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O conflito temporal de leis tem lugar quando uma lei nova revoga uma lei anterior,
fazendo com que atos e fatos jurídicos que antes estavam em vigor, agora são modificados,
alterados pela nova lei.
Art. 6º da LICC
Quando uma lei está em vigor (tem vigência) o efeito que ela traz em seu conteúdo
passa a ser imediato e geral.
Todas as vezes que uma lei nova ou posterior modifica, altera, veda, impede, causas os efeitos de
outra lei (a velha ou anterior) provocando assim, conflitos seus efeitos serão aplicados de modo
imediato e geral. Deste modo, a lei velha ou anterior deixa de Ter vigor.
Tudo que estava descrito pela lei anterior, as situações jurídicas em geral, passa a ser
regido pela lei nova, imediata e genericamente.
Entretanto nem todos os negócios jurídicos seguirão esta norma. Podemos ver na 2ª
parte do Art. 6º, alguns casos em que a Lei nova não revoga a velha, tais como:
§ 1º O ato jurídico perfeito e acabado – ele não será atingido pela modificação da
lei nova. Ato jurídico e perfeito é aquela já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se
consumou.
Observe que a expectativa de direito não é direito adquirido. A pessoa ainda não é o
titular daquele direito pois está subordinado ao acontecimento de um evento.
Termo - acontecimento futuro e certo, geralmente com datas fixas para se consumar.
Portanto é um ato jurídico perfeito.
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Direito Adquirido - existe uma conexão, correlação entre este instrumento e o ato
jurídico perfeito e acabado.
São adquiridos os direitos que o titular, ou seu procurador, possam exercer, cujo
começo do exercício tenha termo pré-fixado anteriormente, ou condição pré-estabelecida
inalterável ao arbítrio de outrem.
Se ao invés de termo (data) fosse uma condição (que pode ou não acontecer) então
não sirva um direito adquirido.
Todo ato jurídico perfeito e acabado, acarretará Direito Adquirido para o seu titular.
DIREITO ADQUIRIDO
Retroatividade – efeitos novos de uma lei nova que ao revogar uma anterior vai atingir os
atos ou fatos ou negócios praticados sob o império de uma lei anterior e que continuam
produzindo efeitos no tempo.
Irretroatividade – se impõe nos atos jurídicos perfeitos e acabados e nos direitos
adquiridos, impedindo que a injustiça e o caos na ordem jurídica aconteçam.
RETROATIVIDADE
Justa – uma lei nova foi criada para permitir que os cidadãos tenham uma legislação mais
justa, mais homogênea.
Injusta – se fosse aplicada aos direitos adquiridos e aos atos jurídicos perfeitos e acabados.
Coisa julgada material - é aquela decisão judicial da qual não caiba mais qualquer
possibilidade de reexame ou modificação.
Ela já atingiu tudo que é previsto dentro da Teoria Geral de recursos do Direito
processual brasileiro que pudesse modificar aquela decisão, que pudesse cassar aqueles direitos e
substituí-los por outros.
RESPOSTA:
1. Ato jurídico perfeito e acabado – acarretará um direito adquirido, mas se houver uma
condição ou termo que pode não se consumar, então este direito ainda não é adquirido, mas
apenas uma expectativa de direito (Art. 123º CC).
2. Direito adquirido – sendo um direito atual, significa dizer que já é um direito adquirido ( Art.
74º CC) e, consequentemente, não será atingido pela modificação da Lei Nova (Art. 6º LICC).
Se o direito é futuro, seja ele condicionado a evento futuro e incerto (Art. 114º CC), possua ele
condição suspensiva (Art. 118º CC) ou resolutiva (Art. 119º CC), logo a aquisição deste direito
não se acabou de operar, ele será então, influenciado pela Lei Nova.
A coisa julgada – não está sujeita ao Art. 6º da LICC nem possui as condições definidas pelos
outros artigos citados.
