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Aula 7

Teorema de Cau hy e Apli ações

O Teorema Fundamental do Cál ulo, Teorema 6.3.1, provado na Aula 6, em parti ular,

diz que:

Se uma função ontínua f tem uma primitiva F numa aberto onexo D, então

I
f (z) dz = 0
γ

para qualquer urva fe hada γ ontido em D.


Agora, duas perguntas surgem:

(1) Quais são as ondições sobre f que garante a existên ia de F tal que F′ = f?
I
(2) Quais são as hipóteses sobre f, para que possamos ter f (z) dz = 0 para uma
γ
urva fe hada γ?

O Teorema de Cau hy responda às questões levantadas a ima. Mas, antes de enun iá-

lo, pre isamos de alguns on eitos adi ionais.

Denição 7.0.1. Seja D ⊂C um aberto onexo. Dizemos que D é simplesmente

onexo se todo aminho fe hado simples inteiramente ontido em D pode ser deformado
ontinuamente em um ponto. Basi amente, estamos dizendo que D não tem bura os.

164
Exemplo 7.0.1. Os grá os abaixos são algumas exemplos de onjuntos simplesmente

onexo.

y y
y

x x
x

Exemplo 7.0.2. Os grá os abaixos são algumas exemplos de onjuntos não simples-

mente onexo.

y
y

x
x

Teorema 7.0.1. (Teorema de Green). Suponha que R é um aberto simplesmente

onexo e que γ = ∂R é um aminho fe hado orientado no sentido anti-horário.

Seja P = P (x, y) : R −→ R, Q = Q(x, y) : R −→ R funções ontinuas om derivadas

par iais Px , Py , Qx , Qy ontinuas em R. Então


I ZZ  
∂Q ∂P
P (x, y) dx + Q(x, y) dy = − dx dy.
γ R ∂x ∂y

165
Observação 17. A demonstração do Teorema de Green pode ser en ontrada em livros

de Cál ulo de varias variáveis.

7.1 Teorema de Cau hy

Teorema 7.1.1. (Teorema de Cau hy - Versão Bási a).

Suponha que D é um aberto onexo. Se f (z) é analíti a em D e f ′ (z) é ontinua em D,


então
I
f (z) dz = 0
γ

para qualquer aminho fe hado γ em D om a propriedade que a região interior a γ é um

sub onjunto simplesmente onexo de D.

Demonstração. Usamos o Teorema de Green.

Seja R a região interior a γ, ou seja γ = ∂R. Então f (z) é analíti a em R, e f ′ (z) é

ontinua em R. f (z) = u(x, y) + iv(x, y) para z ∈ D e dz = dx + idy, então


Seja

I I   
f (z) dz = u(x, y) + iv(x, y) dx + idy
γ

= u(x, y)dx + iv(x, y)dx + iu(x, y)dy − v(x, y)dy
γ
I I
= u(x, y)dx − v(x, y)dy + i v(x, y)dx + u(x, y)dy
γ γ
ZZ   ZZ  
∂v ∂u ∂u ∂v
= − − dxdy + i − dxdy
R ∂x ∂y R ∂x ∂y
= 0

pois f analíti a em D impli a que u e v satisfazer as equações de Cau hy-Riemann em

D, ou seja

∂u ∂v ∂u ∂v
(x0 , y0 ) = (x0 , y0 ) e (x0 , y0 ) = − (x0 , y0) ∀z0 = x0 + iy0 ∈ D.
∂x ∂y ∂y ∂x

166
Observação 18. A importân ia do Teorema de Cau hy é que não pre isamos saber que

f tem primitiva em D.

Exemplo 7.1.1.

(1) Seja D=C e γ(t) = eit , −π < t ≤ π ontido em D.


z7
Se f (z) = e em D então
I
f (z) dz = 0
γ

pelo Teorema de Cau hy.

(2) Seja D=C e γ(t) = eit , −π < t ≤ π ontido em D.


2
eiz
Se f (z) = 2 em D então
z +4
I
f (z) dz = 0
γ

pelo Teorema de Cau hy.

Observe que f (z) não é analíti a em z = ±2i, mas os pontos z = ±2i não perten em
ao região interior a γ, que é uma região simplesmente onexo.

(3) Seja D = C − {0} e γ(t) = eit , −π < t ≤ π ontido em D.


1
Se f (z) = 2 em D então
z I
f (z) dz = 0
γ

1
pelo Teorema Fundamental de Cál ulo pois F (z) = − é uma primitiva de f em
z
D.
Observe que aqui não podemos usar o Teorema de Cau hy pois a região R interior

a γ não é simplesmente onexa. De fato R = {0 < |z| < 1}.

(4) Seja D=C e γ(t) = eit , −π < t ≤ π ontido em D.


1
Se f (z) = 2 em D então
z I
f (z) dz = 0
γ

diretamente pela denição da integral. Ou seja se z = eit então

I Z π Z π
1   π
f (z) dz = · ieit dt = i e−it dt = −e−it = eiπ − e−iπ = 0.
γ −π e2it −π −π

167
Observe que aqui não podemos usar o Teorema Fundamental do Cál ulo nem o

Teorema de Cau hy pois f (z) não está denida em z = 0 e portanto não é ontinua
em z=0 e não é analíti a em z = 0.

(5) Seja D = {1 < |z| < 3} e γ é o ir ulo de raio 2 e entro na origem ontido em D.
Se f (z) = 4z 3 então
I
f (z) dz = 0.
γ

Observe que aqui não podemos usar o Teorema de Cau hy, pois a região interior

a γ não é simplesmente onexa em D. De fato, se R⊂D representa o interior de

γ, então R = {1 < |z| < 2}. Logo as hipóteses do Teorema de Cau hy não são

satisfeitas.

