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O Brasil possui uma diversidade climática por conta dos seus diferentes biomas.

Posto isso, o clima


semiárido, encontrado, principalmente, na caatinga, influência a problemática da seca, devido as
suas elevadas temperaturas e precipitações escassas. Entretanto, o complexo do sertão não pode
ser entendido apenas por fatores ambientais, mas, também, antrópicas, pois a falta de incentivos do
governo corrobora para este cenário. Destarte, faz-se a mister, a análise aprofundada sobre essas
questões.

A semiaridez do sertão é resultante de fenômenos naturais como El Niño, que consiste em uma
modificação do sistema climático de distribuição das chuvas e de calor. Sendo assim, provoca uma
periódica seca, prejudicando famílias com menor poder aquisitivo, mais suscetíveis a esse tipo de
efeitos naturais. Isso fica evidente, no livro “O Quinze” de Rachel de Queiroz, onde aborda a
narrativa psicológica de Chico Bento e sua família, que vivem em extrema precariedade
desencadeado pela seca. Assim, o romance contém um forte teor social, que além de enfocar na
realidade das pessoas do local, retrata a fome e a miséria. Por conseguinte, esses fatores ambientais
são determinantes para intensificar os graves problemas do sertão nordestino.

Contudo, medidas governamentais foram insuficientes para combater a escassez do sertão. Porque,
durante o governo de Juscelino Kubitschek, foi criada a SUDENE, que tinha como objetivo de
promover e coordenar o desenvolvimento da região. Porém, o governo federal suspendeu a
continuidade do projeto, pressionado pelo déficit fiscal, abandonando os residentes locais. Dessa
forma, o número de empregos industrias criado foi insuficiente para resolver os problemas
estruturais da região, os padrões de miséria foram mantidos, e as migrações forçadas não cessaram.
Isso pode ser exemplificado a partir da Guerra dos Canudos, onde, desde daquela época, o
desamparo do Governo é claro, criando-se, assim, uma revolta regional. Desse modo, à falta de
auxilio estatal é preponderante para dar permanecia a essa situação crítica.

Depreende-se, portanto, que a seca é um fator natural devido ao seu clima local, mas, também,
pode ser intensificada pela ação do homem. Uma vez que, o fator ambiental não pode ser visto
como a problemática central, já que, antes da SUDENE for encerrada, o Sertão apresentava
exponencial melhora. À vista disso, o governo, ao invés de se preocupar com problemas fiscais,
precisa cumprir o seu dever, mediante a Constituição, em proteger e assegurar os direitos cívicos e
humanos da sua população residente, oferecendo meios que diminuam o índice alarmante da
pobreza e da fome. Por fim, o Brasil só vai conseguir o tão almejado progresso quando o Executivo
parar de olhar para o lado que o beneficia e começar a atender às súplicas de seus cidadãos.

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