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3.

TEORIA DO COMPORTAMENTO DO
CONSUMIDOR

Há três etapas no estudo do comportamento do consumidor:


1)Estudaremos as preferências do consumidor: para descrever
como e por quê as pessoas preferem uma mercadoria a outra.
2)Depois, abordaremos as restrições orçamentárias: as pessoas
têm rendas limitadas.
3) Finalmente, combinaremos as preferências do consumidor
com as restrições orçamentárias para determinar as escolhas do
consumidor: que combinação de mercadorias os consumidores
comprarão de modo a maximizar sua satisfação?

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3.1. Preferências do Consumidor
Cestas de Mercado
• Uma Cesta de Mercado é um conjunto de uma ou mais mercadorias.
• Uma cesta de mercado pode ser preferida a outra que contenha uma
combinação diferente de mercadorias.

Três Premissas Básicas


1) Integralidade ou exaustividade. As preferências são completas. O
consumidor é capaz de ordenar as cestas de mercado em uma ordem de
preferência e dizer se ele prefere uma ou outra ou, ainda, se ele e
indiferente a qualquer uma delas em relação a outra.
2) Transitividade. As preferências são transitivas. se um consumidor prefere
a cesta de mercado A a cesta B e prefere B a C, entao ele tambem prefere
A a C.
3) Quanto mais melhor. Os consumidores sempre preferem quantidades
maiores de um bem a menor quantidade do mesmo. Também chamado
princípio da não saciedade.

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3.1. Preferências do Consumidor
Cesta de Mercado Unidades de Alimento Unidades de Vestuário
A 20 30
B 10 50
D 40 20
E 10 20
G 30 40

Curva de Indiferença
Uma curva de indiferença representa todas as
combinações de cestas de mercado que proporcionam o
mesmo nível de satisfação a uma pessoa.

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3.1. Preferências do Consumidor

50 B
V e s tu á rio s
•As cestas B, A e D proporcionam a
40 E
mesma satisfação.
A
30
G •E é preferida a qualquer cesta em U0
20 D
U0
•Cestas em U0 são preferidas a G.
10

10 20 30 40 50
A lime n to s

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3.1. Preferências do Consumidor
Mapa de Indiferença
Um mapa de indiferença é
um conjunto de curvas de
indiferença que descrevem
as preferências de uma
pessoa com relação a todas
as combinações de dois
bens.

Cada curva de indiferença no mapa mostra as cestas de mercado entre


as quais a pessoa é indiferente.

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3.1. Preferências do Consumidor
Propriedades da Curva de Indiferenca
1) Inclinação negativa: devido à necessidade de manter o mesmo nível de bem-estar,
ao aumentar o consumo de um bem determinado, necessitamos reduzir o
consumo de outro, que assim é substituído. Por isso, a inclinação da curva de
indiferença recebe o nome de Taxa Marginal de Substituição (TMS) e representa a
taxa de intercâmbio de um bem por outro que mantém o mesmo nível de bem-
estar.
2) Convexidade em relação à origem: a taxa marginal de substituição vai diminuindo
à medida que aumenta a quantidade de alimentos e reduzimos a quantidade de
vestuário. Isso é consequência da menor capacidade de substituir vestuário por
alimentos, quando diminuímos as primeiras e aumentamos a segunda. Isso é
devido à lei da utilidade marginal decrescente, mostrada anteriormente.
3) Curvas mais altas são preferíveis. Na figura da página anterior, o nível de utilidade
U2 representa mais satisfacao que o nível U1, pois para a mesma quantidade de
alimentos, o vestuario e maior em U2. Assim, quanto mais alta a curva, melhor.
4) Curvas de indiferenca nao se cruzam. Isso violaria a premissa de que uma
quantidade maior de mercadoria é preferida a uma menor.
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3.1. Preferências do Consumidor

Observação: A quantidadede vestuário de


quese abre mão para se obter uma unidade
16 de alimento diminui de 6 para 1.
14
 6s
V e s tu á rio
12
Pergunta: Essa relação também é
10
1 válida ao abrir mão de alimento
para obter vestuário?
8 4

6
1
2
4 1 1
1
2

1 2 3 4 5
A lime n to s

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3.1. Preferências do Consumidor
Taxa Marginal de Substituição (TMS)
• Mede a quantidade de um bem de que o consumidor está disposto a
desistir para obter mais de outro.
– É medida pela inclinação da curva de indiferença.

16

14
6
V e s tu á rio s
12

10
1

8 4

6
1
2
4 1 1
1
2

1 2 3 4 5
A lime n to s

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3.1. Preferências do Consumidor
Taxa Marginal de Substituição
• Adicionaremos, agora, uma quarta premissa relativa às preferências
do consumidor:
– A taxa marginal de substituição é decrescente ao longo da curva
de indiferença.
• Observe que a TMS para AB era 6, enquanto para DE era 2.

• As curvas de indiferença são convexas porque à medida que


maiores quantidades de uma mercadoria são consumidas, espera-
se que o consumidor esteja disposto a abrir mão de cada vez menos
unidades de uma segunda mercadoria para obter unidades
adicionais da primeira.

