Você está na página 1de 52

Decisão em Grupo e Negociação

GDN Community

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

1
Community on GDN
• Section of INFORMS

• Journal:

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

2
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

3
Decisão em grupo e negociação
Tópicos
• Conceitos básicos
• Abordagens de agregação para decisão
em grupo
• Sistemas de votação
• Negociação

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

Decisão em Grupo e Negociação

Introdução

4
Introdução
• Decisão em Grupo e Negociação inclui
– o estudo e desenvolvimento de métodos para
– apoiar grupos ou
– indivíduos dentro de grupos,
– para que interajam e colaborem na busca de
uma decisão coletiva. (Kilgor e Eden, 2010).

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

Introdução
• Este apoio pode ser do tipo:
– Analítico ou de Processo.
• No apoio analítico,
– modelos matemáticos podem representar os
aspectos de
– racionalidade e de natureza de comportamento social
– para integrar as preferências de diversos indivíduos
– com vistas ao apoio na decisão coletiva.
• No apoio de processo,
– tem-se o uso de diversos procedimentos que
permitem
– a integração das pessoas envolvidas na decisão.
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

10

5
Distinção entre as Abordagens
Decisão em Grupo e
Negociação
• Decisão em Grupo e Negociação envolve unidade e
diversidade.
• Pode-se apresentar uma visão distinta para ambos, mas
muitas vezes pode ser difícil dissociá-las.
• Decisão em grupo:
– pode ser vista como uma decisão envolvendo dois ou mais
decisores, os quais assumirão alguma responsabilidade sobre a
escolha.
• Por sua vez, Negociação
– trata de um processo no qual dois ou mais decisores
independentes podem fazer uma escolha coletiva ou escolha
nenhuma (Kilgor e Eden, 2010).

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

11

Distinção entre as Abordagens


Decisão em Grupo e
Negociação
• Decisão em grupo envolve
– um procedimento analítico para agregar preferências de um grupo de
decisores.
• Negociação envolve
– um processo de interação entre os decisores para que cheguem a uma
decisão em comum.
• No uso dos procedimentos analíticos de agregação de preferências,
há uma grande preocupação
– no respeito às regras de racionalidade e no comportamento destes
procedimentos diante de alguns paradoxos.
• Já nos processos de negociação, a preocupação
– com a interação, comunicação, dentre outros elementos que levam ao
contato entre os decisores, tem um papel mais destacado.
• Existem diversas formas de classificar os processos de negociação,
quanto ao número de decisores (partes envolvidas) e outros
elementos do problema e do processo em si (Raiffa, 1982).

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

12

6
Distinção entre as Abordagens
Decisão em Grupo e
Negociação
• Nos processos de negociação,
– alguns procedimentos analíticos são utilizados,
– de modo a garantir a racionalidade dos decisores e a
obtenção de resultados mais eficientes para as
partes envolvidas.
• Um dos problemas de Decisão em Grupo e
Negociação que ilustra bem este aspecto é o de
repartição,
– onde procedimentos analíticos são essenciais na
busca de uma divisão justa entre as partes.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

13

Decisão em Grupo e Negociação

CONCEITOS BÁSICOS EM DECISÃO EM GRUPO E


NEGOCIAÇÃO

14

7
Decisão em Grupo e
Negociação

Vários aspectos em comum podem ser


observados em Decisão em Grupo e
Negociação:
• Envolvem um ambiente colaborativo ou
co-operativo.
• Envolvem um ambiente competitivo, com
graus variados de conflitos.
• Envolvem um ambiente competitivo, com
intenso grau de conflito.
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

15

Decisão em Grupo e
Negociação
• Os decisores podem ter:
– Os mesmos objetivos, mas não perceberem isto claramente
– Objetivos distintos que se complementam num objetivo maior
(da organização)
– Objetivos distintos e conflitantes (que embora conflitantes, não
chegam a ser opostos)
– Objetivos que se opõem
• Os decisores podem:
– Ter disponibilidade de tempo (simultâneo ou não) para
desenvolver uma interação
– Não dispor de tempo (ou não coincidir esta disponibilidade) para
desenvolver uma interação, no prazo requerido
• Cada aspecto acima ilustra parte da diversidade de
situações e contextos que podem ser encontrados em
problemas de decisão em grupo ou negociação.
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

16

8
Temas Associados
• Decisão em Grupo e Negociação envolve a sinergia
entre várias áreas e subáreas de conhecimento, dentre
as quais podem ser destacadas:
– Pesquisa operacional, com destaque para:
• Teoria dos jogos
• Decisão multicritério
• Métodos de estruturação de problemas
– Teoria de escolha social
– Psicologia social
– Ciência política
– Engenharia de sistemas
– Sistemas de informação
– Ciência da computação

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

17

CONCEITOS BÁSICOS EM DECISÃO EM


GRUPO E NEGOCIAÇÃO

Agregação
de Preferências e
de Conhecimento

18

9
Agregação de Preferências e de
Conhecimento
• Há uma clara distinção entre
– agregação de preferências de decisores e
– agregação de conhecimento de especialistas.
• Em Decisão em Grupo e Negociação esta
distinção é muito importante para a forma
como o modelo analítico ou o processo de
interação será tratado.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

19

Agregação de Preferências e de
Conhecimento
• Atores diferentes, decisores ou especialistas, requerem abordagens
distintas.
– O tipo de informação tratado, preferência ou conhecimento, envolve
diferentes aspectos cognitivos.
• Quando se trata de decisores,
– devem-se obter suas estruturas de preferências.
– Estes decisores nem sempre buscam o mesmo resultado.
– Podem envolver objetivos diferentes ou conflitantes entre os decisores.
– Ações de barganha podem ocorrer, assim como manipulações diversas
no processo.
– A preocupação se concentra em agregar preferências.
• Quando se fala em conhecimento de especialistas,
– tem-se a descrição de comportamento de uma ou várias variáveis em
um sistema.
– Isto envolve percepções distintas de um mesmo fenômeno.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

