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Administrativo – 2ª Fase

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*A Banca da FGV adota o livro do Marçal Justem Filho (Capa Vermelha), mas não vale a pena
comprar.

Trazer Jurisprudência: Sobre Parceria Público Privado, Serviços Públicos e OSCIP(Paraestatais),


pois provavelmente vão cair na segunda fase, já que houve uma questão complicada sobre isso
na 1ª fase.

Princípios Administrativos
Os princípios Administrativos são fontes do Direito na forma da Lei de Introdução
às normas do Direito Brasileiro.

Trata-se de um gênero com 2 espécies:

a)Explícitos

Em relação ao texto Constitucional

b)Implícitos

a)Explícitos: Os princípios administrativos explícitos são aqueles que estão explicitados


(escritos diretamente) no texto constitucional. Na Constituição Federal brasileira de 1988 os
princípios administrativos explícitos estão explicitados no art. 37, caput, sendo esses:

 Legalidade
 Impessoalidade
 Moralidade
 Publicidade
 Eficiência

b)Implícitos: Ao contrário dos princípios explícitos que estão abertamente explicitados no


texto constitucional, os princípios implícitos não estão. Esses são frutos da interpretação do
texto constitucional.

Obs.: apesar dos mesmos serem princípios implícitos em relação a Constituição Federal, os
mesmos estão explicitados em lei (art. 2º da Lei 9784/99).
 Supremacia do Interessa Público
 Indisponibilidade (não tem na Lei)
 Autotutela (não tem na Lei)
 Continuidade (não tem na Lei)
 Motivação
 Segurança Jurídica
 Razoabilidade Proporcionalidade

A.1) Legalidade
Trata-se da base do Estado Democrático de Direito e garante que todos os
conflitos serão resolvidos pela lei.

Primeiramente, deve-se notar que Legalidade Privada ≠ Legalidade Pública:

Legalidade Privada (Art. 5º, II - CF) Legalidade Pública (art. 37, Caput – CF)
É uma legalidade mais restrita, pois tem por objeto o
Agente Público. Só pode agir quando a lei autorizar ou
permitir (relação de subordinação com a lei).
Trata-se de uma legalidade mais No Direito Público de uma forma geral, a
ampla. Aqui o cidadão pode tudo, a Administração Pública não tem liberdade de ação. Ao
menos que a lei proíba (tudo que contrário do Direito Privado onde paira o princípio da
não é proibido é permitido). Este liberdade das formas (o particular pode tudo, exceto o
prestigia a autonomia da vontade que a lei proíbe), no Direito Público (em especial no
(relação da não contradição com a Direito Administrativo) o administrador (o agente
lei). público) só pode agir quando a lei permitir ou
autorizar (assim o ato administrativo será de acordo
com a lei).
Portanto, o princípio da Legalidade Trata-se de Competências Administrativas que
Privada determina que na relação delimitam a atuação do administrador de acordo com
entre os cidadãos (em sentido interesse da coletividade que representa. Vale lembrar
material – em sentido formal diz que “atuação do administrador” compreende “Atos
respeito aos direitos políticos) pode Administrativos” e “Atos da Administração”.
tudo, exceto o que a lei proíbe.
Se violar a Legalidade, o ato administrativo será nulo,
devendo ser anulado, e isso vale para todos os atos
administrativos (tanto atos discricionários como atos
vinculados podem ser anulador). Já a revogação é
apenas para atos discricionários

Obs.1: tal princípio é uma decorrência lógica do Estado Democrático de Direito (o mesmo
Estado que cria, deve respeitar suas próprias leis).

Obs.2: a Legalidade Pública é a mesma legalidade do Direito Tributário, tendo em vista que
esta traz a imperatividade, coercibilidade e auto-executoriedade.
Obs.3: pelo principio da legalidade também é feito o controle de legalidade – atividade que
importa em saber se o ato administrativo fora praticado de acordo com a lei (lei aqui é lato
sensu).