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Resposta do Exercício
Art. 6º § 2º
Representação: Os pais representam os filhos menores
Menores sem pais são TUTELADOS
Maiores impossibilitados de exercer o DIR. são CURATELADOS
Devemos identificar o DIR. adquirido como possibilidade legal de exercício desse DIR.,
logo, quem puder exercer esse DIR., seja ele próprio, ou alguém por ele, considera-se em princípio
tendo adquirido esse DIR.
O DIR está adquirido em princípio, quando o seu titular puder exercê-lo em sua plenitude.
Portanto, se não há impedimento estará exercendo o DIR adquirido.
PRESUNÇÃO E FICÇÃO
São técnicas jurídicas com recursos legais que o legislador se vale para atender a certas
solicitações sociais que não poderiam ser resolvidas senão através desta técnica de aperfeiçoamento
que permite que se aplique certos dispositivos legais, sem as quais isso não seria possível.
São meios pelos quais a técnica jurídica se faz na prática social para fazer com que a lei
possa atuar, tornar-se efetiva e não ficar no papel.
São aplicadas de maneira muito intensa pelo legislador em todos os ramos do DIREITO.
PRESUNÇÃO - o legislador considera como verdade legal, algo que é possível fisicamente.
Ex: num acidente com mortes, quando é impossível determinar quem morreu primeiro, (para
efeito de divisão de patrimônio) então se considera como possível a comoriência (morreram juntos)
É uma veracidade legalmente disposta por um dispositivo legal que embora não se tendo a
adequação da verdade física comprovada nada impede que pudesse realmente ter acontecido porque
não é um fato impossível fisicamente.
Ex: Art.11° do CC.
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absolutamente falsa quanto à realidade física. É uma absoluta antinomia (contrário, oposição) entre
a realidade jurídica e a física.
Ex: Art. 43° inciso III do CC.
3. Presunção Hominis – esta não precisa fazer prova de que existe ou não porque é
conhecida por todos. Ex: provar que uma pessoa precisa cumprir a lei.
1) Deferido (Direito Adquirido) – Embora tenham uma condição ou termo, depende somente
da vontade do sujeito ou têm data pré-fixada.
Algumas vezes se tem o DIR. mas não se pode exercê-lo, o que significa não poder dispor
dele para o que quiser.
Consideram-se adquiridos no DIR. Bras. Os direitos que podem ser exercidos pelos seus
titulares de maneira total, integral ou plena, isto é, não estando a aquisição deles subordinada a
nenhuma condição, termo ou formalidade indispensável. No entanto, se a aquisição do DIR. estiver
subordinada a uma condição cuja realização esteja dependendo apenas da vontade do titular e
portanto inalterável a vontade de terceiros ou mesmo se houver um termo pré-fixado (data) entende-
se que esses Dir. já estão adquiridos e são denominados no Art. 74° inciso III § único do CC como
direitos futuros deferidos.
Mas se a condição não for qualificada como dependente unicamente da vontade do titular e,
se o termo não for pré-fixado, então o DIR. não se terá adquirido e o CC no dispositivo legal
supracitado denomina-os de direitos futuros não deferidos.
Art. 4 da LICC
Quando o juiz não encontra um dispositivo legal no ordenamento, temos lacunas da lei (no
CC) ou leis penais em branco (no CP)
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Lacunas legislativas Integração da norma jurídica: quando a
Lacunas ontológicas lei for omissa o juiz decidirá por
Lacunas Axiológicas analogia, costumes, PGD.
No Art. 5º
Lacuna Ontológica - a lei está em vigor, existe o dispositivo legal, mas não está adequada à
finalidade social a qual ela se dirige. A lei está obsoleta e antiquada. Já não mais atua ou age com
finalidade. Há uma total defasagem.
A legislação brasileira é cheia de lacunas ontológicas, gerando defasagens entre a evolução
social e a lei que está regulamentando o fato.
O Juiz não deve aplicar a lei que está defasada e, consequentemente, aplicar o Art. 4º.
