sustentável:
Da Teoria À Prática. São Paulo: Ed. Saraiva, 2012.
CHIAVENATO, I. Comportamento Organizacional, Ed. Campus, 2009, ISBN: 9788535237559.
MARTINS, Tais. Meio Ambiente & Atividade Empresarial. São Paulo: Ed. Juruá, 2014.
MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Cortez, 2001.
SCHAFF, A. A sociedade Informática: as Consequências Sociais da Segunda Revolução Industrial.
São Paulo: Editora da Universidade, 4ª ed., 2005.
SODRÉ, M. Reinventando a educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
VALLS, A. L. M. O que é ética. São Paulo: Brasiliense, 9ª ed., 1994.
WARDMAN, K. Criando Organizações que Aprendem. Futura, 1996.
capítulo 3 • 68
4
Legislação da
Informática e lixo
eletrônico
Legislação da Informática e lixo eletrônico
É de fundamental importância o aluno tomar conhecimento sobre a legisla-
ção na área da tecnologia da informação, adquirindo noções gerais do direito em
diversas áreas, inclusive saber distinguir a diferença entre o Direito e a Justiça,
qual a sua importância e como se relacionam com a sociedade, e também com
a Tecnologia da Informação, onde a aplicação da ética e moral se encaixa nesse
contexto e também as divisões que se relacionam diretamente com a Informática.
É feita também uma abordagem sobre a amplitude do Direito com suas mais
variadas áreas e veremos como ele é aplicado à Informática, colocando a Ciência
e a Tecnologia como pilares para o desenvolvimento e a construção de uma socie-
dade melhor.
Outra preocupação é com o lixo eletrônico. E suas consequências. O lixo pro-
duzido a partir do descarte de materiais ligados aos computadores e dispositivos
móveis, causa impactos éticos, legais, sociais e econômicos no meio ambiente,
afetando a saúde da população. Neste sentido, observamos grandes mudanças nos
processos educativos frente às novas tendências de comunicação e as doenças pro-
fissionais causadas pelo uso indevido das ferramentas da informática.
A fabricação de computadores implica na utilização de recursos e matérias
primas, o que pode acarretar diversos riscos à sociedade, influenciando a saúde das
pessoas e do meio ambiente. Ao levar em consideração os prazos de obsolescência
dos equipamentos cada vez menores, vemos que deve haver uma política de re-
ciclagem como medida sustentável para a preservação, que se utilize da gestão de
recursos para evitar a poluição.
O lixo eletrônico é composto de peças e materiais que prejudicam o meio
ambiente devido a sua toxicidade. Por isso, é necessário haver uma conscientização
no sentido de que se faça a reciclagem dos aparelhos eletrônicos, seja através de
doação para organismos sociais ou por meio de postos de coleta, onde é feito seu
descarte de maneira correta, reutilização ou conserto.
OBJETIVOS
Este capítulo trata da importância do aluno conhecer a legislação na área da tecnolo-
gia da informação, adquirindo noções gerais de diversas áreas do direito como institucional,
consumidor, internacional, autoral, civil, criminal, trabalhista e direito de propriedade industrial
e intelectual, proporcionando condições de ingresso no mercado de trabalho com o devido
capítulo 4 • 70
conhecimento dos seus direitos e obrigações. Além disso, aborda o tema lixo eletrônico pro-
duzido a partir do descarte de materiais como computadores e dispositivos móveis, e os seus
impactos éticos, legais, sociais e econômicos no meio ambiente.
O Direito e a Informática
capítulo 4 • 71
Direito da Informática
Atualmente, a legislação informática brasileira não está unificada para que se
possa estudá-la como uma disciplina consolidada, porém, existem diversos dispo-
sitivos legais sobre assuntos relacionados à informática, que se relacionam dire-
ta ou indiretamente com o Direito Constitucional, Civil, Penal, Consumerista,
Trabalhista, Internacional, Propriedade Intelectual e muitos outros.
O Direito da Informática é caracterizado pelo conjunto de normas que regu-
lam as relações que envolvem a aplicação da informática e sua utilização por meio
de computadores, dispositivos, sistemas, programas, cursos, regulando também
a prevenção, a repressão e a punição relativamente aos fatos que atentem contra
o uso indevido de sistemas de informação, por meio de exploração, segurança,
transmissão e o sigilo de dados armazenados, manipulados por meio dos equipa-
mentos informáticos.
Direito Constitucional
O Direito Constitucional é de tamanha e fundamental importância que este
se destaca de modo a nortear parâmetros da organização político-estatal através
de seus elementos essenciais, tratando do regime político e a forma de governo,
reconhecendo e garantindo os direitos fundamentais do cidadão e sua relação com
a sociedade, e também disposições sobre ciência, tecnologia e inovação.
Por isso, seus preceitos devem ser entendidos como um marco de todo o di-
reito do Estado, já que por meio de sua lei fundamental, a Constituição, as regras
jurídicas são norteadas e aplicadas de acordo com a vontade de todos, e executadas
através do exercício de três funções essenciais: legislar, julgar e o governar da nação.
A Constituição Federal é a lei maior e por isso determina a ordem jurídica
estatal, pois orienta todo o ordenamento jurídico de uma nação através de sua
estrutura e organização, definindo os Direitos Fundamentais a serem respeitados,
garantidos e aplicados pelo Poder Público. Dessa maneira, em respeito à Soberania
Nacional os preceitos constitucionais prevalecem sobre todas as categorias de
Normas vigentes no País para que se possa garantir um Estado mais justo.
Direito Internacional
O Direito Internacional estabelece parâmetros jurídicos para as relações entre
estados, e também de todos aqueles que compõem a sociedade internacional, na
esfera socioeconômica e comercial, que pode ocorrer por meio de acordos utilizan-
do-se dos meios políticos, jurídicos e diplomáticos. Portanto ele se divide em dois
ramos: o Público e o Privado.
capítulo 4 • 72
©© WIKIMEDIA.ORG
Direito Civil
O Direito Civil é aquele que determina as normas gerais sobre Pessoas, Bens,
Fatos Jurídicos, Obrigações, Contratos e demais institutos jurídicos. Pode ser en-
tendido como aquele que é comum a todas as pessoas, por disciplinar o seu modo
de ser e de agir, sem quaisquer referências às condições sociais ou culturais, pois
capítulo 4 • 73
se destina a reger relações familiares, patrimoniais e obrigacionais, formadas entre
indivíduos da sociedade.
Seus preceitos estão legislados pelo Código Civil, a Lei Nº 10.406, de
10 de janeiro de 2002, e podem ser aplicados a Informática, que está cada vez mais
presente na sociedade, seja pelo desenvolvimento das tecnologias ou pela Internet.
Direito do Consumidor
O Direito do Consumidor surgiu no período pós-Revolução Industrial, ao
observar que com o crescimento populacional nas metrópoles e a produção em
série, era gerado um aumento de demanda e oferta de produtos e serviços.
O Código de Defesa do Consumidor (Lei Nº 8.078, de 11 de setembro de
1990) é um microssistema a regular as relações de consumo protegendo os consu-
midores, e por isso se aplica sobre as relações de consumo.
Sua importância é tamanha que devemos compreender que as relações de con-
sumo não se resumem somente ao consumidor e fornecedor, também há o lado
econômico, a função social e o bem-estar da sociedade, que podem ser afetados
por práticas abusivas ou ilegais.
Direito Trabalhista
O Direito do Trabalho é o campo que disciplina as relações entre empregador
e empregado, e sua principal característica é a natureza hierárquica e permanente
que abrange normas, instituições e princípios relativos à organização do trabalho,
da produção e da condição de trabalho. Seu objetivo é a proteção à figura da classe
trabalhadora, evitando sua exploração pelo empregado, de maneira a proporcionar
condições para melhorar seu nível de vida, equilibrando as forças economicamen-
te desiguais.
