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Índice
introdução........................................................................................................................................4

Objectivos........................................................................................................................................4

Específicos:......................................................................................................................................4

EMPRESÁRIO COMERCIAL OU COMERCIANTE...................................................................5

organização do empresário comercial.............................................................................................5

Noção de comerciante e a sua importância......................................................................................6

Os comerciantes em nome individual. A matrícula.........................................................................7

Requisitos de acesso à qualidade de comerciante............................................................................8

Situações duvidosas quanto à aquisição da qualidade de comerciante..........................................10

Obrigações dos comerciantes........................................................................................................11

Responsabilidade dos bens dos cônjuges por dívidas comerciais.................................................12

Obrigações especiais dos comerciantes.........................................................................................13

Constituição da firma.....................................................................................................................13

Princípios gerais (informadores) da constituição de firmas..........................................................14

Formalização da firma...................................................................................................................17

conclusão.......................................................................................................................................18

referencia bibliográfica..................................................................................................................20

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1. Introdução

O presente estudo terá por objectivo elaborar uma pesquisa, na área de Direito Empresarial,
analisando a actividade praticada pelos empresários e empreendedores na comunidade
socioeconómica. Actualmente a empresa exerce indiscutivelmente, importante função económica
na sociedade, pois é considerada a actividade económica organizada para a produção ou
circulação de bens ou serviços.

O empresário comerciante actual organiza a sua actividade, coordenando o seu capital ou os seus
bens, com o trabalho de outrem, ou não; porém, o conjunto desses bens e pessoas inactivas não
configura a empresa, porque esta nasce apenas ao ser iniciada a actividade, ou colocada em
funcionamento, sob a orientação do empresário.
Para Marcelo M. Bertoldi “o empresário nada mais é senão o comerciante dos dias atuais, não
existindo qualquer motivo para se fazer distinção entre essas duas figuras, que, na verdade,
representam o sujeito com o qual se ocupa o direito comercial, ou, numa nomenclatura mais
actualizada, o direito empresarial” (BERTOLDI 2006, p. 52).

1.1. Objectivos
Geral:

Abordar de forma clara sobre a organização do empresário comercial.

1.2. Específicos:
Compreender a noção do empresário comercial nos vários termos ;
Identificar de que formas esta organizado o empresário comercial de acordo com a lei ;
Mencionar os requisitos essenciais relativos organizado o empresário comercial no
direitos comercial , etc.

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2. Noção

2.1. Empresário comercial ou comerciante

O empresário é figura central da empresa. Muitos autores não distinguem o empresário comercial
da antiga figura do comerciante. Giuseppe Valeri declara que "praticamente a figura genérica do
empresário comercial coincide hoje com aquela do comerciante, conhecida do velho direito".

Não há dúvida de que o empresário comercial, na linguagem do direito moderno, é o antigo


comerciante, nesse aspecto as expressões são sinônimas. Mas é preciso compreender, por outro
lado, que a figura do comerciante se impregnou de um profundo ressaibo exclusivista,
egocêntrico, resultante do individualismo que marcou historicamente o direito comercial. Nesse
sentido, mais ideológico do que científico ou jurídico, é que se deve distinguir o empresário
moderno do comerciante antigo.

Quando falamos de empresário como elemento da empresa, que tem deveres e obrigações para
com a organização produtiva não o reverenciamos como um suserano feudal, como concebíamos
o antigo comerciante, senhor absoluto de seu próprio interesse. Hoje, o empresário comercial tem
em seus empregados e não servos, como não há muito eram os empregados, mas colaboradores
integrados todos, e com interesses bem definidos, no sucesso da empresa.

Empresário comercial

O empresário comercial é o Sujeito que exercita a actividade empresarial. É ainda, como observa
Ferri, no todo ou cm parte, o capitalista, que desenvolve uma actividade organizada e técnica. É
um servidor da organização de categoria mais elevada, à qual imprime o selo de sua liderança,
assegurando a eficiência e o sucesso do funcionamento dos factores organizados.

Dois elementos fundamentais servem para caracterizar a figura do empresário: a iniciativa e o


risco. O poder de iniciativa pertence-lhe exclusivamente: cabe-lhe determinar o destino da
empresa e o ritmo de sua actividade. Mas já se acentua em alguns países, como na França e na
Alemanha, a redução desse poder de iniciativa do empresário comercial, impondo-se-lhe, através

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da lei, a divisão desse poder de iniciativa, concedendo-se participação na direcção da empresa a
representantes dos empregados. Contudo, isso é verdade para determinadas empresas.