20

10
Agregação de Preferências e de
Conhecimento
• No contexto, de agregação de conhecimento,
– deve-se observar que os especialistas buscam uma mesma resposta.
– Não envolve objetivos diferentes ou conflitantes entre os especialistas (espera-
se que não atuem como decisores tentando distorcer o processo de busca de
conhecimento).
– Deve-se considerar que os especialistas têm backgrounds diferentes.
– Este processo não envolve negociação, mas pode envolver disputas na
imposição de percepção.
– A interação pode trazer aprendizado sobre o comportamento do sistema.
• A agregação de conhecimento de especialistas pode envolver
– modelos e processos de obtenção de consenso;
– isto é, consenso sobre a percepção em relação a variáveis no problema.
• Um tipo bem distinto de problema de agregação de conhecimento de
especialistas versa sobre
– a agregação de probabilidades subjetivas, dentro do contexto de modelos de
decisão Bayesianos.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

21

CONCEITOS BÁSICOS EM DECISÃO EM


GRUPO E NEGOCIAÇÃO

Atores no Processo Decisório

22

11
Atores no Processo Decisório
• Várias classificações na literatura - atores - destacam-se:
• Decisor;
• Analista;
• Cliente;
• Especialista
• outros atores (stakeholders)
• Um facilitador, em princípio não interfere no processo de
negociação, devendo atuar apenas para facilitar o funcionamento
do próprio processo.
• Um mediador é um observador imparcial que apóia os
negociadores em suas investigações para encontrar um acordo.
– O mediador pode obter informações de cada indivíduo e estudar possibilidades
de solução de compromisso que seria preferível para todas as partes, sem
revelar informações individuais.
• Um árbitro ouve os argumentos e propostas de todos os decisores e
num primeiro momento, tenta conduzir os negociadores na busca
de suas próprias soluções, podendo sugerir soluções razoáveis.
– Caso não encontre umDeci&Sistem-Adiel
acordo dos decisores, o árbitro tem a autoridade para
T de Almeida
impor uma solução.

23

Decisão em Grupo e Negociação

ABORDAGENS DE
AGREGAÇÃO PARA DECISÃO
EM GRUPO

24

12
Decisor e o
contexto organizacional

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

25

Contexto Organizacional
• Há muitos métodos e procedimentos
desenvolvidos - de decisão em grupo.
– Ponto de vista pelo lado dos Pesquisadores que
propõem um novo método.
• É necessário se considerar o Contexto
Organizacional
– para o qual o método ou procedimento seja
apropriado.
– Ponto de vista de quem vai usar esse método
(decisor ou analista).
– Clássica questão
• Escolha de Métodos

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

26

13
Contexto Organizacional
O Contexto Organizacional
• Fundamental para Decisão em Grupo.
• Já seria relevante para o caso de decisão
individual
– escolha do método mais apropriado.
• Em Decisão em Grupo o entendimento do
Contexto Organizacional
– permite que se considere qual a relação de poder
entre os decisores envolvidos
– e o grau de poder que exercem nesse Contexto
Organizacional.
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

27

Contexto Organizacional
• O Contexto Organizacional inclui
– A Estrutura Organizacional,
– A Cultura da Organização sob consideração,
– Seus sistemas organizacionais,
– Forma de desenvolver a gestão dos processos de negócio (BPM
– Business Process Management),
– Forma como a organização define seu posicionamento
estratégico e
– Como conduz a própria estratégia, dentre outros aspectos.
– Muitas vezes a relação de poder entre os decisores é
• implícita e alguns casos é explícita.
• Como exemplo, pode-se considerar a existência de procedimentos
de votação para decisões em conselhos administrativo ou
deliberativo, os quais são explicitados no Estatuto (ou instrumento
normativo interno) de uma Organização.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

28

14
Organization in the Model

DMs’
Interrelation
Organizational Analytical
context Model

DMs’
preferences

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

29

Grau de Importância ou
Ponderação dos Decisores

30

15
Grau de Importância ou
Ponderação dos Decisores
• Uma das questões de grande dificuldade em decisão em
grupo é o estabelecimento de
– grau de importância ou
– peso dos decisores.
• Há modelos onde os decisores são tratados com o
mesmo peso.
– Em outros modelos são considerados com pesos distintos.
• Quando os decisores são tratados com pesos
diferentes, deve-se considerar quem deverá atribuir esta
informação.
• Em função disto, dois tipos de problema de decisão em
grupo podem ser considerados:
– Grupo de decisão com um supra-decisor
– Grupo de decisão participativa
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

31

Tipos de Procedimentos para


Decisão em Grupo

32

16
Tipos de Procedimentos para
Decisão em Grupo
• Os procedimentos para agregação de
preferências de um grupo de decisores
envolvem
– a redução das diferentes preferências individuais
• a um conjunto de preferências coletivas.
• Os tipos de procedimentos para agregação de
decisão em grupo podem ser classificados
como:
– Agregação a partir das preferências iniciais dos
decisores
– Agregação a partir dos resultados e escolha finais
dos decisores

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

33

Tipos de Procedimentos para


Decisão em Grupo
• Na agregação a partir das preferências iniciais dos
decisores,
– o resultado final de cada decisor não é visualizado diretamente,
– pois a agregação entre os decisores é desenvolvida a partir dos
dados iniciais de preferência.
• Já na agregação a partir dos resultados e escolha finais
dos decisores,
– cada decisor apresenta seu resultado final de priorização
(seleção ou ordenação) das alternativas,
– como entrada para o procedimento de agregação.
• Não foi incluída na classificação acima a situação de
agregação de conhecimento de especialistas,
– a qual é dedicada um item próprio.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

