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Uma sociedade chamada Brasil

A nossa sociedade vive um dos seus


piores momentos: a degradação da
ordem moral, a desmobilização para
com a autoridade e principalmente a
descrença em nosso valor e possível
contribuição á herança intelectual
não só para a brasileira, mas à
Humana. Tudo isto e muito mais é o
produto de um trabalho maléfico,
cuja aspiração última é submeter o
nosso povo a mais baixa condição
Humana, a imbecilidade geral e
perpétua, um estado pior do que o
animalesco, pois é antinatural.
Muitos poderão dizer quais são as
soluções para este problema, mas
acima de tudo isto, o que estes
muitos fazem é simplesmente deixar
de dar a devida importância a
questão principal: mostrar ao povo
brasileiro o que lhe leva a esta
situação, ensiná-lo, educá-lo,
mostrar que isto não lhe é digno. O
povo brasileiro precisa entender,
compreender e nunca mais irá se
encontrar numa situação tão baixa,
o povo tornar-se-á forte ! Em seus
piores momentos de aflição,
perseguições, crises, o que for, o
povo não irá se desesperar, terá a
calma e inteligência para resolver
tudo e principalmente, não irá ficar,
como já é de praxe, esperando por
um “ Salvador! “ que irá resolver
tudo sem que o povo mexa nem um
dedo.
Ó meu povo, ó meu Brasil,
entendai, és tu o teu próprio
Salvador e ninguém mais !
I- Futuro: para os
revolucionários a espreita