O empresário pode valer-se, e normalmente se vale, da actuação e colaboração de outrem, mas a


ele cabe a decisão, a ele compete, no caso de diversidade de perspectiva, escolher o caminho que
lhe pareça mais conveniente. Compensando o poder de iniciativa, os riscos são todos do
empresário comercial: goza ele das vantagens do êxito e amarga as desventuras do insucesso e da
ruína.

3. organização do empresário comercial


 3.1. Noção de comerciante e a sua importância

O legislador não deu uma definição legal de comerciante, mas sim, indica quais sãos as
categorias legais de comerciantes (art. 13º CCom).

Tem-se segundo o entendimento tradicional do art. 13º CCom, por um lado os comerciantes que
são pessoas singulares – geralmente designados por comerciantes em nome individual – e os
comerciantes que são pessoas colectivas – as sociedades comerciais.

No domínio do Direito Comercial, deve prevalecer, em geral, a noção de comerciante que resulta
do art. 13º CCom: comerciante é quem, enquadrando-se numa das duas categorias do art.
13º CCom, seja titular de uma empresa que exerça uma das actividades comerciais, tais
como as qualificam o art. 230º CCom, e as demais disposições no avulsas que caracterizam
e englobam no Direito Comercial certas actividades económicas.

A aquisição da qualidade de comerciante é sempre originária, não podendo transmitir-se


nem inter vivos, nem mortis causa.

Portanto, quem organizar ou adquirir uma empresa comercial terá de preencher, em si mesmo, os
requisitos necessários para obter de si a qualidade de comerciante.

O art. 13º/1 CCom, refere-se a pessoas. Em geral, entende-se que aquele n.º 1, só abrange
pessoas singulares: os chamados comerciantes em nome individual. Mas pode questionar-se se
ali se abrangerão também pessoas colectivas.

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Há, três casos especiais quanto ao problema do art. 13º/1 CCom:

a)     As sociedades civis em forma comercial: a solução tradicional, que sustenta que não são
comerciantes, foi posta em dúvida face ao art. 42º/1 DL 42645, de 14 de Novembro de 1959, tal
como pode sê-lo hoje perante o art. 3º CRC, que sujeita tais sociedades à matrícula. Ora, a
matricula no registo comercial é um acto apenas aplicável aos comerciantes e às demais
entidades expressamente mencionadas no CRC. As sociedades civis em forma comercial não
são, pois comerciantes, já que apenas estão sujeitas, por equiparação, ao regime das sociedades
comerciais, mas não lhes és genericamente aplicável o regime dos comerciantes.

b)    Empresas públicas: serão comerciantes, face ao art. 13º/1 CCom. E se o não forem, deverão
ser qualificadas como comerciantes, mercê do respectivo regime estatutário geral (DL 260/76, de
8 de Março)

Em face destas duas normas, entre si conjugadas, afigura-se que, se as empresas públicas não
são rigorosamente qualificáveis como comerciantes, no entanto estão pela lei a eles equiparadas,
no que toca à capacidade jurídica e às normas aplicáveis às suas actividades; e uma dessas
normas será precisamente, a 2ª parte do art. 2º CCom.

c)     Agrupamentos Complementares de Empresas (ACE): pessoas colectivas cujo regime


jurídico consta da Lei 4/73, e do DL 430/73, de 25 de Agosto. O objectivo geral destes
agrupamentos consiste em melhorar as condições de exercício ou os resultados das actividades
económicas das pessoas (singulares ou colectivas) nelas agrupadas. Devem pois, os ACE ter um
escopo concreto, relacionado com as actividades agrupadas. E podem ter um fim principal e fim
ou fins acessórios. Mas os ACE não podem ter por fim principal a realização e partilha de lucros,
muito embora possam ter esse fim como acessório, se o contrato constitutivo expressamente o
autorizar. As ACE por princípio, não são necessariamente comerciantes.

 3.2. Os comerciantes em nome individual. A matrícula


O art. 13º/1 CCom, só abrange pessoas físicas: os usualmente denominados comerciantes em
nome individual.

