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ILHÉUS-BAHIA
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ILHÉUS-BAHIA
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2019
O PAPEL DE ATUAÇÃO E INTERVENÇÃO DO CENTRO DE REFERÊNCIA DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS) DE UBATÃ-BAHIA E A POPULAÇÃO ATENDIDA
ENTRE 2016 E 2017
RESUMO
O presente estudo é uma pesquisa na área de Políticas Públicas, referente à
atuação e intervenção do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de
Ubatã-Bahia e a população atendida nos anos de 2016 e 2017. As políticas sociais
se consagraram, no Brasil, depois do processo de redemocratização (1988), e nesse
acompanhamento assim, faz-se necessário entender a política de assistência social
no Brasil, compreender a relação entre o direito à assistência social no país,
compreender à relação entre o direito a assistência social e a condição de bem estar
social, como também discutir os desafios e o processo de intervenção desenvolvido
pelo CRAS de Ubatã-Bahia. Partiu-se da indagação: qual o perfil de atuação e
intervenção do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Ubatã-Bahia
em 2016 e 2017? Esse estudo disponibiliza ao CRAS de Ubatã-Bahia, a análise das
ações e intervenções desenvolvidas, como também uma reflexão sobre intervenções
futuras. A metodologia desenvolvida foi a da pesquisa bibliográfica, partindo de
discussões significativas de diversos autores sobre o problema social e o bem estar
dos indivíduos, do direito do indivíduo e da construção da Assistência Social no
Brasil, do Centro de Referência de Assistência Social e tem ainda, o método
documental, quanto o papel de atuação do CRAS – Ubatã e cadastros do Centro,
quanto a população atendida. Assim, após o estudo teórico-analítico, concluiu-se
que as Políticas Públicas Sociais são imprescindíveis no município de Ubatã-Bahia
dada a sua demanda social. O CRAS desenvolveu atividades significativas no ano
de 2016 e 2017 levando a população ao conhecimento e acesso a serviços sociais
que reduzem a condição de vulnerabilidade e resgata a dignidade, oportunizando
aos indivíduos a condição de agentes ativos no meio inserido, agentes que fazem
parte de uma comunidade e precisam ser reconhecidos como cidadãos atuantes.
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Características socioeconômica de Ubatã-Bahia.................................27
Quadro 2 – Dados da vulnerabilidade social em Ubatã-Bahia, 2010......................29
Quadro 3 - Ações do CRAS de Ubatã-bahia.............................................................31
Quadro 4 – Eventos e Campanhas do Cras em 2016 e 2017................................32
Quadro 5 – Doações realizadas pelo CRAS, em 2016 e 2017...............................32
Quadro 6 – Receita orçamentária e previsão de atendimento do CRAS – Ubatã-
Bahia/ Piso básico fixo – CRAS/PAIF – Referência: janeiro de
2019.....................................................................................................33
Quadro 7 – Serviços de convivência e fortalecimento de vínculos........................34
Quadro 8 – Atendimentos individualizados no CRAS 2016 e 2017..........................35
Quadro 9 – Atendimentos individualizados no CRAS 2016 e 2017...........................36
Quadro 10– Renda das pessoas atendidas em 2016 e 2017....................................37
Quadro 11 – Escolarização das pessoas atendidas no CRAS em 2016 e
2017..........................................................................................................38
Quadro 12 – Sexo das pessoas atendidas no CRAS em 2016 e 2017.....................38
Quadro 13 – Profissões das pessoas atendidas em 2016 e 2017.............................39
Quadro 14 – Bairros atendidos em 2016 e 2017.......................................................39
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................9
2 A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL.................................13
2.1 O problema social e a condição do bem estar dos indivíduos................13
2.2 O Direito do indivíduo e a construção da assistência social no
Brasil.............................................................................................................17
2.3 Política de Assistência Social no Brasil recente......................................19
3 O CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS)
(CRAS)..........................................................................................................24
4 O CRAS EM UBATÃ-BA: PERFIL DE ATUAÇÃO E INTERVENÇÃO........27
4.1 Ubatã-Bahia e o quadro de vulnerabilidade social..................................27
4.2 As ações e intervenções desenvolvidas pelo CRAS de Ubatã-Ba.........30
4.3 O CRAS de Ubatã-Bahia e sua respectiva demanda................................31
4.4 O usuário do CRAS em Ubatã-Bahia.........................................................35
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................39
REFERÊNCIAS.............................................................................................42
ANEXOS
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1 INTRODUÇÃO
A história do Brasil é marcada por práticas assistencialistas de cunho privado
desde o processo de colonização, quando os jesuítas buscavam orientar os
habitantes do Brasil, até o incentivo da prática de caridade, não era por amor ao
próximo, mas como forma de reconhecimento social de expressão da bondade e do
desapego associado a quem pratica. O papel da ação social nesse sentido não seria
algo que rompe barreiras e possibilitaria aos indivíduos assistidos grandes
oportunidades no meio social.