34

17
Procedimento 1 Procedimento 2

DM1 DM2 ... DMk DM1 DM2 DMk

Agregação preferencia Usa P1 e produz Usa P2 e produz Usa Pk e produz


inicial de Grupo de DMs Pi, o ranking das o ranking das o ranking das
produz preferencia coletiva alternativas alternativas alternativas
de DMs P (R1) do DM1 (R2) do DM2 ... (Rk) do DMk

P é aplicada para Procedimento de decisão em grupo para agregação


escolher R das escolhas individuais dos DMs (Ri)

P —› para escolha de R R = ranking coletivo das alternativas

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

35

Agregação a partir das Escolhas


Individuais dos Decisores
(ou Resultados Finais )

36

18
Agregação a partir das Escolhas Individuais
dos Decisores (ou Resultados Finais)
• Neste caso, cada um dos indivíduos age
conforme a sua preferência,
– usando seus próprios sistemas de valores.
– Este grupo é caracterizado pela coleção de
indivíduos independentes.
– O processo de agregação foca no resultado das
prioridades das alternativas de cada participante.
• Há várias formas de resolver este tipo de
problema,
– A depender da informação de input para o processo
de agregação
• Ordinal
• Cardinal
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

37

Agregação a partir das Escolhas Individuais


dos Decisores - input ordinal
• A principal forma de agregação para input
ordinal utiliza o que na literatura é chamado de
• Sistemas de Votação
• Pode-se também tratar este problema com o
uso de um método multicritério,
– considerando o resultado de ordenação final de cada
decisor.
– Utiliza-se, então ao final, um método de agregação
ordinal, para agrupar as ordens dos diversos
decisores.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

38

19
Agregação a partir das Escolhas Individuais
dos Decisores - input cardinal
• A forma mais simples para resolver este
tipo de problema,
– Utiliza o modelo aditivo

n
v(v1, v2 ,..., vn )   ki vi
i 1

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

39

“Importância dos Decisores”


no Modelo Aditivo

40

20
“Importância dos Decisores”
no Modelo Aditivo

• Num modelo de agregação compensatório


deve-se tomar cuidado para combinar as
diferentes avaliações das conseqüências.
• No caso do modelo aditivo tem-se a
função valor do grupo, dada pela equação
n
v(v1, v2 ,..., vn )   ki vi
i 1

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

41

“Importância dos Decisores”


no Modelo Aditivo
• Uma questão importante neste modelo é a determinação
das constantes de escala relativa à avaliação do decisor
i.
• Não se trata de determinar o grau de importância do
decisor i.
– Este não é o ponto relevante, embora muitos confundam esta
situação e adotem procedimento errôneo.
– A questão é determinar o valor da função vi na sua contribuição
para a função global de agregação para decisão em grupo na
equação (3.1).
• Isto deve ser efetuado considerando os valores de
conseqüências obtidas,
– visto que a função valor vi, relativo ao decisor i,
– está associada ao valor de conseqüências a serem obtidas no
processo decisório.
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

42

21
“Importância dos Decisores”
no Modelo Aditivo
• Os pesos podem ser considerados uma combinação de
dois aspectos (Keeney and Nau, 2011):
– A consequência avaliada por cada decisor k, e
– A importância relativa (poder) de cada decisor no grupo.
• Falando tecnicamente (Keeney and Nau, 2011),
– É mais fácil especificar a importância relativa dos decisores do
que
– Fazer comparações entre valores de consequências dos
decisores
• No entanto, aspectos comportamentais e políticos
podem surgir
– Quando se especifica a importância relativa de decisores

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

43

Procedimentos para Agregação de


Preferências Iniciais dos Decisores

44

22
Procedimentos para Agregação de
Preferências Iniciais dos Decisores
• Este tipo de procedimento pode ser aplicado, quando os indivíduos
estão dispostos a renunciar às suas próprias preferências (valores,
objetivos)
– para atingir o objetivo final do grupo (ou organização).
• Assume-se que os decisores
– agem em conjunto e
– agrupam os seus julgamentos de tal modo que o grupo se torne um
“novo” indivíduo e
– se comporte como um só.
• Na maioria dos casos este tipo de situação envolve também um
problema multicritério.
• Em geral, a questão se concentra mais na integração da avaliação
inter-critério.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

45

Procedimentos para Agregação de


Preferências Iniciais dos Decisores

Modelos não compensatórios

46

23
Modelo Aditivo para Agregação de
Decisores

47

Modelo sem Agregação


Direta dos Decisores

48

24
Modelo sem Agregação Direta dos
Decisores

• Outra forma de abordar essa questão


– sem uso de uma agregação direta com
modelo aditivo.
– Para a analise nessa situação
• são úteis as abordagens para agregação aditiva
com informação parcial (ou incompleta).
– Nesse caso, ao invés de se estabelecer os
pesos na agregação dos decisores, pode-se
trabalhar com faixas de pesos (Weber, 1987).

