Você está na página 1de 3

11.05.

2020 - PROPEDÊUTICA ABDOMINAL PARTE II



PALPAÇÃO delimitada a borda inferior, enquanto a
Perguntar sobre pontos dolorosos ou superior é dada por percussão.
hipersensíveis antes do exame para MÉTODO DE GARRA: palpa-se o fígado com
examiná-los com cuidado por último. as mãos apoiadas no rebordo costal, com os
Dificuldade em obesos dedos tentando entrar por debaixo do
Mãos do examinador sempre aquecidas. rebordo costal.
Evitar movimentos bruscos. AVALIAÇÃO: consistência, superfície (lisa,
Durante a palpação observar a fácies do nodulada), formato da borda (romba: indica
paciente (fácies de dor ou desconforto). aumento hepático), sensibilidade álgica
gerada pela distensão rápida da cápsula de
PALPAÇÃO: SUPERFICIAL Glisson (insuficiência cardíaca de instalação
Avaliar o grau de resistência da parede aguda), delimitação de massas.
abdominal.
Alteração no tecido subcutâneo, PALPAÇÃO DO BAÇO
herniações, massas e visceromegalias de PALPAÇÃO ESPLÊNICA: (TÉCNICA DE
grande monta. LEMOS-TORRES) mão esquerda deve
Explorar a sensibilidade dolorosa do realizar a tração anterior do rebordo costal
abdômen. esquerdo objetivando anteriorizar o baço.
OBS.: pode ser palpação bimanual Já a mão direita é aprofundada no abdome
superficial ou palpação superficial com na expiração e move-se tentando palpar o
apenas uma mão. pólo inferior do baço na inspiração.
PALPAÇÃO EM GARRADO BAÇO: (TÉCNICA
PALPAÇÃO: PROFUNDA DE MATHIEU- CARDARELLI) Nesta manobra
Presença de massas previamente está autorizada a troca de lado, podendo-se
delimitadas pela percussão, registrando examinar pela esquerda do paciente.
localização, tamanho, formato,
consistência, pulsações e mobilidade com a MANOBRA DE SHUSTER – (A) Paciente na
respiração. posição de Shuster clássica. (B) Paciente na
Avaliação de vísceras, avaliação do tamanho posição de Shuster-Rocco, em que o
e consistência.

membro superior esquerdo fica estendido.


(A) Palpação de baço na manobra de
Shuster. (B) Palpação em garra na posição
de Shuster-Rocco.

PESQUISA DE IRRITAÇÃO PERITONEAL
Inervação está no peritônio parietal -a
PALPAÇÃO DO FIGADO irritação deste gera dor localizada.
MÉTODO BIMANUAL: mão esquerda na Sinais de irritação peritoneal:
região dorsal do paciente e se faz tração - Hipersensibilidade à palpação superficial
anterior, enquanto a mão direita é (abdome rígido ou em tábua)
aprofundada na região anterior, - Dor ao mínimo toque
objetivando palpar a borda hepática na - Descompressão dolorosa (sinal de
subida da mão direita durante a inspiração. Blumberg) por desaceleração súbita do
No ponto de encontro da borda hepática é peritônio.