Deve-se notar também que Princípio da Reserva Legal ≠ Princípio da Legalidade,


sendo que a diferença sem encontra no conteúdo e extensão (âmbito):

Reserva Legal Legalidade


Esta trata de lei em sentido estrito (Lei Esta tem Sentido Amplo – Trata de lei em
Ordinária e Lei Complementar). sentido amplo (qualquer lei – Lei Ordinária,
(Ex: Em Penal – Alcança o Tipo e a Pena – art. Decreto, Medida Provisória, Resoluções, etc),
5º, XXXIX, CF). ou seja, determina que seja usada lei em
(Ex: Em Tributário – é chamado de princípio sentido amplo, mas ao contrário da reserva
da legalidade em Tributário, mas na verdade legal, não determina qual tipo de lei (lei em
é Reserva Legal – art. 146, CF – apenas Lei sentido estrito).
Complementar pode regular determinadas
matérias).
*A violação ao princípio da legalidade gera
Improbidade Administrativa (art. 11 da Lei
8.429/92).

Obs.4: Vale lembrar que Discricionariedade ≠ Arbitrariedade, uma vez que a primeira é a
liberdade que o ordenamento jurídico confere ao administrador para atuar em certas
situações de acordo com o juízo de conveniência e oportunidade, mas sempre dentro dos
limites da lei (não cabe intervenção judicial quanto ao mérito). Já a arbitrariedade é a atuação
fora dos limites impostos por lei.

A.2) Impessoalidade: Art. 37, §1º, CRFB.


O principio da impessoalidade, também conhecido como principio da finalidade é
aquele que obriga o administrador a agir sempre de forma a atender o interesse público. Para
agir em tal fim, o administrador deve ser impessoal, buscando sempre condutas abstratas e
genéricas, nunca buscando interesses particulares.

Esse princípio também tem outra vertente que está expressa no art. 37, § 1º da
CRFB-1988. Tal norma constitucional impede que o administrador faça autopromoção com a
máquina pública, ou seja, use da função pública para divulgar imagem sua, de alguém ou de
um objeto que o lembre. Portanto, a Impessoalidade veda a autopromoção (Ex: Botar nome
da mãe em escola) por meio do dinheiro público (art. 37, ȉ1º).

Assim sendo, nota-se que este princípio possui 2 vertentes:

 Tal princípio veda que o Administrador Público aja de forma subjetiva (Deve agir
sempre de maneira objetiva, com condutas abstratas e genéricas – deve atuar de
acordo com a lei sempre).
 Toda atuação da administração deve buscar o interesse público (O Princípio da
Supremacia do Interesse Público nasce daqui, haja vista que este é um princípio
implícito, derivado do princípio explícito da Impessoalidade).

Este princípio é homenageado pelo concurso público e a licitação, por serem


objetivos e impessoais.

Obs: Estado é uma ficção jurídica: O Agente age pelo Estado (em nome deste). Por causa do
princípio da Impessoalidade, a atuação administrativa não é imputada ao agente, mas sim ao
Estado (Responsabilidade do Estado é Objetiva; Responsabilidade do Agente Público (em ação
regressiva) é subjetiva – Art. 121 da Lei 8.112/90). Portanto, por esse princípio a atuação
administrativa não é imputada ao agente, mas sim a um órgão ou à entidade. Dessa forma,
quanto à responsabilidade civil por atos danosos da administração pública, percebemos que os
mesmos são imputados ao Estado (art. 37, § 6º da CRFB-1988) e não ao agente que o praticou.

Obs2: Informativo 437 do STF: Em razão da Impessoalidade e da possibilidade da Ação de


Regresso contra o Agente Público, é vedado ao particular processar o Agente Público, devendo
sempre processor o Estado.

Obs.3: o principio da impessoalidade é um dos objetivos da República Federativa do Brasil (art.


3º, IV da CRFB-1988). Dessa forma, numa leitura mais atualizada, percebemos que é vedado
qualquer ato que venha favorecer ou prejudicar alguém em razão de amizade, inimizade,
idade, sexo, cor religião ou partido político.