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Quando é que uma pessoas física se diz comerciante

Em face do CRC, constata-se que a matrícula não é uma condição nem necessária, nem
suficiente, para a aquisição da qualidade de comerciante.

Não basta estar matriculado como comerciante mesmo sem matrícula. Esta não é, portanto,
condição nem suficiente nem necessária da aquisição da qualidade de comerciante em nome
individual.

  4. Requisitos de acesso à qualidade de comerciante

a)     Personalidade jurídica

Quanto a este requisito, não há aqui a considerar quaisquer especialidades face ao regime geral
do Direito Civil.

Assim, além de assumir a personalidade jurídica das pessoas singulares (art. 66º CC), a lei
comercial atribui-a às sociedades comerciais (art. 5º CSC) e às sociedades civis em forma
comercial (art. 1º/4 CSC).

b)    Capacidade comercial

A capacidade jurídica constitui a medida dos direitos e obrigações de que uma pessoa é
susceptível de ser sujeito (art. 67º CC) e que a doutrina distingue entre a capacidade de gozo e a
capacidade de exercício. Dos arts. 14º/1 e 17º CCom, resultam restrições à capacidade comercial
sem fim lucrativo e de Direito Público.

Quanto à capacidade de exercício, deverá ter-se em conta o art. 7º CCom, que enuncia dois
princípios fundamentais: o da liberdade de comércio e o da coincidência entre a capacidade civil
e a capacidade comercial.

A plena capacidade comercial depende de uma pessoa – singular ou colectiva – ter capacidade
civil e não estar abrangida por alguma norma que estabeleça uma restrição ao exercício do
comércio.

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Podem os menores e os demais incapazes ser comerciantes

O art. 13º/1 CCom, ao exigir capacidade para a prática de actos de comércio, pretende referir-se
à capacidade jurídica de exercício, tanto mais que alude ao carácter profissional do comércio, o
que pressupõe uma prática habitual de actos geradores, mediadores ou extintivos de direitos e
obrigações.

Assim, parece que não pode conceber-se o exercício de uma profissão deste jaez por um incapaz:
o próprio conceito de profissão e, no caso, a circunstância de ela se traduzir numa contínua e
habitual prática de actos e negócios jurídicos, sendo, portanto, absorvente e responsabilizante,
afigura-se incompatível com a situação jurídica de incapacidade.

A inclusão dos menores e interditos no art. 13º/1 CCom, deve entender-se CUMGRANO


SALIS quanto ao exercício profissional do comércio: considera-se que tal exercício será a prática
habitual de actos comerciais, não directa e pessoalmente pelos incapazes, mas pelos seus
representantes em nome e por conta daqueles. Isto, evidentemente, desde que os representantes
obtenham a autorização judicial eventualmente necessária, face aos arts. 1889º e 1938º CC.

c)     Exercício profissional do comércio

Pressupõe e concretiza-se através da prática de actos de comércio. Mas não qualquer prática: só a
prática em termos de profissão.

a)    Não basta a prática de actos de comércio isolados ou ocasionais: para se adquirir a qualidade
de comerciante é indispensável a prática regular, habitual, sistemática, de actos de comércio;

b)     Não basta a prática, mesmo que habitual de quaisquer actos de comércio: nem todos estes
actos têm a mesma potencialidade de atribuir a quem os pratique a qualidade de comerciante;

c)     É indispensável para que haja profissionalidade que o indivíduo pratique os actos de
comércio de forma a exercer como modo de vida uma das actividades económicas que a lei
enquadra no âmbito do direito mercantil;

d)     Deve entender-se como indispensável que a profissão de comerciante seja exercida de


modo pessoal, independente e autónomo, isto é, em nome próprio, sem subordinação a outrem;

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e)      É indispensável que o comerciante organize factores de produção com vista à produção das
utilidades económicas resultantes de uma daquelas utilidades económicas que a lei considera
como comerciais.

Portanto, é comerciante quem possui e exerce uma empresa comercial: quem é titular de uma


organização daquelas que a lei qualifica como empresas comerciais para através dela
exercer uma actividade comercial.

 4.1. Situações duvidosas quanto à aquisição da qualidade de comerciante


O art. 14º e 17º CCom, pretende evitar um alargamento excessivo da categoria de comerciante. O
art. 14º/2 CCom, aplica-se aos acasos do art. 13º/1 CCom.

