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A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE ESTOQUES NA ADMINISTRAÇÃO DO

CAPITAL DE GIRO DA EMPRESA


THE IMPORTANCE OF INVENTORY MANAGEMENT OF THE COMPANY
WORKING CAPITAL MANAGEMENT

Ana Carolina Miazzo – karolmiazzo@hotmail.com


Luciana Parinos – lu_parinos@hotmail.com
Graduandas em Administração – UniSALESIANO Lins
Prof. Me. Ricardo Yoshio Horita – ricardohorita@uol.com.br
Prof.ª Esp. Érica Cristiane dos Santos Campaner – UniSALESIANO Lins –
erica_cristiane@unisalesiano.edu.br

RESUMO

As empresas procuram formas de se manterem no mercado, buscando uma


gestão eficiente de seus recursos para melhor atender os seus clientes. Uma das
importantes ferramentas utilizada para atingir este objetivo é a gestão de estoques,
pois corresponde por boa parte dos ativos financeiros da empresa. A gestão de
estoques envolve a aquisição de produtos, armazenamento, controle das entradas e
saídas e a logística. Manter os estoques em grandes quantidades para atender a
demanda pode significar uma manutenção de recursos ociosos, necessitando de
elevado capital de giro, aumento dos custos e a redução da rentabilidade. Com uma
administração eficiente e eficaz dos estoques permite proporcionar melhores
resultados. A organização adequada dos produtos estocados garante melhor
aproveitamento do espaço físico, preservação da qualidade, redução dos custos e
obtenção do retorno sobre o capital investido. Para demonstrar a importância da
gestão de estoques e tornar eficiente a administração do capital de giro, foi realizada
uma pesquisa de campo no Grupo Colorado de Lins-SP.

Palavras-chave: Gestão de Estoques. Importância. Administração do Capital de


Giro.

ABSTRACT

Companies look for ways to stay in the market, seeking an efficient management of
their resources to better serve their customers. One of the important tools used to
achieve this goal is inventory management, since it corresponds to a good part of the
company's financial assets. Inventory management involves product acquisition,
warehousing, entry and exit control, and logistics. Maintaining stocks in large
quantities to meet demand may mean maintaining idle resources, requiring high
working capital, rising costs and reduced profitability. Efficient and efficient inventory
management allows better results. The proper organization of the products stocked
guarantees better use of the physical space, preservation of quality, reduction of
costs and obtaining return on invested capital. To demonstrate the importance of
inventory management and to make working capital management efficient, a field
survey was conducted at the Colorado Group of Lins-SP.

Keywords: Storage Management. Importance. Working Capital’s Administration.

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INTRODUÇÃO

Para o sucesso do empreendimento, as empresas devem sempre procurar


formas de obter vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes,
necessitando, assim, utilizar de forma eficiente de seus recursos financeiros. Um dos
pontos a serem observados é a gestão estoques, onde o controle indevido deste
ativo pode acarretar perdas decorrentes da falta de produtos quando necessário ou
armazenagem em excesso, situação em que os recursos estarão ociosos, portanto,
mal utilizados.
Conforme Pozo (2007) é notório que todas as organizações de transformação
devem preocupar-se com o controle de estoque, visto que desempenham e afetam
de maneira bem definida o resultado da empresa.
Segundo Alt; Martins (2003), os estoques representam uma parcela
significativa dos ativos das empresas, devendo ser encarados como um fator
determinante de geração de negócios e lucros. Compete ao administrador, verificar
se os estoques estão tendo utilidade adequada ou sendo um peso morto, ou seja,
não apresentando o retorno esperado sobre o capital neles investido.
De acordo com Pozo (2007), quando a empresa mantém estoques elevados
para atender plenamente a demanda, acarreta a necessidade de elevado capital de
giro e, por consequência, produzem elevados custos.
Outro aspecto para o sucesso empresarial é uma gestão eficiente do capital
de giro da organização, que, para Tófoli (2012), a gestão de capital de giro abrange
processo contínuo de tomada de decisões envolvendo a liquidez (risco) e a
rentabilidade da organização e procura administrar de forma coerente às atividades
existentes no Ciclo Operacional.
Com o objetivo de demonstrar a importância da gestão de estoque para obter
uma eficiente administração do capital de giro da empresa, foi realizada uma
pesquisa de campo em uma empresa que atua no ramo de vidraçaria e esquadrias
de alumínio.
A metodologia empregada foi da revisão bibliográfica sobre o assunto,
juntamente com um estudo de caso.