Para aqueles que disserem que os ideais


defendidos nesta obra são de cunho
totalmente revolucionário, aqui vai a minha
primeira resposta em repúdio a este
entendimento. Qualquer um que ainda
defenda esta posição para com o meu escrito
terá ainda mais contraposições da minha
parte.
Para um bom futuro tudo depende em
primeiro, do seu semeador e das sementes. O
semeador possui a sua determinada
importância pelo sentido que a sua
formação, a sua consciência moral,
transcende a sua alma, a sua carne e se
instala na sua obra, no seu trabalho. As suas
sementes devem ter sido muito bem
conservadas para que o fruto seja digno ao
esforço do trabalho e a necessidade do
trabalhador, que rogou aos céus e a terra
para que o fruto do seu árduo trabalho seja
edificante, substancial a si e aos outros que o
receberá. É assim com o futuro também.
Numa Nação o espírito do trabalhador se
encarna no povo, a semente torna-se a
representação do seu destino, o seu futuro.
Se o povo for pouco esforçado, entregue as
pequenezas da vida, não se preocupar com a
sua essência e sim, a busca efêmera pelos
prazeres passageiros, a sua semente, ou seja,
o seu futuro, será como que entregue ao
chão seco e infértil.
Quando se fala de povo é necessário levar
em consideração o que é isto, a aglomeração
de pessoas que são interligadas por um
sentimento muito maior do que se pode
imaginar neste momento. É um sentimento
de pertença, pertença a uma vastidão de
indivíduos que interagem entre si mesmo
sem se conhecerem e necessitam que haja
esta interação que é produto deste complexo
tecido, onde cada indivíduo é importante. É
algo muito maior, este príncipio vínculalitivo
chega a ser um espécie de paixão, amor, aos
indivíduos, a esta linha de continuidade
humana, esta aspiração de se chegar a algo
maior.
Cada indivíduo possui a sua infinita
complexidade e o conglomerado de
complexidades individuais faz com que toda
a sociedade, o seu tecido social, torne-se ao
ponto de vista de um possível alguém, que
está acima de tudo isto como algo simples,
facilmente compreensível. Mas este tipo de
visão não nos é permitido, nem mesmo nas
maiores e mais forte ditaduras isto é possível
e é por isto que estendo este comentário a
certos grupos políticos, novos ou velhos, esta
visão superior da sociedade que rebaixa a
sua complexidade para como algo tão
mecanicamente compreendido a ponto de
desenhá-la de cima a baixo, deixando ao
esquecimento como algo de total falta de
importância as considerações sobre os
sentimentos e vínculos que regem a
sociedade, algo que passa muito longe de ser
criado de um alto comando de uma ditadura
para até mesmo os pobres indivíduos que
ainda nem mesmo nasceram, sentirem. Os
vínculos que asseguram a sociedade e
transcendem a complexidade dos indivíduos
são naturais, espontâneos, eles se
exemplificam como a cidadania, confiança,
responsabilidade, compromisso, senso de
dever para com os seus antecessores e
sucessores; isto tudo faz amadurecer o fruto
espontâneo da solidariedade humana.
Este tipo de “sociedade idealizada” deve ser
abandonada dos sonhos de nossos
indivíduos, este tipo de sociedade
centralizada, principalmente por governos, é
imoral, indigno, degradante, pois a
responsabilidade é uma das primeiras coisas
que desaparecem, tanto do meio político,
quanto da própria sociedade. Exemplo
melhor e mais claro não se pode dar, a
sociedade brasileira e seus dias atuais é o
máximo produto deste tipo de ideal irraizado
no peito de nossa Pátria-Mãe. Tantos os
foram os quantos foram aqueles que
defenderam este tipo de solução, “remédio
geral apara os nossos problemas”, pois bem,
hoje são concrentos os seus efeitos
colaterais, a produção em massa de
indivíduos irresponsáveis, uma absoluta e
quase unânime recusa por parte dos
cidadãos a agirem por si só é para si, os
brasileiros mostram que perderam em
grande parte a sua capacidade de interagir
como homens livres, mas que sabem o que
fazem e por isto, aceitam as suas
responsabilidades como grandes Honras que
sempre levam em consideração o próximo.
Todas as revoluções que se apegaram a este
tipo de solução, destruíram
sistematicamente o capital social de suas
naçoes e desta forma infringiram em grande
parte contra a herança cultural humana. Ao
fim de tudo isto se explicam perante o
tribunal da História com a simples desculpa
de terem conseguido levar o seu povo ao
ápice, ou seja, o degradante, um resultado
raciocinado utilitarista quase que impecável.
Rebaixam tudo a pequenez de suas
consciências, a Historia, os sentimentos, a
beleza, a vida. Se tudo isto já se perdeu
quando passaram pelas mãos deles e de suas
revoluções, não nos devemos surprender e
ficar esperando sentados sem nada fazer,
quando as primeiras e básicas coisas forem
arrancadas de nossa herança e de nossas
mãos quando eles, utópicos e planejadores,
assumirem o poder.
Mesmo assim, ainda existiram aqueles que
acreditaram nestas soluções mágicas
centralizadora de tudo e despreocupadas
com as questões fundamentais para a
existência de uma sociedade naturalmente
harmônica. A estes devemos fazer perguntas,
indagações sobre estas suas crenças, como
por exemplo, aos que defendem esta ação
centralizadora como remédio as mazelas de
nossa sociedade atual, como ficaria uma
parte de extrema importância da sociedade,
o mercado; é uma simples constatação que o
mercado possui as suas necessidades e estas
necessidades são intrínsecas aos indivíduos
que o compõe, logo se pensa que para o bem
estar do mercado é necessário que exista e
seja regente -pelo menos da maioria- da
sociedade uma ordem moral, pois para o
mercado ser harmoniosamente benéfico e
eficaz é necessário que exista confiança entre
os indivíduos que o compõem; esta confiança
só existem onde os indivíduos assumem as
suas responsabilidades com o outrem e
principalmente com aqueles que ele negocia.
Pode se pensar sobre a sociedade como uma
bela rede, as interligações são nós, cada nó
interliga outros fios; no fim todos os fios,
neste caso, tantos os fios que estão inseridos
na rede quanto os que ainda virão a se
tornar parte desta obra, devido a
espontânea e natural ideia de que, se os nós
forem respeitados como lhe são devidos, a
rede vingará, crescerá e se tornará um lindo
tecido. Todos aqueles que pertencerem a
esta obra, a este tecido, terão orgulho não só
da sua parte e sim, do geral, da união entre
os nós, a união entre os indivíduos, do belo
tecido formado, da nação que construíram,
com dores, falhas, quedas, pequenos rasgos,
principalmente estes, que não foram
simplesmente remendados, foram
reconstruídos.
Assim são com as tradições importantes, é
como se elas fosse o produto final de todo o
