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EAD - CERIMONIAL

MÓDULO I – Conhecendo os aspectos de um evento


EAD - CERIMONIAL – MÓDULO I

OBJETIVO
Capacitar os participantes a reconhecerem os aspectos que integram um
evento.

CARGA HORÁRIA
3 horas

PÚBLICO
Todos os empregados

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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Ao final do estudo do Módulo I, esperamos que você possa alcançar


os seguintes objetivos:

Listar os procedimentos de negociação prévia do evento;


Citas as etapas da organização de solenidades;
Descrever a ordem geral de precedência;
Citar os Símbolos Nacionais.

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CONTEÚDO

MÓDULO I

Lição I: Definição de Procedimentos.

Lição II: Precedência.

Lição III: Os Símbolos Nacionais.

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Definição de Procedimentos

Variáveis que impactam nos fenômenos absenteísmo e


Olá, seja bem-vindo(a) ao Módulo I do curso Cerimonial.
presenteísmo
Neste módulo, você reconhecerá os procedimentos para os eventos, a
ordem de precedência e os Símbolos Nacionais.

Bons Estudos!

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Olá, é muito bom ter você aqui! Nesta


capacitação, você vai identificar os
procedimentos para uma solenidade
nos Correios. Vamos começar?

Os Correios possuem cultura e hierarquia próprias, que devem ser


observadas por seus membros, empregados e outras instituições com
as quais os Correios mantêm relacionamento.

Esta é a função do cerimonial: ordenar as relações e interrelações


dos indivíduos de uma instituição para evitar ofensas, desgastes e
deslizes, mantendo o clima de cordialidade entre as partes.

Este guia tem por intuito auxiliar o planejamento e organização das


diversas solenidades que desenvolvemos nos Correios, bem como
padronizar as práticas em todo o Brasil.

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Definição de procedimentos para cada evento


Cada evento tem características próprias e etapas distintas de planejamento, organização
e execução. Assim sendo, destacamos as seguintes necessidades básicas:

 Elaborar o respectivo Checklist, com responsabilidade definida e limite de tempo para


cumprimento da atribuição;
 Definição de local adequado ao número de participantes;
 Data de realização e horário mais conveniente;
 Relação de convidados internos e externos;
 Tipo e conteúdo do convite prevendo sua elaboração, expedição e confirmação de
presença;
 Todo convite deve conter as seguintes informações: cargo e nome de quem convida,
tipo de solenidade (recepção, posse, entrega de medalha etc.), local, data, hora e número de
telefone ou endereço eletrônico para confirmação. Coloca-se o tipo de traje em convites para
recepções (almoço, jantar e baile) e solenidades militares.
 Nem sempre as autoridades que vão a eventos confirmam sua presença. Algumas, às
vezes, confirmam e não comparecem. Não há muito o que fazer, a não ser tentar sensibilizar
os assessorados quanto à indelicadeza do ato e ao transtorno que isso causa para o cerimonial
organizador, principalmente quando há lugar marcado. Uma sugestão é tomar a iniciativa de
perguntar para a secretária do convidado se ele tem a intenção de comparecer ao evento, e
informar ao cerimonial. Essa prática chama-se “RSVP ativo”.

RSPV - abreviação francesa de “Répondez S’il Vous Plait”, que em português significa “Responda, por favor”.

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 Inclusão do evento na agenda corporativa e, quando for o caso, em eventos estaduais;

 Roteiro da solenidade;

 Definição da precedência entre as autoridades para composição do dispositivo de


honra, quando for o caso, uso de palavra e a presidência da solenidade;

 Conveniência da execução de Hino Nacional, Hino Estadual e Hino Municipal e a sua


forma de execução: solo vocal, solo por instrumento, banda de música ou mecânico
(lembrando que os aplausos se darão quando houver apresentação solo ou de banda,
nunca em execução mecânica);

 Indicação da equipe organizadora e determinação das respectivas funções;

 Preparo do local do evento;

 Comunicação escrita aos órgãos internos e externos envolvidos;

 Elaboração do script e indicação do mestre de cerimônias;

 Na execução, checar o posicionamento de todos os profissionais envolvidos e o


cumprimento de todos os itens elencados.

