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Silvio Essinger
04/05/2020 - 08:50 / Atualizado em 04/05/2020 - 15:45
Os composoitores João Bosco e Aldir Blanc, em 1982 Foto: Luiz A. Barros / Agência O Globo
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Só que nas mãos de Aldir, o samba acabou tomando outros rumos, vindo
a se tornar “O bêbado e a equilibrista”, um clássico da música popular
brasileira e hino informal da Lei da Anistia — a que seria responsável por
trazer de volta ao país, em1979, alguns dos brasileiros exilados pela
ditadura militar.
“O João me chamou na casa dele e disse que havia feito um samba, cuja
harmonia tinha passagens melódicas parecidas com ‘Smile’ [tema do
filme 'Tempos modernos'], propositalmente construídas para que
homenageássemos o cineasta”, contou Aldir anos mais tarde, em
depoimento à Associação Brasileira de Imprensa (ABI). "Só que,
casualmente, encontrei o [cartunista] Henfil e o [violonista e
compositor] Chico Mário, que só falavam do mano que estava no exílio.
Cheguei em casa, liguei para o João e sugeri que criássemos um
personagem chapliniano, que, no fundo, deplorasse a condição dos
exilados. Não era a ideia original, mas ele não criou caso e disse:'Manda
bala, o problema é seu.'"
Aldir Blanc morreu nesta segunda-feira, 4 de maio, aos 73 anos. Com infecção generalizada em decorrência do
novo coronavírus, Aldir estava internado no CTI do Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, desde o dia
20 de abril. Moradores de um bairro da zona sul do Rio homenagearam Aldir. Uma salva de palmas feita pela janela
foi registrada e publicada nas redes sociais.
O sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, em 1996, em visita ao barracão da Escola de Samba Império Serrano
Foto: Marizilda Cruppe / Agência O Globo
O compositor e escritor Aldir Blanc fotografado em 2016, ano em que completou 70 anos. Autor de clássicos da Blanc ao lado do jornalista Ruy Castro (centro) e do compositor Carlinhos Lyra, em 2010 Foto: Leo Aversa / Agência O compositor Aldir Blanc em 2006, ao completar 60 anos Foto: Berg Silva / Agência O Globo Aldir Blanc e João Bosco se paresentam dur
música popular brasileira e escritor morreu nesta segunda-feira, aos 73 anos, vítima do novo coronavírus Foto: Leo O Globo do Rio, em 2004 Foto: Marco Antônio Teixeir
Martins / Agência O Globo
Quando o samba ficou pronto, João Bosco e Aldir Blanc o enviaram para
a cantora que melhores interpretações e mais visibilidade vinha dando a
suas composições: Elis Regina, estrela suprema da MPB. A mesma
artista que, em 1972, havia sido "enterrada" por Henfil, em uma charge
para o jornal "O Pasquim", no chamado Cemitério dos Mortos-Vivos,
devido à participação na Olimpíada do Exército (ela havia recebido
ameaças do Exército por comentários depreciativos feitos em entrevistas
dadas na Europa e, por temer pelo filho pequeno, achou melhor atender
ao convite para a apresentação).
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Aldir Blanc: conheça a história de 'O bêbado e a equilibrista', ... https://oglobo.globo.com/cultura/aldir-blanc-conheca-historia...
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