Quer as pessoas de fim desinteressado, quer as pessoas colectivas de fim interessado não
económico, não podem ser comerciantes.

Mandatário comercial, a doutrina entende que não são comerciantes, são sujeitos que a título
profissional executam um mandato comercial com representação.

Mandato mercantil, traduz-se na execução do mandato, pratica um conjunto de actos (um ou


mais) de comércio, realizados pelo mandatário comercial, produzem efeitos jurídicos na esfera
jurídica do mandante representado (art. 231º; 258º CCom).

a)     Gerente (arts. 248º a 250º CCom)

Quem em nome e por conta de um comerciante trata do comércio desse comerciante, no lugar
onde esse comerciante tenha ou peça para actuar.

Tem um poder de representação (art. 249º CCom), é um poder geral e compreensivo de todos os
actos pertencentes e necessários ao exercício do comércio para que tenha sido dado, não são
comerciantes.

b)    Auxiliares de comércio (art. 256º CCom)

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São encarregados de um desempenho constante em nome e por conta dos comerciantes de algum
(s) dos ramos de tráfico.

c)     Caixeiros (art. 257º CCom)

São empregados do comerciante, encarregados de funções várias. O poder de representação do


caixeiro (e dos auxiliares) é um poder de representação menor que dos gerentes (arts. 258º e 259º
CCom).

São classificados no Código Comercial como mandatários com representação. Os poderes de


representação podem resultar de outros negócios jurídicos sem ser o contrato de mandato. Sendo
subordinados, praticam actos de comércio, por nome e por conta do empregador – para aquele
negócio não são comerciantes.

d)     Comissários (dos comerciantes) – art. 266º CCom, contratos de comissão, art. 268º
CCom)

Fica directamente obrigado com as pessoas com quem contratou como se o negócio fosse seu.

O comissário pratica os actos para o comitente, repercutem-se na esfera jurídica do comissário,


fica o titular dos bens adquiridos. Há uma segunda negativa que regula a relação que o
comissário tem com o comitente. O comissário vai receber do comitente além da sua
remuneração (ordinária) um outro montante.

Se o comissário, praticar actos de forma comercial, faz do comércio profissão para efeitos do art.
13º CCom, é irrelevante se ele os pratica para ele ou por conta de outrem – ele é comerciante
– fica obrigado pela prática dos seus actos.

e)     Mediadores

Pessoa colectiva ou singular, que servem de elo de ligação entre diversos sujeitos jurídicos,
promove a celebração de negócios entre duas pessoas. Executam actos de comércio, a sua
actividade está incluída no art. 230º/3 CCom.

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f)       Agentes comerciais

Promove por conta de outrem a celebração de contratos. Operador independente mediante


retribuição. O essencial da sua actividade é a promoção do contrato, pode celebrar também se
tiver mandato para isso.

4.2. Obrigações dos comerciantes


 Forma

O princípio da consensualidade ou liberdade de forma (art. 219º CC) é por vezes aplicado de
forma mais extensa no âmbito do direito comercial: aqui o intuito de promover as relações
mercantis, protegendo o crédito e a boa fé, leva a promover a simplicidade da forma.

 Solidariedade passiva

A solidariedade das obrigações não se presume: tem que resultar da lei ou da vontade das partes
(art. 513º CC), assim é, em direito comum, ou seja, quanto às obrigações civis, nas quais,
portanto, a regra é a conjunção.

Mas não é assim nas obrigações comerciais, nas quais, salvo estipulação em contrário, os co-
obrigados são solidários (art. 100º CCom), a menos que se trate de actos de comércio unilaterais,
nos quais não há solidariedade para os obrigados em relação aos quais o acto não for comercial
(art. 100º § único CCom). Este regime constitui a ressalva constante da 2ª parte do art. 99º
CCom, e tem por escopo o reforço do crédito, que constitui um dos princípios inspiradores do
Direito Comercial.

5. Responsabilidade dos bens dos cônjuges por dívidas comerciais


No actual regime dos efeitos do casamento sobre os direitos patrimoniais dos cônjuges, prevalece
o princípio da igualdade de direitos e deveres, a ambos pertencendo a orientação da vida em
comum e a direcção da família (art. 1671º CC). No tocante às dívidas contraídas pelos cônjuges,
aquele primeiro princípio tem como corolário, o disposto no art. 1690º/1 CC: qualquer dos
cônjuges tem legitimidade para contrair dívidas sem o consentimento do outro.