Assim as discussões sobre a lógica e necessidade de uma política de
assistência social surge no Brasil na época conhecida como era Vargas 1, quando
havia um movimento da sociedade em aspectos associados à filantropia e a
benemerência, em uma época quando havia também, conflitos sociais e
econômicos oriundos da decadência da produção cafeeira da emigração rural e
ampliação da população urbana por conta da chegada da industrialização.
Nesse contexto, a questão social estava voltada para a inserção do indivíduo
ao mercado de trabalho e a questão da pobreza ainda não era o foco central das
políticas, já que as ações praticadas eram de papel da Igreja Católica, da burguesia
social e o do governo era o de facilitar, ao indivíduo, o emprego (CUNHA, 2009). A
ideia dessa ação conjunta era a caridade.
Também por esses motivos a ação social surge timidamente e ainda
desorganizada no sentido de direcionar suas ações, porque não havia a intenção de
retirar o indivíduo do estado de miséria, mas promover o encontro de um emprego, e
assim passar a proporcionar uma mudança significativa na vida do ser humano.
Porém havia indivíduos que devido às suas limitações físicas e biológicas não
poderiam exercer atividade laboral.
Segundo Godinho (2012), o fortalecimento das políticas públicas de cunho
social surgiu após a redemocratização do país, quando a principal demanda passou
1
Período de 1930-1945, cujo poder e administração do Brasil era exercido pelo presidente Getúlio
Vargas, de postura populista, porém com perfil parecido com uma ditadura.
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O bem estar só é pleno quando não se prejudica nenhuma das partes sociais.
Quando todos os membros de uma sociedade são satisfeitos igualitariamente. Essa
teoria abordada pelo autor está levando em consideração o welfare economics e a
visão do Ótimo de Pareto, cujo o bem-estar só pode ser válido se nenhum dos lados
for prejudicado. Mas caso haja desigualdade entre os que estão na sociedade, esse
desequilíbrio indica que não há bem-estar.
O Estado deve atuar preventivamente, mas em alguns casos é necessário
que seja proativo e corretivo, entretanto espera-se que essas duas atuações resgate
ao indivíduo a sua cidadania via seus direitos de conquista e manutenção do bem
estar, para que ele não se inferiorize (ou seja inferiorizado pela própria sociedade e
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pelo Estado), podendo, por si, buscar alcançar suas obrigações enquanto cidadão
e, sujeito ativo (social e economicamente).
Telles (1990), ainda nos anos 1990, criticava a sociedade brasileira e a
política de assistência social associada à lógica contributiva do trabalho, nesse
contexto, pois, para ele as ações sociais tem destituído, do indivíduo, o direito de
cidadão:
Vale dizer que é nisso que se explicita o aspecto mais desconcertante da
sociedade brasileira, uma sociedade que carrega uma peculiar experiência
histórica na qual a lei, ao invés de garantir e universalizar direitos, destitui
indivíduos de suas prerrogativas de cidadania e, produz a fratura entre a
figura do trabalhador e a do pobre incivil. Chama sobretudo a atenção uma lei
que, ao proclamar e garantir direitos sociais, sacramenta as desigualdades,
repõe hierarquias pelo viés corporativo e introduz segmentações que
transformam em pré-cidadãos todos os que não tem a posse da carteira de
trabalho (TELLES, 1999, p.92).
O problema social que o Brasil enfrenta, por conta da pobreza é uma mazela
complexa de se resolver. Muitas pessoas buscam por emprego, porém não há
emprego para todos, esse grande número de desempregados vai contribuir para o
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aumento de indivíduos que praticam atos contra a própria sociedade, assim tanto a
economia é atingida como também o próprio bem estar social individual e coletivo.
Demo (1996) comenta sobre dois horizontes referentes à pobreza que são: a
pobreza socioeconômica e pobreza política. A pobreza socioeconômica implica no
bem estar social, como o desemprego, a fome, a mortalidade infantil, o
analfabetismo dentre outras situações de exclusão individual. Já a pobreza política
compreende o estado de inércia diante dos fatos que impõe a condição de massa de
manobra de sujeito inconsciente do seu estado.
