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XXIX EXAME DA ORDEM

2ª FASE DIREITO TRIBUTARIO

EXERCICIO Nº 0
SIMULADO DIAGNÓSTICO
Peça e Bloco - Gabarito
Cronograma do Exercício

Data do pedido pelo Professor 04/07/2019

Entrega pelo aluno 07/07/2019

Peça Prático Profissional

O Município de iTATIAIA/RJ, por intermédio do Decreto nº 123 de 26 de novembro de 2018, o qual foi publicado e
entrou em vigor na mesma data, instituiu taxa de iluminação pública, cujo fato gerador consiste na prestação de
serviços de iluminação pública e será contribuinte deste tributo todos os proprietários de bens imóveis do referido
município.

O Sr. Johanes, morador da cidade há quase 5 anos é proprietário de um imóvel localizado na cidade, ao saber da
notícia, sentiu-se extremamente lesado com a cobrança da referida taxa, razão pela qual procurou-o para que
defendesse seus interesses em juízo.

Diante do exposto, como advogado devidamente constituído do Sr. Johanes, promova a medida judicial cabível
para salvaguardar os direitos de seu cliente. Considere que existem provas a serem produzidas no decorrer da
demanda.

ITEM FAIXA DE VALORES


1. Endereçamento 0,10
Endereçamento ao Juiz de Direito da .... Vara Cível da
Comarca de Itatiaia/RJ
2. Qualificação completa das partes: Sujeito Ativo –Sr. 0,20
Johanes (0,1) e Sujeito Passivo – Município de Itatiaia/RJ
3. Justificativa de Cabimento da Ação Declaratória: 0,80
Justificativa de Cabimento: declaratória, com base no
Art. 19, I CPC 2015 (0,40), uma vez que se pretende afastar
as cobranças futuras da Taxa de Iluminação Pública (0,40)
4. Teses: Teses Houve violação do princípio da legalidade 1,00
(0,25), o qual disciplina que não haverá instituição ou
majoração de tributos sem lei previa que o estabeleça,
conforme previsão no art. 150, I da CF(0,25). Além disso,
as taxas de serviço, no sistema tributário nacional só
podem ser instituídas para serviços públicos específicos e
divisíveis, no caso em tela, o serviço público em questão é

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geral e indivisível, não podendo ser cobrada por essa
espécie tributária (0,25) conforme previsão do art.77 do
CTN e art. 145, II da CF. Tal matéria já encontra-se com
previsão na súmula vinculante 41 do STF (0,25)
5. Abertura do item Tutela de Urgência (0,20), nos termos 1,00
do art. 300 CPC/2015 (0,20), diante da existência dos
elementos que evidenciam a probabilidade do direito
(0,20) e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do
processo (0,20).

Fazer referência à suspensão da exigibilidade do crédito


(0,10), citando o art. 151, V, do CTN como consequência
da concessão da tutela de urgência. (0,10)
6. Concessão da tutela de urgência, diante da presença 0,40
dos requisitos autorizadores do art. 300, CPC/2015
(0,10): elementos que evidenciam a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do
processo (0,10) e a consequente suspensão da
exigibilidade do crédito tributário (0,10) conforme art.
151, V do CTN (0,10).
7. Julgamento procedente do pedido para: declarar 0,50
inexistente a relação jurídico-tributária (0,1), em razão da
inocorrência do fato gerador da taxa(0,2), assim como sua
efetiva violação ao princípio da legalidade descrito no art
150,I da CF e da violação do seu caráter específico e
divisível previstos no art 77 do CTN e art 145, II da CF e
súmula vinculante nº 41 do STF (0,2)
8. Citação do ente público na pessoa do seu 0,20
representante legal;
9. Condenação ao ressarcimento de custas (0,10) e 0,20
pagamento de honorários advocatícios, nos termos do
Art. 85, parágrafo 3º, do CPC/15 (0,10)
10. Indicação do endereço em que receberá as 0,10
intimações (0,10).
11. Opção pela realização (ou não) de audiência de 0,20
conciliação ou de mediação (0,10), nos termos do Art. 319,
inciso VII, do CPC/15) (0,10) OU indicação do não
cabimento de conciliação (0,10), nos termos do Art. 334,
parágrafo 4º, II, do CPC/15 (0,10)
12. Pedido de provas – 0,10 0,10
13. Valor da causa – 0,10 0,10
14. Fechamento da Peça: Termos em que pede 0,10
deferimento; local/data; advogado/OAB – 0,10