A base do Direito Trabalhista é o Decreto-Lei N.º 5.452, de 1º de Maio de
1943, conhecido como a Consolidação das Leis Trabalhistas, que traz regras gerais
para regular as relações trabalhistas, ou seja, entre empregado-empregador.
Com o avanço da globalização se percebe uma necessidade crescente de lutar
no sentido de combater as péssimas condições impostas pelos empregados na ins-
tituição do trabalho precário, informal, flexibilizações, fraudes, desregulação, cau-
sando desemprego e prejuízos maiores à sociedade. Pode-se ver que o profissional
da Tecnologia da Informação sofre bastante com as condições precárias impostas,
sendo necessária uma mobilização para se construir uma forte legislação que pro-
teja a classe dos Informáticos.
capítulo 4 • 74
Propriedade Intelectual
A Propriedade Intelectual é o ramo do Direito que protege os criadores de
inovações e novidades e se divide em Direito de Propriedade Autoral e Direito de
Propriedade Industrial. O Direito Autoral é aquele que tem como objetivo prote-
ger as criações literárias, artísticas ou científicas de obras originais de seu criador in-
telectual assegurando seu patrimônio e direitos morais. Já a Propriedade Industrial
é voltada para todas as criações utilizadas em indústrias, empresas e no comércio,
por meio de marcas ou patentes, desenho industrial e também de maneira a coibir
a concorrência desleal, além de questões socioeconômicas e tecnológicas.
A proteção da Propriedade Intelectual é vista na Constituição Brasileira, onde
dispõe sobre os Direitos Autorais e a Propriedade Industrial, além de estar inserida
onde se trata da Ordem Econômica e da Liberdade de Concorrência, e também
dispondo sobre incentivos a Ciência e Tecnologia, como meios de desenvolvimen-
to cultural e socioeconômico.
A legislação que regula a Propriedade Intelectual é ampla, mas citamos as
que mais nos interessam no momento, como a Lei 9.610/98 (Lei dos Direitos
Autorais), a Lei 9.279/96 (Lei de Propriedade Industrial, regulando seus Direitos
e Obrigações) e a Lei 9.609/98 (Lei de Software, que protege a Propriedade
Intelectual dos programas de computador).
Direito Penal
O Direito Penal é um ramo do direito público que se caracteriza por apresen-
tar um conjunto de normas que dizem respeito aos crimes e às penas correspon-
dentes, regulando assim a atividade repressiva do Estado, para que se preserve a
sociedade dos delitos cometidos, definindo, tipificando e sancionando os crimes
e as contravenções.
O Código Penal, Decreto-Lei Nº 2.848, de 7 De dezembro de 1940, através
de suas modificação pela Lei 12.737/2012 (Lei Carolina Dieckmann) prevê a ti-
pificação de crimes informáticos:
Violação do segredo profissional - Art. 154-A. Invadir dispositivo infor-
mático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação
indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou des-
truir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do
dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. (Incluído
pela Lei nº 12.737, de 2012).
capítulo 4 • 75
Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informá-
tico, telemático ou de informação de utilidade pública (Redação dada pela
Lei nº 12.737, de 2012) Vigência - Art. 266 - Interromper ou perturbar
serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe
o restabelecimento.
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
§ 1º - Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático ou de in-
formação de utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimento.
Inserção de dados falsos em sistema de informações (incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000) - Art. 313-A. Inserir ou facilitar o funcionário autorizado
a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos
sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o
fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano
(incluído pela Lei nº 9.983, de 2000).
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) - Art. 313-B. Modificar ou alterar, o fun-
cionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização
ou solicitação de autoridade competente (incluído pela Lei nº 9.983, de 2000).
Em relação ao Direito e Justiça que vimos acima, podemos aplicar os conheci-
mentos de ética a tudo o que aprendemos, de modo a fazer com que a Informática
seja uma área mais justa, que promova e garanta a igualdade, segurança e a correta
aplicação do Direito a todos socialmente.
O Direito Constitucional trata do estudo da Constituição e seus aspec-
tos, bem como sua influência no Estado e sociedade, disciplinando o incentivo a
áreas como a Ciência, Inovação e a Tecnologia. O Direito Internacional, se divide
em Público e Privado, onde o primeiro trata das relações entre os atores no plano
mundial, enquanto que o segundo cuida das relações privadas. O Direito Civil é
o ramo que traz normas jurídicas que regem as relações interpessoais. O Direito
do Consumidor traz proteção às relações de consumo. O Direito do Trabalho
regula os aspectos das relações entre empregado-empregador. A Propriedade
Intelectual se divide em Direitos de Autor e Direito de Propriedade Industrial,
onde a Tecnologia da Informação está presente. O Direito Penal disciplina sobre
os delitos e penas além do modo que a Informática pode afetar a sociedade.
Conclui-se, dessa maneira, demonstrando a importância do Direito e sua
busca por um ideal maior que é a Justiça, onde podemos ver sua múltipla aplica-
ção nas mais variadas áreas e também sua relação com a influência da Tecnologia
capítulo 4 • 76
da Informação, passando nas disposições presentes em matérias como o direi-
to constitucional, direito do consumidor, direito internacional, direito civil, di-
reito trabalhista e o direito de propriedade intelectual, que compõem o Direito
da Informática.
Lixo eletrônico
capítulo 4 • 77
Lixo eletrônico, resíduo computacional, resíduo eletrônico ou e-waste é todo o
material proveniente de equipamentos eletrônicos que foi descartado ou se encon-
tra obsoleto. Por causa disso, esses componentes vêm se tornando um obstáculo em
nível mundial devido ao problema de suas substituições, cada vez mais frequentes,
porque as inovações tecnológicas reduzem o tempo de troca dos equipamentos,
fazendo com que sejam inutilizados e acabem se tornando lixo eletrônico.
Ao levarmos em consideração o crescimento exponencial da indústria de ele-
trônicos, concretizado em consequência dos altíssimos índices de consumismo,
podemos perceber diversos efeitos negativos, que de uma maneira geral aumenta
o lixo eletrônico, e por isso, um dos maiores desafios para a sociedade é a adoção
do consumo consciente, para que se possa cuidar do meio ambiente e da saúde.
©© PETER RADOSA | SHUTTERSTOCK.COM
x
Figura 4.3 – Meio ambiente comprometido pelo descarte indevido.
capítulo 4 • 78
o ar e o contato com a fumaça tóxica emitida causam graves danos à saúde. Por
isso devemos nos conscientizar que o descarte não pode ser feito no lixo comum!
Todos sabem que os avanços científicos facilitam a vida humana, ainda assim
não podemos tolerar desastres naturais ou riscos advindos da utilização errática da
tecnologia, já que todos podem sair prejudicados com isso. Dessa forma, devemos
aprender que é de fundamental importância a conscientização, para que se possa
utilizar a reciclagem dos aparelhos eletrônicos e poder reduzir o lixo eletrônico.
Vemos a necessidade para que se desenvolva uma cultura de mudança, onde o
lixo ao invés de ser descartado possa ser reciclado e reaproveitado, gerando no-
vas oportunidades.
A obsolescência dos aparelhos eletrônicos ocorre com grande agilidade, e isso
é visto devido a sua rápida evolução e também por causa das propagandas vei-
culadas, de modo a fazer com que sejam trocados cada vez mais facilmente por
outros equipamentos com tecnologias mais avançadas e tecnicamente melhores.
Esse consumismo exagerado pode causar uma série de terríveis consequências à
humanidade, pois podem ser responsáveis por um grande desequilíbrio socioam-
biental e afetar a saúde humana.
