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*A Banca da FGV adota o livro do Marçal Justem Filho (Capa Vermelha), mas não vale a pena
comprar.
Princípios Administrativos
Os princípios Administrativos são fontes do Direito na forma da Lei de Introdução
às normas do Direito Brasileiro.
a)Explícitos
b)Implícitos
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência
Obs.: apesar dos mesmos serem princípios implícitos em relação a Constituição Federal, os
mesmos estão explicitados em lei (art. 2º da Lei 9784/99).
Supremacia do Interessa Público
Indisponibilidade (não tem na Lei)
Autotutela (não tem na Lei)
Continuidade (não tem na Lei)
Motivação
Segurança Jurídica
Razoabilidade Proporcionalidade
A.1) Legalidade
Trata-se da base do Estado Democrático de Direito e garante que todos os
conflitos serão resolvidos pela lei.
Legalidade Privada (Art. 5º, II - CF) Legalidade Pública (art. 37, Caput – CF)
É uma legalidade mais restrita, pois tem por objeto o
Agente Público. Só pode agir quando a lei autorizar ou
permitir (relação de subordinação com a lei).
Trata-se de uma legalidade mais No Direito Público de uma forma geral, a
ampla. Aqui o cidadão pode tudo, a Administração Pública não tem liberdade de ação. Ao
menos que a lei proíba (tudo que contrário do Direito Privado onde paira o princípio da
não é proibido é permitido). Este liberdade das formas (o particular pode tudo, exceto o
prestigia a autonomia da vontade que a lei proíbe), no Direito Público (em especial no
(relação da não contradição com a Direito Administrativo) o administrador (o agente
lei). público) só pode agir quando a lei permitir ou
autorizar (assim o ato administrativo será de acordo
com a lei).
Portanto, o princípio da Legalidade Trata-se de Competências Administrativas que
Privada determina que na relação delimitam a atuação do administrador de acordo com
entre os cidadãos (em sentido interesse da coletividade que representa. Vale lembrar
material – em sentido formal diz que “atuação do administrador” compreende “Atos
respeito aos direitos políticos) pode Administrativos” e “Atos da Administração”.
tudo, exceto o que a lei proíbe.
Se violar a Legalidade, o ato administrativo será nulo,
devendo ser anulado, e isso vale para todos os atos
administrativos (tanto atos discricionários como atos
vinculados podem ser anulador). Já a revogação é
apenas para atos discricionários
Obs.1: tal princípio é uma decorrência lógica do Estado Democrático de Direito (o mesmo
Estado que cria, deve respeitar suas próprias leis).
Obs.2: a Legalidade Pública é a mesma legalidade do Direito Tributário, tendo em vista que
esta traz a imperatividade, coercibilidade e auto-executoriedade.
Obs.3: pelo principio da legalidade também é feito o controle de legalidade – atividade que
importa em saber se o ato administrativo fora praticado de acordo com a lei (lei aqui é lato
sensu).
Obs.4: Vale lembrar que Discricionariedade ≠ Arbitrariedade, uma vez que a primeira é a
liberdade que o ordenamento jurídico confere ao administrador para atuar em certas
situações de acordo com o juízo de conveniência e oportunidade, mas sempre dentro dos
limites da lei (não cabe intervenção judicial quanto ao mérito). Já a arbitrariedade é a atuação
fora dos limites impostos por lei.
Esse princípio também tem outra vertente que está expressa no art. 37, § 1º da
CRFB-1988. Tal norma constitucional impede que o administrador faça autopromoção com a
máquina pública, ou seja, use da função pública para divulgar imagem sua, de alguém ou de
um objeto que o lembre. Portanto, a Impessoalidade veda a autopromoção (Ex: Botar nome
da mãe em escola) por meio do dinheiro público (art. 37, ȉ1º).
Tal princípio veda que o Administrador Público aja de forma subjetiva (Deve agir
sempre de maneira objetiva, com condutas abstratas e genéricas – deve atuar de
acordo com a lei sempre).
Toda atuação da administração deve buscar o interesse público (O Princípio da
Supremacia do Interesse Público nasce daqui, haja vista que este é um princípio
implícito, derivado do princípio explícito da Impessoalidade).
Obs: Estado é uma ficção jurídica: O Agente age pelo Estado (em nome deste). Por causa do
princípio da Impessoalidade, a atuação administrativa não é imputada ao agente, mas sim ao
Estado (Responsabilidade do Estado é Objetiva; Responsabilidade do Agente Público (em ação
regressiva) é subjetiva – Art. 121 da Lei 8.112/90). Portanto, por esse princípio a atuação
administrativa não é imputada ao agente, mas sim a um órgão ou à entidade. Dessa forma,
quanto à responsabilidade civil por atos danosos da administração pública, percebemos que os
mesmos são imputados ao Estado (art. 37, § 6º da CRFB-1988) e não ao agente que o praticou.