Usamos o Teorema 6.3.1 (Teorema Fundamental do Cál ulo para aminho fe hados).

Observe que D é um aberto onexo. Além disso que f (z) = 4z 3 é ontinua em D


tem primitiva F (z) = z 4 em D. Como γ é fe hado on luímos do Teorema 6.3.1,

que
I
4z 3 dz = 0
γ

(6) Seja D = {|z| < 3} e γ é o ir ulo de raio 2 e entro na origem ontido em D.


Se f (z) = 4z 3 então
I
f (z) dz = 0
γ

pelo Teorema de Cau hy, pois D é aberto onexo e a região interior a γ é simples-

mente onexo. Ou seja f (z) = 4z 3 analíti a em D e o interior de γ é {|z| < 2} que

é simplesmente onexa em D. Logo pelo Teorema de Cau hy

I
4z 3 dz = 0
γ

Podemos usar também o Teorema Fundamental do Cál ulo, para resolver.

Observação 19. O Teorema de Cau hy na forma que enun iamos, foi primeiramente

provado por Augustin-Louis Cau hy(1789-1857). Mais tarde Édouard Goursat (1858-

1936) mostrou que a ondição que f ′ (z) seja ontinua não é ne essária.Com isto, temos

o tão famoso Teorema de Cau hy-Goursat.

168
Teorema 7.1.2. (Teorema de Cau hy-Goursat).

Suponha que D é um aberto simplesmente onexo. Se f (z) é analíti a em D então para

qualquer aminho fe hado γ ontido em D, então

I
f (z) dz = 0.
γ

Observação 20. A demonstração deste teorema requer um tratamento bem mais extenso

e não será abordada aqui.

7.2 Algumas Consequên ias do Teorema de Cau hy

Temos as seguintes onsequên ias importantes do Teorema de Cau hy.

7.2.1 Independên ia de aminhos

ZDenição 7.2.1. Sejam D ⊂ C um aberto onexo e z0 , z1 ∈ D. Dizemos que a integral


f (z) dz é independente do aminho, se seu valor é igual para todos os aminhos
γ
γ em D om ponto ini ial z1 e ponto nal z2 , ou seja, se γ1 , γ2 : [0, 1] −→ D são duas

urvas simples ontido em D ligando z1 e z2 , então

Z Z
f (z) dz = f (z) dz.
γ1 γ2

Exemplo 7.2.1. Cal ule a integral


Z Z
2 1
(i) |z| dz e (ii) dz
γ γ z2
onde o aminho γ é

(a) o segmento de reta om ponto ini ial −1 e ponto nal i;

(b) a quarta parte da ir unferên ia |z| = 1, Im z ≥ 0 om ponto ini ial −1 e ponto

nal i.

169
Resolução.
Z
(i) Considere |z|2 dz
γ
(a) Parametrizamos o segmento de reta por

γ(t) = (−1 + t) + ti, 0 ≤ t ≤ 1,

Portanto

Z Z 1 Z 1
2 2 ′ 2
|z| dz = |(γ(t)| γ (t) dt = (2t2 − 2t + 1)(1 + i) dt = (1 + i)
γ 0 0 3

(b) Parametrizamos a quarta parte da ir unferên ia por

π
γ(t) = eit , π≤t≤
2

Portanto

Z Z π Z π
2 2
2 2 ′
|z| dz = |(γ(t)| γ (t) dt = (1)(ieit ) dt = 1 + i
γ π π

Os resultados em (a) e (b) não são iguais. Portanto o valor da integral depende

do aminho da integração.
Z
1
(ii) Considere dz
γ z2
(a) Para o segmento de reta de −1 a i temos que

Z Z 1 Z 1
1 1 ′ 1+i
dz = γ (t) dt = dt = −1 + i
γ z2 0 γ(t)2 0 [(−1 + t) + ti]2

(b) Para a quarta parte da ir unferên ia de −1 a i temos que

Z Z π Z π
1 2 1 ′ 2 1
dz = γ (t) dt = (ieit ) dt = −1 + i
γ z2 π γ(t)2 π e2it
Os resultados em (a) e (b) são iguais. Portanto o valor da integral não depende

do aminho da integração.

170
Teorema 7.2.1. (Independên ia de aminhos).
Z
Sejam D um aberto simplesmente onexo em C e f : D −→ C analíti a, então f (z) dz
γ
é independente do aminho γ.

Demonstração. Sejam z1 , z2 ∈ D dois pontos em D e γ1 , γ2 : [0, 1] −→ D duas urvas

simples ontido em D ligando z1 e z2 .

D
z2
γ2

γ1
z1

Considere o aminho

γ : [0, 1] −→ C, γ(t) = γ1 (t) ∪ γ2−1 (t)

Então
I γ é uma urva fe hada simples em D. Portanto pelo Teorema de Cau hy

f (z) dz = 0. Mas pela denição


γ
I Z Z
f (z) dz = f (z)dz + f (z)dz
γ γ1 γ2−1
Z Z
= f (z)dz − f (z)dz
γ1 γ2

Portanto o resultado. 

Teorema 7.2.2. ( Existên ia de primitivas).

Seja D um aberto simplesmente onexo em C e f : D −→ C analíti a. Então existe

F : D −→ C analíti a tal que F′ = f.

171
Demonstração. Fixo um ponto z0 ∈D e dene

Z z
F (z) = f (w) dw
z0

A integral é onsiderada omo uma integral sobre qualquer urva em D ligando z a z0 .

• Pelo Teorema 7.2.1, F é bem-denida.