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Bloco de Questões

Questão 01

O Governador do Distrito Federal, buscando implantar política de austeridade fiscal, decide por instituir
contribuição para o custeio de iluminação pública, prevendo que a cobrança da mesma será incluída na fatura de
energia elétrica dos contribuintes. O Governador do Estado da Paraíba, impressionado com o resultado obtido,
decide, igualmente, instituir a respectiva contribuição, prevendo que o seu pagamento será feito em separado da
fatura de consumo de energia elétrica.

a) É constitucional a contribuição instituída pelo Governador do Distrito Federal? E aquela instituída pelo
Governador da Paraíba? O pagamento da contribuição deve ser feito obrigatoriamente na fatura do
consumo de energia elétrica? (0,80)
b) Suponha que a lei distrital tenha previsto que 1/3 dos recursos obtidos com a referida contribuição
seriam destinados ao custeio da previdência dos servidores públicos do referido ente federativo. Tal previsão seria
constitucional? (0,45)

Obs.: O (a) examinando (a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.

(Valor: 1,25)

GABARITO – QUESTÃO 01

Valores
QUESITO AVALIADO
Possíveis

A) A contribuição para o custeio da iluminação


pública (COSIP) instituída pelo Governador do
Distrito Federal (DF) é constitucional (0,20),
conforme previsão do art. 149-A, CF (0,20). Por
outro lado, é inconstitucional a COSIP instituída
pelo Estado da Paraíba (0,15), pois o art. 149-A,
CF, somente prevê como competentes para a sua
instituição os Municípios e o Distrito Federal, e 0,80
não os Estados (0,10) (poderia ser citado que a
própria Lei Maior veda a divisão do DF em
Municípios em seu art. 32, determinando que o
mesmo acumule os tributos de competência
estadual e municipal no art. 147, CF). Por fim, o
art. 149-A, pár. único, CF (0,05), prevê que a
cobrança da COSIP na fatura de energia elétrica é

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uma mera faculdade do ente tributante, e não
uma obrigação (0,10).

B) Prevalece na doutrina e na jurisprudência a


impossibilidade de destinação do produto da
arrecadação com a COSIP para fazer frente a
despesas diferentes do custeio da iluminação
pública, sendo inconstitucional, portanto, a 0,45
referida previsão (0,35), o que decorre do art 149-
A, CF (0,10).

Questão 02

A empresa “Voe Bem”, montadora de aviões, efetua operações de deslocamento de peças entre os
estabelecimentos que possui em municípios vizinhos para que sua produção seja finalizada. Em determinada
operação de fiscalização organizada pelo Fisco Estadual, houve a retenção da mercadoria durante o transporte
acima referido, pois não havia sido realizado o pagamento do ICMS supostamente incidente sobre a operação. No
dia seguinte, a mesma empresa é surpreendida com a notícia de que o pagamento de outro tributo devido pela
empresa teve a data de seu pagamento antecipada, medida válida já para o próximo mês.

a) É devido ICMS na operação apresentada? A apreensão realizada pelo Fisco é legal? (0,80)
b) A antecipação da data do pagamento deve observar o princípio da anterioridade, nonagesimal e de
exercício? (0,45)

Obs.: O (a) examinando (a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.

(Valor: 1,25)

GABARITO – QUESTÃO 02

Valores Atendimento ao
QUESITO AVALIADO
Possíveis quesito

A) Nos termos da Súmula 166 do STJ (0,15), não


constitui fato gerador do ICMS o simples
deslocamento de mercadoria de um para outro 0,80
estabelecimento do mesmo contribuinte (0,25),
situação na qual se enquadra a empresa “Voe

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Bem”. Ademais, mostra-se ilegal a apreensão de
mercadorias como meio de coerção para o
pagamento de tributos (0,25), na dicção da
Súmula 323 do STF (0,15)

B) Na dicção da Súmula Vinculante 50 do STF


(0,15), norma legal que altera o prazo de
recolhimento de obrigação tributária não se 0,45
sujeita ao princípio da anterioridade (0,30), tendo
a mesma, portanto, eficácia imediata.