Por esse viés, a pobreza tem uma versão consciente e inconsciente, já que
na pobreza socioeconômica o indivíduo reconhece a sua condição de
vulnerabilidade e na pobreza política o indivíduo não reconhece a condição que lhe
é imposta, por conta da sua condição socioeconômica, que faz com que ele não
percebe que é usado e vitimizado por um sistema econômico preponderante.
Sen (1993), nesse sentido, fala sobre as efetivações que estão condicionadas
às liberdade individuais, principalmente de escolhas que o indivíduo possui (ou não)
em escolher o tipo de vida que pode ter. Pois para alguns, isso é uma escolha já
para outros, é a única situação possível de permanecer em um sistema social
existente.
Na verdade, nem a perspectiva instrumental nem a intrínseca são
plenamente adequadas. Certamente a liberdade é um meio para a
realização pessoal, seja ou não também instrinsecamente importante, de tal
maneira que a perspectiva instrumental tem de estar presente, inter alia, em
qualquer uso do enfoque da capacidade. Da mesma forma, mesmo que, de
modo geral, se considere a perspectiva instrumental bastante adequada,
haverá casos em que ela é extremamente limitada. Por exemplo, a pessoa
que jejua, isto é, passa fome por sua própria vontade, não pode ser
considerada carente como uma pessoa cuja única opção é passar fome
devido à pobreza extrema. Ainda que as efetivações observadas sejam as
mesmas, pelo menos em representações grosseiras delas, as dificuldades
em que se encontram não são as mesmas (SEN, 1993, p.5).
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Política Nacional de Assistência
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De acordo com Godinho (2012) a década de 1980 foi marcada por um estudo
sistémico de política pública. Tal conquista, surgiu por meio da luta de cidadãos
engajados na perspectiva dos direitos humanos e na assistência social. Assim a
Constituição Federal/1988 em seu Art.3º traz um dos objetivos fundamentais da
República que é a redução das desigualdades, como também a diminuição do índice
de marginalização e de pobreza existente. Então, a luta para solucionar o complexo
social é recente, e ainda há muito a ser feito.
Vale lembrar também que a década de 1980 foi marcada pelo processo de
redemocratização, então foi o momento de se discutir sobre direitos. O que ganhou
bastante destaque, porque o país começa a dar ênfase em modelos que podiam
diminuir a desigualdade que até hoje é um problema complexo de se resolver.
.Senna et al (2007) discutem sobre as políticas sociais brasileiras, surgida
durante o processo de redemocratização do país, cujos os desafios enfrentados
21
Por assim ser, Demo (1996) apresenta três horizontes da política social que
são: políticas assistenciais, políticas socioeconômicas e políticas participativas. As
políticas assistenciais viabilizam o direito de sobrevivência condigna enquanto, as
políticas socioeconômicas implicam na relação entre a sociedade e a economia.
Assim, sendo necessário apoio ao emprego, a profissionalização, a saúde e a
previdência. E enfim as políticas participativas são aquelas que possibilitam ao
indivíduo reconhecer a injustiça social e participar de programas educacionais,
culturais, de comunicação, de defesa da cidadania, de organizações sindicais,
partidárias e de justiça.
Para Araújo (2009) as políticas sociais são fruto do sistema capitalista e de
seu processo excludente. Portanto surge como uma das consequências, a
acumulação de capital, onde poucos possuem em abundância e muitos possuem o
suficiente necessário (ou nem isso) para sobreviver. É sabido que o capitalismo
possui esse desequilíbrio, até por conta do dado processo de acumulação de
riqueza.
Nessa lógica o conceito de política social se apresenta de forma diferente,
porém com a mesma perspectiva, como:
-uma dimensão valorativa fundada em um consenso social que responde
pelas orientações e normas que permitem escalonar prioridades e tomar
decisões;
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A luta para alcançar esse benefício não partiu dos principais interessados,
mas de terceiros que tinham a preocupação com as pessoas que se encontravam
em situação de risco e vulnerabilidade social. Partiu de pessoas que tinham o
conhecimento daquilo que estava sendo reivindicado, profissionais que de forma
direta ou indireta possuía ligação com a problemática social.
O movimento em defesa da assistência social partiu da luta de grupos e
associações de caráter político (DIANI, 1992). Por meio dessa luta e pós
Constituição Federal é que é criada a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS),
essa tarefa também partiu de pesquisadores de universidades e setores de
filantropia.
Em 1993 a LOAS3 foi aprovada e, com ela houve a instituição do SUAS 4 e a
assistência formou-se como dever do Estado. Surge pela Lei 8.742/93 beneficiando
pessoas com até um salário mínimo que não possui meios de subsistir e ou de
3
Lei Orgânica de Assistência Social.
4
Sistema Único de Assistência Social.