• Vamos provar que F′ = f.

z+h
z
D

γ1
z0

Se z+h∈D então

Z z+h Z z Z z+h
F (z + h) − F (z) = f (w) dw − f (w) dw = f (w) dw
z0 z0 z

onde a urva ligando z e z+h pode ser onsiderada omo uma reta

γ(t) = z + th, t ∈ [0, 1]. Então


Z
F (z + h) − F (z) 1 z+h
− f (z) =
[f (w) − f (z)] dw
h h z

Denotamos por M(h) = max{|f (z + th) − f (z)| : 0 ≤ t ≤ 1}.


Observe que M(h) → 0 quando h → 0, pois f é ontinua.

Portanto usando Proposição 6.3.2 temos que

Z z+h
F (z + h) − F (z) 1
− f (z) = [f (w) − f (z)] dw
h h z
1
≤ · M(h) · L(γ) = M(h)
h

Quando h → 0, temos que F ′ (z) = f (z). 

172
Proposição 7.2.1. (Prin ipio da deformação de urvas).

Seja D um aberto simplesmente onexo e γ uma urva fe hada simples em D. Para algum
r > 0, seja γr o ir ulo de raio r ontido em D em torno de um ponto z0 ∈ D. Se f é

analíti a em D − {z0 } então

I I
f (z) dz = f (z) dz.
γ γr

Demonstração.

γr γ3

z0 γ z0 γ
−γr

Figura 1 Figura 2

Colo amos um segmento de reta γ3 , que une as urvas γ1 e γ2 , omo na Figura 2. Con-

siderando a urva C = γ ∪ γ3 ∪ (−γr ) ∪I (−γ3 ). Então C é uma urva fe hada simples em

D. Portanto pelo Teorema de Cau hy f (z) dz = 0. Mas pela denição


C
I I Z I Z
f (z) dz = f (z) dz + f (z) dz +
f (z) dz + f (z) dz
C γ γ3 −γ3 −γr
I Z I Z
= f (z) dz + f (z) dz − f (z) dz − f (z) dz
γ γ3 γr γ3
I I
= f (z) dz − f (z) dz
γ γr

Portanto o resultado. 

173
7.2.2 Fórmula Integral de Cau hy

Teorema 7.2.3. (Formula Integral de Cau hy).

Seja f : D −→ C uma função holomorfa num aberto simplesmente onexo D ⊂ C e γ um

aminho fe hado simples ontido em D. Então, para qualquer ponto z0 no interior de γ,


tem-se
I
1 f (w)
f (z0 ) = dw
2πi γ w − z0
(a integral a ima é orientada no sentido anti-horário). Alternativamente,

I
f (w)
dw = 2πif (z0 )
γ w − z0

Demonstração. Fixe z0 ∈ D e seja γr o ir ulo de raio r>0 entrado em z0 . Então

pelo Proposição 7.2.1 temos que


I I
1 f (w) 1 f (w)
dw − f (z0 ) =
dw − f (z0 )
γ w − z0 2πi γr w − z0
2πi
I
1 f (w) − f (z0 )
= dw
2πi γr w − z0
Z 2π
1 f (z0 + reit ) − f (z0 )
it
=
it
ire dt
2πi re
Z 02π
1 it

= f (z0 + re ) − f (z0 ) dt
2π 0
Z 2π
1
≤ |f (z0 + reit ) − f (z0 )| dt
2π 0

A ontinuidade de f em z0 impli a que dado ǫ > 0, existe δ>0 tal que se r<δ então

|f (z0 + reit ) − f (z0 )| < ǫ

Ou seja
I
1 f (w)
dw − f (z0 ) <ǫ
2πi
γ w − z0

Mas ǫ é qualquer numero positiva, e então
I
1 f (w)
dw − f (z0 ) =0
2πi
γ w − z0

174
ou
I
1 f (w)
f (z0 ) = dw
2πi γ w − z0


Exemplo 7.2.2. Cal ule


I
1
dz
γ 2z + i
onde γ = {|z| = 2} é o ir ulo de raio 2 entrado na origem orientado positivamente

(sentido anti-horário).

Resolução. Podemos es rever o integrando omo

1 1/2 f (z)
= =
2z + i z + i/2 z + i/2

onde
1
f (z) = .
2
Pelo Formula Integral de Cau hy, temos que

I I
1 f (z)
dz = dz = 2πi · f (1/2) = 2πi · 1/2 = πi.
γ 2z + i γ z + i/2

Exemplo 7.2.3. Cal ule


I
z2
dz
γ z2 + 1
onde γ = {|z − i| = 1} é o ir ulo de raio 1 om entro i orientado positivamente.

Resolução. Podemos es rever o integrando omo

z2 z2 z 2 /(z + i) f (z)
2
= = =
z +1 (z + i)(z − i) z−i z−i

onde
z2
f (z) = .
z+i
Como f é analíti a no interior de γ, então pelo Formula Integral de Cau hy, temos que

I I
z2 f (z) i2
dz = dz = 2πi · f (i) = 2πi · = −π.
γ z2 + 1 γ z−i i+i

175
Exemplo 7.2.4. Cal ule
I
ez
dz
γ z(z − 1)
onde γ = {|z| = 2} é o ir ulo de raio 2 entrado na origem orientado positivamente.

Resolução. Usando frações par iais, podemos es rever

1 A B
= +
z(z − 1) z z−1
1 −1 1
Resolvendo temos que A = −1 e B = 1, ou seja = + . Agora podemos
z(z − 1) z z−1
es rever o integrando omo

ez −ez ez f (z) f (z)


= + =− +
z(z − 1) z z−1 z z−1
onde

f (z) = ez .

Como f é analíti a no interior de γ, então pelo Formula Integral de Cau hy, temos que
I I I
ez f (z) f (z)
dz = − dz + dz = −2πi · f (0) + 2πi · f (1) = 2πi(e − 1).
γ z(z − 1) γ z γ z−1

7.2.3 Fórmula Integral de Cau hy para Derivadas


Além de fa ilitar o ál ulo de integrais, a Fórmula Integral de Cau hy tem outras apli-

ações. Ela tem profundas apli ações teóri as. O resultado a seguir é mais surpreendente.