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Precedência

Variáveis que impactam nos fenômenos absenteísmo e


Você sabe o que é Precedência em um evento?
presenteísmo
Primeiramente, é importante destacar o que é precedência. Este
termo significa o que vem antes ou que tem preferência em detrimento
de algo ou alguém.

Em se tratando de eventos e solenidades, Precedência é a ordem


estabelecida para informar a presença de autoridades nos eventos,
bem como para definir a ordem no momento de alguém usar a
palavra.

Vamos conhecer mais sobre esse tema?


No momento, no Brasil vigora o Decreto nº 70274 de 09/03/1972, com
alterações feitas pelo Decreto nº 83186, de 19/02/1979, que
determina as normas feitas pelo cerimonial público e a ordem geral de
precedência, instrumento indispensável para quem atua na área de
eventos.
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Nas solenidades ou eventos do Poder Executivo, deverão ser aplicados os dispositivos do


Decreto nº 70.274/1972, em uma das suas referências:

1. Cerimônias de caráter federal na Capital da República;


1.2 Cerimônias oficiais nos Estados da União, com a presença de autoridades federais;
1.3 Cerimônias de caráter estadual: Para o estabelecimento de sua aplicação,
devemos ter em mente o nível da autoridade e que a sua aplicação será feita entre
os ocupantes do mesmo nível de cargos:
a) Entre os Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário;
b) Entre o nível da Autoridade: Estrangeira, da União, Estaduais e Municipais;
c) Posicionamento das Autoridades: Devemos aplicar os dispositivos do
Decreto para os cargos nele existentes. Quanto aos ausentes, por serem
novos, devemos aplicar o princípio da analogia;
d) Precedência nos Correios.
1.4 Referente aos Conselhos de Administração e Fiscal: Ordem alfabética;
1.5 Da Diretoria Executiva: Obedece a ordem do Decreto de nomeação e atinge os
órgãos que lhes são subordinados. Atualmente, a precedência entre as áreas e seus
departamentos está alinhada com a orientação da Presidência da ECT;
1.6 Das Superintendências Estaduais: Obedecemos a ordem alfabética, tendo em vista
que temos Superintendências Estaduais que abrangem mais de um Estado da
Federação com diferente época de constituição histórica (Pará e Amapá, Goiás e
Tocantins, Amazonas e Roraima, Noroeste – Acre e Rondônia) e Estado que possui
mais de uma SE (São Paulo: São Paulo Interior e São Paulo Metropolitana).
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Critérios gerais de Precedência

 Segundo o caráter do ato, costuma-se ceder, por cortesia, a precedência aos


representantes estrangeiros e autoridades visitantes;
 Anfitrião é o ponto de partida para organizar a precedência;
 Idade: o mais velho tem precedência sobre o mais novo;
 Sexo: a mulher tem precedência sobre o homem;
 Antiguidade histórica: antiguidade no credenciamento (representantes
diplomáticos) e data de criação da instituição;
 Ordem alfabética;
 Titulação: organizada com base nos títulos (Bacharel, Mestre e Doutor).

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Indicativos de Precedência nas solenidades

 Nas solenidades federais, a presidência das mesmas cabe, nesta ordem, ao


Presidente da República e ao Vice-Presidente;
 Nas solenidades estaduais, os Governadores presidem as mesmas, desde que não
compareçam o Presidente da República ou o Vice-Presidente;
 Nas solenidades dos poderes Legislativo, Judiciário e Militares, seguem
cerimonial próprio e são presididas por membros dos respectivos poderes. Com a
presença do Presidente da República e/ou Governador, o(s) mesmo(s) ficará(ão) à
direita do Presidente de Poder;
 O Presidente da República presidirá sempre a cerimônia a que comparecer. Nos
Estados e no Distrito Federal, o Governador presidirá as solenidades a que
comparecer, salvo as solenidades dos Poderes Legislativo e Judiciário;
 No respectivo Estado, o Governador, o Vice-Governador, o Presidente da Assembleia
Legislativa e o Presidente do Tribunal de Justiça terão, nessa ordem, precedência
sobre as autoridades federais;

 Tal determinação não se aplica aos Presidentes do Congresso Nacional, da Câmara


dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal, aos Ministros de Estado, ao Chefe do
Gabinete Militar da Presidência da República, ao Chefe do Gabinete Civil da
Presidência da República, ao Chefe do Serviço Nacional de Informações, ao Chefe
do Estado Maior das Forças Armadas e ao Consultor-Geral da República, que
passarão logo após o Governador;

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 No município, o prefeito presidirá as solenidades municipais;


 Em casos especiais, a ordem de precedência poderá ser ajustada pelo chefe do
cerimonial, para evitar constrangimentos de qualquer ordem.