Lacuna Axiológica - é o estudo do valor. Para se decidir é preciso formar um juízo de valor
acerca do fato concreto. A segunda parte do Art. 5º fala das exigências do bem comum (do
interesse público). O juiz não pode aplicar a lei pura e simples, mas deve observar se ela está de
acordo com a consciência social. É preciso apreciar cada caso, e se acontecer uma dessas três
formas de lacuna, o juiz julga pelo Art. 4º.
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Titulares de Direito Subjetivo – são pessoas que podem exercer este direito
porque são seus titulares e assim obterão as vantagens e prerrogativas que este exercício
pode lhe proporcionar e que é previsto e regulado pelo Direito Objetivo.
2) pessoas não podem ser objetos de direito mas já foram um dia, no período da
escravidão.
* alguns direitos subjetivos não têm existência corpórea. Ex.: direito de autoria
intelectual, mas o objeto desse direito é corpóreo ex: livro, filme ou música que foram
criados.
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- existência incorpórea ou imaterial
Personalidade Jurídica – conjunto de atributos que permitirá que ela possa ser
reconhecida como sujeito titular de direitos, consequentemente contrair direitos e
obrigações ou transmitir esses direitos adquiridos.
Ao nascer com vida (elemento fáctico), o neonato passa a ser considerado pessoa,
adquirindo personalidade jurídica, passando a ter neste momento, a capacidade e aptidão
para tornar-se sujeito ou titular de direito, ainda que não tenha conhecimento disso.
Capacidade - de direito/gozo
Jurídica - exercício de agir ou de fato
Se nasce vivo e morre logo após, adquire os direitos, pois teve um minuto que seja
de vida autônoma.
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Se nascer com vida e morrer logo após ele terá personalidade, capacidade de
direito, receberá a doação pela aceitação de seus pais e a transmitirá (com a sua morte)
aos seus herdeiros (ascendentes), no caso, os pais. Art. 1603, inciso II.
Conclusão, mesmo sem a vontade dos indivíduos, eles podem tornar-se sujeito ou
titulares de direito, por força de reconhecimento legal, pois nascem com vida e adquirem
personalidade. Todas as pessoas nacionais ou estrangeiras têm capacidade de direito e
de gozo.
Aqui o legislador está se referindo aos direitos futuros do nascituro. Mesmo que ele
não os adquira (se nascer morto) eu já atribuí com a doação.
O direito à vida só começa com o nascimento com vida, portanto, só o neonato tem
direito à vida.
Os direitos futuros do nascituro são tão bem protegidos que existe até a
possibilidade de ou o curador ou a mãe (representando o nascituro) ingressarem com
uma ação cautelar de “posse em nome do nascituro” requerendo que seja bloqueado um
percentual dos bens daquele que a mãe indica como pai, até que ele venha a se
submeter a um exame de DNA.
O objetivo dessa ação cautelar é proteger e resguardar o possível direito futuro do
nascituro na posse e sucessão daquele que o adotar como pai. (Art. 462 cc).
O Art. 462 cc (que é a redação antiga) acaba por criar um paradoxo com o Art. 4º
cc pois ele garante um curador para o nascituro na defesa de seus direitos futuros,
enquanto o art. 4º cc diz que só é pessoa após nascimento com vida e, obviamente, só
tem curador uma pessoa.
Outro ponto interesse é que no direito brasileiro não se exige a forma humana,
basta que seja concebido no ventre materno e que tenha nascido com vida para que se
torne uma pessoa e adquira personalidade e direitos.
Há uma série de questões que não estão previstas no ordenamento brasileiro, tais
como a biotecnologia, bioética, fertilização artificial, aluguel de útero etc.
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Os indivíduos precisam ter capacidade plena (de dierito e de fato) para praticar os
atos de direito.
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Absolutamente incapazes
Mesmo manifestando sua vontade, podem ter capacidade de exercício, de agir, não têm
capacidade de fato, entretanto têm capacidade de gozo e dir.