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

49

Modelo sem Agregação Direta dos


Decisores
• Em relação ao processo de decisão há duas
possibilidades (Hämäläinen e Pöyhönen, 1996):
– Começar pela elicitação individual das
preferências dos decisores e buscar depois um
intervalo comum;
– Começar diretamente com todo todos os
decisores na busca de modelo de intervalo
conjunto do grupo.
• O segundo processo é mais apropriado para
negociações mais suaves (negociação
integrativa)
• O primeiro para negociações mais difíceis
(negociação distributiva).
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

50

25
Modelo sem Agregação Direta dos
Decisores
Há uma preocupação com o efeito de ancoragem,
• que pode ocorrer quando os decisores
começam pela especificação de suas próprias
preferências individuais. (Hämäläinen e
Pöyhönen, 1996)
• Supõe-se que analisando de forma explícita
suas próprias preferências, os decisores
podem ser mais relutantes a aceitarem um
acordo que atenda a outra estrutura de
preferência,
– mesmo que seja coletiva, em comparação com
aqueles decisores que começaram o processo de
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida
forma integrada.
51

Modelo sem Agregação Direta dos


Decisores
• Keeney (2009) Acha que o primeiro processo é melhor,
– explicitação de diferentes avaliações pode ajudar o grupo a
perceber insights úteis a análise do problema de decisão.
– Também tem se verificado que quando o facilitador mostra
esses diferentes resultados do grupo permite uma maior
atenção a detalhes mais específicos relativos a essas diferentes
visões.
• Podem ser mostrado esses resultados na forma de
indicadores, com médias e desvio padrão por exemplo.
– Um desvio padrão muito grande pode mostrar em que tópico os
decisores podem desenvolver uma maior discussão (Adla,
Zarate e Soubie, 2011).

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

52

26
Modelo sem Agregação Direta dos
Decisores
• Questão que merece destaque no contexto de
modelagem de preferências:
– procedimentos de elicitação sempre podem apresentar
inconsistências, como já amplamente mostrado em estudos
comportamentais de decisão individuais.
• Deve-se refletir em como isso pode ser agravado
quando o decisor tem que fazer isso em conjunto no
grupo,
– visto que individualmente a modelagem de preferências já é um
grande desafio.
• Será que o decisor consegue entender claramente suas
próprias preferências, numa discussão conjunta?

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

53

Obtenção de Acordo ou
Consenso

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

54

27
Obtenção de Acordo ou Consenso
• Agregar preferências individuais é um ponto
crucial em problemas de decisão em grupo.
• Assim sendo, três questões devem ser
consideradas ao tratar de preferências
individuais:
1. como será a coleta dessas preferências individuais
e suas representações;
2. como resolver as inconsistências em preferências
fornecidas pelos decisores; e
3. como combinar as preferências individuais para
obter uma recomendação final e/ou um consenso.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

55

Consenso
• Consenso é uma palavra de origem latina e significa
anuência, consentimento.
• Tradicionalmente, o consenso implica num acordo
unânime entre todos os participantes (Ben-Arieh e
Easton, 2007).
• O consenso pode ser representado por um grupo
solidário em sentimentos e crenças.
• Por outro lado, o termo consentimento pode ser
entendido como uma concordância ou aprovação por
algo feito ou proposto por outro; um acordo voluntário
entre pessoas.
• Por essa razão, é comum associar o termo consenso a
decisão em grupo e negociação, no contexto de
preferências.
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

56

28
Obtenção de Consenso
• No entanto, esse termo seria mais apropriado à agregação de
conhecimento de especialistas,
– quando seu significado está associado a agregar opiniões diferentes
sobre o entendimento do sistema objeto da decisão.
• Por exemplo, sobre o comportamento de uma variável do
sistema (ou no problema de decisão)
– que não seja consequência e
– Esse tipo de variável não está sob o controle do decisor,
– no sentido de ‘Estado da Natureza’ (termo -Teoria da Decisão).
• A aplicação desse termo em agregação de preferências está
relacionada à obtenção de um acordo.
– Um acordo que teria o sentido de ceder, renunciando à melhor
consequência e aceitando uma consequência satisfatória.
• Isso seria diferente de se esperar que o decisor mude suas
preferências.
• No outro caso de agregação de conhecimento de especialistas,
deve-se esperar, estimular e buscar a mudança de opinião.
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

57

Decisão em Grupo e Negociação

Sistemas de Votação

58

29
Sistemas de Votação
• Os sistemas de votação podem ser utilizados
para outras finalidades além de eleição.
• Uma finalidade particularmente interessante é
– no apoio a um processo de decisão multicritério de
um grupo de decisores.
• Considere uma situação onde vários decisores
devem escolher uma entre várias alternativas
– ou efetuar uma ordenação destas alternativas
– estes decisores tem vários objetivos (multicritério),
que podem ser comuns ou não.
• Ver modelo da Figura 4.1
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

59

Matriz de
alternativas
por critério
nxk

D1 D2 D3 .......... DR

(nxk1) (nxk3) .......... (nxkR)


(nxk2)

ranking 1 ranking 2 ranking 3 .......... ranking r

...
(nxki)
matriz
alterna-
tiva por
decisor
nxR
ranking final das alternativas
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

60

30
Sistemas de Votação
• Os sistemas de votação estão associados
a um dos tipos de procedimentos para
agregação de decisão em grupo,
– a agregação a partir dos resultados e escolha
finais dos decisores
– O estudo dos sistemas de votação está
relacionado à teoria da escolha social.
– Há vários sistemas de votação propostos na
literatura.
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

61

Sistemas de Votação
É importante destacar o papel da teoria da escolha social nos sistemas
de votação,
• quando se deseja deixar claro que o propósito destes sistemas está
relacionado ao apoio a decisão
– de um grupo de pessoas
– que pretende ter suas preferências consideradas no processo de
decisão.
• Então, estes sistemas não tratam simplesmente da análise de
dados sobre as preferências dos diversos decisores.
– Há abordagens deste tipo relacionadas à área de computação
• Aspectos de natureza preferencial e de comportamento social
devem ser considerados.
• Um procedimento de votação pode ser entendido como
– “um método para se chegar a escolhas sociais provenientes das
preferências de indivíduos” (Arrow, 1950).