Representações
 Os representantes das autoridades não têm a mesma precedência das autoridades
que representam, exceto os representantes dos Poderes Judiciário e Legislativo,
quando membros dos mesmos (senadores, deputados, membros dos tribunais,
desembargadores etc.);
 Tratando-se do representante do Presidente da República ou do Governador do
Estado, em solenidades federais e estaduais, respectivamente, ocupará o lugar à
direita da autoridade que preside;
 Nas demais representações, o representante ocupará o lugar que seu cargo lhe
confere, sendo citado como representante da autoridade ausente. Na presença do
Presidente da República não existe representatividade;
 Em jantares e almoços, nenhum convidado poderá se fazer representar;
 Cerimônias oficiais de caráter Federal na Capital da República;
 Cerimônias oficiais nos Estados da União com a presença de autoridades federais;
 Cerimônias oficiais de caráter Estadual;

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 Precedência dos Ministérios e órgãos com prerrogativa e direitos de Ministérios;

 Precedências de Estados:
A precedência entre os Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios é
determinada pela ordem de constituição histórica dessas entidades, a saber: Bahia, Rio de
Janeiro, Maranhão, Pará, Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rio
Grande do Sul, Ceará, Paraíba, Espirito Santo, Piauí, Rio Grande do Norte, Santa Catarina,
Alagoas, Sergipe, Amazonas, Paraná, Acre, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Amapá,
Rondônia e Roraima. (Art.8º - Decreto 70.274 de 09/03/1972);

 Precedência no Mercosul é feita a partir do país anfitrião, seguindo dos demais, em


ordem alfabética.

Brasil (anfitrião)
Argentina
Paraguai
Uruguai
Obs.: Como Bolívia e o Chile são ainda Países Associados,
entram logo a seguir na mesma ordem (Bolívia/Chile).

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Ordem de Precedência do Corpo Consular

Cônsules de Carreira
 Decano do Corpo Consular (cônsul de carreira que está há mais tempo
no Estado);
 Cônsul–Geral;
 Cônsul;
 Cônsul Adjunto;
 Vice–Cônsul;
 Agente Consular;
 Oficial Consular.

Cônsules Honorários
 Cônsul-Geral Honorário;
 Cônsul Honorário;
 Vice–Cônsul Honorário;
 Agente Consular Honorário.

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Ordem de Precedência do Poder Legislativo


 Senadores;
 Deputados Federais;
 Deputados Estaduais;
 Vereadores.

Ordem de Precedência do Poder Judiciário


 Presidente do Tribunal de Justiça;
 Juiz de Direito da Comarca onde se realiza a cerimônia;
 Presidente do Tribunal Regional Eleitoral;
 Procurador-Geral da República no Estado;
 Procurador-Geral do Estado;
 Presidente do Tribunal Regional do Trabalho;
 Presidente do Tribunal de Contas;
 Presidente do Tribunal de Alçada;
 Desembargadores do Tribunal de Justiça;
 Juízes do Tribunal Regional Eleitoral;
 Juízes do Tribunal Regional do Trabalho;
 Juiz Federal;
 Juízes do Tribunal de Contas;
 Juízes de Direito;
 Procurador-Regional do Trabalho;
 Auditores do Tribunal de Contas;
 Promotores Públicos.
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Ordem de Precedência dos Correios


 Conforme orientação da Presidência da ECT.