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1 ESTOQUE

Segundo Tófoli (2012), estoque é a quantidade de bens físicos que são


mantidos em reserva à espera da venda ou da utilização na produção. Os bens em
estoques podem ser entendidos como, matérias-primas, produtos semiacabados,
produtos acabados e mercadorias para venda. Os estoques são itens que não são
utilizados constantemente, entretanto são estocados em função de futuras
necessidades.

1.1 Tipos de estoques

Algumas definições relativas à gestão de estoques serão apresentadas a


seguir.

1.1.1 Estoque mínimo

O estoque mínimo é uma das fontes de informações mais importantes para a


gestão eficiente dos estoques, pois está diretamente vinculada a uma parte da
imobilização financeira da empresa, afirma Dias (1993).
Estoque mínimo é a quantidade de peças presentes no estoque, a partir da
qual serve de parâmetro para se fazer os pedidos de reposição. São fundamentais:
o estoque de segurança e os tempos de entrega e consumo diário. Os pedidos de
compra de materiais ou mercadorias devem ser emitidos quando as quantidades
estocadas atingirem níveis suficientes para cobrir os estoques de segurança fixados
e as vendas previstas para os períodos correspondentes aos prazos de entrega dos
fornecedores, segundo Tófoli (2012) e a fórmula para o estoque mínimo é:

Emi = Er + Pe x C
Sendo:
Emi = estoque mínimo
Er = estoque de segurança
Pe = prazo de entrega
C = consumo médio diário

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No estudo de caso, será calculado o estoque mínimo através da fórmula que
já inclui a variabilidade do lead time e do consumo médio necessário para estimar o
estoque de segurança. Um modelo o apresentado por Maria; Novaes (2011) onde
considera que tanto o nível de serviços dos fornecedores (Lead time) quanto à
demanda seguem uma distribuição normal. Este modelo é apresentado a seguir:

Figura 1: Fórmula do Estoque de Segurança

Fonte: MARIA; NOVAES, 2011, p. 8.

Sendo,
d = demanda média;
LT = lead time médio;
σLT = desvio padrão do lead time;
σd = desvio padrão da demanda durante o lead time;
K = fator de segurança, determinado pela incógnita Z para um dado nível de
serviço, segundo a distribuição normal de probabilidades.
Neste artigo, será adaptada a terminologia da variável de saída da fórmula
como sendo o estoque mínimo.

1.1.2 Estoque de segurança

Para Tófoli (2012), o estoque de segurança é um amortecedor destinado a


diminuir as implicações de variações do consumo médio mensal, do tempo de
reposição ou de ambos. É imprescindível que ocorra um planejamento que
determine uma reserva de estoque que equilibre tanto os custos de oportunidade
das possíveis faltas de estoque como os custos de estocagem de maiores
quantidades de materiais no almoxarifado.
Seu objetivo é compensar as incertezas decorrentes do fornecimento, da
demanda e permitir a manutenção de um fluxo regular de produção, consumo ou
venda. Sua fórmula, segundo Tófoli (2012) é:

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ES = (c x ape) + ac (pe + ape)

Sendo:
ES = estoque de segurança
c = consumo diário
ape = atraso no prazo de entrega
ac = aumento do consumo diário
pe = prazo de entrega pelo fornecedor

1.1.3 Estoque máximo

De acordo com Tófoli (2012), estoque máximo é igual à soma do estoque de


segurança mais o lote de suprimento ou o lote econômico. O mesmo sofre limitações
de ordem física, manuseio, custos, inventários, riscos entre outros. Os componentes
desse tipo de estoque são o suprimento e o estoque de reserva. Para obtenção do
estoque máximo pode-se utilizar a seguinte fórmula:
Emax = ES + Lote suprimento

Sendo:
Emax = estoque máximo
ES = estoque de segurança
Lote suprimento

2 CONTROLE E AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

De acordo com Pozo (2007) pode-se avaliar o estoque por três métodos:
primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS); último a entrar, primeiro a sair (UEPS) e
Custo médio. O método PEPS estabelece que a baixa dos itens de estoque obedeça
à ordem de entrada do material na empresa, onde o primeiro produto que entra no
estoque será o primeiro a sair e, assim, utilizará seus respectivos valores na
contabilização do estoque. Já o método UEPS obedece à ordem do último produto
que entrou no estoque deve ser o primeiro a sair, portanto, o valor do saldo será

