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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA

PODER JUDICIÁRIO
PRIMEIRA TURMA RECURSAL

Padre Casimiro Quiroga, SN, Imbuí, Salvador - BA Fone: 71 3372-7460


ssa-turmasrecursais@tjba.jus.br

RECURSO INOMINADO Nº: 0006501-76.2016.8.05.0039

RECORRENTE: BRADESCO SAÚDE S A

ADVOGADO: FABIO GIL MOREIRA SANTIAGO

RECORRIDA: MARIA SILVANA SANTOS CAMPOS

ADVOGADO: GILCARLOS SILVA DOS SANTOS

JUÍZA RELATORA: CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ

ORIGEM: JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE CAMAÇARI/BA

EMENTA

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. REEMBOLSO. ALEGAÇÃO DE QUE SE SUBMETEU A


DERMOLIPECTOMIA ABDOMINAL NÃO ESTÉTICA E SESSÕES DE DRENAGEM LINFÁTICA E TEVE APENAS
PROPOSTA DE REEMBOLSO PARCIAL DA RÉ. PEDIDO DE PAGAMENTO INTEGRAL DO VALOR DESPENDIDO E
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. JULGAMENTO PROCEDENTE DOS PEDIDOS. AUSÊNCIA DE PROVA DE
URGÊNCIA PARA ESCOLHA DO PROFISSIONAL. DEVOLUÇÃO QUE DEVE SE DAR NA FORMA DO CONTRATO.
DANO MORAL NÃO CARACTERIZADO. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

RELATÓRIO

Ação movida inicialmente contra BRADESCO S A SAÚDE.

Alegou ser segurada pela ré, n.º do cartão é 831765300051011 , com validade até Março de 2017 e que apesar de estar
adimplente perante a empresa-ré, esta não autorizou os honorários médicos no valor de 5.700,00 referentes ao procedimento
cirúrgico Dermolipectomia Abdominal não estética, bem como vinte sessões de drenagem linfática no valor de R$ 1.700,00. Aduziu ainda que a
ré apresentou como proposta de reembolso o valor de R$ 3.105,58 o que não foi aceito pela autora, que tentou resolver a questão
amigavelmente com a ré sem sucesso.

Os pedidos foram de: 1. restituição no valor de R$7.400,00 referente aos procedimentos médicos realizados, 2. indenização por danos
morais no valor de R$ 10.000,00.

Juntou, documentos de identificação pessoal; comprovante de residência; procuração; cartão do plano de saúde; comprovantes de
pagamentos; relatório médico; ficha de cirurgia, guia de internação e proposta de reembolso.

Contestação apresentada pela empresa-Ré no evento .

Suscitou preliminarmente a conexão com o processo de nº 0007872-75.2016.8.05.0039, no qual a autora ingressou com pedido
de cobertura dos procedimentos e que aqui solicitou o reembolso.
No mérito, alegou que em 12/08/2016 recebeu cobranças decorrentes de despesas hospitalares no valor de R$ 5.988,61 e em
26/08/2016 e de honorários médicos no valor de R$ 1.726,28, sendo que esses valores foram pagos diretamente ao prestador. Impugnou à
documentação acostada pela autora aduzindo que se tratava de procedimento não emergencial e que deveriam ter sido apresentadas
notas fiscais e não recibos simples pelos profissionais liberais. Por fim rechaçou a ocorrência dos danos morais.

Juntou documentos de representação processual.

Audiência realizada no evento 14 , a parte autora impugnou a alegação de conexão da ré na peça contestatória e não foram
produzidas novas provas.

Sentença proferida no evento 54, que julgou os pedidos procedentes nos seguintes termos:

¿(...)Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido contido na inicial para condenar a Acionada
a:
a) CONDENAR o plano réu a ressarcir as despesas noticiadas e comprovadas nos autos, no tocante
a honorários médicos, no valor total de R$ 7.400,00 (sete mil e quatrocentos reais), devidamente
atualizado desde a data do efetivo dispêndio e juros a contar da citação;
b) Condenar a Ré a pagar a parte Autora a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), à título de
indenização por danos morais, observando que os juros moratórios e a correção monetária devem
fluir a partir da sentença, utilizando-se do índice do INPC.
Sem condenação ao pagamento de custas e honorários advocatícios, conforme regra ínsita no artigo
55 da lei 9.099/95.¿

Comprovante do recolhimento de Custas colacionado aos autos no evento 23.

