Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo

Departamento de Engenharia de Estruturas

Alvenaria Estrutural

Dimensionamento de Elementos

Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo

Departamento de Engenharia de Estruturas

Compressão simples
Solicitação mais importante e comum
Elementos onde ocorre: paredes e pilares

Tensão atuante
• NBR 10837 – sem majoração e área bruta
• ACI 530 – sem majoração e área líquida
• BS 5628 – com majoração ( γf ) e área bruta

Coediciente γf – BS 5628
Carregamentos
Combinação Permanente Variável Vento Terra /
Água
Permanente e Variável 0,9 ou 1,4 1,6 - 1,4
Permanente e Vento 0,9 ou 1,4 - 1,4 1,4
Permanente, Variável e 1,2 1,2 1,2 1,2
Vento
Dano Acidental 0,95 ou 1,05 0,35 - 0,35

1
 Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo
Departamento de Engenharia de Estruturas

Dimensionamento pela NBR 10837

• Calcular a tensão atuante

• Verificar espessura mínima e esbeltez máxima
• Determinar a máxima tensão admissível. Se for com
base no prisma é 0,20 fp R

⎛λ ⎞
3 3
⎛ h ⎞
Observação: R = 1− ⎜ ⎟ ou R = 1− ⎜ ⎟
⎝ 40t ⎠ ⎝ 40 ⎠
λ = 20 ⇒ R = 0,875
λ = 17 ⇒ R = 0,923

• Comparar tensão atuante com tensão admissível

• Para a determinação de fb é necessária a eficiência

Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo

Departamento de Engenharia de Estruturas

Comparação de dimensionamentos NBR 10837, ACI 531 e

BS 5628

• Espessura 14 cm.
• Alturas 240, 260 e 280 cm.
• Resistência média de prisma de 8 MPa.
• Resistência característica de parede de 4,7 MPa
• Laje de concreto armado na base e no topo.
• Tensão: 80% de permanentes e 20% de variáveis.
• Excentricidade das cargas ≤ 5% da espessura

Coeficientes de redução pela esbeltez

Altura Parede NBR 10837 ACI 530 BS 5628
(cm)
240 0,921 0,820 0,905
260 0,900 0,789 0,888
280 0,875 0,755 0,860

2
 Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo
Departamento de Engenharia de Estruturas

Tensão máxima na área bruta (Mpa)

Altura NBR 10837 ACI 530 BS 5628 BS 5628
(cm) Normal Especial
240 1,474 1,640 0,838 1,173
260 1,440 1,578 0,822 1,151
280 1,400 1,510 0,796 1,115

Observações:
• Diferença entre NBR e ACI decresce com altura
• Tensões do ACI são de 11 a 8% maiores que NBR
• BS fornece resultados muito conservadores
• Tensões da NBR são 75% maiores que BS normal
• Tensões da NBR são 25% maiores que BS especial

Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo

Departamento de Engenharia de Estruturas

Flexão simples

Segunda solicitação mais importante

Elementos onde ocorre: vigas e vergas; muros e paredes de
reservatório pouco comprimidos

Modelo de cálculo:
• NBR 10837 – Estádio II
• BS 5628 – Estádio III, semelhante ao concreto armado

3
 Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo
Departamento de Engenharia de Estruturas

Hipóteses de cálculo (Estádio II e NBR 10837)

Estádio II pressupõe:

• Materiais de comportamento elástico linear

• Alvenaria não resiste a tensões de tração

Hipóteses da NBR 10837

• Seção permanece plana após deformação

• Módulos de deformação da alvenaria e da armadura
constantes
• Material homogêneo até o limite das tensões
admissíveis (bloco, graute e armaduras)

Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo

Departamento de Engenharia de Estruturas

Parâmetros principais para o equacionamento

fs Es As
=m =n ρ=
f alv Ealv bd
x z k
kx = kz = = 1− x
d d 3

4
 Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo
Departamento de Engenharia de Estruturas

Equacionamento baseado em:

• Lei de Hooke
• Compatibilidade de deformações
• Equilíbrio

k x2 + 2nρk x − 2nρ = 0 ⇒ k x = − ρn + ( ρn ) 2 + 2 ρn
M
M = f s As k z d ⇒ fs =
As k z d
bx b 2 M
M = f alv z = f alv (k x d )(k z d ) ⇒ f alv =
2 2 k x k z bd 2
Pode-se escrever ainda:
n n
kx = ρ=
n+m 2m(m + n )

Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo

Departamento de Engenharia de Estruturas

Dimensionamento balanceado

Máximo aproveitamento dos materiais !

f s = f s ,t f alv = f alv , f
n n
k xb = ρb =
(n + mb ) 2mb (mb + n )

Altura útil para o dimensionamento balanceado:

2 M
db =
k xb ⋅ k zb b ⋅ f alv , f

5
 Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo
Departamento de Engenharia de Estruturas

Dimensionamento sub-armado

• Ocorre para d > db

• Máximo aproveitamento do aço

f s = f s ,t f alv ≤ f alv , f
Solução iterativa:

1 M As kx = −ρn + (ρn)2 + 2ρn kx

i kz ks = As = ks nρ = n kz = 1−
fs,tkz d bd 3

1 kzb → → → → →
2 → → → → → →
M → → → → → →

2 M
Verificação: f alv = < f alv , f
k x k z bd 2

Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo

Departamento de Engenharia de Estruturas

Dimensionamento superarmado

• Ocorre para d < db

• Sub-aproveitamento do aço

f alv = f alv , f f s ≤ f s ,t
Solução:

6M k x2
k − 3k x + 2
2
=0 ⇒ ρ=
x
bd f alv , f 2n(1 − k x )

Verificação:

M
fs = ≤ f s ,t
As k z d

6
 Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo
Departamento de Engenharia de Estruturas

Dimensionamento com armadura dupla

• Ocorre para d < db
• M = Mo + ΔM

Observações:

• Mo corresponde ao dimensionamento balanceado

• ΔM é absorvida pelo binário nas armaduras ( As2 a AS’ )

Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo

Departamento de Engenharia de Estruturas

b d2 As1 =
1
⋅
M0
M 0 = f alv , f k xb k zb ⇒
2 f s ,t k zb d

ΔM
As 2 =
f s ,t (d − d ')
ΔM ΔM d−x 1
As ' = = ⋅ ⋅
f s ' (d − d ') (d − d ') x − d ' f s ,t

Armadura tracionada: As = As1 + As2

Armadura comprimida: AS’

7
 Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo
Departamento de Engenharia de Estruturas

Cisalhamento (NBR 10837)

Ocorre em conjunto com a solicitação por momento fletor

Elementos comuns: vigas e paredes de contraventamento

Tensão atuante:
• NBR 10837 : confusa
• Proposta:
V
Elementos não-armados τ alv =
A
V
Elementos armados τ alv =
bd
Seção T, I ou L : desprezam-se as abas

Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo

Departamento de Engenharia de Estruturas

Dimensionamento de elementos não-armados

• Calcular a tensão atuante

• Comparar τalv com os limites absolutos 0,15 MPa e
0,25 MPa (de acordo com fa)

Dimensionamento de elementos armados

• Calcular a tensão atuante

• Comparar τalv com os limites fornecidos pela NBR
10837 para cada caso específico

8
 Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo
Departamento de Engenharia de Estruturas

Tensões admissíveis para alvenaria armada (NBR 10837)

Tensão admissível Valor máximo

Tipo de solicitação
(MPa) (MPa)
Compressão Parede 0,225 fp R
0,33 fp ≤ 6,2
Tensões
normais

simples Pilar (0,20 fp + 0,30 ρ fs,c) R

Compressão na flexão 0,33 fp 6,2
Tração na flexão - -

Vigas 0,09 fp 0,35

Peças fletidas M
Se ≥1 0,07 fp
Pilares
parede

0,25
sem armadura V ⋅d
Cisalhamento

M
Se <1 0,17 fp 0,35
V ⋅d
Peças fletidas Vigas 0,25 fp 1,00
com armadura M
Se ≥1 0,12 fp
Pilares
parede

0,50
para todas as V ⋅d
tensões de M
Se <1 0,17 fp 0,80
cisalhamento V ⋅d

Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo

Departamento de Engenharia de Estruturas

Para bielas comprimidas inclinadas de 45o e estribos a 90o:

Vs
Asw,α =
f s,t d

onde :
V: força cortante
s: espaçamento ( obs. modulação)
fs,t: tensão admissível de tração da armadura
d: altura útil

9
 Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo
Departamento de Engenharia de Estruturas

Espaçamento mínimo para armaduras transversais (NBR 10837) :

Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo

Departamento de Engenharia de Estruturas

Flexão composta
Interação de solicitação axial e momento fletor
Comum em paredes de contraventamento

Verificação da tração:

f alv , f − 0,75 f alv ,c ≤ f alv ,t

falv,f : tensão atuante devida à flexão
falv,c : tensão atuante devida à compressão
falv,t : tensão admissível à tração (alvenaria não armada)

Se a inequação for atendida não é necessário dispor armaduras

para o combate à tração !

10
 Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo
Departamento de Engenharia de Estruturas

Verificação da compressão (equação de interação):

f alv ,c f alv , f
+ ≤α
f alv ,c f alv , f
falv,c : tensão de compressão atuante
falv,c : tensão admissível à compressão
falv,f : tensão de flexão atuante
falv,f : tensão admissível de flexão

Observações:
• α = 1,00 para cargas permanentes e variáveis
• α = 1,33 quando a ação do vento é considerada

Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo

Departamento de Engenharia de Estruturas

Procedimento simplificado para armaduras de tração

• Calculam-se as tensões de compressão e tração:

N M N M
f alv = + ft = −
A W A W

• Verificação de falv por meio da equação de interação

11
 Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo
Departamento de Engenharia de Estruturas

• Cálculo da resultante de tração:

T= 1
2 f t b (h − x)

• Cálculo da área de aço necessária

T
As =
f s ,t

12