Dessa maneira, é necessário que haja uma melhora contínua quanto à popu-
larização da Tecnologia da Informação e Comunicação, pois a conscientização co-
meça através da reciclagem, reutilização ou conserto dos equipamentos. Aliado a
isso, deve haver políticas para esses componentes eletrônicos, mesmo que antigos,
onde haja investimento para se aperfeiçoar as técnicas de reciclagem, reutilização
ou conserto desses equipamentos, podendo formar um conhecimento científico
em relação a esses materiais, os quais viriam a se transformar em lixo eletrônico.
Toda essa preocupação ocorre por causa do risco ambiental onde se objetiva a
sustentabilidade e pode ser resolvido através da utilização das técnicas de recicla-
gem, reutilização ou conserto e, com isso, podemos mudar nossas posições através
dos conhecimentos adquiridos por meio de incentivos em políticas públicas para
a implantação de processos eficientes e eficazes que garantam a redução do lixo
eletrônico sem afetar o solo, água e o ar.
Por isso para que se possa reduzir o lixo eletrônico e o desperdício de mate-
riais, na etapa de descarte deve haver uma seleção dos equipamentos, começando
com um local apropriado para coleta e desmonte dos componentes eletrônicos,
e cuidando sempre para que a reutilização ou a reciclagem sejam feitas de forma
segura, sem causar danos.
capítulo 4 • 79
Desenvolvimento sustentável
Econômica Social
IDS
Ambiental
capítulo 4 • 80
Maquiagem: US$ 18 bi
Perfume: US$ 15 bi
Cruzeiros em navios: US$ 14 bi
Orçamento Militar Mundial: US$ 957 bi
Orçamento Militar dos EUA: US$ 450 bi (47% do orçamento mundial)
Guerra do Iraque 2003/2004: US$ 180 bi.
E Para eliminar a fome no mundo seriam necessários US$ 19 bi/ano.
Infelizmente, 1,1 bilhões de pessoas não têm acesso à água. Para prover água de qua-
lidade para todo o mundo seriam necessários US$ 10 bi/ano.
Fonte: Worldwatch Institute, 2004.
Social
desenvolvimento
Sustentável
Econômica Ambiental
capítulo 4 • 81
Práticas de TI verde (Triple Bottom Line)
capítulo 4 • 82
Exemplos de TI Verde
• Em 2007, o Banco Real substituiu 180 computadores convencionais por
160 Blade PCs, equipamentos que permitem ficar na mesa do usuário apenas o
teclado, o mouse, o monitor e uma pequena caixa para conexão com o Blade PC.
Houve redução de 62% da energia elétrica consumida pelos computadores e uma
economia de US$ 355 mil em 4 anos pela redução do número de micros e na
manutenção.
• Parque tecnológico visando a maximização do desempenho com o mínimo
gasto elétrico, que inclui projetos de sistemas de refrigeração, iluminação e dispo-
sição de equipamentos.
• Google pratica ações que incluem desde o planejamento de seu datacenter à
locomoção dos funcionários com veículos híbridos e o consumo de energia alter-
nativa (solar) - Obs: veículo híbrido: acionado por um motor elétrico cuja energia
é suprida por um gerador e uma bateria a bordo.
• Na Yahoo, a construção de datacenters com produção de acordo com as
normas e exigências ambientais, com o uso da virtualização de servidores e gestão
do consumo elétrico gerado pelo resfriamento de seus equipamentos.
capítulo 4 • 83
de lixo eletrônico, a preservação do ambiente e também a redução de riscos a
saúde, e assim vemos que há diversas alternativas viáveis ao descarte, como a reci-
clagem e também o conserto.
Devemos nos atentar à sustentabilidade, não esquecendo que mesmo com os
maiores avanços tecnológicos, os recursos do planeta são finitos e, se os usarmos
indiscriminadamente, isso pode nos levar a um caminho sem volta. Desta manei-
ra, como alternativa ao lixo eletrônico, podemos alcançar objetivos como a in-
clusão digital através de uma melhor capacitação e um projeto ambiental voltado
para a redução dos desperdícios causados.
No processo de gerenciamento de resíduos e reciclagem, as peças e componen-
tes são desmontados e classificados. A seguir, há uma etapa de neutralização atra-
vés de processos físicos e químicos para que gerem riscos ao ambiente e a saúde,
onde então são processados posteriormente para que possam ser utilizados como
matéria prima em novas produções.
Voltamos a frisar que os equipamentos eletroeletrônicos não devem ser des-
cartados ou depositados em lixo comum, porque devemos sempre pensar em seu
reuso e descarte sustentável, e para isso devemos procurar observar os projetos de
reciclagem, que são realizados mediante convênios entre órgãos públicos, insti-
tuições de ensino, cooperativas, empresas, para que haja a sua reutilização e rea-
proveitamento na cadeia produtiva, ao invés de serem descartados e terminarem
como lixo eletrônico.
Vemos com isso que todos os equipamentos e peças descartadas que estejam
em condições de uso podem ser avaliados e também enviados para projetos sociais,
ajudando no acesso à educação e na formação de pessoas que anteriormente não
tinham acesso a Informática através da inclusão digital, pois devemos pensar na
importância de preservar o ambiente.
Ao se pensar em sustentabilidade nos dias atuais, face ao desperdício massivo
dos aparelhos, também devemos nos conscientizar socialmente e manter o nosso
pensamento na preservação do meio ambiente, onde podemos começar compran-
do equipamentos com certificação verde, pois são livres de substâncias tóxicas e
metais pesados, como o chumbo, e também são mais eficientes e econômicos no
consumo de energia, porque são feitos de componentes recicláveis ou biodegradá-
veis, reduzindo o impacto do lixo eletrônico.
Surge então o conceito de TI Verde, que é um conjunto de práticas focadas na
sustentabilidade com foco na área Informática, através da consciência e da respon-
sabilidade socioambiental, onde são executadas políticas para redução dos gastos
em energia, otimização dos processos de produção e execução de serviços, que
capítulo 4 • 84
proporcionem um descarte adequado do lixo eletrônico, o que também diminui a
emissão de gases poluentes que contribuem para o efeito estufa.
Por isso vemos cada vez mais na sociedade uma tendência crescente a obsoles-
cência programada, onde observamos que a rapidez das atualizações dos softwares
e hardwares, fazem com que se aumente em grandes proporções o lixo eletrônico
devido às necessidades e demanda do consumismo de equipamentos com tecno-
logias mais atuais.
É fundamental diante desse cenário que pensemos no gerenciamento inteli-
gente de recursos onde nas cadeias de produção devem ser aplicadas essas políticas
de redução do lixo eletrônico aos bens de consumo e matérias-primas para que
objetive a qualidade de vida com sustentabilidade, comida, água limpa, moradia,
sociedade, saúde e um meio ambiente sem poluição.
A insustentabilidade causada pelo modelo socioeconômico atual não pode
prevalecer, pois causa diversos prejuízos sociais, econômicos e ambientais, onde
somente obteremos melhores perspectivas através de uma economia voltada aos
recursos naturais, pois será possível alcançar uma vida melhor de maneira a trazer
um equilíbrio entre natureza e ciência.
Portanto, é de extrema importância que no momento do descarte dos apare-
lhos eletrônicos tenhamos definidos projetos que garantam um destino sustentável
para o equipamento, para que não termine como lixo eletrônico e cause uma va-
riedade de efeitos negativos para a sociedade e o planeta.
O modelo de gestão do lixo eletrônico pode ser colocado em prática por meio
de uma cultura e educação ambiental que promove capacitação técnica e garanta
que haja um meio ambiente mais seguro e justo, mostrando resultados através de
seus planos, o que pode impactar na economia. Com isso devemos pensar tam-
bém nos riscos de contaminação que estamos expostos durante a manipulação de
qualquer tipo de resíduos eletrônicos, por isso se pudermos pensar verde, veremos
melhorias em nosso mundo.