Recurso Inominado da parte ré no evento 23, objetivando a reforma da sentença para julgar improcedentes os pedidos
formulados pela autora na inicial.

No mérito reiterou os termos da defesa.

Contrarrazões no evento 31
Eis o relatório.

VOTO

Inicialmente, cumpre-me anotar que o presente recurso preenche os requisitos legais de admissibilidade, razão pela qual o
conheço.

Compulsando os autos, verifica-se que as preliminares suscitadas já foram devidamente rechaçadas pelo magistrado sentenciante,
razão pela qual, ratifico o seu entendimento, rejeitando-as.

Passo a apreciar o mérito.

Depreende-se do conjunto probatório que acompanha a inicial, conforme os documentos intitulados: "Ficha de Cirurgia
Descritiva.pdf" e "Relatorio Medico.pdf", ambos no evento 1, bem como da própria narrativa autoral, que o procedimento em questão
não era de urgência.

Ademais, na inicial a parte autora não nega a existência de profissional credenciado para a realização do procedimento, assim,
conclui-se que a parte autora optou por escolher o médico em razão da confiança que depositava naquele profissional.

Deste modo, não deve a Ré ser compelida a custear o procedimento de forma integral, mas sim de acordo com a tabela de
reembolso, nos moldes contratados.
Cumpre registrar que a parte autora também não juntou aos autos qualquer prova relativa à negativa de reembolso pela ré ao
contrário junta proposta de reembolso conforme o documento intitulado:

Outrossim, cabe ressaltar que, inexistindo conduta ilícita por parte da Ré, não há que se falar em reparação por danos morais.

Ante o exposto, voto no sentido de CONHECER O PRESENTE RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, para determinar
que o reembolso se dê na forma estabelecida em contrato.

Sem custas e honorários advocatícios ante o resultado.

Salvador, 11 de Outubro de 2017.

CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ

Juíza de Direito Relatora

RECURSO INOMINADO Nº: 0006501-76.2016.8.05.0039

RECORRENTE: BRADESCO SAÚDE S A

ADVOGADO: FABIO GIL MOREIRA SANTIAGO

RECORRIDA: MARIA SILVANA SANTOS CAMPOS

ADVOGADO: GILCARLOS SILVA DOS SANTOS

JUÍZA RELATORA: CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ

ORIGEM: JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE CAMAÇARI/BA

EMENTA

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. REEMBOLSO. ALEGAÇÃO DE QUE SE SUBMETEU A


DERMOLIPECTOMIA ABDOMINAL NÃO ESTÉTICA E SESSÕES DE DRENAGEM LINFÁTICA E TEVE APENAS
PROPOSTA DE REEMBOLSO PARCIAL DA RÉ. PEDIDO DE PAGAMENTO INTEGRAL DO VALOR DESPENDIDO E
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. JULGAMENTO PROCEDENTE DOS PEDIDOS. AUSÊNCIA DE PROVA DE
URGÊNCIA PARA ESCOLHA DO PROFISSIONAL. DEVOLUÇÃO QUE DEVE SE DAR NA FORMA DO CONTRATO.
DANO MORAL NÃO CARACTERIZADO. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

ACÓRDÃO

Realizado Julgamento do Recurso do processo acima epigrafado. A PRIMEIRA TURMA, composta dos Juízes de Direito,
CELIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ, NÍCIA OLGA ANDRADE DE SOUZA DANTAS e SANDRA SOUSA DO
NASCIMENTO MORENO, decidiu, à unanimidade, CONHECER DO PRESENTE RECURSO e DAR-LHE
PROVIMENTO, para determinar que o reembolso se dê na forma estabelecida em contrato.
Sem custas e honorários advocatícios ante o resultado.

Salvador, 11 de Outubro de 2017.

CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ

Juíza de Direito Relatora

(Documento Assinado Eletronicamente)

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