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estabelecido pelos valores de aquisição das primeiras entradas.
Entretanto, em períodos inflacionários o método UEPS apresenta o valor dos
estoques mais reduzidos e custos dos produtos vendidos mais elevados,
apresentando um lucro no exercício menor para a empresa. Este é um dos motivos
pelo qual o método não ser aceito pela legislação tributária do imposto sobre a renda
e contribuição social, pois provoca menor incidência do valor destes tributos,
conforme Perez Junior; Begalli (2009).
Para Pozo (2007) o Custo médio é o método que se utiliza com maior
frequência, pois é simples e evita os excessos de preços nas mercadorias e dilui as
flutuações que possam ocorrer. Sua metodologia é fixar o preço médio dos produtos
estocados. O procedimento de baixa dos itens de estoque é efetuado pela
quantidade demandada ou aquisição e os valores finais do saldo são dados pelo
preço médio dos produtos estocados.

3 ADMINISTRAÇÃO DE CAPITAL DE GIRO

A administração do capital de giro é o gerenciamento do ativo e passivo


circulante, alcançando um equilíbrio entre o risco e a rentabilidade da empresa
(TÓFOLI, 2012).
A administração do capital de giro é formado pelo ativo circulante, onde são
os recursos que giram várias vezes em determinado período (NETO; LIMA, 2011).
Há três conceitos de Capital de Giro:
Capital de Giro ou Capital Circulante Próprio: são basicamente, os recursos
próprios da empresa que estão financiando suas atividades decorrentes (TÓFOLI,
2012). Possui a fórmula:

CCP= PL – ANC

Onde:
CCP – capital circulante próprio
PL – patrimônio líquido
ANC – ativo não circulante

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Capital de giro líquido ou capital circulante líquido: é o valor líquido dos
investimentos, realizado no capital da empresa.
De acordo com Neto; Silva (2002), o capital de giro líquido reflete a folga
financeira da empresa; representa os recursos de longo prazo que financia os
recursos de curto prazo. Sua fórmula:

CGL (CCL) = AC-PC

Onde:
CGL = capital de giro líquido
CCL = capital circulante líquido
AC = ativo circulante
PC = passivo circulante

4 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO

“A necessidade de capital de giro indica o montante de recursos necessários


para se manter o giro dos negócios, refere-se às contas cíclicas ligadas às
operações da empresa.” (KOMATSU; SANTANA, 2011, p. 4)
Matarazzo (2003) afirma que, necessidade de capital de giro (NCG) não é
apenas um conceito para análise financeira da empresa, mas também de estratégias
de financiamento, crescimento e lucratividade.

5 GESTÃO DE ESTOQUES NA ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO

Para a administração dos estoques é importante prever o valor do estoque em


um espaço de tempo adequado e gerenciá-lo, comparando-o com o planejado e
tomar as devidas providências necessárias quando houver desvio de rota, como
afirma Pozo (2007).
Conforme Negromonte Filho et al. (2012), o controle de estoque é importante
para a organização, pois controla os desperdícios; evitando o excessivo
investimento neste item do ativo, o qual prejudicaria o capital de giro.
Assaf Neto (2005) afirma que, a administração do capital de giro deve

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assegurar a uma empresa a adequada consecução de sua política de estocagem,
aquisição de materiais, produção, venda de produtos e mercadorias e prazo de
recebimento.
Os estoques são elementos onerosos que tem a necessidade de se repor
periodicamente, mas é imprescindível que seja executado um planejamento
baseado na liquidez da empresa que indicará o momento e a quantidade adequada
para a reposição das mercadorias. Desta forma, procura-se evitar os problemas
obsolescência de materiais, no qual impacta o ciclo natural do capital de giro,
conforme defendem Negromonte Filho et al. (2012).