Obs.5: é por esse principio que podemos também reconhecer a validade de atos praticados
por servidores públicos irregularmente investidos. Tal fato se dá, uma vez que os atos não são
do agente, mas sim do órgão ao qual o mesmo está vinculado.
Obs.6: em regra, sempre que esse princípio é violado, resta nulo o ato administrativo. Tal fato
se dá, pois o elemento finalidade fora violado.
Obs.7: em regra sempre que esse princípio é violado, além do ato tornar-se nulo por violação
ao elemento finalidade, também ocorre um abuso de poder na modalidade desvio de poder
ou de finalidade.
- É possível denunciação da Lide do Agente Público, por parte do Estado? (Ver) LFG: Embora
não seja unânime a doutrina a respeito, a orientação dominante é no sentido de ser incabível a
denunciação da lide, pois, caso exigida essa formalidade processual resultaria em inegável
prejuízo para o particular, que veria procrastinado o exercício de seu direito legítimo à
reparação como vítima do dano (em razão da responsabilidade objetiva), em função da
dependência que ficaria o litígio da solução a ser dada à relação Administração-agente
(responsabilidade subjetiva deste em face daquela). Inclusive, esse é o entendimento da
jurisprudência dominante, que entende não ser possível a denunciação da lide ao agente pelo
Estado, pelas mesmas razões acima elencadas.
*Isonomia: (Professor não deu) – é tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma
desigual, na medida de suas desigualdades.
Questão sobre limite de idade em concurso – tem decisões em ambos os sentidos:
Contra: TRF entende que não se justifica a limitação, fundamento no art. 3º, IV e art.
7º, XXX da CRFB. (para mim, principalmente o artigo 39, §3º e sua súmula vinculante
16).
A favor: Art. 37, I – autoriza o ingresso em concurso público de pessoas brasileiras ou
estrangeiras, ressalvados os limites estabelecidos em lei. Lei 8.112/90 permite o limite
de idade.
A.3) Moralidade
Trata-se de Moralidade administrativa, ou seja, também deve obedecer ao
princípio da legalidade, devendo estar previsto na lei.
Ética
Honestidade
Boa-Fé
Obs.1: essa moral a que estamos discutindo não é a moral comum (por exemplo: a discussão
de saber se um realyt show é ou não é imoral), mas sim a moral jurídica (uma imposição de
condutas ao administrador para o alcance do interesse público).
Obs.2: o ato amoral ou imoral pode ser atacado de várias formas diferentes em juízo e
administrativamente, contudo, podemos observar a seguinte regra quando o assunto é
segunda fase em Direito Administrativo.
A.4) Publicidade
Tal princípio determina que a atuação administrativa (como já visto – Atos
Administrativos + Atos da Administração) deve ser pública, ou seja, no estado democrático de
direito, em regra, não existe ato sigiloso. Não havendo publicidade o ato terá seus efeitos
anulados (não terá eficácia).
Obs.: essa é a regra, mas todos os atos acima (exceto os atos do Poder Legislativos, pois leis
nunca vão ser sigilosas, caso contrário não será exigível sem publicação), podem ter a
publicidade restringida. Os atos jurisdicionais podem ser restringidos em razão do interesse de
uma das partes (processo que tenha menor envolvido – art. 5º, LX c/c inciso X). Já os atos
administrativos podem ter sua publicidade restringida em razão do interesse público (o
inquérito policial, a apresentação de propostas em licitações etc.).
*Se a informação for do seu interesse cabe Mandado de Segurança, e se for sobre você cabe
Habeas Data.
Apesar desse principio ter aplicação ampla, não podemos perder o nosso foco: o
Direito Administrativo. Pelo exposto reforçamos a terceira regra, que afirma a imposição de
que todos os atos administrativos devem ser públicos. Tal conduta tem por finalidade permitir
a fiscalização e controle do mesmo (para que os indivíduos e autoridades percebam as
incorreções e ilicitudes do ato, e anule-os), bem como permitir a sua execução (produção de
efeitos). Vale lembra que os atos administrativos podem ser sigilos por exceção.
Obs.2: um ato que não obedeceu a publicidade não torna se inválido, mas sim ineficaz (não
produz efeitos). Dessa forma, podemos concluir que a violação a publicidade dos atos
administrativos não atinge a validade do mesmo, mas sim a sua eficácia. Portanto, a
consequência da publicidade, além de possibilitar o controle dos atos públicos, é trazer eficácia
ao ato administrativo.