Seja f (n) a n−ésima derivada de f.

Teorema 7.2.4. (Formula Integral de Cau hy para Derivadas).

Seja f : D −→ C uma função analíti a num aberto simplesmente onexo D ⊂ C, então

f possui derivadas de todas as ordens em D (que também são analíti as em D) e para

qualquer z0 ∈ D tem-se
I
(n) n! f (w)
f (z0 ) = dw
2πi γ (w − z0 )n+1
onde γ é uma urva fe hada simples em D (orientado anti-horário) em torno de z0 .
Alternativamente,
I
f (w) 2πi (n)
n+1
dw = f (z0 )
γ (w − z0 ) n!

176
Demonstração. Mostremos o aso n = 1, ou seja pre isamos mostrar que
I
f (z0 + h) − f (z0 ) 1 f (w)
lim = dw
h→0 h 2πi γ (w − z0 )2
Seja z0 no interior de γ. Seja h 6= 0 su ientemente pequeno tal que z0 + h também

perten em a interior de γ. Pela Fórmula Integral de Cau hy, temos que


I I
1 f (w) 1 f (w)
f (z0 ) = dw e f (z0 + h) = dw
2πi γ w − z0 2πi γ w − (z0 + h)
Então
 I I 
f (z0 + h) − f (z0 ) 1 1 f (w) 1 f (w)
= dw − dw
h h 2πi γ w − (z0 + h) 2πi γ w − z0
I  
1 1 1
= f (w) − dw
2πih γ w − z0 − h w − z0
I
1 f (w)
= dw
2πi γ (w − z0 )(w − z0 − h)
Daí resulta que
I I
f (z0 + h) − f (z0 ) 1 f (w) h f (w)
− dw = dw
h 2πi γ (w − z0 )2 2πi 2
γ (w − z0 ) (w − z0 − h)

Sejam M o valor máximo que |f (w)| assume w ∈ γ e L(γ) o omprimento de γ. Seja

δ = min |w − z0 |, então se |h| < δ temos que


w∈γ

I I
f (z0 + h) − f (z0 ) 1 f (w) h f (w)
− dw = dw
h 2πi γ (w − z0 )2 2πi 2
γ (w − z0 ) (w − z0 − h)

|h| M

2π (δ − |h|)δ 2
que tende a zero quando h tende a zero, logo
I
f (z0 + h) − f (z0 ) 1 f (w)
lim = dw
h→0 h 2πi γ (w − z0 )2
A prova do aso n ≥ 2 segue os passos da prova que a abamos de mostrar, om adaptações
apropriadas. 

Exemplo 7.2.5. Cal ule


I
sen z
dz
γ (z + i)2 (z − i)
onde γ é o quadrado de vérti es −1, 1, 1−2i e −1−2i per orrido no sentido anti-horário.

177
Resolução. Podemos es rever o integrando omo

sen z ( sen z)/(z − i) f (z)


2
= 2
=
(z + i) (z − i) (z + i) (z − (−i))2

onde
sen z
f (z) = .
z−i
Como f é analíti a no interior de γ, então pelo Formula Integral de Cau hy para Derivadas
temos que
I I
sen z f (z)
dz = dz = 2πi · f ′ (−i)
γ (z + i)2 (z − i) γ (z − (−i)) 2

Mas,

(z − i) cos z − sen z −2i cos (−i) − sen (−i) −2i cos i + sen i
f ′ (z) = 2
⇒ f ′ (−i) = 2
=
(z − i) (−2i) −4

Portanto

I
sen z −2i cos i + sen i −iπ
2
dz = 2πi · = (−2i cos i + sen i)
γ (z + i) (z − i) −4 2

Exemplo 7.2.6. Cal ule


I
ez
dz
γ z3
onde γ = {|z| = 1} é o ir ulo de raio 2 entrado na origem orientado anti-horário.

Resolução. Seja f (z) = ez . Como f é analíti a no interior de γ, então pelo Formula

Integral de Cau hy para Derivadas temos que

I I
ez f (z) 2πi ′′
dz = dz = · f (0)
γ z3 γ z3 2!

Mas,

f ′′ (z) = ez ⇒ f ′′ (0) = e0 = 1

Portanto
I
ez 2πi
3
dz = · 1 = πi.
γ z 2!
Exemplo 7.2.7. Cal ule
I
1
dz
γ (z − 4)(z + 1)4
onde γ = {|z − 1| = 5/2} é o ir ulo de raio 5/2 om entro em 1 orientado anti-horário.

178
1
Resolução. Seja f (z) = . Como f é analíti a no interior de γ, então pelo Formula
z−4
Integral de Cau hy para Derivadas temos que
I I
1 f (z) 2πi ′′′
dz = dz = · f (−1)
γ (z − 4)(z + 1)4 γ (z − (−1)) 4 3!
Mas,
−6 −6 6
f ′′′ (z) = 4
⇒ f ′′′ (−1) = 4
=−
(z − 4) (−1 − 4) 625
Portanto
I
1 2πi −6 2πi
4
dz = · =− .
γ (z − 4)(z + 1) 3! 625 625

Corolário 7.2.1. (Estimativa de Cau hy).

Seja f uma função holomorfa denida no dis o B(z0 , R) e suponha que |f | < M em

B(z0 , R). Então


n!M
|f (n) (z0 )| ≤
Rn

Demonstração. Tome um ír ulo γr (t) = z0 + reit , 0 ≤ t ≤ 2π, onde r < R.