Não são capazes de, manifestando sua vontade, essa vontade ser reconhecida e não
gera efeito jurídico.
Eles podem adquirir dir, mas como a vontade não é reconhecida, alguém lhe
representará. O que não podem é fazê-lo por si mesmo.
Art.5º
*menores de 16 anos, pois não têm discernimento
*saúde mental (louco)
*deficiência física (surdo/mudo)
*ausência
Menores de 16 anos
Representações Art.84
Menores de 16 anos – os pais – pátrio poder – o pai no Direito Romano tinha dir de vida
sobre os filhos para contrapor a idéia de que o poder é do pai. A partir da Const.88 nos
Artigos 5º inciso 1º combinado Art.226 § 4º “os direitos e deveres são iguais para homens
e mulheres”.
No Art. 226 “há igualdade de dir entre homens e mulheres”.
Pelo sistema antigo a mãe só exercia o pátrio poder se o pai tivesse morrido, destituído,
ausente ou se tornado um débil mental. Hoje não é mais assim. O pátrio poder é exercido
por ambos.
No ante projeto de lei que está na câmara esta expressão passará a ser chamada
Autoridade Parental aqui poder=dever/pois os pais tem obrigação de sustentarem os
filhos com alimentação, saúde e educação pois na ausência desse dever os pais
responderão por crime de abandono material e crime de abandono intelectual (C.P.). Os
pais têm o dever de administrar os bens dos filhos porém não podem aliená-los.
Pelos TUTORES (nomeados) CURADOR (doentes mentais maiores e menores)
pais – 16 anos
curadores – menores ou maiores deficientes mentais, surdo, mudo e pródigo.
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tutores – menores de 16 na falta dos pais
Interditos – pessoas com problemas mentais se for casado é feito pelo conjuge, caso
contrário pelos pais. O juiz nomeia um curador caso fique comprovado loucura.
Art. 5º
Loucos de todo gênero – quem determina a falta de sanidade é uma junta médica
composta de psicólogos e psiquiatras e o juiz decreta sua incapacidade.
Psicopatas – 1933 Lei que cuida da questão da relatividade da incapacidade. Eles podem
ser absolutamente incapazes ou relativamente incapazes, baseado no laudo médico.
Quem pode requerer a interdição dos bens são o conjuge, ascendentes, descendentes.
Então essa pessoa será nomeada para curador para representar se ele for absolutamente
e relativamente incapaz.
Dependência física e psíquica = drogas químicas (álcool, cola, bebida, cocaína, maconha,
crack)
Idade – a idade avançada não tem a ver com senilidade. Ex: Barbosa Lima Sobrinho que
escreve para o JB quase que diariamente.
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assessoram na compra e venda de bens. Caso contrário esses atos se tornarão nulos.
Art. 145/147 Código Civil
Art. 154 – obrigações anuláveis quando contraidas por maiores de 16 e menores de 21:
quando resultado de atos por eles praticados sem a autorização de seus devidos
representantes.
sem assistência de seu curador em caso de ser interdito.
Art. 155 – quando o relativamente incapaz, dolosamente, pratica ato que não poderia sem
assistência, então ele não poderá se eximir da obrigação.
Art. 156 – o relativamente incapaz quanto às obrigações resultantes de ato ilícito em que
for culpado, equipara-se ao maior caso de ficção. Neste caso pode ser acionado por
responsabilidade civil. Art. 159 do cc
II – Pródigos
É a pessoa que não tem noção perfeita de valores no mercado e pratica atos de
dilapidação de seu patrimônio. Desvairado e tresloucado, não tem percepção afinada no
setor econômico apenas.
A pessoa que requer a interdição do pródigo se torna o seu curador, impedindo assim,
qualquer ação de alienação de bens por parte do pródigo.
lll - SILVÍCOLAS
São indígenas ou primitivos tidos como aculturados e que ainda não se inseriram na
civilização.