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No caso das dívidas contraídas no exercício do comércio pelo cônjuge comerciante, o legislador
inverteu o ónus da prova: de forma implícita, presume que elas foram contraídas pelo
comerciante em proveito comum do casal. E, portanto, estabelece que só não será assim se for
provado – em regra pelo cônjuge do comerciante ou eventualmente por este – que as dívidas não
foram contraídas em proveito comum do casal.

A lei não se basta com o já apontado regime do art. 1691º/1-d CC, para a protecção dos
interesses dos credores dos comerciantes, a bem do próprio comércio. Vai mais além, pois o art.
15º CCom, determina que: “as dívidas comerciais do cônjuge comerciante presumem-se
contraídas no exercício do seu comércio”.

O art. 15º CCom, apenas se aplica aos casos de dívidas comerciais – isto é, resultante de actos de
comércio de um comerciante casado.

Se um credor de um comerciante fizer prova de que a dívida é comercial e o devedor é


comerciante, presume-se que a dívida foi contraída por este no exercício do comércio e, portanto,
a dívida é da responsabilidade de ambos os cônjuges (arts. 1691º/1-a e 1695º CC; art. 15º
CCom).

Para afastar este regime é preciso que o cônjuge do comerciante ou mesmo este:

   Ilida a presunção do art. 15º CCom, provando que a dívida do comerciante, apesar de
ser comercial, não foi contraída no exercício da actividade comercial daquele;

  Ou, em todo o caso, ilida a presunção implícita no art. 1691º/1-d CC, provando que a
dívida não foi contraída em proveito comum do casal.

5.1. Obrigações especiais dos comerciantes


  A firma

O comércio é executado sob uma designação nominativa, que constitui a firma. Há, porém, no
direito comparado duas concepções diversas de firma:

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Para o conceito objectivo, a firma é um sinal distintivo do estabelecimento comercial. Daí
decorrem, como corolários, a possibilidade de tal designação ser composta livremente e ser
transmitida com o estabelecimento, independentemente de acordo expresso.

Para o conceito subjectivo, a firma é um sinal distintivo do comerciante – o nome que ele usa no
exercício da sua empresa: é o nome comercial do comerciante. Daí que, em relação ao
comerciante individual, nesta concepção, a firma deva ser formada, a partir do seu nome civil e,
em princípio intransmissível.

O art. 18º CCom, está relacionado com o estatuto de comerciante. Considera-se a firma o nome
comercial do comerciante, sinal que os identifica ou individualiza também o faz para alguns não
comerciantes – sociedades civis não comerciais.

5.2.  Constituição da firma


A firma consoante os casos, pode ser formada com o nome de uma ou mais pessoas (firma-
nome), com uma expressão relativa ao ramo de actividade, aditada ou não de elementos de
fantasia (firma-denominação ou simplesmente denominação), ou englobar uns e outros desses
elementos (firma mista).

Em todo o caso, ele será um sinal nominativo e nunca emblemático: sempre uma expressão
verbal, com exclusão de qualquer elemento figurativo.

Sinais distintivos das diversas pessoas colectivas:

d)     Firmas dos comerciantes individuais (art. 38º/1 e 3 RNPC):

Tem de ser composta pelo seu nome completo ou abreviado para identificação, não podendo
colocar em regra a abreviação de um só vocábulo; pode ter expressões ou siglas; pode aditar uma
alcunha ou expressão alusiva à actividade comercial. O art. 40º RNPC, estabelece o
estabelecimento individual de responsabilidade limitada.

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e)     Sociedades comerciais

Poderão ter a alusão à actividade comercial (art. 177º/1 CSC). O art. 200º CSC, a firma que as
sociedades por cotas devem ser formadas com ou sem sigla, nome completo ou abreviado de
todos ou alguns dos sócios, tem de quer sempre o aditamento Lda.

Tem de dar a conhecer quanto possível o objecto da sociedade (art. 10º/3 CSC). Deve aludir ao
objecto social. Vale integralmente para as Sociedades Anónimas (art. 275º CSA) e para as
sociedades em comandita, a firma tem de ser composta pelo nome completo ou abreviado por
todos os sócios comanditados (art. 467º CSC).