Obs.4: esse princípio também é uma expressão de isonomia.

Obs.5: é por esse principio que podemos também reconhecer a validade de atos praticados
por servidores públicos irregularmente investidos. Tal fato se dá, uma vez que os atos não são
do agente, mas sim do órgão ao qual o mesmo está vinculado.

Obs.6: em regra, sempre que esse princípio é violado, resta nulo o ato administrativo. Tal fato
se dá, pois o elemento finalidade fora violado.

Obs.7: em regra sempre que esse princípio é violado, além do ato tornar-se nulo por violação
ao elemento finalidade, também ocorre um abuso de poder na modalidade desvio de poder
ou de finalidade.

- É possível denunciação da Lide do Agente Público, por parte do Estado? (Ver) LFG: Embora
não seja unânime a doutrina a respeito, a orientação dominante é no sentido de ser incabível a
denunciação da lide, pois, caso exigida essa formalidade processual resultaria em inegável
prejuízo para o particular, que veria procrastinado o exercício de seu direito legítimo à
reparação como vítima do dano (em razão da responsabilidade objetiva), em função da
dependência que ficaria o litígio da solução a ser dada à relação Administração-agente
(responsabilidade subjetiva deste em face daquela). Inclusive, esse é o entendimento da
jurisprudência dominante, que entende não ser possível a denunciação da lide ao agente pelo
Estado, pelas mesmas razões acima elencadas.

*Isonomia: (Professor não deu) – é tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma
desigual, na medida de suas desigualdades.
Questão sobre limite de idade em concurso – tem decisões em ambos os sentidos:

 Contra: TRF entende que não se justifica a limitação, fundamento no art. 3º, IV e art.
7º, XXX da CRFB. (para mim, principalmente o artigo 39, §3º e sua súmula vinculante
16).
 A favor: Art. 37, I – autoriza o ingresso em concurso público de pessoas brasileiras ou
estrangeiras, ressalvados os limites estabelecidos em lei. Lei 8.112/90 permite o limite
de idade.

A.3) Moralidade
Trata-se de Moralidade administrativa, ou seja, também deve obedecer ao
princípio da legalidade, devendo estar previsto na lei.

A moralidade é baseada em um tripé (previsto no art. 2º, PÚ, da lei 9.784):

 Ética
 Honestidade
 Boa-Fé

Portanto, trata-se do princípio que determina que toda a atuação administrativa


deve ser ética, honesta e de boa-fé (art. 2º, PÚ, IV, Lei 9.784). Assim, se um ato administrativo
fere qualquer um dos três tripés do ato administrativo o mesmo será amoral. Tal princípio
prima pela probidade dentro da Administração como uma das diretrizes a ser seguida.

Obs.1: essa moral a que estamos discutindo não é a moral comum (por exemplo: a discussão
de saber se um realyt show é ou não é imoral), mas sim a moral jurídica (uma imposição de
condutas ao administrador para o alcance do interesse público).

Obs.2: o ato amoral ou imoral pode ser atacado de várias formas diferentes em juízo e
administrativamente, contudo, podemos observar a seguinte regra quando o assunto é
segunda fase em Direito Administrativo.

Medidas judiciais. Medidas administrativas


Ação popular. Petições administrativas ou
defesas administrativas
Ação civil pública. Recursos administrativos
Ação anulatória. Pedidos de revisão

A.4) Publicidade
Tal princípio determina que a atuação administrativa (como já visto – Atos
Administrativos + Atos da Administração) deve ser pública, ou seja, no estado democrático de
direito, em regra, não existe ato sigiloso. Não havendo publicidade o ato terá seus efeitos
anulados (não terá eficácia).

Em regra o principio da publicidade é aplicável a todos os atos do Poder Público.