Caso: Determinada Operadora de energia elétrica realiza acordo o Ministério Público Estadual,
por meio de termo de ajustamento de conduta (TAC), para adequar os seus serviços às regras
de segurança pública. Ficou acertado que para cada acidente com bueiro, a operadora pagaria
100.000 reais ao estado. O acordo está celebrado, e aguarda publicação. Neste interregno,
houve mais um acidente com bueiro, e a operadora propõe Mandado de Segurança para que a
multa ainda não seja cobrada. Neste caso, está correta a atuação da operadora, uma vez que
o TAC só produz efeitos após publicação na imprensa oficial.
Obs.3: É necessário que a publicidade seja feita por meio de publicação no Diário Oficial (nos
municípios que não tenha Diário Oficial é possível publicação em jornal de circulação local). No
entanto, há casos de atos administrativos em que pode precisar de publicação no Diário Oficial
e em Imprensa de grande circulação, como por exemplo:
*Só pode ser imprensa escrita, devido à formalidade (Voz do Brasil não é publicidade).
A.5) Eficiência
Esse princípio obedece a ideia de máquina pública e a busca pelo melhor
desempenho. Dessa forma, ao agente público cabe a busca pelo melhor desempenho (por isso
que os servidores recém aprovados passam por estágio probatório), já a Administração Pública
cabe aplicar a melhor gestão possível, investindo em instrumentos de tecnologia que têm por
objetivo desburocratizar o Estado.
Este foi incluído pela E.C. 19/98 na CRFB (Art. 37), apesar de já existir no âmbito
administrativo), e tem por objetivo maior assegurar a desburocratização da máquina pública, a
busca que a prestação seja qualitativa e quantitativa, bem como o atendimento dos
procedimentos de gestão com a utilização da maior tecnologia acessível ao estado.
Obs.: esse princípio determina que o servidor público recém-aprovado passe por estágio
probatório e após a estabilidade passe por procedimentos de avaliação periódicos (art. 41 da
CRFB).
Obs: É possível que esse princípio seja também analisado quando da atuação do particular (Ex:
Estágio Probatório).
Obs.: Nem sempre a Administração Pública agirá com supremacia dos seus interesses, por
vezes a administração Pública agirá com interesses igualitários (Ex: Atos de Gestão, Contratos
regidos pelo Direito Privado, Ato Administrativo meramente declaratório – Aqui não há
Supremacia do Interesse Público).
B.2) Indisponibilidade
Como uma decorrência lógica do principio acima analisado (estes dois princípios
estão entrelaçados), este determina que em regra os bens, direitos e interesses públicos, são
indisponíveis. Tal fato se dá, pois os administradores públicos não administram bens próprios,
mas sim os bens, interesses e direitos da coletividade.
Portanto, tal princípio limita a supremacia, o interesse público não pode ser
livremente disposto pelo administrador que, necessariamente, deve atuar nos limites da lei.
No entanto, tal regra não é absoluta (pode ser relativizada). É possível que um
destes três esteja em disposição, qual sejam, os bens (Bens Dominicais – são desafetados, e
devem ser alienados por licitação na forma de leilão ou concorrência – veremos mas a frente
tais hipóteses).
B.3) Continuidade
É um desdobramento do princípio da Supremacia do Interesse Público.
Este determina que os bens, serviços e atividades públicas não possam ser
interrompidos (ser de trato sucessivo – não admite interrupção). No entanto, existem 4
exceções para tal regra, permitindo a paralização de um serviço público:
B.5) Motivação
O princípio da motivação consiste na exposição, na justificação dos fundamentos
de fato e de direito (isto é o motivo) que levaram o administrador a praticar o ato ou tomar
uma determinada decisão.
Obs.: as normas que pode ser usadas para fundamentar indagação sobre esse
principio são as do art. 93, X da Constituição Federal e art. 50 da Lei 9784/99.
Obs.: Motivação ≠ Motivo: O Motivo é o fato que deu origem a produção do ato
administrativo, e este está na cabeça do administrador; A Motivação é a justificação desse
motivo, ou seja, a exposição dos motivos.
Ex.: Ocorreu algo no mundo jurídico, me dando o motivo para produzir um ato. Essa
justificação é a motivação (é a formalização do que ocorreu de fato).
O administrador não deve agir segundo seus valores pessoais, interpretando a lei
segundo seu exclusivo entendimento. Ao atuar deve buscar sempre o atendimento à justiça e
ao bem comum, atuando com bom senso, de forma razoável.