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PODER JUDICIÁRIO
PRIMEIRA TURMA RECURSAL
EMENTA
RELATÓRIO
Alegou ser segurada pela ré, n.º do cartão é 831765300051011 , com validade até Março de 2017 e que apesar de estar
adimplente perante a empresa-ré, esta não autorizou os honorários médicos no valor de 5.700,00 referentes ao procedimento
cirúrgico Dermolipectomia Abdominal não estética, bem como vinte sessões de drenagem linfática no valor de R$ 1.700,00. Aduziu ainda que a
ré apresentou como proposta de reembolso o valor de R$ 3.105,58 o que não foi aceito pela autora, que tentou resolver a questão
amigavelmente com a ré sem sucesso.
Os pedidos foram de: 1. restituição no valor de R$7.400,00 referente aos procedimentos médicos realizados, 2. indenização por danos
morais no valor de R$ 10.000,00.
Juntou, documentos de identificação pessoal; comprovante de residência; procuração; cartão do plano de saúde; comprovantes de
pagamentos; relatório médico; ficha de cirurgia, guia de internação e proposta de reembolso.
Suscitou preliminarmente a conexão com o processo de nº 0007872-75.2016.8.05.0039, no qual a autora ingressou com pedido
de cobertura dos procedimentos e que aqui solicitou o reembolso.
No mérito, alegou que em 12/08/2016 recebeu cobranças decorrentes de despesas hospitalares no valor de R$ 5.988,61 e em
26/08/2016 e de honorários médicos no valor de R$ 1.726,28, sendo que esses valores foram pagos diretamente ao prestador. Impugnou à
documentação acostada pela autora aduzindo que se tratava de procedimento não emergencial e que deveriam ter sido apresentadas
notas fiscais e não recibos simples pelos profissionais liberais. Por fim rechaçou a ocorrência dos danos morais.
Audiência realizada no evento 14 , a parte autora impugnou a alegação de conexão da ré na peça contestatória e não foram
produzidas novas provas.
Sentença proferida no evento 54, que julgou os pedidos procedentes nos seguintes termos:
¿(...)Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido contido na inicial para condenar a Acionada
a:
a) CONDENAR o plano réu a ressarcir as despesas noticiadas e comprovadas nos autos, no tocante
a honorários médicos, no valor total de R$ 7.400,00 (sete mil e quatrocentos reais), devidamente
atualizado desde a data do efetivo dispêndio e juros a contar da citação;
b) Condenar a Ré a pagar a parte Autora a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), à título de
indenização por danos morais, observando que os juros moratórios e a correção monetária devem
fluir a partir da sentença, utilizando-se do índice do INPC.
Sem condenação ao pagamento de custas e honorários advocatícios, conforme regra ínsita no artigo
55 da lei 9.099/95.¿
Recurso Inominado da parte ré no evento 23, objetivando a reforma da sentença para julgar improcedentes os pedidos
formulados pela autora na inicial.
Contrarrazões no evento 31
Eis o relatório.
VOTO
Inicialmente, cumpre-me anotar que o presente recurso preenche os requisitos legais de admissibilidade, razão pela qual o
conheço.
Compulsando os autos, verifica-se que as preliminares suscitadas já foram devidamente rechaçadas pelo magistrado sentenciante,
razão pela qual, ratifico o seu entendimento, rejeitando-as.
Depreende-se do conjunto probatório que acompanha a inicial, conforme os documentos intitulados: "Ficha de Cirurgia
Descritiva.pdf" e "Relatorio Medico.pdf", ambos no evento 1, bem como da própria narrativa autoral, que o procedimento em questão
não era de urgência.
Ademais, na inicial a parte autora não nega a existência de profissional credenciado para a realização do procedimento, assim,
conclui-se que a parte autora optou por escolher o médico em razão da confiança que depositava naquele profissional.
Deste modo, não deve a Ré ser compelida a custear o procedimento de forma integral, mas sim de acordo com a tabela de
reembolso, nos moldes contratados.
Cumpre registrar que a parte autora também não juntou aos autos qualquer prova relativa à negativa de reembolso pela ré ao
contrário junta proposta de reembolso conforme o documento intitulado:
Outrossim, cabe ressaltar que, inexistindo conduta ilícita por parte da Ré, não há que se falar em reparação por danos morais.
Ante o exposto, voto no sentido de CONHECER O PRESENTE RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, para determinar
que o reembolso se dê na forma estabelecida em contrato.
EMENTA
ACÓRDÃO
Realizado Julgamento do Recurso do processo acima epigrafado. A PRIMEIRA TURMA, composta dos Juízes de Direito,
CELIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ, NÍCIA OLGA ANDRADE DE SOUZA DANTAS e SANDRA SOUSA DO
NASCIMENTO MORENO, decidiu, à unanimidade, CONHECER DO PRESENTE RECURSO e DAR-LHE
PROVIMENTO, para determinar que o reembolso se dê na forma estabelecida em contrato.
Sem custas e honorários advocatícios ante o resultado.