Pelo Teorema 7.2.4
I
(n) n! f (w)
f (z0 ) = dw
2πi γr (w − z0 )n+1
e pelo Proposição 6.3.2
I
(n)
n! f (w)
|f (z0 )| = dw
2πi γr (w − z0 )n+1
I
n! |f (w)|
≤ |dw|
2π γr |w − z0 |n+1
n! n!M
≤ n+1
· 2πr = n
2πr r
Como r<R é arbitrário, fazendo r→R temos

n!M n!M
|f (n) (z0 )| ≤ lim n
= n .
r→R r R


179
Teorema 7.2.5. (Teorema de Liouville).

Toda função inteira limitada é onstante, isto é, se f :C→C é holomorfa tal que existe

um número M ≥0 tal que

|f (z)| ≤ M, ∀z ∈ C

então f é uma função onstante.

Demonstração. Seja z ∈ C arbitrário. Como f está denida em todo C, ela é holomorfa


em qualquer dis o B(z, R), entrado em z∈C e raio R arbitrário. Pelo Corolário 7.2.1

M
|f ′(z)| ≤ .
R

Agora omo R é arbitrário, fazendo R→∞ temos

M
|f ′ (z)| ≤ lim =0
R→∞ R

e portanto f ′ (z) = 0 para todo z ∈ C. Mas C é um aberto onexo, logo f é onstante em

C. 

Corolário 7.2.2. ( Teorema Fundamental da Álgebra).

Todo polinmio não onstante ( om oe ientes reais ou omplexo) possui uma raiz em

C.

Demonstração. Seja p um polinmio não onstante, de grau n. Então

p(z) = an z n + an−1 z n−1 + · · · + a1 z + a0 , om an 6= 0.

Queremos provar que p(z) = 0 para algum z ∈ C.


Vamos provar por ontradição. Suponhamos então que p(z) 6= 0, ∀z ∈ C.
1
Considere a função f (z) = . Então
p(z)
(a) f é uma função inteira pois p é inteira e p(z) 6= 0 para todo z∈C

180
(b) f é limitada pois

|an z n | = |p(z) − an−1 z n−1 − · · · − a1 z − a0 |

⇒ |an ||z|n ≤ |p(z)| + |an−1 ||z|n−1 + · · · + |a1 ||z| + |a0 |


 
n |an−1 | |a1 | |a0 |
⇒ |p(z)| ≥ |z| · |an | − − · · · − n−1 − n
|z| |z| |z|
 
 
1 1  1 
⇒ |f (z)| = ≤ ·  
|p(z)| |z|n  |an−1 | |a1 | |a0 | 
|an | − − · · · − n−1 − n
|z| |z| |z|
 
1  1  = 1 6= 0

Como lim =0 e lim 
|z|→∞ |z|n |z|→∞  |an−1 | |a1 | |a0 |  |an |
|an | − − · · · − n−1 − n
|z| |z| |z|
Portanto

lim |f (z)| = 0.
|z|→∞

Em parti ular |f (z)| < 1 para |z| > R (um tal R existe pois lim |f (z)| = 0).
|z|→∞
Mas para |z| ≤ R, |f (z)| é limitada por onstante digamos K pois |f | é ontinua.

Portanto temos que f é limitada para todo z ∈ C.


Portanto f≡ onstante emC.
1
Portanto p = ≡ onstante em C, ontradizendo o fato que p é não onstante.
f
Portanto p deve ter um zero em C.

Teorema 7.2.6. (Teorema de Morera - uma re ipro a do Teorema de Cau hy-

Goursat).

Sejam D⊂C aberto e f : D → C função ontinua. Se


I
f = 0 para todo aminho fe hado em D
γ

então f é holomorfa em D.

181
Teorema 7.2.7. (Teorema do Módulo Máximo - 1o Versão).

Sejam D⊂C aberto, onexo e f :D→C analíti a. Se existe z0 ∈ D tal que

|f (z0 )| = max |f (z)|


z∈D

então f é onstante em D, ou seja, se |f | atingir seu máximo no interior de D então f


deve ser onstante em D.

Teorema 7.2.8. (Teorema do Módulo Máximo - 2o Versão).

Se f é uma função analíti a não onstante num aberto, onexo e limitado D⊂C e se f
é ontinua em D = D ∪ ∂D então o módulo |f (z)| atinge seu máximo na fronteira ∂D.

Exemplo 7.2.8. Determine o máximo de | sen z| em [0, 2π] × [0, 2π].

Resolução. Como f (z) = sen z é inteira, podemos apli ar o Teorema do Módulo

Máximo que diz que o máximo é atingindo na fronteira do quadrado. Agora

f (z) = sen z = sen (x + iy) = sen x cosh y + i cos x sinh y

Portanto
q
|f (z)| = sinh2 y + sen 2 x

pois sen 2 x + cos 2 x = 1 e cosh2 y − sinh2 y = 1. Na fronteira,

• Para y = 0, |f (z)| tem máximo igual 1.

• Para x = 0, |f (z)| tem máximo igual sinh 2π pois sinh y é res ente em y.

• Para x = 2π, |f (z)| tem máximo igual sinh 2π.


p
• Para y = 2π, |f (z)| tem máximo igual sinh2 2π + 1 = cosh 2π

Portanto o máximo de | sen z| é atingindo em x = π/2, y = 2π e o valor máximo é

cosh 2π.

182
7.3 Exer í ios resolvidos

(1) Use a Fórmula Integral de Cau hy para al ular:


I
z4
(a) dz, onde γ1 (t) = 2eit , (0 ≤ t ≤ 2π)
γ1 z − 1

I
z4
(b) dz, onde γ2 (t) = 2e−it , (0 ≤ t ≤ 2π)
γ2 z−1

I
cos z
(c) dz, onde γ3 (t) é o quadrado om verti es ± 1, ±i,
γ3 z 2 − 2z
per orrido no sentido anti-horário uma vez.