 6. Princípios gerais (informadores) da constituição de firmas


a)     Princípio da verdade (art. 32º RNPC)

A firma deve corresponder à situação real do comerciante a quem pertence, não podendo conter
elementos susceptíveis de a falsear ou de provocar confusão, quer quanto à identidade do
comerciante em nome individual e ao objecto do seu comércio, quer, no tocante às sociedades,
quanto à identificação dos sócios, ao tipo e natureza da sociedade, à (s) actividade (s) objecto do
seu comércio e outros aspectos a ele relativos.

b)    Princípio da distintividade ou capacidade distintiva

A firma deve possuir distintividade, esta não se limita a ser uma designação genérica.

O art. 32º/3 RNPC, exclui os vocábulos de uso corrente. Quanto às firmas dos comerciantes
individuais e às firmas nome, mistas das sociedades e dos ACE’s, são compostos por nomes de
pessoas ou pelos sócios dos associados, têm a capacidade distintiva.

As firmas de denominação por quotas das Sociedades Anónimas, dos ACE’s, das Empresas
Públicas, das Cooperativas e dos AEIE, as denominações devem dar a conhecer o respectivo
objecto, sob pena de incapacidade distintiva, a referência ao objecto não se basta com
designações genéricas (como sociedade de seguros) nem com vocábulos de uso corrente ou de
proveniência.
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c)     Princípio da novidade (art. 33º RNPC)

Marca a prioridade da firma já registada ou licenciada procurando evitar surgir outra firma com a
mesma denominação da existente.

É aferida no âmbito da exclusividade, podendo haver firmas semelhantes se tiver âmbito de


exclusividade diferente, a racio legis, é não haver firmas iguais.

O juízo de confundabilidade (fundamentação de recurso) tem que ser de fundamentação global,


tem que atender aos elementos fundamentais da firma. É o nome da firma que o juízo de valor
tem-se de fundamentar.

d)     Princípio da exclusividade (art. 35º RNPC)

A firma goza dum âmbito territorial de protecção, não é necessariamente o âmbito nacional.

No comerciante individual, se ele usar o seu nome, o âmbito de protecção é correspondente


territorial da conservatória onde está registado (art. 38º/4 RNPC).

Se ele aditar ao nome uma expressão distintiva já pode ser reconhecida extensão em todo o
território nacional.

A firma das Sociedades Comerciais goza de um âmbito nacional de protecção (art. 37º/2 RNPC).
Os arts. 39º e 40º RNPC, estendem a outros empresários individuais a responsabilidade limitada
as regras fundamentais relativas ao comerciante individual.

As associações e fundações, o âmbito de protecção se não for local tem protecção nacional, se
nos estatutos referir que é local, então só têm protecção local.

e)     Princípio da unidade

O comerciante deve gerir a sua actividade sob uma única firma. O empresário individual não
pode usar mais do que uma firma (art. 38º/1 RNPC).

Este princípio tem de ser confrontado com o fenómeno da transmissão da firma, se houver
transmissão de firma, afecta os princípios que a lei refere?
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Poria-se em causa o princípio da novidade se o alienante continuar a usar a firma alienada.
Pressupõe-se que o alienante perde a firma anterior, para continuar, tem que formar uma nova
firma – princípio da novidade.

O princípio da unidade é atingido se o alienante puder continuar a utilizar a firma


anterior? Resposta negativa, se alguém quiser adquirir a firma do alienante, deve criar nova
firma. Pode continuar a firma que tem, tendo que exercer simultaneamente a exploração da firma
adquirida. Só pode utilizar a firma do alienante se continuar a explorar a firma do alienante (art.
38º/2 RNPC), não se permitindo a subsistência de firmas independentes.

A lei permite a transmissão da firma (art. 44º RNPC), mas para isso à que preencher
determinados requisitos:

 Transmissão tem que ocorrer em conexão com a transmissão do estabelecimento (art.


44º/4 RNPC);

 Acordo das partes nesse sentido (negócio entre vivos);

 A indicação tem que ser dada ao novo titular de que sucedeu ao antigo titular;

 A subsistência do estabelecimento adquirido, exigindo-se a indicação da transmissão (art.


38º/2 RNPC).

Por transmissão “mortis causa” (art. 38º/2 RNPC), os sucessores também devem continuar gerir
o estabelecimento. A lei exige que haja/impõe uma conexão da firma ao estabelecimento para
que a continuidade na identificação não se torne enganosa.