Questão 03

Antônio doou seu carro para José, que, diante disso, realizou o pagamento do Imposto sobre Transmissão Causa
Mortis e Doação de quaisquer bens ou direitos (ITCMD). Três anos após a quitação do imposto, José constatou
equívoco no cálculo do tributo, cujo pagamento foi realizado em valor superior ao efetivamente devido. Sendo
assim, ajuizou ação de repetição de indébito em face do Estado X, requerendo a restituição do valor principal
acrescido de juros moratórios e atualização pela SELIC. Devidamente citado, o Estado X apresentou contestação
alegando prescrição da pretensão autoral, visto que inobservado o prazo legal de dois anos para o ajuizamento
da ação. Adicionalmente, defendeu que, na eventualidade de não ser acolhido seu primeiro argumento, seria
incabível a cumulação de juros moratórios e taxa SELIC, tendo em vista que, no Estado X, não há previsão, na
legislação local, de incidência da taxa SELIC na cobrança de tributos pagos em atraso. Considerando o caso em
questão, responda aos itens a seguir.

a) O prazo prescricional de dois anos indicado pelo Estado X está correto? (Valor: 0,65)

b) A restituição do valor principal deve ser acrescida de juros moratórios e SELIC, conforme pretende o
contribuinte?

Obs.: O (a) examinando (a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.

(Valor: 1,25)

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GABARITO – QUESTÃO 03

Valores Atendimento ao
QUESITO AVALIADO
Possíveis quesito

A) Não. O Art. 168 do CTN determina que o direito


de pleitear a restituição se extingue com o
decurso do prazo de cinco anos, contados da data
0,65
da extinção do crédito tributário (0,50), que, no
caso em questão, operou-se com o pagamento do
imposto pelo contribuinte.(0,15)

B) Não. A incidência da taxa SELIC na repetição de


indébito de tributos estaduais só seria possível se
estivesse prevista na legislação local como índice
de atualização de tributos inadimplidos (0,30) e, 0,60
de todo modo, seria inviável sua cumulação com
juros de mora, na forma da Súmula 523 do STJ
(0,30).

Questão 04

A União, propôs uma execução fiscal em face da pessoa jurídica “Ômega - Alimentos Ltda”, bem como em de seu
sócio-gerente, objetivando a cobrança de valores relativos ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). De
acordo com o sustentado pela União, a responsabilidade do sócio-gerente é correta, em razão do inadimplemento
do imposto pela pessoa jurídica, de forma que o mesmo não foi diligente no exercício da sua função. Certos que a
cobrança é indevida, citados, os executados opuseram embargos à execução fiscal, antes de qualquer garantia do
juízo, por entenderem não ser a mesma necessária para apresentar esta espécie de defesa.

a) Está correta a inclusão do sócio-gerente no polo passivo da execução fiscal, em razão do mero
inadimplemento do tributo pela pessoa jurídica “Ômega - Alimentos Ltda”? (Valor: 0,65)

b) Os embargos à execução, meio de defesa apresentado pelos executados, podem ser admitidos? (Valor:
0,60)

Obs.: O (a) examinando (a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.

(Valor: 1,25)

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GABARITO – QUESTÃO 04

Valores Atendimento ao
QUESITO AVALIADO
Possíveis quesito

A) Não, já que o inadimplemento da obrigação


tributária pela sociedade não gera, por si só, a
0,65
responsabilidade do sócio-gerente (0,55),
conforme Súmula n. 430 do STJ (0,10).

B) Não, tendo em vista que não são admissíveis


embargos do executado antes de garantida a
0,60
execução (0,50), conforme art. 16, §1º da Lei n.
6.830/80 (0,10).

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