I
ez + z
(d) dz, onde γ4 (t) é o ir ulo de raio 1 entrado na origem
γ4 z−2
per orrido no sentido anti-horario.
I z
e +z
(e) dz, onde γ5 (t) é o ir ulo de raio 3 entrado na origem
γ5 z−2
per orrido no sentido anti-horario.

Resolução.

(a) Seja f (z) = z 4 . Como f é analíti a no interior de γ1 , então pelo Formula Integral de

Cau hy temos que

I I
z4 f (z)
dz = dz = 2πi · f (1) = 2πi
γ1 z−1 γ1 z−1
I I I
z4 z4 z4
(b) dz = dz = − dz = −2πi
γ2 z−1 γ1−1 z−1 γ1 z−1
cos z
( ) Seja f (z) = . Como f é analíti a no interior de γ3 , então pelo Formula Integral
z−2
de Cau hy temos que

I I I
cos z cos z f (z) 1
dz = dz = dz = 2πi · f (0) = 2πi · − = −πi
γ3 z 2 − 2z γ3 z(z − 2) γ3 z 2

ez + z
(d) Seja f (z) = . Como f é analíti a no interior de γ4 , então pelo Teorema de
z−2
Cau hy temos que
I I
ez + z
dz = f (z)dz = 0.
γ4 z−2 γ4

183
(e) Seja f (z) = ez + z. Como f é analíti a no interior de γ5 , então pelo Formula Integral
de Cau hy temos que

I I
ez + z f (z)
dz = dz = 2πi · f (2) = 2πi(e2 + 2)
γ5 z−2 γ5 z−2

(2) Seja γ(t) = eit (0 ≤ t ≤ 2π). Cal ule as seguintes integrais:


I I I I
e sen z ez 2
(a) 2
dz (b) 2
dz (c) |z + 1| dz (d) |z − 1||dz|
γ z(z − 2) γ z γ γ

Resolução.

e sen z
(a) Seja f (z) = . Como f é analíti a no interior de γ, então pelo Formula
(z − 2)2
Integral de Cau hy temos que

I I
sen z f (z) 1 πi
dz = dz = 2πi · f (0) = 2πi · = .
γ z(z − 2)2 γ z 4 2

(b) Seja f (z) = ez . Como f é analíti a no interior de γ, então pelo Formula Integral de

Cau hy para Derivadas temos que

I I
ez f (z) 2πi ′
dz = dz = · f (0)
γ z2 γ z2 1!

Mas,

f ′ (z) = ez ⇒ f ′ (0) = 1

Portanto
I
ez 2πi
2
dz = · 1 = 2πi.
γ z 1!
I I
( ) 2
|z + 1| dz = (z + 1)(z + 1)dz
γ γ
Z 2π
= (eit + 1)(e−it + 1)ieit dt
0
Z 2π
= i (e2it + 2eit + 1)dt
0
 2it 2π
e 2eit
= i + +t
2i i 0
= 2πi

184
I I p
(d) |z − 1| |dz| = (z − 1)(z − 1) |dz|
γ γ
Z 2π p
= (eit − 1)(e−it − 1) |ieit dt|
0
Z 2π p
= 2 − (eit + e−it ) dt
0
Z 2π √
= 2 − 2 cos t dt
0
Z 2π p
= 4 sen 2 (t/2) dt
Z0 2π
= 2 sen (t/2) dt
0
= [ 4 cos (t/2)]2π
0

= −8

(3) Seja γ(t) = 2eit (0 ≤ t ≤ 2π). Cal ule as seguintes integrais:

I z2 I 2 I
e ez zez
(a) dz (b) dz (c) dz
γ z γ (2z − 1)2 γ z2 + 9

I I I
ez eπz
(d) dz (e) dz (f ) z Im(z) dz
γ z2 − 1 γ z 10 γ

I
1 + z2
(g) dz
γ (1 − z)3
Resolução.

2
(a) Seja f (z) = ez . Como f é analíti a no interior de γ, então pelo Formula Integral de

Cau hy temos que


I 2 I
ez f (z)
dz = dz = 2πi · f (0) = 2πi · 1 = 2πi.
γ z γ z

2
(b) Seja f (z) = ez . Como f é analíti a no interior de γ, então pelo Formula Integral de

Cau hy para Derivadas temos que


I 2 I
ez 1 f (z) 1 2πi ′
2
dz = 2 2
dz = · · f (1/2)
γ (2z − 1) 2 γ (z − 1/2) 4 1!
Mas,
2
f ′ (z) = 2zez ⇒ f ′ (1/2) = e1/4

185
Portanto
I 2
ez 1 2πi 1/4 1 1/4
2
dz = · · e = πie .
γ (2z − 1) 4 1! 2
zez
( ) Seja f (z) = . Como f é analíti a no interior de γ, então pelo Teorema de
z2 + 9
Cau hy temos que
I I
zez
dz = f (z)dz = 0.
γ z2 + 9 γ

(d) Seja f (z) = ez . Como f é analíti a no interior de γ, então pela Formula Integral de

Cau hy
I I I I
ez ez 1 ez 1 ez
dz = dz = dz − dz
γ z2 − 1 γ (z − 1)(z + 1) 2 γ z−1 2 γ z+1
1 1
= · 2πif (1) − · 2πif (−1)
2 2
−1
= πie − πie
(e2 − 1)πi
=
e

(e) Seja f (z) = eπz . Como f é analíti a no interior de γ, então pelo Formula Integral de