ATENÇÃO

 Os Poderes Legislativo e Judiciário têm o seu Cerimonial próprio, bem como as Forças
Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) e as Universidades;
 Destacamos que, para os seus efeitos e aplicações, os inativos ou ex-ocupantes de cargos
públicos deverão ser colocados ou nominados logo após o atual ocupante, desde que não
esteja ocupando nenhum outro cargo público, exceto ex-Presidentes da República, que
serão colocados após os Presidentes dos Poderes Legislativo e Judiciário, e os ex-
Governadores dos Estados, que serão colocados após os Presidentes dos Poderes
Legislativo e Judiciário Estaduais;
 As autoridades públicas serão colocadas ou nominadas antes das autoridades privadas;
 No que se refere às autoridades do Poder Executivo Estadual ou do Legislativo Federal
(Senado e Câmara Federal) ou Estadual (Assembleias Legislativas), deverá ser obedecido
o critério de constituição histórica dos Estados da Federação (conforme item
“Precedêncas de Estados”, página 14), ressalvado o Estado anfitrião;
 A Precedência entre os Ministérios, mesmo no que se refere aos Ministros de Estado
Interinos, obedece ao princípio da constituição dos Ministérios. Conheça a sequência
atual:

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1. Ministro De Estado Chefe Da Casa Civil;


2. Ministro De Estado Da Justiça e Segurança Pública;
3. Ministro De Estado Da Defesa;
4. Ministro De Estado Das Relações Exteriores;
5. Ministro De Estado Da Economia;
6. Ministro De Estado Da Infraestrutura;
7. Ministro De Estado Da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
8. Ministro De Estado Da Educação;
9. Ministro De Estado Da Cidadania;
10. Ministro De Estado Da Saúde;
11. Ministro De Estado De Minas e Energia;
12. Ministro De Estado Da Ciência, Tecnologia e Inovações;
13. Ministro De Estado Do Meio Ambiente;
14. Ministro De Estado Do Turismo;
15. Ministro De Estado Do Desenvolvimento Regional;
16. Ministro De Estado Da Controladoria-Geral Da União;
17. Ministro De Estado Da Mulher, Da Família e Dos Direitos Humanos;
18. Ministro De Estado Chefe Da Secretaria-Geral Da Presidência Da República;
19. Ministro De Estado Chefe Da Secretaria De Governo Da Presidência Da República;
20. Ministro De Estado Chefe Do Gabinete De Segurança Institucional Da Presidência da República;
21. Ministério das Comunicações;
22. Advogado-Geral Da União;
23. Presidente Do Banco Central Do Brasil.
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Nas cerimônias oficiais, de caráter Estadual, a ordem é a seguinte:

1. Governador
1.1 Cardeais.
2. Vice-Governador
3. Presidente da Assembleia Legislativa
3.1 Presidente do Tribunal de Justiça.
4. Almirantes de Esquadra
4.1 Generais do Exército;
4.2 Tenentes Brigadeiros;
4.3 Prefeito da capital estadual em que se processa a cerimônia.
5. Vice-Almirantes
5.1 Generais de Divisão;
5.2 Majores-Brigadeiros;
5.3 Chefes de Igrejas sediadas no Brasil;
5.4 Arcebispos católicos ou equivalentes de outras religiões;
5.5 Reitores das Universidades Federais;
5.6 Personalidades inscritas no Livro do Mérito;
5.7 Prefeito da cidade em que se processa a cerimônia;
5.8 Presidente da Câmara Municipal da cidade em que se processa a cerimônia;
5.9 Juiz de Direito da Comarca em que se processa a cerimônia;
5.10 Prefeitos das cidades de mais de 1 milhão de habitantes.

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6. Contra-Almirantes
6.1 Generais de Brigada;
6.2 Brigadeiros;
6.3 Presidente do Tribunal Reginal Eleitoral;
6.4 Procurador-Regional da República no Estado;
6.5 Procurador-Geral do Estado;
6.6 Presidente do Tribunal Regional do Trabalho;
6.7 Presidente do Tribunal de Contas;
6.8 Chefe da Agência do Serviço Nacional de Informações;
6.9 Superintendentes de Órgãos Federais;
6.10 Presidentes dos Institutos e Fundações Nacionais;
6.11 Presidentes dos Conselhos e Comissões Federais;
6.12 Presidentes das Entidades Autárquicas, Sociedades de
Economia Mista e Empresas Públicas de Âmbito
Nacional;
6.13 Reitores das Universidades Estaduais e Particulares;
6.14 Membros do Conselho Nacional de Pesquisas;
6.15 Membros do Conselho Federal de Educação;
6.16 Membros do Conselho Federal de Cultura;
6.17 Secretários de Estado;
6.18 Bispos católicos ou equivalentes de outras religiões.