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

62

31
Sistemas de Votação

Alguns
procedimentos de votação

63

Sistema de Votação Pluralista

64

32
Sistema de Votação Pluralista
• O método Pluralista é um dos meios mais simples para
aferir a vontade coletiva, por meio do voto.
• A opção que receber o maior número de votos vence.
• No entanto, este método tem vários inconvenientes.
• Este procedimento é geralmente indicado nos casos em
que os decisores indicam apenas uma alternativa e
buscam a escolha de apenas uma alternativa.
• Este método é muito utilizado em eleições políticas.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

65

Um exemplo de votação
4 eleitores 3 eleitores 2 eleitores

Alternativa 1 A B C
Alternativa 2 E C D
Alternativa 3 D E E
Alternativa 4 C D B
Alternativa 5 B A A

• A Tabela 4.1 mostra o resultado da votação dos nove


eleitores, donde se observa que
– quatro eleitores, votam na seguinte ordem de candidatos:
AEDCB,
– enquanto que três eleitores votam na ordem BCEDA, e
– dois eleitores expressam outra visão CDEBA.
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

66

33
Procedimento pluralista
4 eleitores 3 eleitores 2 eleitores

Alternativa 1 A B C
Alternativa 2 E C D
Alternativa 3 D E E
Alternativa 4 C D B
Alternativa 5 B A A

• Considere-se o procedimento pluralista e


tem-se como resultado para a eleição:
– O candidato A, com 4 votos.
– Ou seja, menos de 50% dos votos.
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

67

Procedimento pluralista com segundo turno


4 eleitores 3 eleitores 2 eleitores

Alternativa 1 A B C
Alternativa 2 E C D
Alternativa 3 D E E
Alternativa 4 C D B
Alternativa 5 B A A

• No caso de adotar o procedimento pluralista com segundo turno,


tem-se que os dois candidatos mais votados são
– A (com 4 votos) e
– B (com 3 votos).
• O candidato B obteria, no segundo turno:
– cinco votos contra os quatro votos do candidato A.
• Assim, o candidato B ganha.
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

68

34
Comparação par a par
4 eleitores 3 eleitores 2 eleitores

Alternativa 1 A B C
Alternativa 2 E C D
Alternativa 3 D E E
Alternativa 4 C D B
Alternativa 5 B A A

• Poderia ser considerado um procedimento de comparação par a par.


– Neste caso, se avalia como os eleitores votam entre A e B, B e C, etc.
• B ganha de A por cinco votos contra quatro.
– Pode-se indicar então que B P A.
• Neste exemplo tem-se que C ganha de todas as alternativas na
comparação par a par.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

69

Outros Procedimentos
• Tem-se então, até este momento, três possíveis
candidatos vendedores:
– A ou B ou C.
• Aplicando-se o método de Borda,
– o candidato E seria o vencedor.
• Aplicando-se o método Aproval Voting (AV)
– tem-se o candidato D como vencedor.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

70

35
Procedimentos de Votação
• Variando a regra de votação, qualquer candidato pode
ser indicado
– neste exemplo,
– Isto nem sempre ocorrerá e é claro que este exemplo numérico
extremo foi criado de tal forma a apresentar esta ilustração.
• No entanto, deve-se destacar igualmente, que
dificilmente os resultados serão iguais para todos os
procedimentos.
• A questão aqui é demonstrar que
– o sistema de votação utilizado para agregar as votações
individuais é tão importante quanto
– os votos de cada eleitor em si, visto que também será
determinante no resultado final.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

71

Procedimentos de Votação
• Cada procedimento de votação tem suas características próprias a serem
consideradas na escolha de um procedimento.
• Estas regras também têm suas justificativas intuitivas a serem
consideradas.
– A regra de votação pluralista busca candidatos que tenham melhor desempenho
para a maioria.
– O método Borda busca a alternativa com maior pontuação com base no seu
posicionamento relativo para os todos os decisores.
– O método AV é direcionado a encontrar a alternativa que tem aprovação da
maioria dos decisores.
• Estes sistemas de votação assumem que os decisores estão expressando
sua real preferência quanto às alternativas.
– Isto é, usam estratégia de voto sincero, conforme terminologia da área.
• Em algumas situações, os decisores desviam de suas alternativas
favoritas,
– quando consideram que não tem chances no processo,
– atribuindo a estas um valor baixo.
– Isto é chamado de votação estratégica.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

72

36
Teoria de Escolha Social

73

Teoria de Escolha Social


• A teoria de escolha social é a base para os
procedimentos de votação.
– Sob certas hipóteses comportamentais
• o perfil de preferências,
• junto com o procedimento de votação
• determina a seleção das alternativas.
• Uma das hipóteses comportamentais mais consideradas
é a de que os decisores estabelecem
– o “perfil de preferências” P
– de acordo com seus próprios desejos (preferências).
– Ou seja, os eleitores votam conforme suas preferências.
– Diz-se que os decisores votam de forma sincera.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

74

37
Conceitos Básicos em
Votação

75

Conceitos Básicos em Votação


• Um conceito importante para a análise dos
procedimentos de votação é o da alternativa
vencedora de Condorcet,
– que corresponde à alternativa que ganha de todas as
outras alternativas na comparação par a par.
– No exemplo anterior, tem-se que C é a vencedora de
Condorcet.
• Um conceito relacionado é o da alternativa
vencedora de Condorcet forte.
– Esta alternativa é a que é selecionada em primeiro
lugar por mais da metade dos decisores.
– A maioria dos procedimentos de votação satisfaz
este critério na indicação de uma seleção.
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

76

38
Conceitos Básicos em Votação
• A perdedora de Condorcet corresponde à alternativa
que perde de todas as outras alternativas na
comparação par a par.
• No exemplo, a alternativa A perde para todas as outras
alternativas na comparação par a par,
– sendo portanto uma alternativa perdedora de Condorcet.
• Observa-se que a alternativa A
– ganha em primeiro lugar para 4 decisores,
– mas fica em último lugar para os grupos de 3 e 2 decisores,
– perdendo para todas as outras alternativas para 5 decisores.
• Isto torna o resultado no método pluralista, a ela
favorável, ainda mais questionável.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