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3.2. Restrições Orçamentárias
• O comportamento do consumidor não é determinado, apenas, por suas
preferências.
• As restrições orçamentárias também limitam a capacidade do indivíduo
de consumir, tendo em vista os preços que ele deve pagar por diversas
mercadorias e serviços.
• 0 consumidor não pode gastar mais do que um certo RENDIMENTO (R)
nos vários bens (V, A, ...), cada um custando um certo PREÇO (PV, PA, ...).

• Todo o rendimento é gasto: R = PVV + PAA

• Nesta última equação, o intercepto horizontal da recta orçamentária é


dado por e a inclinação por . Graficamente teremos:

10
3.2. Restrições Orçamentárias

11
3.2. Restrições Orçamentárias
Exemplo:
suponha que um consumidor possua renda total de R$1000. O preço da
unidade de alimento seja R$10 e o preço da unidade de vestuário a ser
consumida seja R$20.

A Z X Y A҆
Vestuário 50 20 25 35 0
Alimento 0 60 50 30 100

Corresponde ao custo de oportunidade. Significa que para adquirir mais uma


unidade de alimento o consumidor terá que prescindir de 0,5 unidades de
vestuário.
12
3.2. Restrições Orçamentárias
Exemplo (Conclusão):
Representação gráfica da recta de restrição orcamentária

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3.3. ÓPTIMO (EQUILIBRIO) DO CONSUMIDOR

Equilíbrio do trabalhador(consumidor) geometricamente: ponto em que a


recta orçamentária encontra a curva de indiferença mais alta possivel.
• Graficamente, isto ocorre quando a recta de restricão orçamentária toca a
curva de indiferença mais alta:

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3.3. ÓPTIMO (EQUILIBRIO) DO CONSUMIDOR
Equilíbrio do consumidor (continuação):
Desta forma, atingido o ponto X, o consumidor demandará AX unidades de
alimentos e VX unidades de vestuário. O trabalhador (consumidor) toma a sua
decisão de consumo de alimentos e/ou vestuário a partir do ponto X.
Ponto de equilíbrio do consumidor matematicamente:
No ponto X, a inclinação da curva de indiferença é igual a inclinação da
linha de orçamento. Assim, basta igualarmos as expressões que
determinam a inclinação de ambas. Esta igualdade nos dará o equilibrio do
consumidor e, por conseguinte, a quantidade de consumo demandada de
alimentos e vestuário:

Inclinação da CURVA DE INDIFERENÇA

EQUILÍBRIO DO TRABALHADOR (CONSUMIDOR)

Inclinação da RECTA ORÇAMENTÁRIA

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3.3. ÓPTIMO (EQUILIBRIO) DO CONSUMIDOR

• Fazendo algumas manipulações matemáticas, concluimos então que a


TMS (ΔV/ΔA) e a razão entre as utilidades marginais do alimento e do
vestuário. Isto porque ΔU/ΔA e a utilidade marginal do alimento (UmgA) e
ΔU/ΔV e a utilidade marginal do vestuário (UmgV). Assim, podemos
reescrever a condição de equilíbrio do trabalhador, dada uma renda (R) e
os preços do alimento e vestuário – PA e PV:

Assim, as pessoas irão escolher as unidades de consumo e vestuário a


serem demandadas de tal modo que a razão das utilidades marginais
seja igual a razão dos seus preços/custos.

16
3.3. ÓPTIMO (EQUILIBRIO) DO CONSUMIDOR
Determinação analítica (Método de Lagrange):
Em geral, as funções de procura ordinárias são derivadas matematicamente
da seguinte maneira:

Solução pelo método de Lagrange (L)

Onde λ é o multiplicador de Lagrange (utilidade marginal da renda).

• Condições de optimização(maximização):

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3.3. ÓPTIMO (EQUILIBRIO) DO CONSUMIDOR
Determinação analítica (Método de Lagrange) – cont.:

Isolando λ nas duas 1ªs equações, temos:

• Como a R e os preços dos bens (x1 e x2) são dados, isolando um dos bens e
substituindo na 3ª equação, encontramos o óptimo (equilíbrio) do
consumidor.

• E substituindo o cabaz óptimo na função utilidade, U(x1,x2), encontramos a


utilidade máxima do consumidor.

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3.3. ÓPTIMO (EQUILIBRIO) DO CONSUMIDOR
Determinação analítica (Método de Lagrange) – cont.:

– EXEMPLO PRÁTICO:

a) O cabaz de mercado que maximiza a satisfação do consumidor.


b) Qual o nível de utilidade máximo que este consumidor consegue
atingir dada a sua restrição orçamental?
Resolução
a)

1º) Condição de equilíbrio

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3.3. ÓPTIMO (EQUILIBRIO) DO CONSUMIDOR
– EXEMPLO PRÁTICO – cont.:
2º) Aplicando lagrangeano

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3.3. ÓPTIMO (EQUILIBRIO) DO CONSUMIDOR
– EXEMPLO PRÁTICO – cont.:

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3.3. ÓPTIMO (EQUILIBRIO) DO CONSUMIDOR

– EXEMPLO PRÁTICO – concl.:

b) O nível de utilidade máximo

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