tecido, são conhecimentos provados a ferro e
a fogo, o conjunto final nos permite
indetificar os resquícios de muitas tentativas,
acertos e erros, conforme as pessoas os
experimentaram em suas peles, em sua
carne, pois assim era necessário responder
às questões que se levantam ao seu meio
como de extrema importância. Todos estas
respostas se incorporam ao grande tecido de
nossa sociedade, herança e são hoje, as
nossas aspirações, elas fazem parte de nós, é
nosso dever compreendê-las e utilização
para o bem e prolongamento da
continuidade de nossa civilização humana.
Para a existência de um povo em sua
plenitude é necessário que o tecido se
constituía de nós firmes, indivíduos de
respeito e autoridade, é necessário que ele
consiga trespassar os grossos nevoeiros do
séculos, isto só se permite realizar onde a
solidariedade, o dever e principalmente a
virtude alcance o seu lugar devido; então,
estes nevoeiros assombrosos não nos ferirão,
logo estes que possuem um efeito
terrivelmente degradante que fazem com
que povos que outrara foram grandiosos,
passem a ser lendas, depois histórias difíceis
de se acreditar e tudo vai caindo, cada vez
mais, aos poucos, como se fosse areia se
perdendo de nossas mãos por meio de
nossos dedos, tudo vai sendo esquecido,
perde-se os exemplos, as aspirações
alcançadas, em geral, uma enorme, rica,
magnânima e esplendorosa Herança. Assim
tudo se esvai !
O que será de nós? É o grande
questionamento desta nossa era. Estamos
vivendo tempos muito conturbados, tempos
sombrios que pedem para que, mais do que
nunca, absorvamos esta Herança, a Herança
Humana, a Herança Ocidental, a Herança
Americana, todas, todas, a Herança
Universal. Somos nós herdeiros únicos de
todo este império de conhecimento,
sabedoria, é o nosso dever primordial trazer
tudo isto para perto de nós e proteger, no
intuito primeiro de resguardá-lo e transmití-
lo aos nossos filhos, a nossa parte eterna na
terra.
O nosso futuro vai se tornar muito pior,
quando for presente se não fizermos nada.
Mesmo assim se mobilizarmos toda a nação
brasileira a fazer algo agora, só iríamos
começar a ter conhecimento de resultados
sólidos que necessitamos daqui à, na mais
feliz sorte, ciquenta anos. Por isto mesmo
temos que transformar este período de
degradação e esperançagem inválida, em um
período de verdadeiro trabalhado para nós
reerguer, em um periodo de “semeadura”,
exatamente isto, precisamos plantar estas
boa sementes, por meio de boas mãos, nesta
boa e saudável terra; estas sementes
tornarão-se-ão em mudas, estas mudas
serão bem tratadas, serão replantadas nesta
vasta e bela terra, iremos nos dedicar ao
trabalho árduo de cuidar delas, protegê-las.
Um dia, vamos ao encontro delas, o que
eram sementes, agora são belas e frontosas
árvores que formam um esplendoroso
bosque. Quando as pessoas o verem
falarão:” Este é o bosque Brasil!”
Pelo menos seria esta uma boa história para
os nossos sucessores, para eles, mesmo que
crianças, entendessem o trabalho que
tivemos que dispor quando foi necessário e
que, quando momentos difíceis aparecerem
a eles, que eles não fujam e sim os enfrente
com Honra e coragem.
Algo muito importante nesta história a ser
explicada é que mesmo as mudas tendo
vingado, mesmo elas se transformando em
árvores fortes, mesmo que formassem um
belo bosque, ainda existe muito trabalho a
frente, existe muita coisa ainda a ser feita é
principalmente, não se pode esquecer deste
detalhe crucial até mesmo para um bosque,
um tecido ou o que for, devido o seu desejo é
serviço último, o bem geral, ele deve ser
preservado, conservado, protegido, da
mesma forma que foi quando eram para
sementes, assim como foi com o chão, assim
como foi desde o princípio.
A sociedade brasileira está passando por
momentos graves, difíceis e por isto mesmo,
não podemos, não devemos nos agarrar a
uma ideia de fazer tudo de novo, passar uma
borracha em tudo e dizer que daí para frente
será tudo diferente, não devemos nem
cogitar nesta possibilidade, isto já aconteceu
e é o que vem acontecendo desde o início,
não temos nem mesmo ideia de quantos
Brasis já existiram e vieram a ruir e cada vez
mais que este novo mundo começava, mas o
povo se calejava e se destruía.
Não podemos passar uma borracha em cima
disto, pelo contrário, temos que nos lembrar,
lembrar e ter a coragem de assumir que foi a
nossa culpa tudo isto ter acontecido, foi a
nossa culpa como povo, como nação e por
isto mesmo temos que aprender, aprender
para nunca mais cair no mesmo erro. Fazer
issso seria a maior prova de amadurecemos
como nação pois já possuímos a consciência
de nossa responsabilidade, ninguém possui
nenhuma obrigação que não derive de algum
de seus atos, este foi o nosso e devemos nos
redimir perante a nossa culpa, perante a
nossa sociedade, principalmente esta que
aumenta em escala de milhões a nossa
responsabilidade já que a sociedade é
composta por indivíduos mortos, os
presentes e os que ainda estão por vir, mas
de certa forma já pertencem a nossa
sociedade, o nosso povo. A nossa gente está
cansada de acreditar e fazer as mesmas
coisas e ainda ter esperanças de ter um
resultado diferente. Devido tanto sofrimento,
tantas chagas que nos foram abertas que
devemos nos educar, instruir, pois é
exatamente com as tragédias que
aprendemos.
Precisamos entender que temos uma
enorme parcela de culpa perante tudo isto e
é em nome desta culpa que precisamos nos
redimir, precisamos nos redimir perante o
nosso povo, perante a nossa nação.
Revolucionários, no sentindo mais grave da
palavra, perdoai-me mas não podemos
deixar que a mesma coisa acontecessa, que
as mesmas promessas sejam feitas e que
também sejam quebradas. Se é para haver
alguma revolução, que seja uma revolução,
não de formas de Estado, estilos de
governos, mas de homens, esta não precisa
de mortes, nem de derrubadas escândalosas
de governos ou classes, pois ela é gradual e
harmoniosa e sendo assim, qualquer um que
ainda tiver uma gota de Humanidade ou
qualquer coisa elevada dentro de si, saberá
que está fazendo o correto; esta revolução
precisa apenas que os homens se elevem; ela
precisa que os homens tenham coragem de
procurar e de seguir o caminho das virtudes,
o caminho reto dos justos. Esta é a revolução
que o Brasil precisa, está é a única revolução
que o povo, a sociedade brasileira necessita.
II- Amor- para entender o básico

Como já foi dito no capítulo passado, existem


sentimentos fundamentais a harmonia de
nossa sociedade que são intrínsecos ao ser
humano, a alma humana e sendo em nome
disto que me proponho a voltar a falar deles
novamente de forma menos breve.

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