77

Paradoxos de Votação

78

39
Paradoxos de Votação
• Alguns paradoxos serão comentados ao longo
da descrição dos procedimentos de votação.
• O paradoxo de Borda está relacionado ao
resultado anterior,
– na conceituação da alternativa perdedora de
Condorcet
– e atua como uma crítica ao método pluralista, o que
deu origem à proposta do método de Borda.
• Como poderia a alternativa A ser declarada
vencedora, se ela perde para todas as outras na
comparação par a par.
– Conforme exemplo da Tabela 4.1

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

79

Paradoxos de Votação
• O paradoxo de Condorcet é um dos paradoxos mais conhecidos na
área de votação.
• Considere três decisores e três alternativas: A, B, C,
– que apontam as seguintes escolhas individuais, com a relação de
preferência P:
– Decisor 1: A P B P C,
– Decisor 2: B P C P A,
– Decisor 3: C P A P B.
• Pode-se observar que
– para uma maioria APB (decisores 1 e 3) e
– para outra maioria BPC (decisores 1 e 2).
• Assumindo racionalidade da comunidade (propriedade de
transitividade),
– Então, deveria ser APC.
• No entanto, observa-se também que
– para outra maioria CPA (decisores 2 e 3).

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

80

40
Paradoxo de Condorcet
• Este paradoxo pode ocorrer numa
comparação entre três
alternativas A, B e C,
• ocasionando um circuito da forma
– A P B; A
– B P C; A
– C P A,
• A propriedade de transitividade
não é atendida.
C B
– uma das exigências para C B
racionalidade.
• Num problema com várias
alternativas,
– quando se obtém as
comparações par a par,
– podem surgir vários circuitos,
– os quais demandam maior
atenção na análise a ser
efetuada.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

81

Teorema da Impossibilidade
de Arrow

82

41
Teorema da Impossibilidade de
Arrow
Algumas condições para a Escolha Social (Arrow, 1950) são
consideradas.
Dentre elas:
• Condição - independência das alternativas irrelevantes
– caso haja a inclusão ou exclusão de alternativas,
– a ordem do conjunto já existente não pode ser alterada.
• Condição de soberania. :
– A função social não é imposta
– Uma função de bem-estar social será dita imposta
• se para algum par de alternativas distintas x e y,
– xRy para qualquer conjunto de ordens individuais R1, R2,
– onde R é a ordem social correspondente a R1, R2.
• Condição - A função social não deve ser ditatorial.
– Uma função social será dita ditatorial
• se existe um indivíduo i
• tal que para todo x e y, xPiy implica em xPy,
• à despeito das ordens dos outros indivíduos que não i.
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

83

Teorema da Impossibilidade de
Arrow
• Axioma 1
– Para todo x e y, ou xRy ou yRx.
• Axioma 2
– Para todo x, y e z, se xRy e yRz, então xRz
– propriedade de transitividade.
• Considerando os dois axiomas anteriores
e as condições,
– tem-se o Teorema da Impossibilidade (Arrow,
1950)
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

84

42
Procedimentos de Votação
Procedimento de Borda
Procedimento de Condorcet
Votação com Agenda
Votação de Aprovados (Aproval Voting)
Procedimentos de Coperland

85

Procedimento de Borda

86

43
Procedimento de Borda
• Proposto por Jean-Charles de Borda em 1781,
– como um procedimento para agregar o julgamento de vários membros
de um júri.
• Há algumas variantes para este método.
– A seguir apresenta-se a mais simples destas variantes.
• Trata-se de um método de posição ponderada, também classificado
no grupo de métodos de pontos ou sistemas de pontos.
– Também chamado de contagem de Borda.
• Este método elimina o paradoxo de Borda.
– jamais resulta em uma alternativa perdedora de Condorcet.
– Por outro lado, este método nem sempre resulta em uma alternativa
que seja a vencedora de Condorcet,
• o que representa uma de suas desvantagens.
– Este método é um dos poucos métodos que foi axiomatizado (Nurmi,
1983).

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

87

Procedimento de Borda
• um exemplo para quatro
alternativas e três decisores.
• Ordem de preferência para D1 D2 D3 b(aj)
cada decisor:
– decisor 1: A1 P A2 P A3 P A4
– decisor 2: A1 P A2 P A4 P A3 A1 4 4 1 9
– decisor 3: A2 P A3 P A4 P A1
• Obtém-se então a seguinte A2 3 3 4 10
pré-ordem: A3 2 1 3 6
– A2 P A1 P A3 P A4, conforme
Tabela 4.2. A4 1 2 2 5

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

88

44
Procedimento de Borda
• Um aspecto relevante neste procedimento é sua vulnerabilidade à
manipulação por parte de um grupo de decisores.
• Isto pode ocorrer, por exemplo, quando um grupo ranqueia na
última posição
– uma alternativa que seja a mais séria rival de sua alternativa preferida.
• Isto resulta na redução do desempenho global (do grupo) desta
alternativa rival.
– Esta estratégia não é difícil de ser conduzida neste método,
– comparando com outros, cujos algoritmos tragam uma complexidade
maior.
• Outro problema deste método
– dependência das alternativas irrelevantes,
– questão levantada por Arrow (1950).
• Pode surgir então um problema de reversão de ordem entre as
alternativas,
– caso seja retirada ou acrescentada alguma alternativa ao conjunto.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

