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9 Resenha Reforma Psiquiátrica
9 Resenha Reforma Psiquiátrica
1- Espaços de controle do louco não são apenas espaços físicos, porém instituições, olhares,
incrustações judiciárias, diagnósticas, científicas, aplicadas, muitas vezes, a classes
subalternas. A loucura é como uma institucionalidade introjetada, uma subjetividade induzida
e produzida por toda essa instituição.
Nessa visão, a doença é algo que está no corpo ou psiquismo do indivíduo, algo que ele
mesmo não pode fazer muita coisa, e fica refém do olhar e atuações do médico.
Foca-se apenas, na prática clínica, nos sintomas e seus desenvolvimentos. Se esquece da
vivência, história do indivíduo. Se esquece de seu protagonismo, de sua existência.
Principalmente, é uma repetição do olhar e lugar que a instituição psiquiátrica coloca o louco.
Dessa forma, o cuidado seria em desinstitucionalização essa cena que se repete, invenção de
outros modos de se relacionar com a existência sofrimento, e criação de oportunidades e
probabilidades para o indivíduo.
Frente aos desertos infinitos, é necessário reeguer um muro, para equilibrar as vidas. Assim o
deserto se repovoa. Cidade é tecida por instituições, e o doente sendo uma, existe a
necessidade de um poder institucional para usar a sua instituição, convertê-la e transformá-la.
Os laboratórios, os Centros de Saúde Mental, são uma embalagem a mostra, para preservar o
futuro do louco. É uma instituição provisória e inventada.
É a promoção de um olhar que encontre finalmente um sujeito, que veja uma biografia, uma
subjetividade. Assim, apenas esse olhar já torna-se terapêutico, pois resgata o que, muitas
vezes através de relações sociais tóxicas, foi-se perdido. Existe uma menor possibilidade de
controle, porque o indivíduo