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FUNDAMENTOS DA EPIDEMIOLOGIA

RUTH LIMA
MEDICINA
UNINORTE
EPIDEMIOLOGIA – BASE DA SAÚDE PÚBLICA
EPIDEMIOLOGIA
Epi (sobre);
Demós (povo);
Logos (discurso,
estudo).

Etimologicamente,
epidemiologia=
“ciênciadoqueocorre
comopovo ”.
EPIDEMIOLOGIA

CONCEITO
“É o estudo dos fatores que determinam
S
a frequência e a distribuição das doenças nas
coletividades humanas” (Associação
Internacional de Epidemiologia, 1973);

“Epidemiologia é o estudo da distribuição e dos


determinantes de estados ou eventos
relacionados à saúde em populações
específicas e suas aplicações no controle de problemas de
saúde” (Dicionário de
Epidemiologia, 1988);
EPIDEMIOLOGIA

CONCEITO
S

A Epidemiologia é a ciência que estuda os padrões da


ocorrência de
doenças em populações humanas e os
fatores determinantes destes padrões
(LILIENFELD, 1980).
EPIDEMIOLOGIA

CONCEITOS

“Ciência que estuda o processo saúde-doença em


coletividades humanas, analisando a distribuição e os
fatores determinantes das enfermidades, dos danos à
saúde e dos eventos associados à saúde coletiva,
propondo medidas específicas de prevenção,
controle ou erradicação de doenças, e fornecendo
indicadores que sirvam de suporte ao planejamento,
administração e avaliação das ações de saúde”
(ROUQUAYROL, 2003).
IMPORTÂNCIA DA EPIDEMIOLOGIA
PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO
Causa
Situação Doença (onde, quando, como)
Impacto Econômico

INTERVENÇÕES
Controle e Prevenção
Avaliação
EPIDEMIOLOGIA
USOS DA EPIDEMIOLOGIA

❑ Por algum tempo prevaleceu a ideia → epidemiologia


restringia-se ao estudo de epidemias de doenças
transmissíveis.

→No entanto, sua abrangência ampliou-se e, atualmente, sua


área de atuação estende-se a todos os agravos à saúde.

→ Trata de qualquer evento relacionado à saúde (ou doença) da


população.
EPIDEMIOLOGIA
USOS DA EPIDEMIOLOGIA ❑Suas

aplicações variam:

❑ Descrição das condições de saúde da população,

❑ Investigação dos fatores determinantes de doenças, ❑

Avaliação do impacto das ações para alterar a situação de

saúde,
EPIDEMIOLOGIA
❑ Avaliação da utilização dos serviços de saúde, incluindo
custos de assistência.
USOS DA EPIDEMIOLOGIA

❑Descrever o espectro clínico das doenças


e sua história natural;
❑ Identificar fatores de risco de uma doença e
grupos de indivíduos que apresentam maior
risco de serem atingidos por determinado
agravo;
EPIDEMIOLOGIA

❑ Prever tendências;
USOS DA EPIDEMIOLOGIA

❑Avaliar o quanto os serviços de saúde


respondem aos problemas e necessidades
das populações;
❑ Testar a eficácia, a efetividade e o impacto
de estratégias de intervenção, assim como a
qualidade, acesso e disponibilidade dos
agravosdesaúdenacomunidade.
EPIDEMIOLOGIA

serviços de saúde para controlar, prevenir e


tratar os
USOS DA EPIDEMIOLOGIA

❑ Contribui para o melhor entendimento da saúde da


população - partindo do conhecimento dos fatores que a
determinam e provendo, conseqüentemente, subsídios
para a prevenção das doenças.
EPIDEMIOLOGIA
❑ A epidemiologia constitui também instrumento para o
desenvolvimento de políticas no setor da saúde. Sua
aplicação neste caso deve levar em conta o
conhecimento disponível, adequando-o às
OBJETIVOS

I. Descrever a distribuição e a magnitude dos


problemas de saúde das populações
humanas.

• Onde ocorreram os problemas?

• Que pessoas são atingidas?


• Quando ocorrem os problemas?
*Fonte: Adaptado de T. C. Timmreck, 1994

OBJETIVOS
II. Proporcionar dados essenciais para o
planejamento, execução e avaliação das
ações de prevenção, controle e tratamento
das doenças, bem como para estabelecer
prioridades.

•O que causa esse problema?


•Existe medida de controle ou prevenção?
*Fonte: Adaptado de T. C. Timmreck, 1994

OBJETIVOS

III. Identificar fatores etiológicos (causais) das


doenças.

•Quais características existem nesse local que


favorecem o aparecimento desse problema?