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prover a família (pessoas a cima de 65 anos ou que sejam deficientes). Para ter o
direito garantido, o indivíduo tem que estar em condição de pobreza,- e isso pode
ser averiguado por meio da visita da Instituição no endereço da moradia e por meio
de investigação social.
Além deste benefício a LOAS ainda garante o respeito à dignidade do
cidadão, a universalização dos direitos sociais e igualdade de direitos no acesso ao
atendimento. Assim cabe aos municípios executar os projetos de enfrentamento a
pobreza, atender as ações assistenciais, prestar os serviços sociais, efetuar o
pagamento de auxílio natalidade e funeral (BRASIL, 2019).
O governo seguinte de Fernando Henrique Cardoso (1995 – 2002) continuou
com o andamento da assistência social e promoveu a transferência de renda para
indivíduos que se encontrassem em condição de pobreza ou de extrema pobreza.
Durante o governo foi criado o Programa Comunidade Solidária, Programa
Comunidade Ativa, o Projeto Alvorada o BPC e o CadÚnico, com verbas adquiridas
pelo fundo de combate à pobreza, pela rede Social de Proteção Social e de
empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (LIMA, 2012).
Entre os anos de 2003-2010 do presidente Luiz Inácio Lula da Silva houve
uma reforma da seguridade social, o empenho para melhorar os programas criados
deu uma maior participação da sociedade, além da implantação do SUAS
(FREITAS, 2007).
Para a concretização da assistência social, todo o processo histórico descrito
foi válido para que enfim o Estado em parceria com os municípios pudessem se
organizar para oferecer um serviço de qualidade, serviço esse que não beneficia
somente o indivíduo, mas a sociedade também, que faz parte desse cenário que por
tantos anos beneficiou uma parcela dos que se encontravam em condição de
vulnerabilidade.
De acordo com Silva, Yazbek e Giovanni (2008) os sistemas além de
favorecer uma clientela que possui menos recurso de subsistência, também é um
acordo social que perpassou por processo histórico, e nesse longo processo,
criaram-se estratégias para atender as demandas existentes.
Para Goldani (2002) são as transformações globais e os desafios econômicos
criados pelo mercado, que estão levando os indivíduos a condição de
vulnerabilidade e que mesmo com a atuação do governo para mudar tal situação, a
presença dos membros da família nessa tarefa é indispensável, porque é a família
24
CRAS, em especial:
- Famílias beneficiárias de programas de transferência de renda e
benefícios assistenciais;
- Famílias que atendem os critérios de elegibilidade a tais programas ou
benefícios, mas que ainda não foram contempladas;
- Famílias em situação de vulnerabilidade em decorrência de dificuldades
vivenciadas por algum de seus membros;
- Pessoas com deficiência e/ou pessoas idosas que vivenciam situações de
vulnerabilidade e risco social (BRASIL, 2009b, p. 7).
Vale lembrar que, para que a sociedade possa ser atendida pelo CRAS é
necessário que elas possuam o CadÚnico, que é um programa do Governo Federal
em parceria com os municípios (CUNHA, 2007), sendo este um cadastro de
indivíduos de baixa renda. Porém esse banco de dados é preenchido pelo município
onde a família reside, precisamente na localidade da Assistência Social. Para se
realizar o CadÚnico é necessário ser um indivíduo de baixa renda, (indivíduos que
possuem mais de 1 salário mínimo por pessoa na mesma residência não se
enquadram nesse perfil).
Assim os indivíduos que podem buscar serviço no CRAS são as pessoas que
estão em estado de pobreza, extrema pobreza, em situação de vulnerabilidade e
risco social, como também indivíduos que buscam apoio psicológico.
O CRAS por ser uma instituição social de grande utilidade para a sociedade
recebe toda a situação de vulnerabilidade social independente da classe, cor,
religião e outras características individuais/familiares dos indivíduos que além da
ajuda, buscam por acompanhamento social, participando de palestras motivacionais
e atividades esportivas.
É valido destacar que geralmente a zona de ação do CRAS são as
localidades propícias para a assistência social que, além da baixa renda e da
recepção do auxílio do Programa Bolsa Família evidencie-se que as pessoas
estejam em situação de fragilidade social, por não ter encontrado oportunidades ao
nível de formação, emprego e até mesmo apoio social e psicológico (quadro comum
em quase todos os municípios do Brasil).
Além de serviços, dessas referencias, os indivíduos buscam ajuda para
conseguir os documentos pessoais, porque precisam se deslocar para outras
localidades para fazer esse tipo de serviço (gerando certo custo com transporte,
alimentação e pagamento da taxa do documento).