Cau hy para Derivadas temos que


I I
eπz f (z) 2πi (9)
dz = dz = · f (0)
γ z 10 γ z 10 9!
Mas,

f (9) (z) = π 9 eπz ⇒ f (9) (0) = π 9

Portanto
I
eπz 2πi 9 2π 10 i
10
dz = ·π = .
γ z 9! 9!
I I  
(f )
z−z
z Im(z)dz = z dz
γ γ 2i
I
1
= (z 2 − zz)dz
2i γ
Z
1 2π
= [(2eit )2 − (2eit )(eit )]2ieit dt
2i 0
I 2π
= 4 (e3it − eit )dt
0
 3it 2π
e eit
= 4 −
3i i 0
= 0

186
(g) Seja f (z) = 1 + z 2 . Como f é analíti a no interior de γ, então pelo Formula Integral

de Cau hy para Derivadas temos que


I I
1 + z2 f (z) 2πi ′′
dz = − dz = − · f (1)
γ (1 − z)3 γ (z − 1) 3 2!
Mas,

f ′′ (z) = 2 ⇒ f ′ (1) = 2

Portanto
I
1 + z2 2πi
3
dz = − · 2 = −2πi.
γ (1 − z) 2!
Z
(4) 2
(a) Seja γ(t) = t + i(1 − t ) para −1 ≤ t ≤ 1, al ule ez dz
γ
I z
it e
(b) Seja γ(t) = 2πe para −2π ≤ t ≤ 2π, al ule dz
2
γ z
Z
( ) Seja γ(t) = t + i(1 − t) para 0 ≤ t ≤ 1, al ule z − i dz
γ
Z
1 − z + z2
(d) Seja γ(t) = et+2πit para −1 ≤ t ≤ 1, al ule dz
γ z
Resolução.

(a) Pelo Teorema Fundamental do Cál ulo


Z h iγ(1)
ez dz = ez = [ ez ]1−1 = e − e−1 .
γ γ(−1)

(b) Pela Formula Integral de Cau hy para Derivadas


I
z
e 2πi d z h i
= 2πi ez

dz = (e ) = 2πi.
γ z2 1! dz
z=0 z=0

( ) Pelo denição da Integral de linha


Z Z 1
z − i dz = [ t + i(1 − t) − i] d(t + i(1 − t))
γ 0
Z 1
= [t − i(1 − t) − i] (1 − i)dt
0
Z 1
= (1 − i) (t − 2i + ti] dt
0
 1
t t2 i
= (1 − i) − 2it +
2 2 0
 
1 i
= (1 − i) − 2i +
2 2
(1 − i)(1 − 3i)
= = −1 − 2i
2

187
(d) Pelo Teorema Fundamental do Cál ulo

Z Z  
1 − z + z2 1
dz = − 1 + z dz
γ z γ z
h z 2 iγ(1)
= log z − z +
2 γ(−1)
h z 2 ie
= log z − z +
 2 e
−1
 2

e 1 1
= 1−e+ − −1 − + 2
2 e 2e
4 3 2
e − 2e + 4e + 2e − 1
=
2e2

y
(5) Seja γ a urva triangular mostrado ao

lado, de 0 para 2 depois para 2i e nalmente


2i
para 0. Cal ule os seguintes integrais:

I I I
ez dz
(a) z dz (b) sen z dz (c)
γ γ γ (2z − 1 − i)2

2 x
O
Resolução.
(a) γ = γ1 ∪ γ2 ∪ γ3 onde

γ1 (t) = 2t, 0 ≤ t ≤ 1
γ2 (t) = 2(1 − t) + 2it, 0 ≤ t ≤ 1
γ3 (t) = 2i(1 − t), 0 ≤ t ≤ 1

188
I Z Z Z
f (z) dz = f (z) dz + f (z) dz + f (z) dz
γ γ1 γ2 γ3
Z 1 Z 1 Z 1
= f (γ1 (t))γ1′ (t) dt + f (γ2 (t))γ2′ (t)
f (γ3 (t))γ3′ (t) dt dt +
0 0 0
Z 1 Z 1 Z 1
= (0)(2) dt + [2(1 − t) − 2it](−2 + 2i) dt + −2i(1 − t) (−2idt)
0 0 0
Z 1 Z 1
= (−2 + 2i) (2 − 2t − 2it) dt − 4 (1 − t) dt
0 0
 1
 2

2 1 t2
= (−2 + 2i) 2t − t − it 0 − 4 t −
2 0
 
1
= (−2 + 2i)(2 − 1 − 4i) − 4 1 − = 4 + 10i
2

(b) Seja f (z) = sen z. Como f é analíti a no interior de γ, então pelo Teorema de

Cau hy temos que


I I
sen z dz = f (z)dz = 0.
γ γ

( ) Seja f (z) = ez . Como f é analíti a no interior de γ, então pelo Formula Integral de

Cau hy para Derivadas temos que

I I  
ez 1 f (z) 1 2πi ′ 1 1
2
dz = 2  2 dz = · ·f + i
(2z − 1 − i) 2 4 1! 2 2
γ γ z − ( 21 + 21 i)

Mas,
 
1 1
+ i = e( 2 + 2 i)
1 1
′ z ′
f (z) = e ⇒ f
2 2
Portanto
I
ez 1 2πi ( 1 + 1 i) 1 ( 1 + 1 i)
2
dz = · · e 2 2 = πie 2 2 .
γ (2z − 1 − i) 4 1! 2

189
7.4 Exer í ios propostos
I
(1) Use o Teorema de Cau hy para mostrar que a integral f (z) dz = 0 para f (z) e γ,
γ
(orientada positivamente), indi ados:
1
(a) f (z) = e γ é ir umferen ia |z| = r, 0 < r < 1
z 2 + 2rz + 1
1
(b) f (z) = 2 e γ é qualquer urva fe hada que não ontém 1 + i
z − 2(1 + i)z + 2i
1
(c) f (z) = 2 e γ é qualquer urva fe hada que não ontém os pontos i e 2i
z − 3iz − 2
(d) f (z) = tg z e γ é ir umferen ia |z| = 1
(e) f (z) = Log (z + 2) e γ é ir umferen ia |z| = 1