89

Procedimento de Borda
• Para ilustrar este problema • Introduzindo-se a alternativa X,
considere o seguinte exemplo, que é irrelevante para os 3
– com 3 alternativas (A, B e C) decisores que escolhem C como
a primeira opção,
– com 7 decisores, – tem-se a seguinte situação com
– que resultam na seguinte alguma ajuda dos outros
indicação (Brams e Taylor, decisores, conforme ilustrado na
1999): seguinte ordenação das
• 3 decisores: CBA alternativa:
• 3 decisores: CBAX
• 2 decisores: ACB • 2 decisores: AXCB
• 2 decisores: BAC • 2 decisores: BAXC
• Adotando-se a = 0 e b = 1, na • Tem-se a seguinte ordem com
contagem de pontos, tem-se a respectiva pontuação:
seguinte ordem com – A (13 pontos),
respectiva pontuação: – B (12 pontos),
– C (8 pontos), – C (11 pontos), e
– B (7 pontos) e – X (6 pontos).
– A (6 pontos). • A alternativa C, que tinha o
melhor desempenho,
– passou a ter o pior quando a
Deci&Sistem-Adiel T de Almeida
alternativa X foi incluída.

90

45
Procedimento de Condorcet
• Este método foi proposto pelo
– Marquês de Condorcet (Condorcet, 1785),
– que foi contemporâneo de Borda,
– e teve sua motivação num contexto de agregação de votos em um júri.
• O procedimento consiste numa avaliação baseada em comparação
par a par.
• Na comparação entre duas alternativas, Ai e Aj,
– a alternativa vencedora será aquela que obtiver vantagem sobre a outra
para um maior número de decisores.
– Caso duas alternativas tenham o mesmo número de decisores lhe
favorecendo,
• então ter-se-ia uma indiferença I.
• A seguir um exemplo é apresentado na Tabela 4.3, considerando
– três alternativas (A, B e C) e
– cinco decisores.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

91

Procedimento de Condorcet
• A tabela mostra a
comparação par a par,
– indicando a quantidade de
decisores que prefere uma
Alternativas A B C alternativa na linha em relação
a uma na coluna.
A --- 1 2 • Comparando-se as
alternativas C e B,
B 4 --- 2 – tem-se que 3 decisores,
dentre os 5, preferem a
alternativa C ao invés da B.
C 3 3 ---
• Neste exemplo, observam-se
as seguintes relações dadas
pela maioria dos decisores:
– C P B,
– B P A, e
Deci&Sistem-Adiel T de – C P A.
Almeida

92

46
Procedimento de Condorcet
• A idéia do método é a partir destas comparações par a
par,
– fornecer uma ordenação das alternativas.
• Então, tem-se a seguinte ordem para as alternativas
– CBA.
• Observa-se ainda que a alternativa C corresponde a
uma alternativa vencedora de Condorcet,
– pois vence todas as outras alternativas (A e B).
• A seguir outro exemplo apresentado na Tabela 4.4,
considerando
– três alternativas (A, B e C) e
– treze decisores (Young, 1988),
– mostra uma situação diferente, envolvendo circuito.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

93

Procedimento de Condorcet
• Neste exemplo, observam-se as
seguintes relações dadas pela
maioria dos decisores:
– A P B, B P C, e C P A.
• Observa-se que é mais difícil
Alternativas A B C obter diretamente uma
ordenação das alternativas, a
partir das comparações par a par.
A --- 8 6
• Com o resultado destas
comparações par a par tem-se um
B 5 --- 11 circuito
– visto que A não é preferível a C
C 7 2 --- – ou seja, não se atende à
propriedade de transitividade
• o que impossibilita a ordenação
imediata destas alternativas.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

94

47
Procedimento de Votação com
Agenda
• Uma questão interessante relacionado ao procedimento de
comparação par a par
– está relacionado à questão de agenda de votação.
• Quando se tem várias alternativas e se pretende votar estas
alternativas em um colegiado,
– a agenda tem uma influência decisiva no resultado.
• Isto significa que aquele que organiza a agenda pode exercer um
poder muito grande no processo.
• O conceito de agenda em sistemas de votação refere-se
– à ordem em que as alternativas são colocadas em votação.
• Neste caso, o processo funciona da seguinte forma:
– as alternativas são apresentadas e comparadas em pares,
– de forma que a vencedora será comparada com a próxima a ser
apresentada
– e a alternativa perdedora é eliminada.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

95

Procedimento de Votação com


Agenda
• Este procedimento é baseado
– na errônea consideração de que
– qualquer que seja a alternativa que ganhe de uma
alternativa vencedora anterior,
– venceria a perdedora da comparação anterior.
• Neste caso tipicamente se desconsidera
– a não garantia
– da propriedade de transitividade no procedimento de
Condorcet.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

96

48
Procedimento de Votação com
Agenda
• Para ilustra esta situação, veja-se o
exemplo da Tabela 4.4,
• considerando que na agenda se
apresentem primeiramente
– o par de alternativas A e C.
• Pela Tabela 4.4, tem-se que Alternativas A B C
• a alternativa C elimina a alternativa A.
• Na segunda fase é apresentada a A --- 8 6
alternativa B, que é comparada com C,
– a vencedora da fase anterior. B 5 --- 11
• Nesta segunda fase, tem-se a
vendedora final, dentre as três
alternativas C 7 2 ---
– Alternativa B.
• Este resultado difere do resultado que
se teria com outras agendas.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

97

Procedimento de Votação com


Agenda
• Vejamos outras possibilidades
• Agenda: primeiramente
– o par de alternativas A e B.
• A alternativa A elimina a alternativa B.
• Na segunda fase é apresentada a
alternativa A, que é comparada com C, Alternativas A B C
– a vencedora da fase anterior.
• A vendedora final: A --- 8 6
– Alternativa C.
B 5 --- 11