São tutelados pela FUNAI para protegê-los, de serem vítimas da civilização, na defesa de
suas terras, na defesa dos atos que praticam contra seus bens, etc... (são representados
por membros da FUNAI)
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LEI 6001 – ESTATUTO DO INDIO
Quando o indio se torna apto para a vida em sociedade civilizada, termina sua tutela
(processo de aculturação)
ALIENAÇÃO – fazer p/ terceiro/TRANSFERIR ou TRANSMITIR para TERCEIRO.
Os direitos reais sobre a propriedade são usar, gozar, dispor e fruir – a alienação se
encaixa em fruir.
Formas de alienação
Direta
mútuo = mutuários da CEF quando o imóvel fica hipotecado se o mutuário não pagar ele
perde a titularidade do imóvel.
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REPRESENTAÇÃO E ASSISTÊNCIA
Quando as pessoas são relativamente incapazes ou absolutamente incapazes, não quer dizer que elas
não possam adquirir ou transmitir direitos, mas não podem fazê-lo por si só.
Os absolutamente incapazes devem ser representados
Os relativamente incapazes devem ser assistidos.
Art. 387 – quando interesses de pais e filhos forem divergentes, o juiz, a requerimento do filho ou
do MP, lhe nomeará curador especial, para evitar qualquer prejuízo aos interesses do filho.
Representar o menor até os 16 anos na vida civil e assisti-lo após esta idade até os 21,
nos atos em que for parte.
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Não há renúncia do pátrio poder (este é irrenunciável), mas uma concessão voluntária de
emancipação, para agir como maior.
Art. 183
Para casar com menos de 21 anos é necessário permissão dos pais ou tutores e curadores, e se for
maior, de seus curadores, sendo a pessoa absolutamente incapaz.
Os assistidos (relativamente incapazes) e os representados (absolutamente incapazes), que desejem
se casar, podem requerer aos juízes (se menores ao juiz da Infância e Juventude, se maiores ao juiz
de família), uma sentença para substituir a vontade de seus pais, tutures e curadores, caso eles sejam
contra. Com a sentença positiva dada pelo juiz, esses menores fazem o pedido de habilitação para o
casamento na circunscrição de seus domicílios.
O mesmo processo se dá no caso de marido e mulher, quando casados sob qualquer que seja o
regime de bens (mesmo o da separação absoluta), que desejem vender ou alienar com hipotecas
bens imóveis. Ambos devem assinar. Caso um deles não queira, o outro pode pedir ao juiz de
família uma sentença de substituição de vontade (do outro) para que possam realizar o negócio.
O objetivo de se negar a assinatura seria assegurar futuramente a sucessão para os herdeiros
necessários (ascendentes e descendentes).
PERGUNTA - Se com a morte termina a personalidade civil, e se com o fim desta, também se
extingue a capacidade de direito/gozo e de agir/fato, obviamente este indivíduo deixou de ser
pessoa. Se ela não é mais pessoa, pode-se entender que ela é objeto de direito?
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RESPOSTA - A pessoa que morre é coisa, é objeto de direito. Entretanto não se pode vender o
corpo ou comercializá-lo, mas se pode doar os órgãos com o consentimento da família. Logo, é
coisa e ninguém duvida, mas como foi, em vida, um titular de direitos, não se admite que possa ser
objeto de comércio. Contudo mantém seus direitos de imagem.
Externo Soberania
Autodeterminação
Direito Público
União, Estados Membros, Municípios, DF,
Interno Autarquias, Fundação de Direito Público,
Entidades Paraestatais
Classificação da
Pessoa Jurídica Associação de utilidade pública
Sociedades Civis (literárias, pias, c/ fins lucrativos)
Sociedades Comerciais – animus lucrandi
Direito Privado Empresas Públicas
Sociedades de Economia Mista
Partidos Políticos
Fundações
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FUNDAÇÕES
É um patrimônio s/ sujeito ou titular de direitos, ao se extinguir seu patrimônuio vai para outra
Fundação.
