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Universidade Rovuma
Montepuez
2020
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Universidade Rovuma
Montepuez
2020
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Introdução
A presente trabalho de pesquisa tem como objetivo analisar o contexto do modelo da
atuação do psicólogo e o papel do psicólogo social e suas contribuições no contexto da
sociedade contemporânea. A Psicologia Social as recebeu influências no decorrer do
tempo de outras áreas como a sociologia, filosofia, antropologia, dentre outras, para que
se firmasse como uma disciplina independente. E o trabalho foi realizado com base na
revisão bibliografia na qual constam na última pagina.
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Na visão de MANCEBO (1997:24) nos últimos quinze anos, têm sido desenvolvidos
modos alternativos de atuação. Conforme Basto e ACHCAR citado por CATÃO (2011),
o sentido destas mudanças, ainda pontuais, seriam os citados a seguir:
Quando isso acontece, as leis são transgredidas e não atendem as coletividades nas suas
necessidades, nas suas carências, no seu desejo de ser gente, e a relação entre fazer e ser
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determinados pelas características objetivas de seu contexto social, mas igualmente pela
forma com que capturam e se relacionam com este contexto, configurando implicações
e significados. É através da reflexão crítica na dimensão do vivido que o ser humano
poderá lidar com o problema social em direção às possibilidades/impossibilidades do
futuro, superando a objetividade anterior negada pela subjetividade, transformando sua
situação.
É pertinente destacar a crítica feita por Saforcada e Alves citado por XIMENES et all
(2017) a esse modo de atuar em saúde, por se tratar de uma perspectiva dualista, cuja
função de cuidar da mente é do psicólogo e do psiquiatra, enquanto o cuidado com o
corpo cabe a outras especialidades médicas. Além disso, nessa perspectiva, há a
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Segundo GÓIS (2005). O psicólogo comunitário não deve se colocar como promotor da
transformação social, sua intervenção busca potencializar ações concretas na realidade
comunitária a ser transformada. Para tanto, faz-se necessário potencializar os recursos
comunitários, integrando suas práticas aos movimentos sociais; à organização, luta e
reivindicação comunitária; as associações comunitárias; aos sindicatos; aos demais
movimentos e grupos de organização e luta política, ou seja, o psicólogo deve atuar
menos em instâncias de controle, desenvolvendo práticas com grupos populares (GÓIS,
2005).
Diante de tudo que foi descrito no decorrer da pesquisa, é possível afirmar que a
Psicologia Social na atualidade tem seu foco no meio e busca compreensão do
comportamento social (ALMEIDA, 2018:1). Ela possui inter-relação com a Sociologia,
pois ambas buscam estudar situações voltadas para o cotidiano. É função do psicólogo
social colaborar na luta contra o rompimento dos entraves sociais, tais como:
preconceitos, estigmas, estereótipos e estigmas, mostrando através de intervenções que
somos pessoas de direito, capazes de combater as desigualdades sociais, assim como
compreender suas causas e efeitos. Na visão de SARRIERA (2000) e Neiva (2010)
Psicologia Social busca compreender as mazelas sociais, levando o sujeito a realizar
reflexões sobre seu papel enquanto sujeito de identidade, que interage com seu meio e
que precisa lutar pelos seus direitos e superar as desigualdades sociais e construir uma
nova forma de encarar as questões sociais que tanto colaboram para a formação e
solidificação da cidadania.
necessário abrir novos espaços para a resolução desses problemas sociais, buscando
melhores condições de vida.
Como militantes dos direitos humanos, através de seus inúmeros trabalhos e de suas
campanhas, o psicólogo é visto na sociedade como um operador da inclusão social e
também se vê como uma pessoa, um profissional que vem discutindo o que se tem feito
durante tanto tempo acerca dos problemas sociais e da exclusão provocada pelas
“anormalidades” que a sociedade criou.
Na perspectiva de Neiva (2010) O modo que a sociedade lida com esta imagem e a
relação que a Psicologia tem com este assunto, foi uma importante questão colocada em
pauta pelo Conselho de Psicologia. E cada ponto discutido nestes debates fomenta
ainda mais a intervenção e a vontade deste profissional exigir e cobrar de todos a
existência dos Direitos Humanos.
Agora, sabemos que o psicólogo para atuar na saúde, possui suas referências dentro dos
parâmetros atribuídos pelo Conselho Federal de Psicologia e pelas Políticas Públicas
NEIVA (2010).
Ainda que pareça ter sido solucionado o problema inicialmente apontado para a atuação
na saúde, estamos longe de ter alcançado este patamar de um serviço integral, universal
e igualitário, defendido pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Existem muitos percalços
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com relação ao “querer” atuar na comunidade e “ter” que atuar nas instituições
praticando a clínica tradicional. Não sabemos se ainda existem resquícios da formação
fragmentada, se existem limites para a criação de novas políticas públicas ou se as
dificuldades advêm de uma “politização do poder”.
Uma das ferramentas é a intervenção psicossocial que intera sujeito e meio social,
direcionando às diversas áreas, visando o bem-estar psicossocial dos indivíduos,
organizações, comunidades, grupos, instituições, não perdendo sua característica de
pesquisa-ação. Ou seja, conforme SARRIERA (2000), a intervenção psicossocial diz
respeito à relação indivíduo e coletivo, na interação dos sistemas macro-meso-
microsociais.
A intervenção psicossocial trabalha definindo prioridades para que não corra o risco de
perder o foco dos objetivos imediatos. Possui caráter preventivo, já que seu objetivo
maior é o bem-estar psicossocial e uma melhor qualidade de vida das pessoas, grupos,
instituições e comunidades. Por ter recebido influências da psicologia institucional,
através do trabalho preventivo, desenvolve a psico-higiene, que é uma maneira de
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Conclusão
O objetivo deste trabalho foi tomar como base as discussões sobre os modelos de
atuação do Psicólogo comunitário para refletir sobre as metodologias atuação do
mesmo, com os instrumentais de intervenção social.
com as abordagens pode se concluir que a psicologia comunitária permite conhecer a
comunidade, o modo de vida de seus moradores, os equipamentos públicos, dentre
outras aspectos que compõem a realidade local, interagir com os moradores, identificar
lideranças, criar vínculos familiares e comunitários, enquanto a visita domiciliar é uma
forma de construir intimidade com o lugar, estabelecer relações mais próximas de
cuidado e confiança, conhecer aspectos psicossociais que, de outro modo não seria
possível.
E é função do psicólogo social colaborar na luta contra o rompimento dos entraves
sociais, tais como: preconceitos, estigmas, estereótipos e estigmas, mostrando através de
intervenções que somos pessoas de direito, capazes de combater as desigualdades
sociais, assim como compreender suas causas e efeitos. Enfim, a Psicologia Social
busca compreender as mazelas sociais, levando o sujeito a realizar reflexões sobre seu
papel enquanto sujeito de identidade, que interage com seu meio e que precisa lutar
pelos seus direitos e superar as desigualdades sociais e construir uma nova forma de
encarar as questões sociais que tanto colaboram para a formação e solidificação da
cidadania.
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Bibliografia
SILVA, Elisângela Maria dos Santos. Ser Psicólogo Social: quais desafios enfrentamos
para atuar na comunidade, com a comunidade. Psicologado, [S.l.]. (2012).
XIMENES, V.M., Lemos, E.C., Silva, A.M.S., Abreu, M.K.A., Filho, C.E.E. & Gomes,
L.M. Saúde Comunitária e Psicologia Comunitária: suas contribuições às
metodologias participativas. Psicologia em Pesquisa | UFJF | 11(2) | 4-13 | 2017.