6 ESTUDO DE CASO

Com a pesquisa foi possível observar que o atual controle de estoques da


empresa dispõe de um sistema chamado Onclick, que está em fase de implantação
e adaptação. Alguns itens do almoxarifado já estão inclusos no sistema, como os
componentes, vidros, perfis de alumínio utilizados para corrimão e guarda corpo,
faltando apenas os perfis de alumínio utilizados na fabricação de esquadrias.
Quando a empresa consolida um projeto com o cliente, faz-se o lançamento
das necessidades de matérias primas no sistema verificando se há itens suficientes
nos estoques, e caso não possua, o sistema acusa a quantidade de produtos
necessários para atender o projeto. Através destes parâmetros, o sistema Onclick
alerta o momento e a quantidade dos produtos a serem adquiridos.
A alimentação do controle das entradas e saídas dos produtos é feita
manualmente, ou seja, quando chega uma mercadoria a mesma é lançada no
sistema e ao retirá-la é dada a baixa.
A empresa dispõe de um elevado capital de giro, pois na maioria das vezes é
necessário financiar a execução de um projeto do cliente, visto que a maioria dos
clientes não efetua o pagamento à vista. Com uma eficiente gestão de estoques, o
Grupo Colorado tem a possibilidade de alavancar seu capital giro.

6.1 Modelo da quantidade do pedido

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Com base no relatório de alguns produtos disponibilizado pela empresa no
período de janeiro a julho de 2016, foi realizada uma análise das movimentações
existentes, onde se buscou detectar a quantidade ideal de produtos a serem
mantidas no estoque, o suficiente para suprir as vendas e otimizar os recursos
financeiros.
Na Tabela 1 é apresentado o controle de entrada e saída de um dos produtos
analisados, neste produto só ocorreu movimentação no período de janeiro a maio de
2016, de onde foram retirados os parâmetros para estabelecer o Estoque Mínimo
que permita tornar mais eficiente a gestão dos estoques.
Através destes dados foram calculados a média de saídas mensais dos
produtos, e seu respectivo desvio padrão. Através de uma conversa com a
proprietária da empresa foi estimado o Lead Time, ou tempo médio de reposição de
estoques, contado da data do pedido à data de entrada nos estoques. Foi também
estimado o seu desvio padrão.

Tabela1: Relatório de entradas e saídas, Produto A – 2016


PREÇO
DATA ENTRADA SAÍDA SALDO SALDO FINAL R$
UNITÁRIO
Janeiro
8 63 R$ 24,82 R$ 1.563,66
11 2 61 R$ 24,82 R$ 1.514,02
15 6 55 R$ 24,82 R$ 1.365,10
18 1 54 R$ 24,82 R$ 1.340,28

26 1 55 R$ 24,82 R$ 1.365,10
Fevereiro 55 R$ 24,82 R$ 1.365,10
1 1 54 R$ 24,82 R$ 1.340,28
3 8 46 R$ 26,13 R$ 1.201,98
4 2 44 R$ 24,82 R$ 1.092,08
8 50 94 R$ 26,13 R$ 2.456,22
10 4 90 R$ 26,13 R$ 2.351,70
29 3 87 R$ 26,13 R$ 2.273,31
29 4 83 R$ 26,13 R$ 2.168,79
Março 83 R$ -
7 1 82 R$ 26,13 R$ 2.142,66
7 2 80 R$ 26,13 R$ 2.090,40
18 2 78 R$ 26,13 R$ 2.038,14
28 1 77 R$ 26,13 R$ 2.012,01

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31 1 76 R$ 26,13 R$ 1.985,88
31 4 72 R$ 26,13 R$ 1.881,36
Abril 72 R$ 26,13 R$ 1.881,36
9 1 71 R$ 26,13 R$ 1.855,23
9 1 70 R$ 26,13 R$ 1.829,10
15 2 68 R$ 26,13 R$ 1.776,84
16 1 67 R$ 26,13 R$ 1.750,71
18 1 66 R$ 26,13 R$ 1.724,58
18 1 65 R$ 26,13 R$ 1.698,45
19 2 63 R$ 26,13 R$ 1.646,19
25 2 61 R$ 26,13 R$ 1.593,93
28 1 60 R$ 26,13 R$ 1.567,80
Maio 60 R$ 26,13 R$ 1.567,80
2 10 70 R$ 26,13 R$ 1.829,10
2 6 76 R$ 26,13 R$ 1.985,88
4 2 74 R$ 21,16 R$ 1.565,84
12 1 73 R$ 21,16 R$ 1.544,68
20 1 72 R$ 21,16 R$ 1.523,52
Fonte: Acervo Grupo Colorado, 2016