Sendo assim devemos buscar informações sobre empresas certificadas que pro-
duzam equipamentos verdes, e também que trabalhem com a logística reversa, que
é a coleta dos produtos fabricados por meio do descarte ecologicamente correto,
e que trabalhem com ferramentas e equipamentos desmontagem, para que sejam
visíveis os resultados para a redução do lixo eletrônico.
Com isso devemos adotar um novo modelo de gestão do lixo eletrônico, rea-
lizando uma economia com responsabilidade através de iniciativas, seja por meio
do governo ou de empresas privadas, de modo que se desenvolva uma conscien-
tização por meio da cultura e da educação ambiental e se crie nas pessoas uma
capítulo 4 • 85
responsabilidade pós-consumo, a qual atinge desde a cadeira de produção nas
indústrias até os consumidores, e posteriormente uma capacitação e investimento
em recursos humanos para que os equipamentos sejam descartados de forma des-
necessária. Encerramos nossa aula de hoje demonstrando a importância da TI ver-
de em nossas vidas e com uma mensagem de esperança: a conscientização começa
com você, faça sua parte e a sociedade toda sai ganhando com isso!
A vida é muito simples. Você desenvolve algo. A maioria falha. Alguns funcionam. Você
então faz mais daqueles que funcionam. Se realmente funcionam bem outros rapida-
mente vão copiar. Então você faz alguma coisa mais. O truque é sempre estar fazendo
algo novo!!!
MULTIMÍDIA
Acesse Marco regulatório de ciência, tecnologia e inovação vira lei:
<http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/ciencia-e-tecnologia/
502568-marco-regulatorio-de-ciencia,-tecnologia-e-inovacao-vira-lei.html>
<http://www.greenpeace.org/electronics>
<http://4campanhalixoeletronico.blogspot.com/>
<http://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2015/04/voce-sabe-de-onde-vem-e
-para-onde-vai-seu-smartphone.html>
<http://revistagalileu.globo.com/revista/common/0,,emi285900-17933,00-seu+com-
putador+usado+pode+virar+bolinhas+de+gude+sandalias+ou+joias.html>
<http://super.abril.com.br/blogs/planeta/de-um-descarte-certo-para-seus-eletronicos
http://super.abril.com.br/blogs/planeta/o-lixo-e-a-inclusao-digital/>
ATIVIDADES
Vamos praticar um pouco os conceitos aprendidos.
01. É importante fazer uma reflexão ética sobre o uso da tecnologia e a atuação do
A área do Direito que se destaca de modo a nortear parâmetros da organização políti-
co-estatal através de seus elementos essenciais, tratando do regime político e a forma de
capítulo 4 • 86
governo, reconhecendo e garantindo os direitos fundamentais do cidadão e sua relação com
a sociedade, e também disposições sobre ciência, tecnologia e inovação.
O texto se refere a:
a) Direito Civil d) Direito Constitucional
b) Direito Tributário e) Direito Criminal
c) Direito Trabalhista
02. Estabelece parâmetros jurídicos para as relações entre estados e, também, de todos
aqueles que compõem a sociedade internacional, na esfera socioeconômica e comercial, que
pode ocorrer por meio de acordos utilizando-se dos meios políticos, jurídicos e diplomáticos.
Este texto se refere ao direito:
a) Direito Civil d) Direito Constitucional
b) Direito Tributário e) Direito Internacional
c) Direito Trabalhista
03. É o ramo do Direito que protege os criadores de inovações e novidades. É aquele que
tem como objetivo proteger as criações literárias, artísticas ou científicas de obras originais
de seu criador assegurando seu patrimônio e direitos morais.
a) Direito Constitucional d) Direito Civil
b) Direito Intelectual e) Direito Internacional
c) Direito Trabalhista
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASHLEY, P. A. Ética e responsabilidade social nos negócios. 2a ed. -São Paulo (SP), Saraiva,
2005.ISBN:8502050672.
CHIAVENATO, I. Comportamento Organizacional, Ed. Campus, 2009, ISBN: 9788535237559.
SCHAFF, A. A sociedade Informática: as Consequências Sociais da Segunda Revolução Industrial.
São Paulo: Editora da Universidade, 4ª ed., 2005.
VALLS, A. L. M. O que é ética. São Paulo: Brasiliense, 9ª ed., 1994.
DORNELAS, J. C. A.. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios, 3a. ed. Rio de Janeiro
(RJ): Campus, 2008.ISBN: 9788535232707
DORNELAS, J. C. A.. Planos de Negócios que Dão Certo: Um Guia Para Pequenas Empresas.
Editora: Elsevier, 2007.
capítulo 4 • 87
SENGE, P. Quinta Disciplina, Caderno de Campo. Qualitymark, 1997.
WARDMAN, K. Criando Organizações que Aprendem. Futura, 1996.
capítulo 4 • 88
5
Empreendedorismo
e Plano de Negócio
Empreendedorismo e Plano de Negócio
O empreendedorismo é considerado uma boa opção do profissional de in-
formática que busca novas oportunidades, inserindo os alunos e os graduados no
novo contexto do mundo globalizado, onde o emprego na área de tecnologia está
sendo gradativamente substituído pela terceirização dos serviços prestados pelas
pequenas e criativas unidades de negócios.
O perfil do empreendedor pode ser definido como aquele que trabalha ardua-
mente para atingir seus objetivos através dos negócios, de maneira a conquistar
novas oportunidades.
O empreendedorismo é uma forma de criar e inovar com foco em novos ne-
gócios e, por isso, pode abrir novos horizontes, além de trazer perspectivas dife-
rentes em sua visão, seja no ambiente de trabalho ou no aperfeiçoamento de um
novo negócio.
Para isso, é importante o aluno conhecer o plano de negócios e como
elaborá-lo. Por ser a principal ferramenta do empreendedor, discutiremos a sua
estrutura, análise de mercado, estratégia de marketing, plano operacional, plano de
recursos humanos, modelos de gestão, modelos de avaliação de gestão, Balanced
Scorecard e ferramentas de qualidade.
É muito importante fazer um plano de negócios para verificar a viabilida-
de de um empreendimento no mercado, seja novo ou já existente, e também
ajudar em questões como a segurança, criatividade e a inovação dos produtos e
serviços, além de contribuir positivamente para melhorar a economia, ajudar na
inclusão social, proporcionar uma melhoria nos empregos, dentre outros fatores
sócio tecnológicos.
Será apresentado um modelo de Plano de negócio, onde o aluno terá a opor-
tunidade de preenchê-lo, baseado em todo o conteúdo e aprendizado obtido nos
capítulos anteriores, demonstrando quais decisões deverão ser tomadas para inves-
tir, criar e inovar no seu empreendimento.
OBJETIVOS
Neste capítulo, trataremos do empreendedorismo como uma opção do profissional de
informática que busca novas oportunidades, inserindo os alunos no novo contexto do mundo
globalizado, onde o emprego na área de tecnologia está sendo gradativamente substituído
pela terceirização dos serviços prestados pelas pequenas e criativas unidades de negócios.
Sendo assim, veremos, também, os conceitos de plano de negócios e como elaborá-lo. Por
capítulo 5 • 90
ser a principal ferramenta do empreendedor, discutiremos a sua estrutura, análise de mer-
cado, estratégia de marketing, plano operacional, plano de recursos humanos, modelos de
gestão, modelos de avaliação de gestão, Balanced Scorecard e ferramentas de qualidade.
O empreendedorismo informático
capítulo 5 • 91
responsabilidades, iniciativa, comprometimento, marketing e trabalho em equipe.
Por isso não é possível saber se alguém será ou não bem sucedido como empreen-
dedor, pois não existe uma garantia para aqueles que possuem essas características
essenciais obtenham sucesso. Mas mesmo assim é de fundamental importância
inovar e arriscar para que se crie um novo negócio.