C 7 2 ---

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

98

49
Procedimento de Votação com
Agenda
• Agenda: primeiramente
– o par de alternativas B e C.
• A alternativa B elimina a alternativa C.
• Na segunda fase é apresentada a
alternativa A, que é comparada com B,
– a vencedora da fase anterior. Alternativas A B C
• A vendedora final:
– Alternativa A. A --- 8 6

B 5 --- 11

C 7 2 ---

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

99

Procedimento de Votação com


Agenda
• Como observado
– a alternativa vencedora de uma seqüência de
comparações de pares de alternativas
– dependerá da agenda.
• Quem tem controle sobre a agenda tem grandes
chances de determinar a alternativa vencedora.
• De fato, isto ocorre
– quando o paradoxo de Condorcet está presente
– na estrutura de preferências coletiva dos decisores.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

100

50
Procedimento de Votação de
Aprovados (Aproval Voting)
• Este método foi introduzido na área de ciência política por Brams e
Fishburn (1978).
• O método Aproval Voting (AV) é
– um procedimento no qual cada decisor pode indicar
– tantas alternativas quantos queira que sejam consideradas para ganhar
a primeira posição.
• Ou seja, as alternativas que sejam atrativas para suas preferências,
– ignorando as alternativas menos interessantes.
– Para um conjunto de n alternativas, cada decisor pode aprovar n-1
alternativas.
• Um procedimento simples pode ser considerado.
– Cada decisor atribui valor 1 ou 0 para cada alternativa.
• Valor 1 indica que a alternativa tem sua aprovação e
• valor 0 indica que não tem aprovação.
– A alternativa selecionada é a alternativa que tenha maior número de
votos.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

101

References
• de Almeida, A.T.; Morais, D. C.; Costa, A.P.C.S; Alencar, L. H; Daher, S.F.D; (2019). Decisão Em Grupo e
Negociação - Métodos e Aplicações. Editora Interciência. 2ª Edição.
• Kilgour, D. M.; Eden, C. Handbook of group decision and negotiation: advances in group decision and
negotiation 4. Springer Science, 2010.
• Arrow, K. A difficulty in the concept of social welfare. The Journal of Political Economy, v.58, n.4, p.328-346,
1950.
• Borda, J.C. Mémoire sur les élections au scrutin: Histoire de l’Académie Royale des Sciences, Paris, 1781.
• Brams, S. J.; Fishburn, P. C. Approval voting. American Political Science Review, LXXII, p.831-847, 1978.
• Condorcet, M. Éssai sur l’application de l’analyse à la probabilité des décisions rendues à la pluralité des voix.
Paris: De l’Imprimirie, 1785
• Copeland, A. H., ".A Reasonable' Social welfare Function," mimeo, University of Michigan Seminar on
Applications of Mathematics to the Social Sciences, 1951.
• Keeney RL (1976) A Group Preference Axiomatization with Cardinal Utility. Manage Sci 23(2):140-145
• Munda G (2008) Social multi-criteria evaluation for a sustainable economy. Springer, Berlin
• Nurmi H (2002) Voting Procedures under Uncertainty. Springer Verlag, Berlin-Heidelberg, New York Nurmi H
(1987) Comparing Voting Systems. Dordrecht: D. Reidel Publishing Company
• Nurmi, H. Voting Systems for Social Choice. In: KILGOUR, D. M.; EDEN, C. (Ed) Handbook of group decision and
negotiation: advances in group decision and negotiation 4. Springer Science, 2010.
• de Almeida, A T; Morais, D. C. ; Nurmi, H . Systems, Procedures and Voting Rules in Context - A Primer for
Voting Rule Selection; book series Advances in Group Decision and Negotiation, vol 9. 1. ed. London: Springer
Nature, 2019. v. 1. 218p . DOI: 10.1007/978-3-030-30955-8.
• Morais DC, de Almeida AT (2012) Group Decision Making on Water Resources based on Analysis of Individual
Rankings. Omega 40:42-45 Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

102

51
References
• Roselli, L. R. P.; de Almeida, A T; Frej, E.A. Decision neuroscience for improving data visualization of decision
support in the FITradeoff method. Operational Research , v. 19, p. 933–953, 2019. DOI: 10.1007/s12351-018-
00445-1
• de Almeida, A.T. FITradeoff method for Resolving Evaluation of Criteria by Interactive Flexible Elicitation in
Group and Multicriteria Decision Aid. CDSID working paper also presented as keynote at Joint International
Conference of the INFORMS GDN Section and the EURO Working Group on DSS, Toulouse, (2014).
• Kim, S. H.; Ahn, B.S. Interactive group decision making procedure under incomplete information. European
Journal of the Operational Research, v.116, p.498-507, 1999.
• Leyva-lópez, J. C.; Fernández-gonzalez, E. A new method for group decision support based on ELECTRE III
methodology. European Journal of Operational Research, v.148, p.14-27, 2003.
• Macharis, C.; Brans, J.P.; Mareschal, B. The GDSS PROMETHEE Procedure. Journal of Decision Systems, v.7, p.
283-307, 1998
• Silva, V. B. S. ; MORAIS, D. C. . A group decision-making approach using a method for constructing a linguistic
scale. Information Sciences, v. 288, p. 423-436, 2014.
• Morais, D. C.; Almeida, Adiel T.; FIGUEIRA, J. R. . A Sorting Model for Group Decision Making: A Case Study of
Water Losses in Brazil. Group Decision and Negotiation, v. 23, p. 937-960, 2014.
• Regam, H. M.; Colyvan, M.; Markovchick-nicholls, L. A formal model for consensus and negotiation in
environmental management. Journal of Environmental Management, v.80, p.167-176, 2006.

Deci&Sistem-Adiel T de Almeida

103

52

Você também pode gostar