De acordo com os dados analisados, foi realizada uma simulação com


amostra de onze itens para identificar o Estoque mínimo. Para os cálculos, foi
utilizada a fórmula proposta por Maria; Novaes (2011) na figura 1, aqui adaptada à
terminologia para estoque mínimo.
Na análise realizada neste estudo de caso, considerou-se que o tempo médio
do lead time é de 15 dias e a incógnita K que representa a quantidade de desvio
padrão, foi estabelecida em valor igual a três, significando uma alta probabilidade de
que não ocorrerá a ruptura do estoque. Para estabelecer este valor assume-se que
a variação de saídas de produtos dos estoques segue uma distribuição normal de
probabilidade. Foi considerado o período analisado de janeiro a maio de 2016. Foi
calculada a demanda média e o respectivo desvio padrão levando-se em conta o
total de saídas no período.
Por falta de dados históricos disponíveis, adotou-se o desvio padrão do lead
time de aproximadamente quatro dias e meio ou 0,15 meses, representando
aproximadamente um terço da média do lead time (0,5 mês).
Através dos dados obtidos, calculou-se o Estoque Mínimo através da fórmula
apresentada na Figura 1.

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Tabela 2: Resultado do cálculo do Emi
Demanda
D 12
Média
Desvio
padrão da σd 6,6
demanda
Lead time
LT 0,5 Mês
médio
Desvio
padrão do σLT 0,15 Mês
lead time
K = Z fator de
Z 3
segurança
Estoque
Emi 19
mínimo
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016

Depois de calculado o Estoque Mínimo iniciou-se uma simulação para


verificar se, utilizando os valores calculados, iria diminuir o volume mantido nos
estoques e se haveria risco de ruptura de estoques neste mesmo período.
Considerou-se que, no início do período analisado, deveria ter no estoque da
empresa, o valor do Estoque Mínimo calculado acrescido da Demanda Média
Mensal do produto.
Cálculo simulado:
Emi + d = Saldo Inicial
19 + 12 = 31 peças

A partir desse ponto, lançaram-se as demandas reais do período, e quando o


item atingia o nível mínimo, simulava-se o pedido de compra. Para saber a
quantidade correta de produto a ser comprado utilizou-se a fórmula:
QP = Emi - SALDO + DM
Sendo,
QP – Quantidade do pedido
Emi – Estoque Mínimo
DM – Demanda média
Cálculo simulado:
QP = 19 - 13 + 12
QP = 18 peças

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Efetuado o pedido de compra do produto e com prazo de quinze dias para
entrega, a quantidade entregue é inserida ao saldo. Conforme acontecem as vendas
e o item atinge o estoque mínimo novamente, repete-se o processo. Com este
método, as compras serão realizadas uma vez ao mês, podendo em alguns casos
ocorrer mais de uma compra devido às vendas aumentarem em determinado
período. Mesmo ocorrendo o pedido mais de uma vez ao mês, a fórmula sugerida,
apontaria um número suficiente para que não ocorra a falta de estoque.
Desta forma chegou-se à tabela abaixo.

Tabela 3: Implementação do modelo Quantidade do Pedido - (2016)


PREÇO
DATA ENTRADA SAÍDA SALDO SALDO FINAL R$
UNITÁRIO
Janeiro
8 31 R$ 24,82 R$ 769,42
11 2 29 R$ 24,82 R$ 719,78
15 6 23 R$ 24,82 R$ 570,86
18 1 22 R$ 24,82 R$ 546,04
26 22 R$ 24,82 R$ 546,04
Fevereiro 22 R$ 24,82 R$ 546,04
1 1 21 R$ 24,82 R$ 521,22
3 8 13 R$ 26,13 R$ 339,69
4 2 11 R$ 24,82 R$ 273,02
8 11 R$ -
10 4 7 R$ 26,13 R$ 182,91
18 18 25 R$ 26,13 R$ 653,25
29 3 22 R$ 26,13 R$ 574,86
29 4 18 R$ 26,13 R$ 470,34
Março 18 R$ -
7 1 17 R$ 26,13 R$ 444,21
7 2 15 R$ 26,13 R$ 391,95
15 13 28 R$ 26,13 R$ 731,64
18 2 26 R$ 26,13 R$ 679,38
28 1 25 R$ 26,13 R$ 653,25
31 1 24 R$ 26,13 R$ 627,12
31 4 20 R$ 26,13 R$ 522,60
Abril 20 R$ 26,13 R$ 522,60
9 1 19 R$ 26,13 R$ 496,47
9 1 18 R$ 26,13 R$ 470,34
15 2 16 R$ 26,13 R$ 418,08
16 1 15 R$ 26,13 R$ 391,95
18 1 14 R$ 26,13 R$ 365,82