O empreendedor deve possuir algumas características, como: ter uma pessoa que
lhe serve de modelo ou influência, e com isso ser capaz de ter iniciativa, autonomia,
autoconfiança, otimismo, necessidade de realização para trabalhar com perseverança
e tenacidade, aprendendo com os resultados negativos ou positivos, e demonstrando
uma energia incansável, que se concretize através das metas que alcança.
A pessoa que empreende luta contra os padrões impostos, porque tem uma
forte intuição e sabe buscar, utilizar e controlar recursos para criar situações pro-
pícias para obter feedback sobre seu comportamento e sabe fazer seu networking,
é um visionário, sonhador realista, e também um líder que permite que todos
tenham liberdade, extraindo o seu melhor, pois perceberá futuramente os resulta-
dos, mesmo que a longo prazo.
O empreendedorismo é necessário porque apesar de tudo, as empresas pre-
cisam de profissionais que tenham uma visão global de seus processos e saibam
satisfazer as necessidades do cliente, por meio de colaboradores que dominam
a tecnologia e conheçam o negócio, identificando nesse meio as oportunidades,
buscando e gerenciando recursos para viabilizá-las.
Empreender demanda um conjunto de inúmeros fatores que podemos perce-
ber como atitude, perseverança, pró-atividade, criação, inovação, que não param
por aí, se estendem para mais além. O ser humano empreende porque busca a
sobrevivência através de uma estratégia que melhore sua condição de vida e para
que possa realizar seus sonhos, por meio da criação de produtos ou serviços novos.
O Empreendedorismo é entendido como um perfil onde é visto como um
conjunto de comportamentos, características e hábitos que podem ser adquiridos,
praticados e desenvolvidos pelas pessoas para que alcancem o sucesso, identifi-
cando oportunidades através da criação de ideias inovadoras, o que deve ser feito
com comunicação e integração em grupo, fatores que nem todos estão dispostos
aplicar e arriscar.
Os empreendedores tem uma atitude proativa de observação da realidade, que
os leva a ter boa percepção das oportunidades em mercado, por isso avaliam tec-
nicamente as oportunidades percebidas e a partir de suas habilidades e competên-
cias, elaboram planos para a realização dos objetivos, pois com sua habilidade para
capítulo 5 • 92
conquistar apoio de colaboradores, investidores, patrocinadores, financiadores e
parceiros, atraindo-os para seus empreendimentos, e que por meio da tomada de
decisões buscam, incessantemente, realizar seus sonhos e criar valor para a socie-
dade através da implantação de seus negócios.
Estamos na era da globalização, onde tudo caminha em um ritmo acelerado e
a concorrência não descansa, por isso a comunicar-se é de grande importância, au-
mentando a eficiência dos negócios, pois a informação permite que se inove crian-
do uma nova oportunidade através da ferramenta tecnológica, onde também de-
ve-se levar em conta que também há uma responsabilidade social a ser observada.
O mercado possui seus riscos, mas o verdadeiro empreendedor trabalha para
que seja reduzido ou eliminado, através da análise de mercado, para que seja pos-
sível ver onde estão os concorrentes e clientes, quais são suas necessidades e onde
há empreendedores insuficientes, para que se crie uma oportunidade de um novo
negócio. Por isso deve ser adotado um planejamento estratégico onde o empreen-
dedor deve se preparar para construir um plano de negócios.
O Empreendedorismo é um mecanismo pelo qual atrás de competência
e habilidades se torne possível a obtenção de riqueza para a sociedade, através
da criação de empresas ou negócios; com isso podemos perceber que há diver-
sas modalidades, como o individual, os projetos ligados à área social e cultural,
governo e também aquele que trabalha dentro de uma organização, conhecido
como intraempreendedor.
Através do empreendedorismo, vemos que a evolução ou criação das empresas
foi possível devido a elementos como a inovação, o planejamento, criação de pro-
jetos, ferramentas de gestão, que propiciaram o seu desenvolvimento econômico,
fazendo com que houvesse mudanças determinantes que permitiram agregar um
valor a atividade exercida, vencendo os riscos.
Às vezes o empreendimento falha porque não é trabalhado com dedicação e
esforço, por isso, é necessário mais que ideias e planejamento, também deve-se
trabalhar com determinação para que ele se transforme em realidade, construa
sua identidade e consiga reconhecimento, de maneira acreditar e fazer com que a
partir da necessidade se alcance o sucesso.
Empreender sem bases sólidas para a administração do negócio pode ser fatal,
pois é importante a inovação, onde deve ser feita uma pesquisa e análise para que
se veja a viabilidade do negócio, e por isso é conveniente conhecimento do mer-
cado e também dos aspectos determinantes do mundo atual, bem como o modo
pelo qual estes influenciam e afetam a economia.
capítulo 5 • 93
Vemos a relação entre a globalização, o desenvolvimento tecnológico, a valo-
rização e a inovação, onde destacamos a importância de todos esses fatores para
as estratégias dos empreendimentos. O mundo é dinâmico e sempre passou por
diversas transformações, que usualmente proporcionam a melhoria de condições
devido a criação de novas tecnologias, as quais são refletidas na sociedade.
Com a chegada da Internet e sua expansão vemos uma mudança nos costu-
mes, que afetou a maneira a qual a informação e a comunicação interpessoal são
afetadas pela tecnologia, onde podemos ver isso com as mensagens eletrônicas e
redes sociais, as informações obtidas por meio de jornais ou notícias, o comércio
eletrônico, entretenimento, o ensino a distância, as cidades inteligentes, os movi-
mentos sociais e as empresas e também os negócios.
Hoje podemos falar que existe o empreendedorismo digital, que vem influen-
ciando a sociedade, mudando seus valores e crenças, possibilitando que através da
tecnologia se alcance e explorem novos mercados criados, aperfeiçoando-os por
meio da Internet, rompendo também as resistências de sua utilização, já que esta
proporciona a busca de informações de uma maneira mais rápida e ampla como
um instrumento de transformações e oportunidades sociais e de novos negócios.
Um dos fatos determinantes para o sucesso do empreendedor é a inovação,
a qual pode ser vista quando se cria um produto ou processo, de forma a me-
lhorá-lo, adaptando-o e agregando valor por meio do conhecimento e mudança,
para que se crie um diferencial competitivo no mercado. A inovação tecnológica
é conceituada como a introdução no mercado de um produto ou de um processo
produtivo tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado.
Vemos que é necessária a inovação tecnológica para que o empreendedor al-
cance o sucesso, pois hoje o tempo é um fator primordial e determinante para o
lançamento de um produto ou serviço no mercado e sua retirada, já que o ciclo
de vida no mundo globalizado vem se reduzindo cada vez mais à medida que os
avanços tecnológicos aumentam a velocidade dos novos negócios.
Os impactos sociais que a inovação tecnológica representa são gigantes, o que
pode causar benefícios, mas também gerar diversos problemas, por isso é neces-
sário além da análise de mercado, verificar e perceber como a introdução de um
novo produto ou serviço pode influenciar o mundo.
Empreender
Para que o empreendedor possa criar e desenvolver da melhor forma seu ne-
gócio, é necessário elaborar um plano de negócios, a partir de um modelo que traz
capítulo 5 • 94
a inovação e todos os seus conhecimentos como diferencial nos vários aspectos
empresariais para que possa alcançar o sucesso.
O plano de negócios é um documento que contém a caracterização das ideias
do empreendedor em sua empresa, além de sua forma de operar, as estratégias
adotadas e estratégias e metas para conquistar o mercado, além de projeções de
suas despesas, receitas e resultados financeiros.
É importante destacar que para o plano de negócios do empreendedor, deve-
se pensar na infraestrutura do negócio, as competências e habilidades, nos benefí-
cios oferecidos pelo produto ou serviço, nos planos financeiros através dos valores
e ganhos econômicos que podem ser obtidos, nas estratégias de aproximação e
preferência do público-alvo em relação aos competidores por meio dos canais de
distribuição, marketing e oferta.