- Legislativo = as leis e atos normativos oriundos do Poder Legislativo
são públicos. Uma das fazes de sua aplicação é a
publicação no Diário Oficial.
Atos do Poder Público - Jurisdicional = Despacho, Sentença e Decisões Interlocutórias em
(Atos do Estado) regra são públicos. Só produzem efeito após a
publicação no Diário Oficial.
- Administrativo = em regra todos os atos administrativos também
são públicos. Só alcançam eficácia após a
publicação no Diário Oficial.

Obs.: essa é a regra, mas todos os atos acima (exceto os atos do Poder Legislativos, pois leis
nunca vão ser sigilosas, caso contrário não será exigível sem publicação), podem ter a
publicidade restringida. Os atos jurisdicionais podem ser restringidos em razão do interesse de
uma das partes (processo que tenha menor envolvido – art. 5º, LX c/c inciso X). Já os atos
administrativos podem ter sua publicidade restringida em razão do interesse público (o
inquérito policial, a apresentação de propostas em licitações etc.).

*Se a informação for do seu interesse cabe Mandado de Segurança, e se for sobre você cabe
Habeas Data.

Apesar desse principio ter aplicação ampla, não podemos perder o nosso foco: o
Direito Administrativo. Pelo exposto reforçamos a terceira regra, que afirma a imposição de
que todos os atos administrativos devem ser públicos. Tal conduta tem por finalidade permitir
a fiscalização e controle do mesmo (para que os indivíduos e autoridades percebam as
incorreções e ilicitudes do ato, e anule-os), bem como permitir a sua execução (produção de
efeitos). Vale lembra que os atos administrativos podem ser sigilos por exceção.

Obs.2: um ato que não obedeceu a publicidade não torna se inválido, mas sim ineficaz (não
produz efeitos). Dessa forma, podemos concluir que a violação a publicidade dos atos
administrativos não atinge a validade do mesmo, mas sim a sua eficácia. Portanto, a
consequência da publicidade, além de possibilitar o controle dos atos públicos, é trazer eficácia
ao ato administrativo.

Caso: Determinada Operadora de energia elétrica realiza acordo o Ministério Público Estadual,
por meio de termo de ajustamento de conduta (TAC), para adequar os seus serviços às regras
de segurança pública. Ficou acertado que para cada acidente com bueiro, a operadora pagaria
100.000 reais ao estado. O acordo está celebrado, e aguarda publicação. Neste interregno,
houve mais um acidente com bueiro, e a operadora propõe Mandado de Segurança para que a
multa ainda não seja cobrada. Neste caso, está correta a atuação da operadora, uma vez que
o TAC só produz efeitos após publicação na imprensa oficial.

Atos administrativos que pode ser sigiloso:

 Sindicância de caráter preliminar;


 Apresentação de Propostas na Licitação;
 Inquérito Policial;
 Matérias que envolvam Segurança Pública Institucional (art. 5º, XXXIII).

Obs.3: É necessário que a publicidade seja feita por meio de publicação no Diário Oficial (nos
municípios que não tenha Diário Oficial é possível publicação em jornal de circulação local). No
entanto, há casos de atos administrativos em que pode precisar de publicação no Diário Oficial
e em Imprensa de grande circulação, como por exemplo:

 Concurso em Licitação (art. 22 §4º da lei 8.666)


 Divulgação de Concurso Público (art. 12 da Lei 8,112)

*Só pode ser imprensa escrita, devido à formalidade (Voz do Brasil não é publicidade).

A.5) Eficiência
Esse princípio obedece a ideia de máquina pública e a busca pelo melhor
desempenho. Dessa forma, ao agente público cabe a busca pelo melhor desempenho (por isso
que os servidores recém aprovados passam por estágio probatório), já a Administração Pública
cabe aplicar a melhor gestão possível, investindo em instrumentos de tecnologia que têm por
objetivo desburocratizar o Estado.

Este foi incluído pela E.C. 19/98 na CRFB (Art. 37), apesar de já existir no âmbito
administrativo), e tem por objetivo maior assegurar a desburocratização da máquina pública, a
busca que a prestação seja qualitativa e quantitativa, bem como o atendimento dos
procedimentos de gestão com a utilização da maior tecnologia acessível ao estado.