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Os Símbolos Nacionais

Olá, agora chegou a vez de falarmos sobre os Símbolos


Nacionais. Você sabe quais são eles?

É importante destacar que a Lei nº 8.421, de 11 Maio de 1992,


passou a vigorar com a seguinte redação:

Art. 1º - São Símbolos Nacionais:


I – a Bandeira Nacional;
II – o Hino Nacional;
III – as Armas Nacionais;
IV – o Selo Nacional.

A Lei citada anteriormente não foi a primeira a tratar dos


Símbolos Nacionais. A Lei nº 5.700, de 1º de Setembro de
1971, abordou também o assunto. Novas Leis sobre os
Símbolos Nacionais podem surgir se, por exemplo, um
estado for criado ou extinto no Brasil. Se isso ocorrer, a
constelação que há na Bandeira Nacional será alterada, o
que demandará nova Lei.

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A Bandeira Nacional

A Bandeira Nacional foi adotada pelo Decreto nº 4, de 19 de Novembro


de 1889. As estrelas que constam na Bandeira Nacional representam os
estados da federação.

VOCÊ SABIA?
Que as constelações que integram a Bandeira Nacional
correspondem ao aspecto do céu, na cidade do Rio de
Janeiro, às 8 horas e 30 minutos, do dia 15 de Novembro
de 1889? Sim, e naquele ano a Bandeira Nacional possuia
21 estrelas, sendo que vinte delas representavam os
estados da federação e uma representava o Município
Neutro (a cidade do Rio de Janeiro).

Agora já é possível compreender o motivo pelo qual as leis surgiram


com a finalidade de regulamentar a forma e a apresentação dos
Simbolos Nacionais, especialmente sobre a Bandeira Nacional, não é
mesmo? É importante ressaltar que, o surgimento ou a extinção de um
estado federativo requer alteração da Lei.

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“Art. 1º - A bandeira adoptada pela Republica mantem a


tradição das antigas cores nacionaes - verde e amarella - do
seguinte modo: um losango amarello em campo verde, tendo
no meio a esphera celeste azul, atravessada por uma zona
branca, em sentido obliquo e descendente da esquerda para
a direita, com a legenda - Ordem e Progresso - e ponteada
por vinte e uma estrellas, entre as quaes as da constellação
do Cruzeiro, dispostas na sua situação astronômica, quanto
a distancia e ao tamanho relativos, representando os vinte
Estados da Republica e o Municipio Neutro.” (Decreto
Executivo nº 4, de 19 de Novembro de 1889).

A redação acima é parte do Decreto de 1889 e, como você


percebeu, o texto está com a grafia da época. Neste
curso, em todos os módulos, sempre que houver a citação
de um documento (ou Lei) de época, a grafia será mantida
do modo como vigorava no período.

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A Lei nº 5.700, de 1º de Setembro de 1971, em seu Art. 5º, define que a feitura da Bandeira
Nacional obedecerá às seguintes regras:

 I - Para cálculo das dimensões, tomar-se-á por base a largura desejada, dividindo-se esta
em 14 (quatorze) partes iguais. Cada uma das partes será considerada uma medida ou
módulo;
 II - O comprimento será de vinte módulos (20M);

 III - A distância dos vértices do losango amarelo ao quadro externo será de um módulo e
sete décimos (1,7M);