Não planejar pode gerar custos altíssimos para o empreendedor, que podem
traduzir-se em não conseguir chegar ao objetivo por perda, desânimo, a um obje-
tivo que não é o pretendido, ou parcialmente, até com custos e tempo superiores
aos previstos.
Já o planejamento pode trazer inúmeros benefícios, os quais podem ser vistos
pelo empreendedor que busca informações sobre seu produto e serviço no merca-
do ou nos beneficiários do empreendimento, determina uma estratégia, criando e
administrando um plano de implantação de seu negócio.
O planejamento deve ser estratégico, operacional e tático para que envolva a
decisão e operação. O estratégico é aquele que define os objetivos do negócio a
curto, médio e longo prazo, fazendo com que os demais planos sejam eficientes e
eficazes. O planejamento operacional busca atingir os objetivos estratégicos atra-
vés da execução das metas e ações propostas. O tático é responsável pela adminis-
tração e é aplicado aos objetivos para que se realizem. Com isso vemos que esses
três tipos de planejamentos estão interligados e por isso o empreendedor deve
pensar também em uma estratégia de expansão para obter sucesso.
Para colher bons resultados, o empreendedor deve ter uma proposta inovadora
e estabelecer uma missão que possa ser alcançada. Necessita, também, criar estraté-
gias concretas para disseminação de seu plano e se preocuparem com o modelo de
negócios da empresa, com o mercado e com os produtos e serviços que oferecem.
Para que não falhe como empreendedor, não pode abrir espaço para a concor-
rência por causa da falta de inovação; deve acompanhar a evolução tecnológica e
não pode perder empregados criativos para empresas concorrentes; deve, de forma
contínua e sustentável, aproveitar as ideias dos empregados, implantando-as para
a garantia do fluxo positivo da inovação.
capítulo 5 • 95
Por isso no âmbito corporativo deve-se abrir a cabeça a novos modelos e opor-
tunidades e incentivar o empregado empreendedor, que é aquele que desenvolve
propostas de novos produtos, serviços ou processos, com a finalidade de melhorar
e alavancar a empresa através da inovação, que pode gerar novos ganhos.
Com isso, conclui-se que empreender é uma arte, que deve ser incentivada no
âmbito individual ou corporativo, o que pode criar novas alternativas a mercados
ultrapassados, revigorando-os através da exploração de novos mercados e, com
isso, deve-se prestar atenção no perfil do empreendedor, que é aquele que trabalha
arduamente para alcançar o sucesso.
Jack Welch, considerado o Executivo do Século XX, presidiu uma das maiores e mais
respeitadas empresas do mundo, a General Electric (GE), se tornou referência em lide-
rança e gestão por meio de 20 conceitos que podem e devem ser aplicados em toda
empresa empreendedora.
©© HAMILTON83 | WIKIMEDIA.ORG
capítulo 5 • 96
Muitas pessoas fazem o que se espera que elas façam.
Essas pessoas são a multidão que adora ficar reclaman-
do que as oportunidades não aparecem, que tudo é muito
difícil. Já outras pessoas gostam do que fazem, e fazem
1. FAÇA MAIS DO mais do que se espera que elas façam. Entregam mais,
QUE ESPERAM trabalham mais, gostam mais, desenvolvem mais, ganham
mais e, consequentemente, têm mais oportunidades. Se
você quer se diferenciar, quer ter sucesso, faça mais do
que se espera. Sempre!
6. CRIE UMA Conseguir com que as pessoas tenham paixão pelo o que
VISÃO E ATRAIA elas fazem. Parece utópico, mas um bom líder consegue
A EQUIPE PARA fazer isso, de verdade. Se você energiza e tem um espírito
TORNAR ESSA incentivador, você conseguirá fazer com que sua equipe
alcance resultados antes inatingíveis.
VISÃO REALIDADE
Inovação da sua empresa e dos seus maiores concorren-
7. TENHA FOCO tes, que podem estar inovando e criando vantagem sobre
CONSTANTE NA seus produtos e serviços. A empresa tem de ser mais es-
INOVAÇÃO perta, mais rápida, mais sábia, com mais tecnologia para
suportar e superar essas mudanças.
capítulo 5 • 97
8. VEJA AS
Estar aberto para a mudança é uma vantagem, mesmo que
MUDANÇAS isso signifique colocar parte da empresa no meio de uma
COMO UMA confusão por um período de tempo.
OPORTUNIDADE
Encare a realidade e aja decisivamente. A maioria dos er-
9. ENCARE A ros que os líderes cometem é causada pela resistência em
REALIDADE encarar a realidade e agir com relação a ela.
capítulo 5 • 98
Você não quer ser apenas melhor que os seus concorren-
tes. Você quer ser a única opção para os seus clientes. E
18. FAÇA COM você só consegue isso com uma qualidade acima do nor-
QUALIDADE mal, acima até do excepcional. Qualidade é tão importante
para os seus produtos e serviços, pois é ela quem pode
torná-los únicos.
Segundo o SEBRAE
“Em qualquer empreendimento é necessário ter perseverança, vontade de
trabalhar e liderança. ”
Todo comerciante deve se dedicar ao seu negócio com tempo e envolvi-
mento pessoal. Um negócio é tocado com inspiração, mas também com muita
transpiração.
Dentre os aspectos fundamentais da personalidade de um empreendedor
destacam-se:
capítulo 5 • 99
VONTADE DE Dedicar-se plenamente e de forma entusiasmada ao seu
TRABALHAR negócio.
capítulo 5 • 100
Além disso, outras funções podem ser designadas para o Plano de Negócios,
como o aprimoramento dos processos de gestão e para fornecer uma visão ante-
cipada das condições de mercado, e assim para que possa ser feita uma tomada
de decisões estratégica ao se pensar nos diversos fatores da atividade como riscos,
vantagens, desenvolvimento, planejamento do negócio, aperfeiçoamento das prá-
ticas gerenciais, aprendizagem de novos conhecimentos e ajuda para criar e man-
ter empreendimentos.
O Plano de Negócios irá orientá-lo na busca de informações detalhadas sobre
o seu ramo, produtos e serviços, clientes, concorrentes, fornecedores e, principal-
mente, sobre os pontos fortes e fracos e todas as questões envolvendo o negócio,
contribuindo assim para que se possa identificar a viabilidade de sua ideia e ajudar
na gestão da empresa com base no que foi assimilado.
Por isso o objetivo desta aula é de auxiliar o aluno-empresário na elaboração
de seu plano de negócio através do modelo que veremos mais adiante, logo após as
explicações, o que pode ser útil para se abrir um novo empreendimento ou ampliar
um já existente; portanto antes de iniciar, veremos as explicações e mais detalhes
sobre o que é e como preencher o modelo em cada etapa do Plano de Negócios.
Vimos na aula anterior que empreender é importante, mas antes de tomar
qualquer atitude de maneira impulsiva ou precipitada, devemos planejar cautelo-
samente o negócio para que as ideias sejam organizadas e possam se concretizar.
Dessa maneira, com o Plano poderemos estabelecer melhor os objetivos do ne-
gócio com clareza, além dos passos necessários para que estes se alcancem, dimi-
nuindo substancialmente os riscos e incertezas, evitando também que se cometam
alguns erros no mercado, demonstrando a viabilidade e buscando informações
sobre os produtos ou serviços oferecidos, clientes, concorrentes, todavia os pontos
fortes e fracos do negócio, fazendo uma análise SWOT, que é uma ferramenta
utilizada para fazer análise de cenário (ou análise de ambiente), usada na gestão e
planejamento estratégico da empresa, independente do seu porte.