Não terá finalidade lucrativa e constitui uma exceção às demais pessoas jurídicas.
São societas bonorum
pessoa natural
Instituidor pessoa jurídica de direito público- fiscalizada pelo TC
pessoa jurídica de direito privado
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FATO JURÍDICO
Antes de entendermos o que é fato jurídico, temos que entender o que é fato.
Fato é todo acontecimento, todo evento, tudo que sucede, tudo o que ocorre é um fato. Logo,
qualquer tipo de acontecimento é um fato.
Fato Social é todo o acontecimento ou evento, ou seja, tudo o que ocorre na sociedade.
Quando um fato social passa a ser jurídico?
O que acarretaria um fato social em sua conversão em jurídico?
Nem todos os fatos sociais podem converter-se em fatos jurídicos. Porém, todo fato jurídico
é um fato social.
Sem direito não há sociedade, logo todo fato jurídico é um fato social. É um evento que
produz efeito, que ocorre na sociedade.
Alguns fatos sociais convertem-se em fatos jurídicos e são inseridos no Ordenamento
Jurídico.
Como é que esta conversão acontece?
Através da norma jurídica e de um dispositivo legal. O fato social que for relevante
(importante, necessário) para o direito, por ter sido reconhecido como um fato conveniente, passa
então a produzir efeito jurídico, ou seja há aquisição, modificação ou extinção de direitos. Um ou
outro, ou ambos as mesmo tempo.
Porém, isso não existe isoladamente. O mecanismo é legislativo, é através da CF, através de
projeto de lei que transforma-se em lei, etc.
Evidente que é preciso haver clamor social para que certos tipos de conduta sejam
transformadas em normas jurídicas via a exteriorização: lei ordinária, decreto lei, etc.
Essa transformação deveria ser sempre o resultado de um anseio social. Deveria ser sempre
através dos costumes, mas no Brasil é alcançado pelo anseio, pelo clamor social, principalmente
aquele veiculado pela media.
Assim, podemos observar que um fato social não tem importância no universo jurídico até o
momento em que ele não cria nem transforma direitos. Mas a partir do momento em que ele atua
transformando os pilares do direito, ele passa a ser um fato jurídico.
Ex: Está alguém atravessando a rua e um mendigo pede esmola e o transeunte nega. Isso é
um fato social.
Mas, se nesta mesma cena, o transeunte empurra o mendigo, este cai e quebra a testa, passa
a ser um fato jurídico.
Então, o fato passa de social para jurídico. Houve a lesão da integridade corpórea do
mendigo. Pois aí, alguns valores foram violados e atingidos, passando a ter uma manifestação de
direito.
Quer dizer que sempre que um fato social é relevante para o Direito - porque é inserido no
ordenamento como norma de conduta, norma jurídica e, através de dispositivo legal é capaz de
produzir efeito jurídico de aquisição, modificação e extinção de direito - nós temos um FATO
JURIDICO LATO SENSU.
Ex: Um homícidio, um contrato de compra e venda, a cobrança de imposto são FJLS. Seja
penal, administrativo, comercial ou internacional será sempre um FJLS.
Portanto, a características principal do FJLS é ser um fato social , um evento, um
acontecimento na sociedade relevante para o direito que produz efeitos jurídicos de aquisição,
modificação e extinção.
Têm por gênese um acontecimento natural, fora da vontade do homem. Por serem alheios à
vontade, trata-se de um fato e não de um ato. Não se pode evitar que aconteçam. São oriundos dos
efeitos da natureza ou por iniciativa de terceiros. Apesar de não termos participação neles produzem
efeitos previstos em lei. Exemplos:
Fatos ligados ao tempo (idade, maioridade, etc.);
Acontecimentos ordinários (vida, morte não provocada, etc.); e
Acontecimentos Extraordinários (decorrentes de caso fortuito ou força maior).