 IV - O círculo azul no meio do losango amarelo terá o raio de três módulos e meio (3,5M);
 V - O centro dos arcos da faixa branca estará dois módulos (2M) à esquerda do ponto do
encontro do prolongamento do diâmetro vertical do círculo com a base do quadro externo
(ponto C indicado no Anexo nº 2);
 VI - O raio do arco inferior da faixa branca será de oito módulos (8M); o raio do arco
superior da faixa branca será de oito módulos e meio (8,5M);
 VII - A largura da faixa branca será de meio módulo (0,5M);
 VIII - As letras da legenda Ordem e Progresso serão escritas em côr verde. Serão colocadas
no meio da faixa branca, ficando, para cima e para baixo, um espaço igual em branco. A
letra P ficará sôbre o diâmetro vertical do círculo. A distribuição das demais letras far-
se-á conforme a indicação do Anexo nº 2. As letras da palavra Ordem e da palavra
Progresso terão um têrço de módulo (0,33M) de altura. A largura dessas letras será de
três décimos de módulo (0,30M). A altura da letra da conjunção E será de três décimos
de módulo (0,30M). A largura dessa letra será de um quarto de módulo (0,25M);

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 IX - As estrêlas serão de 5 (cinco) dimensões: de primeira, segunda, terceira, quarta e


quinta grandezas. Devem ser traçadas dentro de círculos cujos diâmetros são: de três
décimos de módulo (0,30M) para as de primeira grandeza; de um quarto de módulo
(0,25M) para as de segunda grandeza; de um quinto de módulo (0,20M) para as de
terceira grandeza; de um sétimo de módulo (0,14M) para as de quarta grandeza; e de
um décimo de módulo (0,10M) para a de quinta grandeza;
 X - As duas faces devem ser exatamente iguais, com a faixa branca inclinada da esquerda
para a direita (do observador que olha a faixa de frente), sendo vedado fazer uma face
como avêsso da outra).

Ainda de acordo com a referida Lei, em seu Artigo 31, incisos I, II e III, e Artigos 32 e 33, são
consideradas manifestações de desrespeito à Bandeira Nacional e, portanto, proibidas:

 I - Apresentá-la em mau estado de conservação;


 II - Mudar-lhe a forma, as cores, as proporções, o dístico ou acrescentar-lhe outras
inscrições;
 III - Usá-la como roupagem, reposteiro, pano de boca, guarnição de mesa, revestimento
de tribuna, ou como cobertura de placas, retratos, painéis ou monumentos a inaugurar;
 IV - Reproduzi-la em rótulos ou invólucros de produtos expostos à venda.
 Art. 32. As Bandeiras em mau estado de conservação devem ser entregues a qualquer
Unidade Militar, para que sejam incineradas no Dia da Bandeira, segundo o cerimonial
peculiar.
 Art. 33. Nenhuma bandeira de outra nação pode ser usada no País sem que esteja ao
seu lado direito, de igual tamanho e em posição de realce, a Bandeira Nacional, salvo
nas sedes das representações diplomáticas ou consulares.

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Desenho da Bandeira Nacional – anexo 2 da Lei nº 5.700, de 1º de Setembro de 1971.

Seguindo ainda com a referida Lei, a mesma prevê, em seu Artigo 35, que:
“A violação de qualquer disposição desta Lei é considerada contravenção,
sujeito o infrator à pena de multa de uma a quatro vezes o maior valor de
referência vigente no País, elevada ao dobro nos casos de reincidência.”
Isso aplica-se, por exemplo, às manifestações de desrespeito à Bandeira Nacional,
conforme exposto na página anterior.

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O Hino Nacional

Como você bem sabe, o Hino Nacional é também um Símbolo Nacional.


No entanto, vale destacar o “caminho” trilhado pelo nosso hino até ele
ser reconhecido como o Hino Nacional e um dos nossos Símbolos.

“Art. 6º - O Hino Nacional é composto da música de Francisco


Manoel da Silva e do poema de Joaquim Osório Duque Estrada,
de acôrdo com o que dispõem os Decretos nº 171, de 20 de
janeiro de 1890, e nº 15.671, de 6 de setembro de
1922, conforme consta dos anexos números 3, 4, 5, 6, e 7.
Parágrafo único. A marcha batida, de autoria do mestre de
música Antão Fernandes, integrará as instrumentações de
orquestra e banda, nos casos de execução do Hino Nacional,
mencionados no inciso I do Art. 25 desta lei, devendo ser
mantida e adotada a adaptação vocal, em fá maior, do maestro
Alberto Nepomuceno.” (Lei nº 5.700, de 1º de Setembro de 1971).