Análise SWOT
capítulo 5 • 101
ANÁLISE SWOT
Na conquista do objetivo
Ajuda Atrapalha
(organização)
S W
Interna
Forças Fraquezas
O T
(ambiental)
Externa
Oportunidades Ameaças
Sumário Executivo
O Sumário Executivo abrange um resumo dos principais pontos do
Plano de Negócio, onde nele são apresentadas as principais características do
capítulo 5 • 102
empreendimento, como dados dos empreendedores, experiência profissional e
atribuições, missão da empresa, os setores de atividades, a forma jurídica, o en-
quadramento tributário, o capital social e a fonte de recursos. Nele devem constar
os aspectos negociais, os produtos e serviços, os clientes, localização da empresa, o
investimento inicial, a estimativa de faturamento e lucro e o tempo pretendido de
retorno sobre o investimento.
No resumo dos principais pontos do negócio, devemos descrever ao menos 5
características sobre o que se trata, como os produtos fabricados ou serviços ofere-
cidos, os clientes, o lucro esperado ou o retorno do capital investido.
Na seção do empreendedor, após preencher o nome, deve-se listar entre 3 a 5
conhecimentos que podem ser utilizados e proveitosos para desenvolver o negó-
cio, seguidos de habilidades, além do perfil do empreendedor e suas atribuições
dentro da proposta a ser desenvolvida.
Nos dados do empreendimento, deve-se colocar o nome pretendido da empre-
sa, o CNPJ só será preenchido caso já exista e seja registrada na Junta Comercial,
na parte de setor de atividade para atuar deve-se marcar com um X, ou caso esta
não exista, preencher na coluna vazia, o mesmo serve para a forma jurídica, onde
o aluno deverá fazer uma pesquisa sobre qual a melhor opção que se encaixa para a
constituição no negócio, e no enquadramento tributário, de acordo com a pesqui-
sa deverá determinar se o negócio opta pelo SIMPLES ou não, que é uma forma
de redução de tributos, seguido do valor total do capital social que é o valor de
todos os recursos financeiros empregados e investidos, e por fim a fonte de recur-
sos que determinam a origem e como serão obtidos, como recursos pessoais ou de
terceiros como empréstimos ou investidores.
Análise de Mercado
A Análise de Mercado é realizada pelo empreendedor a partir do estudo dos
clientes, concorrentes e fornecedores, de modo que se possa identificar uma estra-
tégia e a solução para a proposta de produtos ou serviços do negócio, e que pode
ser feita através de pesquisas por meio de questionários, entrevistas, conversas e
observação da concorrência, para determinar os pontos fortes e fracos.
Na análise de mercado, definiremos no estudo dos clientes as porcentagens
aproximadas de idade, sexo, emprego, ganhos, escolaridade, depois o número
aproximado de pessoas na família dos clientes que se interessam pelo seu produto
ou serviço e a escolha da proximidade de moradia a empresa.
capítulo 5 • 103
Na parte de empresa vamos definir o ramo principal das empresas concorren-
tes, bem como os produtos e serviços com que trabalham, uma estimativa média
do número de empregados, o tempo que tem de mercado em anos, além da capa-
cidade de efetuar pagamentos que os clientes têm para os produtos e serviços das
empresas, e por fim a imagem que a empresa concorrente tem no mercado.
Veremos que na parte de interesses e comportamentos dos clientes, deve ser
definida a quantidade e frequência de compra, bem como definir três empresas
que tenham opções de compras de produtos ou prestação de serviços similares,
e o valor médio que é pago. Para os fatores de compra dos produtos ou serviços,
devemos pesquisar e estabelecer uma porcentagem aos identificadores de preço,
qualidade, marca, prazo de entrega e pagamento e atendimento da empresa.
Na identificação do mercado consumidor devemos definir o tamanho do mer-
cado, a proximidade dos clientes em relação ao empreendimento e o grau de faci-
lidade para encontrá-la. Na parte de público-alvo devemos definir a porcentagem
em relação a quantidade e frequência de compra do produto ou serviço, além de
três interesses em comum dos clientes e a área de abrangência do empreendimento
em relação aos clientes.
No estudo dos concorrentes, deveremos trabalhar e pesquisar com parâmetros
comparativos percentuais de produtos e serviços oferecidos, preço cobrado, loca-
lização, pagamento e atendimento, sendo facultativa a inserção de valores adicio-
nais pelo aluno-empreendedor, e por fim definir três garantias oferecidas que se
destacam pela análise das empresas.
Na parte de competitividade deveremos pensar em questões de mercado e
competitividade, e enumerando três fatores diferenciais para a procura do negócio:
Plano de Marketing
Para o Plano de Marketing deverão ser descritos características dos produtos
ou serviços oferecidos, além de seu preço médio cobrado, as estratégias de promo-
ção e divulgação pelo empreendedor, a porcentagem da estrutura de comercializa-
ção e distribuição, além da localização do empreendimento.
Plano de Operacional
No Plano Operacional deve constar o layout ou arranjo físico, a capacidade
produtiva do negócio, seja em relação a produtos ou prestação de serviços, os pro-
cessos operacionais e as necessidades de pessoal.
O plano operacional engloba os produtos e serviços oferecidos, onde se deve
estipular uma porcentagem de capacidade do empreendimento, além de três
capítulo 5 • 104
atividades principais a serem desenvolvidas e por fim a preencher as atribuições
de três pessoas e suas atividades desempenhadas (Cargo, Função, Qualificações).
Plano Financeiro
Viabilidade
Prazo de
Rentabilidade
Retorno
Planejamento
Financeiro
Ponto de
Lucratividade
Equilíbrio
capítulo 5 • 105
Na seção “Estimativas” do Plano de Negócios, definiremos um valor de fatura-
mento esperado da empresa, além de um valor aproximado dos custos do produto
ou serviços, além dos custos com comercialização, que são os gastos com impos-
tos, e despesa que incidem sobre as vendas, seguido dos custos aproximados com
os materiais empregados para a fabricação de produtos ou prestação de serviços e
de mão de obra, e a porcentagem com a apuração do demonstrativo de resultados,
que definem se a empresa operará com margem de lucro ou prejuízo.
Agora que terminamos de falar sobre a confecção do Plano de Negócios, está
na hora de empreender, inovar, criar e colocar todo o aprendizado obtido ao longo
do curso em prática. Com isso, está lançado o desafio do incentivo ao empreende-
dor, que consiste em preencher o Plano de Negócios abaixo, com informações de
um negócio real ou fictício criado por você, que fabrica produtos ou presta servi-
ços. A esse trabalho será atribuída nota 5 e servirá para ajudar no desenvolvimento
de um futuro modelo de negócios.
A ideia é que os jovens possam identificar os seus principais talentos, aquilo
que mais gostam e melhor sabem fazer. A liderança, por exemplo, pode ser um ta-
lento que se começa a revelar desde cedo, em contexto escolar. Para isso, os jovens
devem gravar um vídeo com um telemóvel ou um ‘tablet’ (com a ajuda dos pais,
professores, colegas e amigos), que responda a questões como:
• O que gostas de fazer?
• O que sabes fazer bem?
• O que te diferencia dos outros?
Mãos a obra, empreendedor!