Preocupação de defesa de terceiros, porque eles recebem a garantia de que se trata do exercício
do mesmo estabelecimento.

6.1. Formalização da firma


Depende do requisito, e só há direitos exclusivos, após o registo definitivo (art. 35º/1 RNPC).

O Estado em relação às firmas passou a ter uma tutela administrativa (essencialmente), por isso é
necessário que as pessoas tenham um certificado de admissibilidade de firma ou de

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denominação. Em todo o processo administrativo necessário para a firma, este certificado é o
elemento estratégico essencial, em termos de direito para se poder iniciar os trâmites necessários
para a constituição de firma ou sociedade.

O certificado serve para atestar que os requisitos estão preenchidos, é deste certificado que
depende tudo, escritura pública, elementos destinados à constituição de pessoas colectivas de
responsabilidade limitada (art. 54º/1 RNPC).

A consequência da não existência do certificado é a nulidade (art. 55º RNPC), também a


modificação do objecto da sociedade obriga a um novo certificado (art. 54º/2 RNPC).

A firma está sempre ligada ao estabelecimento (tendência real); a firma liga-se ao comerciante
(tendência pessoal).

A firma surge à partida com o nome comercial, designação usada pelo comerciante no exercício
do seu comércio.

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7. conclusão
chegado ao fim do trabalho individual de carácter avaliativo da cadeira de direito comercial com
o tema organização do empresário comercial .

Empresário é a pessoa física ou jurídica que desenvolve a actividade. Sociedade Empresária é o


agrupamento de pessoas que concorrem de forma comum para o desenvolvimento da empresa. Já
estabelecimento é o complexo dos bens organizados pelo empresário para o desenvolvimento da
sua actividade.

Muito cuidado com isso.

b) Actividade económica:

A actividade desenvolvida pelo empresário é onerosa, visa lucro. Não se pode falar de empresa
como uma actividade filantrópica.

O empresário deve visar lucro sempre, pois é função social da empresa produzir e circular
riqueza.

Gosto de lembrar que visar lucro não significa que o empresário não possa ter prejuízo. Ele deve
visar o lucro, mas pelos percalços do caminho poderá ter prejuízo sim. O jogo mercantil tem
dessas coisas, um dia lucro e no outro prejuízo. O importante é que ele vise lucro, desenvolva
uma actividade com o intuito lucrativo, objectivando a circulação de riqueza.

c) Organizada:

Dizer que se trata de uma actividade organizada é justamente atentar que o empresário é um
profissional que articula os factores de produção.

O empresário deve ser um profissional, e não um aventureiro, alguém que ocupe o seu tempo
vago com a actividade mercantil. Ele é tem expertise no ramo em que actua, não podendo alegar
a falta de sofisticação ou hipossuficiência de informações.

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Ademais, articular os factores de produção, ou organizar tais factores, implica que o empresário
alie o capital, insumo, mão de obra e conhecimento:

Capital: O empresário investe seus recursos financeiros naquela actividade;

Insumo: O empresário emprega suas máquinas, utensílio, matéria prima na actividade


praticada;
Mão de obra: O empresário articula a mão de obra para o desenvolvimento da actividade,
seja própria ou explorando a mão de obra de terceiro;
Tecnologia: O empresário tem o conhecimento da actividade a ser desenvolvida, é um
profissional do ramo, conforma já referido acima

Artigo 18.º

Obrigações especiais dos comerciantes

Os comerciantes são especialmente obrigados:

1.º A adoptar uma firma;

2.º A ter escrituração mercantil;

3.º A fazer inscrever no registo comercial os actos a ele sujeitos;

4.º A dar balanço, e a prestar contas.

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7.1. Referencia bibliográfica

ANSOFF, H. Igor. A nova estratégia empresarial. São Paulo: Atlas 1993.


ASCARELLI, Túllio. Corso de diritto commercialle – introduzione e teoria dell´impresa. Milão:
Giuffrè, 1962.
Pereira, Caio Mário da Silva, 2002. Manuel Direito Comercial, Ed. III. São Paulo, Brasil

Ricardo Cardoso, 2001, Manual Direito Comercial, Ed V. Portugal

legislação complementar

Código Cvil de Moçambique Minervapress, Ed.IV

Código Comercial de Moçambique Ed.II.2018

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