Obs.: esse princípio determina que o servidor público recém-aprovado passe por estágio
probatório e após a estabilidade passe por procedimentos de avaliação periódicos (art. 41 da
CRFB).

Obs: É possível que esse princípio seja também analisado quando da atuação do particular (Ex:
Estágio Probatório).

B.1) Supremacia do Interesse Público


Quando o Interesse Público conflitar com o Interesse Privado (Particular), irá
prevalecer o Interesse Público. Tal princípio determina privilégios jurídicos e um patamar de
superioridade do interesse público sobre o particular.

Formas de Verificar a Supremacia do Interesse Púbico:

 Cláusulas Exorbitantes nos Contratos Administrativos


 Desapropriação
 Imperatividade dos Atos Administrativos

Obs.: Nem sempre a Administração Pública agirá com supremacia dos seus interesses, por
vezes a administração Pública agirá com interesses igualitários (Ex: Atos de Gestão, Contratos
regidos pelo Direito Privado, Ato Administrativo meramente declaratório – Aqui não há
Supremacia do Interesse Público).
B.2) Indisponibilidade
Como uma decorrência lógica do principio acima analisado (estes dois princípios
estão entrelaçados), este determina que em regra os bens, direitos e interesses públicos, são
indisponíveis. Tal fato se dá, pois os administradores públicos não administram bens próprios,
mas sim os bens, interesses e direitos da coletividade.

Portanto, tal princípio limita a supremacia, o interesse público não pode ser
livremente disposto pelo administrador que, necessariamente, deve atuar nos limites da lei.

Obs.: por isso que não é possível a renúncia de receita.

No entanto, tal regra não é absoluta (pode ser relativizada). É possível que um
destes três esteja em disposição, qual sejam, os bens (Bens Dominicais – são desafetados, e
devem ser alienados por licitação na forma de leilão ou concorrência – veremos mas a frente
tais hipóteses).

B.3) Continuidade
É um desdobramento do princípio da Supremacia do Interesse Público.

Este determina que os bens, serviços e atividades públicas não possam ser
interrompidos (ser de trato sucessivo – não admite interrupção). No entanto, existem 4
exceções para tal regra, permitindo a paralização de um serviço público:

 Interrupção (Corte) de caráter técnico – para melhora ou manutenção (Corte de


energia elétrica para trocar cabos);
 Corte por inadimplência – aqui adota o CDC, sendo consumidor por equiparação,
devendo haver uma notificação prévia (Luz e Telefone são pacíficos. Água é
divergente). Obs: No caso de hospital inadimplente, o STF determinou que deve ser
cortado a parte que não for essencial (Cantina, Pátio podem; Salas de atendimento, de
cirurgia e corredores não podem);
 Greve no Serviço Público (art. 37, VII, CF) – Servidor Público pode fazer greve, mas
deve manter o mínimo e essencial.
 Exceção de Contrato não cumprido em Contratos Administrativos (art. 78, XV da Lei
8.666) – restrição da exceção de contrato não cumprido – particular é obrigado a
aceitar a inadimplência do Estado em até 90 dias. Isto existe por causa do princípio da
Continuidade e da Supremacia do Interesse Público. Caso o atraso no pagamento seja
superior a 90 dias (91 dias), suspende (Suspende ou Rescinde? – Pelo que eu entendi,
o contratado tem a opção de rescindir o contrato, ou suspender o cumprimento de
suas obrigações até que seja normalizada a situação) o contrato.

B.4) Autotutela (≠ do judiciário que é inerte)


Determina que a Administração Pública possa rever seus próprios atos de ofício
ou mediante provocação do particular. Neste caso, poderá tomar 4 decisões:
 Manter o ato administrativo – Quando ele não tiver empecilho para ter plena eficácia
(o ato é legal, conveniente e oportuno);
 Revogar – Apesar de ser legal e perfeito, é inconveniente e inoportuno (não tem prazo
para revogar);
 Anular – Ato administrativo ilícito (= ilegal para o direito administrativo);
 Convalidar – Torna válido um ato ilícito (inválido) (Art. 55 da lei 9.784/99). O princípio
que fundamenta a convalidação é a Segurança Jurídica. Precisa de 2 requisitos:
 Não causa prejuízo a terceiros de boa-fé;
 Não ferir interesse público.