1 - SUMÁRIO EXECUTIVO
1.1 - RESUMO DOS PRINCIPAIS PONTOS DO NEGÓCIO
1.1 -
1.2 -
1.3 -
1.4 -
1.5 -
capítulo 5 • 106
1.2 - EMPREENDEDOR
1.2.1 NOME
1.2.2.1 -
1.2.2.2 -
capítulo 5 • 107
( ) Comércio
( ) Prestação de Serviços
2 - ANÁLISE DE MERCADO
2.1 - ESTUDO DOS CLIENTES
0 a 15
% 30 a 59
> 60
Masculino
2.1.2 SEXO
% Feminino
capítulo 5 • 108
Formal
Informal
2.1.4 EMPREGO Autônomo
%
Desempregado
Inativo
Até 1.903,98
De 1.903,99 até 2.826,65
2.1.5 GANHOS De 2.826,66 até 3.751,05
%
De 3.751,06 até 4.664,68
Acima de 4.664,68
Sem Instrução
Fundamental Incompleto
Fundamental Completo
2.1.6 ESCOLARIDADE Médio Incompleto
%
Médio Completo
Superior Incompleto
Superior Completo
( ) Próximo
( ) Médio
2.1.7 MORADIA ( ) Distante
( )
capítulo 5 • 109
( ) Boa
2.3.2.1 -
Prazo de pagamento
Atendimento da empresa
capítulo 5 • 110
( ) Próximo
( ) Médio
2.5.2 LOCALIDADE ( ) Distante
( )
( ) Difícil
EMPRESA ( ) Fácil
( )
2.6 PÚBLICO-ALVO
Quantidade
2.6.1 COMPORTAMENTO DE
COMPRA % Frequência
2.6.2.1 -
capítulo 5 • 111
À vista
% Com desconto
Facilitado
Bom
2.7.5 ATENDIMENTO Médio
%
Ruim
1-
2.8 COMPETITIVIDADE
( ) Sim
2.8.1 NEGÓCIO PODERÁ COMPETIR ( ) Não
COM OUTROS QUE ESTÃO HÁ MAIS ( ) Talvez
TEMPO?
( )
1-
2.8.2 FATOR DIFERENCIAL QUE
FARÁ AS PESSOAS PROCURAREM O 2-
NEGÓCIO? 3-
( ) Sim
( ) Não
2.8.3 HÁ ESPAÇO NO MERCADO? ( ) Talvez
( )?
capítulo 5 • 112
3 - PLANO DE MARKETING
1-
3.1 DESCRIÇÃO DOS PRODUTOS / 2-
SERVIÇOS
3-
E DISTRIBUIÇÃO Representantes
% Empresas
3.5 LOCALIZAÇÃO DO
EMPREENDIMENTO
capítulo 5 • 113
4.3.1.1 Cargo
4.3.1.2 Função
4.3.1.3 Qualificação
4.3.1.4 Qualificação
4.3.1.5 Qualificação
4.3.2.1 Cargo
4.3.2.2 Função
5 - PLANO FINANCEIRO
5.1 - RECURSOS
5.1.1 INVESTIMENTO FIXO
5.1.2 CAPITAL DE GIRO
5.1.3 PRÉ-OPERACIONAIS
5.1.4 INVESTIMENTO TOTAL
5.2 ESTIMATIVAS
5.2.1 FATURAMENTO MENSAL
5.2.2 CUSTOS DOS PRODUTOS /
SERVIÇOS
capítulo 5 • 114
5.2.3 CUSTOS DE
COMERCIALIZAÇÃO
5.2.4 CUSTOS DOS MATERIAIS
5.2.5 CUSTOS COM MÃO DE OBRA
( ) Bom
RESULTADOS ( ) Razoável
( )
MULTIMÍDIA
Empreendedorismo digital <https://www.youtube.com/watch?v=-fdEnSMZ4HY>.
Acesso em: 22 jan. 2016.
Vamos empreender! Como começar? <https://www.youtube.com/watch?v=xfVPoU1_
vmE>. Acesso em: 22 jan. 2016.
Como começar a empreender 3 Dicas Principais <https://www.youtube.com/watch?-
v=exZLW7TkUZM>. Acesso em: 22 jan. 2016.
Como ser um empreendedor de sucesso <https://www.youtube.com/watch?v=wM7V-
ZcUM1B0>. Acesso em: 22 jan. 2016
Gigantes da Indústria - Origem de Rockfeller <https://www.youtube.com/watch?v=D-
39Nxzx_7EY>. Acesso em: 22 jan. 2016
Gigantes da Indústria - Destinado por Deus <https://www.youtube.com/
watch?v=tQItnsdFgh8>.
Gigantes da Indústria - O Plano de Rockefeller <https://www.youtube.com/watch?-
v=aer3dNAQu-g>. Acesso em: 22 jan. 2016
Como Elaborar Um Plano de Negócios (Ref. SEBRAE) <https://www.youtube.com/
watch?v=k-MLkiSNWeg>. Acesso em: 22 jan. 2016.
Gestão de Negócios: Plano de Negócios - Unipar Universidade Paranaense
<https://www.youtube.com/watch?v=frpRYm1rLuU>. Acesso em: 22 jan. 2016.
capítulo 5 • 115
ATIVIDADES
Vamos praticar um pouco os conceitos aprendidos.
01. A Análise SWOT é um sistema simples para verificar a posição estratégica da empresa
no mercado. A técnica é creditada a Albert Humphrey, que liderou um projeto de pesquisa na
Universidade de Stanford nas décadas de 1960 e 1970, usando dados da revista Fortune
das 500 maiores corporações. SWOT representa quatro forças.
Assinale a alternativa correta
a) Facilitadores, Proatividade, Oportunidades e Ameaças.
b) Sensatez, ímpeto, Oportunidades e Ameaças.
c) Pontos Fortes; Pontos Fracos, Oportunidades e Ameaças.
d) Crescimento, Declínio, Oportunidades e Ameaças.
e) Pontos de Equilíbrio, Pontos Desalinhados, Oportunidades e Ameaças.
02. O Plano Financeiro é a última seção do Plano de Negócios. Nela devemos preencher o total
de recursos investidos para o empreendimento começar suas atividades, onde constam: todos
os valores de bens ou serviços adquiridos para o funcionamento do negócio (Máquinas, Ferra-
mentas, Utilidades), investimento total, estimativa dos investimentos fixos, capital de giro etc.
Os elementos que compõem o Plano Financeiro são:
Assinale a alternativa incorreta
a) Viabilidade e Lucratividade d) Serviços entregues.
b) Ponto de equilíbrio. e) Rentabilidade.
c) Prazo de retorno.
03. Para elaboração do Plano de Negócios, devemos observar as informações que demons-
tram o negócio, análise e estratégias, onde didaticamente dividiremos em partes: Sumário
Executivo, Análise de Mercado, Plano de Marketing, Plano Operacional, Plano Financeiro.
Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta, aquela que atende ao
Plano de Marketing.
a) O estudo é realizado pelo empreendedor a partir do estudo dos clientes, concorrentes
e fornecedores.
b) Definir as características do produto por meio de pesquisas e observação da concorrência.
c) Deverão ser descritos características dos produtos ou serviços oferecidos, seu preço
médio cobrado, as estratégias de promoção e divulgação.
capítulo 5 • 116
d) Definir o layout ou arranjo físico e a capacidade produtiva do negócio, seja em rela-
ção a produtos ou prestação de serviços, os processos operacionais e as necessidades
de pessoal.
e) Preencher o total de recursos investidos para o empreendimento começar suas atividades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2005.ISBN:8502050672.
CHIAVENATO, I. Comportamento Organizacional, Ed. Campus, 2009, ISBN: 9788535237559.
SCHAFF, A. A sociedade Informática: as Consequências Sociais da Segunda Revolução
Industrial. São Paulo: Editora da Universidade, 4ª ed., 2005.
VALLS, A. L. M. O que é ética. São Paulo: Brasiliense, 9ª ed., 1994.
DORNELAS, J. C. A.. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios, 3a. ed. Rio de Janeiro
(RJ): Campus, 2008.ISBN: 9788535232707
DORNELAS, J. C. A.. Planos de Negócios que Dão Certo: Um Guia Para Pequenas Empresas.
Editora: Elsevier, 2007.
SENGE, P. Quinta Disciplina, Caderno de Campo. Qualitymark, 1997.
WARDMAN, K. Criando Organizações que Aprendem. Futura, 1996.
GABARITO
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
capítulo 5 • 117
Capítulo 4
Capítulo 5
capítulo 5 • 118
ANOTAÇÕES
capítulo 5 • 119
ANOTAÇÕES
capítulo 5 • 120