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- a contigüidade de imóveis - os imóveis vizinhos. Você não pode querer que alguém não
seja seu vizinho, que alguém construa ao lado, na frente , atrás... Isso é impossível de ser evitado.
Todos são fatos jurídicos lato sensu acontecimento natural ordinário - alguém perde direito,
outro ganha.
Se subdivide em:
Ato Jurídico em Sentido Estrito ou Stricto Sensu -
Negócio Jurídico ou Ato Jurídico
O termo negócio jurídico não foi aceito por Clóvis Beviláqua (na criação do CC ) mas no
Art. 81, quando ele define ato jurídico é o mesmo conceito de negócio jurídico.
Em ambos temos a participação da vontade do homem, ambos são lícitos, ambos são espécie
de atos jurídicos.
Ato Jurídico Stricto Sensu - Art. 81 do CC - refere-se à prática do próprio ato, para
produzir os efeitos jurídicos já previsto em lei. Ao se praticar o ato, os efeitos decorrentes da prática
desse ato não são resultado de uma manifestação de vontade, porque esses efeitos já estavam
previstos em lei, regulamentando todas as vezes que uma pessoa praticar tal ato.
Sempre que alguém praticar aquele ato jurídico strictun sensun automaticamente
desencadeia uma série de efeitos jurídicos já previstos na lei. Exemplos:
Reconhecimento de filhos na certidão, gera efeitos patrimoniais e pessoais
Patrimoniais - com a morte dos pais , passa o filho a ser sucessor e herdeiro legítimo
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Pessoais - usar o nome do pai e mãe, alimentação, ( também não foi você quem criou)
Casa abandonada - res nulius - no momento que alguém passa a ocupá-la, essa pessoa é
a nova possuidora. Pelo Art. 485, se ela ficar 20 anos ocupando a casa, ele poderá entrar
com uma ação de usucapião (não foi ele que criou essa lei)
Casamento, Art. 194, a autorizada fala o que está na lei.
Fixação de domicílio - no momento em que se estabelece a residência, se recebe amigos,
correspondências, etc., está fixado o domicílio (você escolhe o local) mas está previsto em
lei que é ali sua residência.
Um navio afunda e bate numa caixa com ouro e o capitão pega o ouro para ele. É um
direito de invenção = encontrar.
Você vai se limitar a praticar o próprio ato, não decorrerá de sua vontade os efeitos gerados
por ele.
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BENS
Objeto de direito - é todo aquele que pode ser pressentível na colocação pelo homem,
sujeitando-se portanto a todo exercício de direito que esse homem, titular de direito, pode exercer
sobre ele, obtendo vantagens, prerrogativas e benefícios que o ordenamento jurídico lhe permitir.
O Código Civil Brasileiro teria seguido uma orientação do Código Civil Alemão (Art. 90 do
BGB) quando denomina coisa a todo o objeto de direito que tenha existência material, concreta e
indiscutivelmente comprovada (móveis e imóveis); e reservaria a expressão bens para os objetos de
direitos que não têm corporeidade (direitos e obrigações).
Entretanto, se analisarmos com cuidado, observaremos que o Código Civil Brasileiro no Art.
54 fala em bens materiais e imateriais, não se tratando portanto de uma simples cópia do Alemão,
porque o nosso legislador criou uma certa alternativa nesta configuração, já que ele não se refere a
objeto de direito somente aqueles que tenham existência corpórea, como deveria ser, caso
seguisse ao pé da letra o Código Alemão.
Se analisarmos sob o ponto de vista da física, notamos que coisa é tudo aquilo que existe no
universo, seja corpóreo ou incorpóreo.
Então temos que coisa é gênero e bem é espécie.
Art. 43, inciso I - foi derrogado pelo Art. 20, incisos VIII à X da CF no tocante ao espaço
aéreo e ao subsolo. O Art. 526 do CC teve sua interpretação mudada pelos Arts. 176 e 177 da CF. O
Decreto Lei 271 de 28/02/67 em seus Arts. 7 e 8 faz ressurgir o direito de superfície.