20
18 1 13 R$ 26,13 R$ 339,69
19 2 11 R$ 26,13 R$ 287,43
24 12 23 R$ 26,13 R$ 600,99
25 2 21 R$ 26,13 R$ 548,73
28 1 20 R$ 26,13 R$ 522,60
Maio 20 R$ -
2 20 R$ -
2 20 R$ -
4 2 18 R$ 21,16 R$ 380,88
12 1 17 R$ 21,16 R$ 359,72
19 13 30 R$ 21,16 R$ 634,80
20 1 29 R$ 21,16 R$ 613,64
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016

Com a simulação realizada dos onze itens, percebe-se que houve redução do
saldo necessário nos estoques, o que irá implicar em disponibilizar recursos
financeiros no caixa da empresa para ser aplicado em operações mais rentáveis
para a empresa.

Tabela 4: Demonstração da diferença, aplicado a Quantidade do Pedido


SALDOS MÉDIOS

ATUAL SIMULADO DIFERENÇA %


PRODUTO A R$ 1.777,18 R$ 506,52 R$ 1.270,66 71%
PRODUTO B R$ 1.928,21 R$ 109,72 R$ 1.818,49 94%
PRODUTO C R$ 1.898,61 R$ 524,03 R$ 1.374,58 72%
PRODUTO D R$ 2.411,61 R$ 232,13 R$ 2.179,48 90%
PRODUTO E R$ 220,15 R$ 22,73 R$ 197,42 90%
PRODUTO F R$ 1.034,62 R$ 560,26 R$ 474,36 46%
PRODUTO G R$ 15.515,14 R$ 303,78 R$ 15.211,36 98%
PRODUTO H R$ 3.392,63 R$ 1.602,65 R$ 1.789,98 53%
PRODUTO I R$ 257,14 R$ 92,44 R$ 164,70 64%
PRODUTO J R$ 2.247,34 R$ 507,94 R$ 1.739,40 77%
PRODUTO K R$ 3.254,54 R$ 508,58 R$ 2.745,96 84%
SOMA R$ 33.937,17 R$ 4.970,78 R$ 28.966,40 85%
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016

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Através da simulação realizada de acordo com a saída (venda) de
mercadorias foi possível analisar uma significante diferença nos valores finais nos
saldos dos estoques atual e simulado, dos produtos analisados. Utilizando-se o
modelo proposto foi possível demonstrar que se pode tornar mais eficiente o
aproveitamento do capital de giro da empresa.
Isso só foi possível, pois as compras foram projetadas considerando a
característica da demanda e efetuar a compra apenas no momento necessário e na
quantidade suficiente para suprir a demanda.

CONCLUSÃO

Pode-se observar a importância de uma gestão de estoques adequada, pois


ele permite à empresa obter a redução dos estoques ociosos aproveitando melhor o
espaço físico, além de tornar mais eficiente à utilização do seu capital de giro. A
manutenção de um nível mínimo de estoques permite direcionar os recursos
disponíveis para opções mais rentáveis, além de diminuir os custos envolvidos na
manutenção dos mesmos.
Diante disto, com a pesquisa foi possível demonstrar que, a partir de uma
gestão de estoque eficiente, faz com que a organização disponha apenas de volume
necessário de produtos armazenados para atender a demanda, alavancando seu
capital de giro.
Além disso, é possível obter melhores resultados, controles mais precisos de
seu estoque, pois o mantendo atualizado faz com que consiga gerar relatórios da
situação atual e realizar projeções para o futuro.

REFERÊNCIAS

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patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2003.

ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

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Paulo: Atlas, 1993.

22
KOMATSU, S. A; SANTANA, M. R. Análise do gerenciamento do capital de giro e da
necessidade de capital de giro na gestão dos negócios um estudo aplicado na
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MARIA, G. B. A; NOVAES, A. G. N. Determinação do estoque de segurança


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