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EAD - CERIMONIAL – MÓDULO I

A melodia do Hino é de autoria do maestro Franscico Manoel da Silva,


cuja data é incerta, mas indícios documentais apontam o período entre
o pós-Independência do Brasil (7 de Setembro de 1822) e o início de
1823. A primeira versão da letra foi incorporada ao Hino em 1831, pelo
poeta Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva, cujo trecho inicial é este:
"Os Bronzes da tirania
Já no Brasil não rouqueijão.
Os monstros que o escravizarão,
Já entre nós não vicejão.
Da Pátria o grito
Eis se desata
Desde o Amazonas,
Até o Prata.”

É importante lembrar que o trecho acima possui a grafia do período


em que a letra do Hino foi elaborada (1831).

Cabe ressaltar que esse Hino também fora chamado, à época, de “Hino
ao 7 de Abril”, em referência à abdicação de Dom Pedro I. Novos
refrães foram incorporados ao Hino no ano de 1841, ano de Coroação
de Dom Pedro II. Clique na imagem a seguir e ouça a “nova”
composição do Hino.

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EAD - CERIMONIAL – MÓDULO I

A segunda versão da letra surgiu para homenagear a chegada de Dom Pedro II ao trono, e
ela foi composta por um autor cujo nome se perdeu no decorrer das décadas. Vale
ressaltar, no entanto, que a letra era nova, mas a melodia continuava a original, a mesma
que fora criada por Franscico Manoel da Silva.
Em 1890, já na era republicana, houve um concurso para escolher o novo Hino Nacional.
A ideia de elevar uma nova composição à condição de Hino passava pela tentativa de criar
novos elementos cívicos da República, pois, no caso do Hino em voga, o mesmo possuia
forte ligação com o Império, e não era de bom alvitre – no entender dos personagens
republicanos – mantê-lo vigente no “novo” momento político.
O Hino escolhido não agradou ao público nem a Deodoro da Fonseca, que, às pessoas que
lhe acompanhavam no camarote, disse: “Prefiro o velho!” (SCHWARCZ, 1998, 19).
Para não desprestigiar o evento de escolha do Hino, o governo republicano decidiu que a
canção vencedora do concurso, cujo autor da letra foi José Joaquim de Campos da Costa
de Medeiros e Alburquerque e os arranjos musicais do maestro Leopoldo Américo Miguez,
passara a ser o Hino da República, ficando a composição de 1822 como o Hino Nacional.
Um dos trechos do Hino que venceu o concurso em 1890, e que passou a ser o Hino da
República, tornou-se muito conhecido, incluisve por fazer parte de samba-enredo. O
trecho é este: Liberdade! Liberdade! abre as asas sobre nós!
SAIBA MAIS
https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/antes-da-versao-atual-
letra-do-hino-nacional-bajulava-pedro-i
https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=359084

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O começo do século XX surgiu com um debate do século XIX: a criação de


um Hino Nacional sob a égide republicana. O assunto ganhou espaço
político em 1906, e em 1909 um novo concurso fora promovido, que foi
vencido por Osório Duque Estrada, cuja letra é a mesma que integra o
nosso Hino até os dias atuais. No entanto, a composição de Duque Estrada,
embora vencedora do concurso, só foi aceita como letra oficial do Hino
em 06 de setembro de 1922, na véspera da comemoração da
Independência do Brasil.

VOCÊ SABIA?
Que o Decreto nº 15.671, de 6 de Setembro de 1922, é o documento
governamental que oficializou a letra vencedora do concurso de 1909 como a
composição oficial do Hino Nacional Brasileiro? Sim, e a letra vencedora foi
incoporada à melodia original, aquela mesma criada pós-Independência do
Brasil, pelo maestro Francisco Manoel da Silva. Ou seja, o Hino Nacional que
cantamos nos dias atuais é constituído pelos arranjos criados em 1822 e pela
letra composta em 1909.

CITAÇÃO

“Art. 7º - O Hino Nacional é o que se compõe da música de Francisco Manoel


da Silva e poema de Joaquim Osório Duque Estrada, conforme o disposto nos
decretos nº 171, de 20 de janeiro de 1890, e nº 15.671, de 6 de setembro de
1922.” (Decreto-Lei nº 4.545, de 31 de Julho de 1942).