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Como se pode observar, com base nos dados do último Censo de 2010, a
extensão territorial de Ubatã-Bahia é de 335,19Km². Um município com uma
pequena área espacial. O Índice de Desenvolvimento Humano está abaixo do IDHM
do Brasil (0,725), embora seja considerado médio padrão no indicador ( o maior
5
Pessoas com renda familiar de meio salário mínimo (IBGE).
6
Pessoas com renda até R$ 144,00 (IBGE/ 2017) ou sem renda.
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AÇÃO PÚBLICO
Aula de Karatê
Aula de Capoeira Crianças e jovens de todas as idades
Palestras
Oficinas Todas os indivíduos
Culinária Mulheres
Festejos (datas
comemorativas: Natal, São
João, aniversário da
cidade) Todos os indivíduos
Grupo da Primeira Infância
Dia das Crianças Crianças
Grupo de Gestante Mulheres
Festejo da melhor idade
CRAS Fitness
Grupo de Idosos Idosos
Acompanhamento
psicológico Todos os indivíduos
Visita Domiciliares Todos os indivíduos
Acompanhamento Social Todos os indivíduos
Fonte: CRAS, 2018.
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Eventos e campanhas
Mostra dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos
“Cras Folia”
Projeto do mês da mulher
Oficina de chocolate
Projeto das Festas Juninas
Conferência Municipal de Assistência Social
Outubro Rosa
Mostra do CRAS com apresentação musical
Homenagem ao Dia do Idoso
Fonte: CRAS, 2018.
Liberação
Situação atual de pagamento Contínua
Valor de Referência R$ 8.400,00
Entre os que não possuem renda estão as crianças e adolescentes que fazem
parte do programa de acompanhamento psicológico e da prática de esporte, como
também adultos que se encontram desempregados, apesar de desenvolver
atividades informais ‘bico’, não possuem renda certa e tem período que não
consegue atividade remunerada.
As análises seguintes correspondem aos dados apresentados na ficha de
cadastro do CRAS em Ubatã-Bahia. Essas fichas, analisadas após autorização da
Coordenação do Centro, incluem informações relevantes sobre o perfil dos usuários
da instituição. Nota-se que, a respeito da escolaridade, nenhum usuário possui nível
superior, e um número mínimo possui nível médio completo. Já o nível médio
apresentou um número significativo de um ano para outro. Em 2016 (835) e 2017
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A política de assistência social tem melhorado com o passar do tempo e isso
é bem vantajoso para parte da população que vive à margem da sociedade. A
Constituição Federal de 1988 consagrou o direito do indivíduo de ser acolhido pelas
instituições, porém ainda há muito a ser feito e conquistado, principalmente, quanto
à diminuição do número de famílias em condição de extrema pobreza.
O propósito dessa pesquisa foi apresentar uma sucinta trajetória das políticas
assistencialistas que resultaram na implantação do Centro de Referência de
Assistência Social (CRAS), como também a sua prestação de serviço no município
de Ubatã-Ba entre os anos de 2016 e 2017.
Concluiu-se que as Políticas Públicas ganharam atenção especial depois do
processo de redemocratização do país. Antes desse período os indivíduos que
necessitavam de assistência, eram direcionados às igrejas e profissionais ligados à
saúde, que na maioria praticavam a caridade. As Políticas Assistencialistas, nesse
contexto, tem resgatado a população que está em situação de risco e a direcionado
para uma situação de atividade, a qual o sujeito se sinta inserido na sociedade,
como ator do seu dinamismo e desenvolvimento. O CRAS de Ubatã-Bahia foi
implantado no município no segundo semestre de 2010 e sua atuação foi iniciada no
ano de 2011.
O município de Ubatã-Ba é um local com dificuldades em oportunidades de
trabalho, tendo sua principal fonte de geração de renda a Prefeitura Municipal e o
comércio local. A produção agrícola, ainda mantém o forte laço com a monocultura
do cacau e o cultivo de outras frutas para a produção de polpas. Os empregos
informais em sua maioria, se tornam a principal opção para quem está em busca da
inserção no mercado de trabalho. Porém dados apontam que mais da metade da
população necessita de assistência das instituições pública, principalmente aquelas
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REFERÊNCIAS
ARAUJO, T. A. M. O CRAS como estratégia para efetivação da proteção social
básica na esfera municipal – Desafios, Tensões e Direções. 2009. 195f.
Dissertação (Mestrado em Serviço Social) – Centro de Ciências Humanas, Letras e
Artes, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2009.
DEMO, P. Política social, educação e cidadania. 2 ed. São Paulo: Papirus, 1996.