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TRABALHO DE REGÊNCIA VERBAL – 19/06/2012

GRAMÁTICA TRADICIONAL: MORFO SINTAXE (LET 202/ M4) – PROF. ELIANA

IMPLICAR
Segundo Luiz Fernando Mazzarotto, “Implicar → Transitivo Direto: No sentido
de acarretar (ter consequência), é costumeiro ocorrer com a preposição em (errado);
no uso culto, é transitivo direto.
A falta às aulas implicou (TD) a sua reprovação (OD).
Esta atitude implicará (TD) uma admoestação (OD).

Já Luiz Antonio Sacconi aponta outras possibilidades, além da anteriormente


citada por Mazzarotto. Ele afirma que:
“TD = acarretar;
Toda ação implica uma reação igual e contrária.
Esse garoto implicou a sua demissão da firma.
TI, mas sempre pronominal = envolver-se (implicar-se em):
Desde cedo o rapaz implicou-se em tráfico de drogas.
Nunca me impliquei em contrabando.
TI = ter implicância (implicar com):
O velho implicava com todo o mundo.
Juçara implicou comigo.”

Consultando o dicionário Aurélio, encontramos a seguinte definição:


“implicar. [do lat. implicare.] V. t. d. 1. Tornar confuso; enredar, embaraçar, enlear: As
nuanças implicam a mente. 2. Dar a entender. fazer supor; pressupor: “O diálogo com
o mundo, que iniciamos naquelas horas felizes, pmplicava simultaneamente uma
obstinação impulsora e um frêmito afetivo.” (Miguel Torga, Diário, IX, p. 38) [...]. 3.
Trazer como consequência; envolver importar: A supressão da liberdade implica, não
raro, a violência. 4. Tornar indispensável; demandar, requerer: A criação artística
implica muita dedicação. T. d. e i. 5. Comprometer, envolver: Implicaram-no em crime
de furto. 6. Ser a causa de; originar: O desenvolvimento da ciência implica muito
benefícios para a humanidade. T. i. 7. Ser incompatível, inconciliável, não se
harmonizar: Uma opinião não implicava com a outra. 8. Demonstrar antipatia;
mostrar-se impaciente; antipatizar: Implicava com os colegas [...]. 9. Causar pequeno
aborrecimento ou zanga a; chatear. 10. Provocar, amolar, enticar. 11. Fazer supor;
importar: “O fato de ser revolucionária não implica em que a organização político-
jurídica da sociedade e do Estado não seja preliminar à reforma econômico-social.”
(Afono Arinos de Melo Franco, A Alma do Tempo, p. 400.) [...]”

Fazendo uma comparação entre os diversos usos do verbo “implicar”, vemos


que os apontados pela gramática estão defasados em relação aos do dicionário,
segundo o qual, o verbo “implicar” pode ser usado como transitivo direto, como
transitivo indireto ou como bitransitivo.

PRESIDIR

Segundo os gramáticos Paschoalini & Spadoto, o verbo presidir é “Transitivo


direto ou indireto.
Poucos presidiram o Sindicato dos Metalúrgicos como ele.
Presidiram ao júri cinco mulheres.

Também na Gramática Interativa do Professor Helinho, afirma-se a mesma


coisa. Segundo ela “o verbo presidir é indiferentemente transitivo direto ou transitivo
indireto.
O juiz presidiu o julgamento do réu.
O juiz presidiu ao julgamento do réu.
Nós presidimos a reunião preparatória.
Nós presidimos à reunião preparatória.
A reunião que ele presidiu estava tensa.
A reunião a que ele presidiu estava tensa.

Na consulta ao dicionário Aurélio, encontramos a seguinte definição:


“presidir. [Do lat. praesidere.] V. t. d. T. i. 1. Dirigir como presidente; exercer funções
de presidente em: Não se sabe ainda quem presidirá o país; Vai presidir a uma grande
instituição. 2. Assistir, dirigindo ou guiando: Orientadores educacionais presidem os
alunos; Ninguém queria presidir à reunião [...]. 3. Dirigir, regular, reger, governar:
Muitos acreditam em leis imutáveis que presidem o mundo [...]. 4. Dirigir como chefe
(comissão, empresa, obra, etc.): superintender. 5. Guiar, orientar, nortear: Estes sãos
princípios que presidem minha vida; São normas que presidem à existência [...].”

Assim sendo, se compararmos as explicações gramaticais às do dicionário,


notamos uma conformação entre elas. O verbo presidir é transitivo direto ou transitivo
indireto.

BIBLIOGRAFIA

FERREIRA, A. B. H. Aurélio século XXI: o dicionário da Língua Portuguesa. 3. ed. rev. e


ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
MAZZAROTTO, L. F. Manual de gramática: guia prático da língua portuguesa. São
Paulo: DCL, 2005.
MELLO, H. E. de Lima Barbosa. Colocando o PORTUGUÊS EM DIA. Belo Horizonte:
Autêntica Editora, 2006.
PASCHOALIN, M. A. e SPADOTO, N. T. Gramática: teoria e exercícios. São Paulo: FTD,
1996.
SACCONI, L. A. Nossa gramática – Teoria e prática. São Paulo: Atual Editora, 2001.

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