LETÍCIA B. CALTRAN
CAUSAS DE IRRITAÇÃO PERITONEAL SINAL DE DUNPHY: Dor na FID que piora
• Ar livre na cavidade por rotura de com a tosse.
alça: Sinal de Joubert VESÍCULA BILIAR
• Apendicite Sinal de Murphy: durante a expiração,
• Sangue livre na cavidade posiciona-se a mão no ponto entre a junção
• Vesícula biliar (colecistite) do rebordo costal com o músculo reto
• Outros abdominal (cístico) e pede-se ao paciente
que realize a inspiração.
Se houver processo inflamatório na vesícula
biliar (colecistite) quando esta descer,
devido à inspiração, e tocar na mão do
examinador, isso gerará dor e fará o
paciente interromper a inspiração.
Se houver aumento hepático em vez do
rebordo costal deverá ser utilizado a borda
inferior do fígado com a junção do músculo
reto abdominal.
OBS.: colecistite aguda – parede espessada
e lama biliar.
Sinal de Courvoisier-Terrier: Palpar no
hipocôndrio direito uma massa ovalada
APENDICITE (vesícula biliar distendida - neoplasia de vias
Descompressão dolorosa no ponto de biliares extra-hepáticas, pp/e câncer de
Macburney – BLOOMBERG (traça-se uma cabeça de pâncreas).
linha entre a cicatriz umbilical e a espinha Tem uma vesícula palpável e indolor o que
ilíaca anterossuperior, realizando a constitui sinal positivo.
compressão no ponto de junção do terço
lateral com os dois terços mediais. PANCREATITE
SINAL DO OBTURADOR: flete-se a coxa e se
faz a seguir a rotação interna do quadril,
estirando-se, desta forma, o músculo
obturador interno. A dor relatada no
hipogástrio é sinal de irritação deste
músculo, por provavelmente um apêndice
que mergulha na cavidade pélvica.
SINAL DE ROVISING: comprime-se o cólon
descendente fazendo o ar se deslocar em
direção ao ceco, que irá distender-se, o que
será doloroso se houver inflamação do
apêndice.
SINAL DO PSOAS: extensão forçada da coxa
provocando um estiramento das fibras do
músculo psoas. Pode ser indicativo de
irritação do músculo psoas (apendicite Pancreatite aguda Pancreatite crônica
retrocecal). Pesquisa-se colocando o
paciente em decúbito lateral esquerdo Dor abdominal intensa Dor ou desconforto
(caso queira pesquisar o psoas direito) e se (dor em faixa) abdominal
faz uma extensão forçada da coxa. Náuseas Emagrecimento
SINAL DE LENANDER: Temperatura retal Vômito Febre
maior que a temperatura axilar em mais Icterícia Diabetes
de 1o C. Enjoo Fraqueza

LETÍCIA B. CALTRAN
MASSAS PULSÁTEIS
Aneurisma ou a presença de massa que
encosta no vaso e passa a sensação de
pulsação —> Normalmente não é acessível
à palpação —> Palpação na região superior
do abdome (pinçar com as duas mãos).



PROPEDÊUTICA RENAL
Rim D pode ser pálpável- mais abaixo que
rim E.
Método de Guyon (bimanual em decúbito
dorsal).
Método de Israel (bimanual em DLE).
Método de Goelet (paciente em ortostase,
flete-se o joelho do lado que deseja-se
palpar, apoiando-o sobre uma cadeira.

PUNHO PERCUSSÃO DE MURPHY: pequenos
golpes com a face interna da mão fechada,
no ângulo costo-vertebral, formado pela
borda inferior da 12° costela e processos
transversais das vertebras lombares
superiores. A dor é considerada SINAL DE
GIORDANO +.
SINAL DE GIORDANO: alguns autores
referem que o Sinal de Giordano consiste
em percussão da região lombar com a borda
ulnar da mão espalmada.

PIELONEFRITE
Manifestações clinicas:
• Tríade clássica – febre alta, calafrios
e dor lombar.
• Toxemia
• Sintomas inespecíficos (náuseas,
vômitos e cefaleia).
• Sinal de Giordano +.

CALCULO RENAL
Podem não apresentar sintomas;
Sintomas ocorrem com a movimentação do
calculo, causando a cólica renal;
Dor na região lombar, abdominal, face
interna da coxa, testículos ou grandes
lábios;
O sangramento pode ocorrer por lesão do
calculo no ureter/uretra;
Pode ocorrer urgência miccional, poliúria,
febre (infecção), náuseas e vômitos.

LETÍCIA B. CALTRAN

Você também pode gostar