•Essas características são passíveis de


intervenção?
•Que tipo de intervenção?
*Fonte: Adaptado de T. C. Timmreck, 1994

FREQUENCIA E DISTRIBUIÇÃO
❖Onde ocorreram os agravos?
❖Quem adoeceu?
❖Quando adoeceu?
❖Há grupos especiais mais expostos?
❖Há regiões mais atingidas?
❖Há alguma faixa etária mais atingida?
❖Há uma classe social de maior ou menor risco?
❖Algum elemento hipotético determina o seu
surgimento?
PANACÉIA HIGÉIA

Padroeira da medicina Saúde é o resultado da


individual curativa. harmonia entre os
Prática terapêutica homens e o ambiente.
baseada em Os higeus pretendiam
intervenções aplicadas promover ações
em indivíduos doentes. preventivas.
PERSPECTIVA HISTÓRICA
PILARES DA EPIDEMIOLOGIA
Hipócrates John Snow (1854)

John Grunt (Sécul XVII - 1662) Louis Pasteur (1822-


1895)

Pierre Louis (1787-1872)


Oswaldo Cruz (1872-1917)

Louis Villermé (1782-1863)


Carlos Chagas (1879-
1934)
Louis Villermé (1782-1863)
Formação histórica fundamentada em 3 eixos (tríade):
PERSPECTIVA HISTÓRICA
Clínica: saberes sobre saúde/doença – século XVII :
Fisiologia, Patologia, Bacteriologia, etc.

Estatística: diretrizes metodológicas quantitativas – século


XVII;

Medicina social: práticas de transformação da sociedade –


século XVIII.
SITUAÇÃOATUAL:MULTICAUSALIDADE

Multicausalidade ou Multifatorialidade

A teoria da multicausalidadeou multifatorialidade tem hoje seu


papel definido na gênese das doenças, em substituição à teoria
da unicausalidade que vigorou por muitos anos.
PERSPECTIVA HISTÓRICA
A grande maioria das doenças advém de uma combinação de
fatores que interagem entre si e acabam desempenhando
importante papel na determinação das mesmas.
Multicausalidade ou Multifatorialidade

A determinação da causalidade passa por níveis


hierárquicos distintos, sendo que alguns desses fatores
causais estão mais próximos do que outros em relação ao
desenvolvimento da doença.

Ex. Fatores biológicos, hereditários e socioeconômicos


podem ser os determinantes distais da asma infantil→ são
fatores a distância que, através de sua atuação em outros
fatores, podem contribuir para o aparecimento da doença.
PERSPECTIVA HISTÓRICA

DUAS TENDÊNCIAS ATUAIS:


◻ Epidemiologia
clínica
(PANACÉIA);

Epidemiologiasocial
(HIGÉIA )
DIAGNÓSTICO
Diagnóstico Diagnóstico
clínico epidemiológico
Tipo de diagnóstico individual comunitário

Objetivo Curar a doença


Melhorar o nível de
da pessoa
saúde da comunidade

Informações História clínica; Dados sobre a


necessárias Exame físico; população; doenças
complementare existentes; causas de
s morte; serviços de
saúde
DIAGNÓSTICO

Diagnóstico clínico Diagnóstico


epidemiológico
Plano de ação Tratamento Programas de saúde
reabilitação
Avaliação Acompanhament Mudança no estado
o clínico (melhora, de saúde da
cura) população
DESENVOLVENDO UM RACIOCÍNIO EPIDEMIOLÓGICO
Raciocínio Epidemiológico: pessoa, espaço e tempo

As doenças humanas não são encaradas como


eventos que ocorrem ao acaso, mas estão
relacionadas a uma rede de outros eventos que
devem ser identificados e estudados.
Raciocínio Epidemiológico: pessoa, espaço e tempo

•Vale a pena refletir que para o clínico o que mais


interessa é o diagnóstico de uma determinada
doença em um determinado indivíduo.

•Enquanto, para o epidemiologista o que interessa


realmente é como se dá a ocorrência de uma
determinada doença inserida em uma estrutura
social.
Raciocínio Epidemiológico: pessoa, espaço e tempo

Os questionamentos epidemiológicos
“como”, “por que”, “quando” e “em
quem” são fundamentais para
entender melhor os problemas de
saúde.
MÉDICO EPIDEMIOLOGISTA
✓Investigar alterações no ✓ Investigar o agravo na
organismo população
✓Realizar Exame clínico ✓ Freqüência e
distribuição da doença
✓Solicitar exames
✓ Informações – dados
complementares ✓Hipóteses de fatores
✓Chegar a um determinantes
diagnóstico ✓ Associação fator-
✓Indicar prescrição doença
✓ Profilaxia
Cabe à as características das
Epidemiolo PESSOAS, dos
gia LUGARES que elas
habitam e da ÉPOCA
encontrar considerada?
respostas
para as
Quais são os
questões: FATORES que
Como a doença determinam a
se distribui segundo ocorrência da
doença e sua •http://www.ccih.
distribuição na
população? med.br/semmelw
eis.h tml
Leitura e Análise do
Texto

•Semmelweis:
uma história
para reflexão
•PEREIRA, M.G. Epidemiologia:
REFER Teoria e Prática. Rio de Janeiro:
ÊNCIA Guanabara Koogan, 1995.
•FELTCHER, R; FLETCHER, S;
S WAGNER, E. H. Epidemiologia
BIBLI Clínica:
elementos essenciais. 2 ed. Porto
OGRÁ Alegre: Artes Médicas, 1996.
FICAS •ROUQUAYROL, M. Z.
Epidemiologia e Saúde. 6ª ed.,
•LEAVELL, H. & CLARK, E. G. 2003. Cap. 01.
Medicina Preventiva. São Paulo,
Megraw-Hill, 1976, 283p.

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