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Casos de Ficção: árvores são imóveis quando fixadas ao solo, quando retiradas do solo
(toras de madeira) passam a ser móveis. Os frutos, enquanto na árvore são imóveis por natureza,
após colhidos são móveis.
inciso II - a semente plantada é considerada bem imóvel por acessão física artificial,
conquanto que possua caráter permanente.
inciso III - bens exploradas na propriedade agrícola ou industrial, tornam-se imóveis por
acessão intelectual no momento em que ingressam no complexo. Quando estão na loja ou sendo
transportados são bens móveis. O mesmo acontece com o gado em relação à fazenda agrícola e a
máquina de costura em relação à fábrica de roupas.
Observar que para um bem adquirir a natureza jurídica de bem imóvel por acessão
intelectual é necessário que o proprietário, intencionalmente, o empregue em seu negócio.
Art. 45 - a qualquer momento, porém, estes bens podem deixar de ser imóveis e retornarem
à mobilização.
Art. 46 - o que se tira de um prédio para novamente nele incorporar, pertencerá ao imóvel e
será imóvel. Se numa demolição o material não for mais empregado em reconstrução, então será
considerado móvel.
Art. 47 - define os bens móveis, semoventes e móveis propriamente ditos.
Art. 48 - classifica-os em: móveis por natureza, por antecipação e por determinação legal.
Art. 49 - trata do aspecto móvel (enquanto material isolado) e imóvel (quando aderidos a
obra) dos materiais de construção.
Art. 50 - bens fungíveis (os móveis em geral) e bens infungíveis (móveis e imóveis). Repare
que será infungível a obrigação de fazer quando ela requerer a atuação personalíssima (qualidades
pessoais ou habilidade técnica) do devedor.
Art. 51 - bens consumíveis: terminam com o primeiro uso; e bens inconsumíveis: podem ser
usados continuadamente.
Art. 52 e 53 - coisas divisíveis: podem ser fracionadas em partes homogêneas e distintas,
sem alterar suas qualidades essenciais; e coisas indivisíveis: não podem ser fracionadas sem que
haja uma alteração em sua identidade.
Em relação à indivisibilidade das coisas, ver Arts. 707 (servidão), 757 (hipoteca) e 889
(obrigação indivisível das coisas) do CC.
Art. 54 - inciso I - classifica as coisas singulares em:
Simples - materiais (corpóreas) e imateriais (incorpóreas)
Coisas Singulares
Compostas - materiais (corpóreas) e imateriais (incorpóreas)
inciso II - coisas coletivas ou universais.
São as constituídas por várias coisas singulares, consideradas em conjunto, formando um
todo único, que passa a ter individualidade própria, distinta da dos seus objetos componentes. Se
apresentam como:
- universalidade de fato: conjunto de bens singulares, corpóreos e homogêneos. Cada uma
das partes continua tendo suas características peculiares. Ex.: biblioteca, rebanho, galeria
de quadros, etc.
- universalidade de direito: constituída por bens singulares corpóreos heterogêneos ou
incorpóreos, a que a norma jurídica dá unidade com o intuito de produzir certos efeitos.
Aqui, não se pode separar o bem do todo. Ex.: o patrimônio, a herança, etc.
Art. 55 - nas coisas coletivas, se desaparecer o todo, menos um, estará extinta a coletividade,
mas não o direito sobre o remanescente.
Art. 56 - sub-rogação real do bem coletivo. Significa dizer que se for retirado um bem da
universalidade de direito para ser vendido, a contrapartida, ou seja, o dinheiro que entrar continuará
mantendo intacta a universalidade.
Art. 57 - patrimônio e herança são universalidade de direitos.
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Universidade Estácio de Sá Elenice Rachid
Art. 61 - bens acessórios do solo
Art. 62 - as benfeitorias são acessórias, exceto nos casos dos incisos I, II e III
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