(2) Use a Fórmula Integral de Cau hy para


I al ular:
I
1 sen z
(a) dz (b) dz
|z−1|=3 z(z 2 − 4)ez |z−1|=2 z2− z)

I 2 I
ez cosh z 2
(c) dz (d) dz
|z|=2 (z − i)4 |z−i|=2 z(z 2 + 4)

I I
cosh z 2 1
(e) dz (f ) dz
|z−2|=1 z(z 2 + 4) |z−2|=5 z 3 (z − 1)2

I I
ez f ′ (z) (z − 4)3 (z 2 + 1)
(g) dz (h) dz, onde f (z) =
|z|=3 z(z − 2)3 |z|=5 f (z) 2 − z2
I
iz 2
(3) Cal ule dz onde C é o retângulo om vérti es ±1 ± i.
C (2z − i)2
(4) Cal ule os valores das seguintes integrais omplexas
I
dz
(a) dz, para 0 < r < 1.
|z|=r z2 + 2rz + 1
I
1
(b) dz
|z|=1 z2 + 6z + 1
I 2
zez
( ) dz
|z|=2 (z + i)3
I
z3 + z + 1
(d) dz
|z|=4 z 3 − 6z 2 + 5z
I
z3 + z + 1
(e) dz
|z|=4 (z − 1)3

190
(5) Usando a Formula Integral de Cau hy, al ule

I
cos z
dz
C (z + i)(z − i)2

onde C é o quadrado de vérti es −1, 1, 1 − 2i e −1 − 2i per orrido no sentido

anti-horário.

(6) Seja γ a urva mostrada ao lado. Ela onsiste

do eixo x de 0 até 2, seguida pelo ar o do ir ulo y


|z| = 2 de 2 até 2i, seguida pelo eixo y de 2i até

0. Cal ule os seguintes integrais: 2i


I I
(a) z dz (b) ez dz γ
γ γ

I I
z2 + 1 z4 − 1
(c) dz (d) dz
γ (z − 1 − i)2 γ z − 2 − 2i 2 x
O

(7) Seja γ1 a ir unferên ia |z| = 4 orientada positivamente e γ2 a fronteira do quadrado

ujo lados estão sobre as retas x + ±1, y = ±1. Explique porque

I I
f (z) dz = f (z) dz
γ1 γ2

quando
1
(a) f (z) =
+1 3z 2
z+2
(b) f (z) =
sen (z/2)
z
(c) f (z) =
1 − ez
(8) Mostre que se f é analíti a no interior e sobre uma urva fe hada simples γ e z0 ∈
/ γ,
então
I I
f ′ (z) dz f (z) dz
= .
γ z − z0 γ (z − z0 )2

(9) Seja γ o ir ulo unitario


I az z = eiθ (−π ≤ θ ≤ π.) Mostre que, para qualquer
e
a ∈ R, dz = 2πi. Es revendo este integral em termos de θ deduza que
γ z
Z π
ea cos θ cos (a sen θ) dθ = π.
0

191
I Z 2π
zdz dθ
(10) Cal ule
2
. Portanto deduza o valor da integral .
|z|=1 (2z − 1)(z − 2) 0 (5 − 4 cos θ)2

(11) Sejam D⊂C um aberto simplesmente onexo e γ uma urva fe hada simples em

D. Seja g(z) uma função analíti a em D tal que g(z) 6= 0 para todo z ∈ D. Seja

f (z) = (z − a)n g(z) onde a∈D e n ∈ Z. Cal ule


I ′
1 f (z)
dz.
2πi γ f (z)

(12) Seja f uma função inteira tais que |f (z)| ≥ 2 para todo z ∈ C. Mostre que f é

onstante.

(13) Se f é inteira om f (1) = 2, f (0) = 0 e |f ′(z)| < M prove que f (z) = 2z.

(14) Seja f uma função inteira e suponha que existem M ≥ 0, R > 0 e n≥1 tais que

|f (z)| ≤ M|z|n para |z| ≥ R.

Mostre que f é um polinmio de grau ≤ n.

(15) Seja f uma função inteira e suponha que existem onstante a, b tal que

|f (z)| ≤ a|z| + b, para todo z ∈ C.

Mostre que f é um polinmio de grau ≤ 1.

(16) Seja f uma função inteira e suponha que m e n são inteiros tal que

n
m −1 d f
(2 + |z| ) é limitada em C.
dz n
Prove que f é um polinmio e estime o grau de f em termos de m e n.

(17) Seja f uma função inteira tal que Imf (z) é onstante. Mostre que f é uma onstante.

(18) Seja f uma função inteira tal que Re(f (z)) ≥ 0, ∀z. Mostre que f é uma onstante.

(19) Seja f uma função inteira tal que Re(f (z)) ≤ Im(f (z)), ∀z ∈ C Mostre que f é

uma onstante. Di a: Considere g(z) = e(1+i)f (z)

(20) Seja f uma função inteira; se lim |f (z)| = L existe (nito ou innito), mostre que
|z|→∞
f é um polinmio.

192
(21) Prove que se f é inteira tal que

|f (z)| ≤ |ez |, ∀z ∈ C

então existe um omplexo c tal que f (z) = cez para todo z ∈ C.

(22) Determine o máximo da seguintes funções no domínio indi ados

π π
(a) f (z) = ez + ie−z no retângulo −1 ≤ x ≤ 1, − ≤y≤ .
2 2
(b) f (z) = sen z no quadrado [0, 1] × [0, 1].

( ) f (z) = cos (3z) no dis o |z| ≤ 1.

193

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