O Carvalinho fala que a convalidação pode ocorrer através da ratificação ou


conversão (reforma):

a) Ratificação: Se existe um ato viciado, diante disso um órgão superior produz


um novo ato, substituindo o ato viciado e sanando o vício.
b) Conversão (Reforma): Existe um ato viciado, e o órgão público superior
produzirá um novo ato consertando a parte viciada do ato anterior, e mantém
a outra parte que não está viciado (seria um remendo).

Voltando para autotutela...

A autotutela é realizada internamente, no âmbito da própria pessoa jurídica e


decorre da hierarquia obrigatoriamente estabelecida. Essa possibilidade de revisão dos
próprios atos encontra-se disciplinada na súmula 473 do STF, nos seguintes termos:

Súmula 473 do STF – “A Administração pode anular seus próprios atos


quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial”.

Obs.: O princípio da autotutela não se confunde com o da tutela, também denominado de


controle finalístico ou supervisão ministerial que alude à fiscalização realizada pela
Administração Direta sobre os atos e atividades desempenhadas por entidades da
administração Indireta.

B.5) Motivação
O princípio da motivação consiste na exposição, na justificação dos fundamentos
de fato e de direito (isto é o motivo) que levaram o administrador a praticar o ato ou tomar
uma determinada decisão.

Determina que quando a lei ou a CRFB exigir, a motivação se torna obrigatória


(Art. 93, X, CF) (Art. 50 da Lei 9,784).

Obs.: as normas que pode ser usadas para fundamentar indagação sobre esse
principio são as do art. 93, X da Constituição Federal e art. 50 da Lei 9784/99.
Obs.: Motivação ≠ Motivo: O Motivo é o fato que deu origem a produção do ato
administrativo, e este está na cabeça do administrador; A Motivação é a justificação desse
motivo, ou seja, a exposição dos motivos.

Ex.: Ocorreu algo no mundo jurídico, me dando o motivo para produzir um ato. Essa
justificação é a motivação (é a formalização do que ocorreu de fato).

B.6) Segurança Jurídica (ou da estabilidade das relações


jurídicas)
Determina que, em regra, uma vez praticado o ato, ele deve ser mantido. Visa
garantir a perpetuidade nas relações jurídicas estabelecidas com ou pela administração. Assim,
ao administrador não é dado o poder, sem causa legal que justifique, de invalidar atos
administrativos, desfazendo relações ou situações jurídicas. Deve haver uma relação de
segurança de estabilidade entre as partes.

As relações jurídicas estabelecidas pela administração devem ser perpetuadas.


Assim, não é lícito o administrador invalidar um ato administrativo sem que haja motivo
suficiente para tal.

Direito só tolera invalidação nos casos de ilegalidade.

Obs.: para fundamentar a questão o aluno quando indagado sobre esse


principio deve sempre usar o exemplo da convalidação (art. 55 da 9784/99).

A violação a qualquer um destes princípios importa em


improbidade administrativa (Art. 11 da Lei 8.429)
*Não entendi isto – qualquer princípio administrativo importa em improbidade administrativa,
ou apenas os citados no art. 11?

(O princípios abaixo ele ainda não deu)

B.7) Principio da razoabilidade.

O administrador não deve agir segundo seus valores pessoais, interpretando a lei
segundo seu exclusivo entendimento. Ao atuar deve buscar sempre o atendimento à justiça e
ao bem comum, atuando com bom senso, de forma razoável.

B.8) Principio da proporcionalidade.


Já contido no anterior, mas alguns autores o colocam separado. Determina a
atuação entre meios e fins evitando-se medidas com intensidade superior ou inferior ao
estritamente necessário.

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