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VI CONGRESSO IBÉRICO
Abstract
The products of modeling involving properties and processes of the natural environment, generated in the
computational environment of Geographic Information Systems, GIS, supplies quantitative information about the
available product quality, as is destined to support processes of making-decision. Hydric erosion begins with raindrop
impact on soil surface. If rain erosivity is high, soil hydraulic shear and sediment transport may occur. The objective of
this work enclosed the identification of the potential erosion in the area of study, situated in the Hydrographic Basin of
the Ribeira de Iguape River.
The Universal Equation for Soil Loss (USLE) was used, through geoprocessing techniques and computational
routines, considering the period between 1990 and 1999 and comparing the potential areas of erosion with the modeling
of the elements arsenic and lead. This multitemporal application showed the evolution trend of the erosive process in
the region compared with the areas of occurrence of natural anomalies of arsenic and lead, including the indication of
areas with losses above 200 t/ha.year, which must be considered as in process of degradation of the ground.
Keywords: potential erosion, soil loss, USLE, arsenic, lead, Ribeira de Iguape River
Resumo
Os produtos de modelagens envolvendo propriedades e processos do meio físico natural, gerados no ambiente
computacional de Sistemas de Informação Geográfica, SIG, fornecem informação quantitativa sobre a qualidade dos
produtos disponibilizados, uma vez que são destinados a apoiar processos de tomada de decisão. A erosão hídrica no
solo inicia-se com o impacto da gota de chuva sobre sua superfície. Numa situação onde a erosividade da chuva é
elevada, pode ocorrer cisalhamento hidraúlico do solo e transporte dos sedimentos. O objetivo deste trabalho
compreendeu na identificação da erosão potencial na área de estudo, situada na Bacia Hidrográfica do Rio Ribeira de
Iguape.
Foi utilizado a Equação Universal de Perdas de Solos (EUPS), através de técnicas de geoprocessamento e rotinas
computacionais, considerando o período entre 1990 e 1999 e comparando as áreas potencias de erosão com a
modelagem dos elementos arsênio e chumbo. Esta aplicação multitemporal mostrou a tendência evolutiva do processo
erosivo na região e comparou com as áreas de ocorrência de anomalias naturais de arsênio e chumbo, incluindo a
indicação de áreas com perdas acima de 200 t/ha.ano, as quais devem ser consideradas como em processo de
degradação do solo.
Palavras-chave: erosão potencial, perda de solo, EUPS, arsênio, chumbo, Rio Ribeira de Iguape
Introdução
O aumento da atividade humana ao longo
dos séculos tem provocado importantes
alterações e conseqüentes impactos sobre o
meio ambiente. As discussões atuais sobre
problemas relacionados ao meio ambiente e
seus reflexos na qualidade de vida de diversas
comunidades e sobre o futuro do planeta têm
levado em conta o papel dos recursos Bacia Hidrográfica do Rio
Ribeira de Iguape
geológicos, pedológicos, hídricos, atmosféricos
e biológicos, nos quais ocorrem as maiores
agressões e impactos ao meio ambiente (White
et al, 1992).
As partículas (sólidos) transportadas pelos
cursos de água têm origem, principalmente, na
erosão superficial do solo. As gotas de chuvas,
caindo na superfície do solo, o desagregam,
removendo-o. Esse processo é tão mais intenso
quanto menor a cobertura vegetal, maior a Área de Estudo
intensidade da chuva, maior o grau de declive e
maior for à susceptibilidade do solo à erosão
(Ranieri et al, 1998).
Fig. 1 – Localização da bacia hidrográfica do Rio
Este trabalho visa quantificar a erosão Ribeira de Iguape e área de estudo.
hídrica numa área piloto na região do Vale do
Ribeira, utilizando a Equação Universal de
Perdas de Solos (EUPS), de forma integrada e
Arsênio e Chumbo
sistematizada ao ambiente de um Sistema de
Informações Georreferenciadas (SIG) gerando
mapas temporais de potenciais de erosão. Os ambientes geográficos têm uma relação
As atividades mineiras do Vale do Ribeira, intima com as doenças endêmicas e são
que remontam ao século XVII, foram marcadas influenciados pelo clima, geologia, relevo, solo,
por intensa exploração de Pb durante alimentação e água potável.
praticamente todo o século XX. A área A rocha pode influenciar a estrutura e o
específica compreendida nessa investigação componente químico do solo, como também das
(Figura 1) hospeda a ocorrência de anomalias águas superficiais e subterrâneas. Tipos
naturais de As e outros elementos traço (Cu, Cr, especiais de minerais que incluem Cd, Cr, Sn,
Ni, Pb e Zn), potencialmente prejudiciais à F, As, Be, Se, Hg e Tl podem se acumular nas
saúde humana e animal, o que somado a rochas, solos, e águas resultando em doenças
aspectos econômicos e ambientais regionais, que podem ser adquiridas pelos seres humanos
formam um cenário ideal para pesquisas de como fluorose, toxicose de selênio, arsenismo,
diagnósticos e avaliação de riscos na região. toxicose de cádmio ou ainda como outras
Além disso, a área foi selecionada para estudo doenças (Wang & Zhang, 1985; Lin, 1991).
em função da abundante malha amostral de A disponibilidade dos elementos
dados geoquímicos gerados pelo Instituto de depende essencialmente de sua presença na
Pesquisas Tecnológicas (IPT) e pela solução do solo. Esta presença é governada
Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais pela composição e reação do solo, pelas
(CPRM), que permitirá fazer modelagem condições de oxi-redução e pela cinética das
geoquímica de arsênio e chumbo e cruzar esta reações, que dependem de atributos do solo e
informação com as áreas potencias de erosão, de suas tendências para formar precipitados
fazendo com que se possa separar regiões em insolúveis e co-precipitados com outros
que há uma maior exposição de sedimentos minerais, formarem complexos com a matéria
enriquecidos nestes elementos. orgânica e adsorver aos minerais (Ferreira et al,
A Bacia Hidrográfica do Rio Ribeira de 2001) .
Iguape (Figura 1), possuem uma área de A importância da caracterização do arsênio
2
2.830.666 hectares (28.306 km ), abrangendo e chumbo, no presente trabalho, se dá, porque
as regiões sul do estado de São Paulo os solos se apresentam não apenas como um
(1.711.533 ha) e leste do estado do Paraná dreno para contaminantes, mas também como
(1.119.133 ha), (ISA, 1998). tampões naturais que controlam o transporte de
elementos químicos e outras substâncias para a
atmosfera, hidrosfera e biota.
A= R.K.LS.C.P
Onde:
A = Quantidade de terra removida, em
toneladas por hectares;
R = (erosividade) = Índice de erosão causada
pela chuva (Mj.mm/h.ha).
K = (erodibilidade do solo) = Intensidade de
erosão por unidade de índice de erosão da
chuva, para um solo específico que é mantido
continuamente sem cobertura, mas sofrendo as
operações de culturas normais;
L = (comprimento do declive) = Relação de
perdas de solo entre o comprimento de declive
qualquer e um comprimento de rampa de 25m Fig. 2 – Mapas de análise temporal das perdas de
para o mesmo solo e grau de declive; solo por erosão hídrica (1990 e 1999).
S = (grau de declive) = relação de perdas de Espacialização das variáveis estudadas: R.K.LS.C.P,
resultando em mapas de erosão potencial.
solo entre um declive qualquer e um declive de
9% para o mesmo solo e comprimento de
rampa; -
48 48’6’’
P = (práticas conservacionistas) = Relação entre -
24 28’46’’