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As Armas Nacionais
As Armas Nacionais, comumente chamadas de Brasão Nacional, foram instituídas pelo
Decreto nº 4, de 19 de Novembro de 1889. O Brasão foi idealizado por Artur Sauer e
ilustrado por Luís Gruder, ambos alemães que residiam no Brasil.

De acordo com a Lei nº 5.700, de 1º de Setembro de 1971, é obrigatório o uso das Armas
Nacionais:

 I - No Palácio da Presidência da República e na residência do Presidente da República;


 II - Nos edifícios-sede dos Ministérios;
 III - Nas Casas do Congresso Nacional;
 IV - No Supremo Tribunal Federal, nos Tribunais Superiores e nos Tribunais Federais de
Recursos;
 V - Nos edíficios-sede dos poderes executivo, legislativo e judiciário dos Estados,
Territórios e Distrito Federal;
 VI - Nas Prefeituras e Câmaras Municipais;
 VII - Na frontaria dos edifícios das repartições públicas federais;
 VIII - Nos quartéis das forças federais de terra, mar e ar e das Polícias Militares e Corpos
de Bombeiros Militares, nos seus armamentos, bem como nas fortalezas e nos navios de
guerra (redação alterada pela Lei nº 8.421, de 11 de Maio de 1992.);
 IX - Na frontaria ou no salão principal das escolas públicas;
 X - Nos papéis de expediente, nos convites e nas publicações oficiais de nível federal.

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EAD - CERIMONIAL – MÓDULO I

“Em uma esfera azul estão dispostas cinco estrelas de prata com a forma
da constelação do Cruzeiro do Sul; por fora da esfera há um círculo azul
orlado de ouro em ambos os lados, coberto com vinte e sete estrelas de
prata. Por fora deste círculo aparecem as cinco pontas de uma estrela,
partidas em pala (na vertical), nas cores verde e amarelo, orladas de
vermelho e ouro, assentada sobre uma coroa emblemática de ramos de
café à destra (esquerda de quem a vê) e folhas de fumo à sinistra (direita
do observador) representadas com as suas próprias cores, entrelaçada
com uma espada posta em pala (na vertical), de ponta para cima. Todo
este conjunto repousa cercado por raios de uma auréola de ouro. Em
uma fita azul, por baixo, estão os dizeres: “REPÚBLICA FEDERATIVA DO
BRASIL” e em suas pontas a data “15 DE NOVEMBRO DE 1889”, escritas
em letras douradas.” 1

Olá, vou contar um curiosidade sobre o nosso Brasão!


Foi somente em 1968 que a expressão “República Federativa do Brasil”
foi incluída, pois, até então, o dístico era o seguinte: “Estados Unidos
do Brasil.”

1 http://www.associacaopaulistaviva.org.br/site/datafiles/uploads/livreto-paulista-de-todo-o-mundo.pdf Acesso em 13/05/2020.


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O Selo Nacional

Agora chegou a vez de falarmos sobre o Selo Nacional; sua finalidade e sua constituição.

Finalidade: Art. 27 - O Selo Nacional será usado para autenticar os atos de governo
e bem assim os diplomas e certificados expedidos pelos
estabelecimentos de ensino oficiais ou reconhecidos. (Lei nº 5.700,
de 1º de Setembro de 1971).

Constituição: O Selo Nacional será constituído por um círculo representando uma


esfera celeste, igual ao que se acha no centro da Bandeira Nacional,
tendo em volta as palavras “República Federativa do Brasil” (Lei nº
5.700, de 1º de Setembro de 1971).

Como podemos observar, os elementos artísticos do Selo são os


mesmos que representam os aspectos elementares da Bandeira
Nacional (estrelas, legenda, esfera e a faixa).

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EAD - CERIMONIAL – MÓDULO I

Ainda sobre os Símbolos Nacionais, seguem alguns links para que você conheça
mais sobre eles.

SAIBA MAIS

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5700.htm#anexo

http://legis.senado.leg.br/norma/550297/publicacao/15725416

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1910-
1929/d15671.htm

https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-
1949/decreto-lei-4545-31-julho-1942-414664-
publicacaooriginal-1-pe.html

http://www.eb.mil.br/simbolos

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Fim do módulo I

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