Você está na página 1de 4

PROF.

BRUNO ALMEIDA
História | Aula 05

OBJETO DE CONHECIMENTO: FEUDALISMO E SUAS DIFERENTES EXPERIÊNCIAS


H11 - Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
H16 - Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social.
H18 - Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações sócio-espaciais.
H19 - Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços
rural e urbano.

O MUNDO URBANO MEDIEVAL florestas e terras incultas não fora acompanhado por um
correspondente trabalho de conservação nos casos mais
Renascimentos Comercial e Urbano favoráveis; os fertilizantes quase não eram aplicados e por
Associado a isto, aponta-se as inovações técnicas e isso o solo da superfície empobrecia rapidamente; as
tecnológicas ligadas à produção agrícola. Com o crescimento inundações e as tempestades de poeiras tornaram-se mais
demográfico o abastecimento não poderia ser garantido frequentes. Além disso, a diversificação da economia feudal
apenas pela economia rural de subsistência típica do europeia, com o aumento do comércio internacional, levou
feudalismo. Técnicas como a atrelagem de animais ao arado algumas regiões a uma diminuição da produção de cereais
(charrua) e difusão do sistema trienal de rotação de culturas em benefício de outros ramos da agricultura (vinho, linho, lã
possibilitaram o aumento da produtividade agrícola e do e gado) e, consequentemente, a uma crescente dependência
alargamento das áreas cultiváveis, barateando os alimentos, das importações, com os perigos inerentes.
elevando o consumo e o comércio de excedentes. Neste panorama de equilíbrio ecológico cada vez
mais instável, a expansão demográfica podia converter-se em
CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO (EM MILHÕES) sobrepopulação aos primeiros golpes de uma má colheita.
Perry ANDERSON, Passagens da Antiguidade ao Feudalismo.
Países Anos Porto: Afrontamento, 1982, p. 224.
(Atuais) 1000 1100 1200 1300
Itália 5,0 5,75 7,25 10,0 Vale ressaltar que os efeitos negativos desses
Alemanha 3,5 4,0 6,0 9,0 impactos só resultaram em crise a partir do século XIV.
Holanda 0,3 0,4 0,6 0,8 Apesar da tendência à autossuficiência dos feudos, as
Bélgica 0,4 0,6 0,9 1,25 atividades mercantis nunca paralisaram completamente. As
Suíça 0,3 0,4 0,5 0,8
trocas efetuavam-se em feiras, estabelecidas em geral nas
França 6,5 7,75 10,5 16,0
Reino Unido 1,5 1,75 2,5 3,75 proximidades de castelos, também chamados de burgos
Espanha 4,0 4,5 5,5 7,5 (cidades fortificadas). Com permissão dos senhores feudais,
Portugal 0,6 0,7 0,9 1,25 as feiras podiam instalar-se e até receberem proteção em
Totais 22,1 25,85 34,65 50,35 troca de taxas e tributos pagos aos senhores. Restritas a
Fonte: FRANCO JÚNIOR, Hilário. Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo: determinados locais e de frequência irregular, as transações
Brasiliense, 2006.
comerciais garantiam o abastecimento de gêneros
fundamentais, que não eram produzidos em todas as regiões
O cultivo de novas espécies de leguminosas alterou
– como o sal, o azeite, o vinho e os metais –, ou de artigos de
a qualidade nutricional, gerando um impacto positivo na
luxo consumidos pela nobreza.
população. Outro avanço tecnológico significativo ocorreu
Com tudo isso, as trocas ocasionais começaram a
com o surgimento dos moinhos de água, utilizados para moer
tornar-se mais constantes, transformando alguns pontos de
cereais. Como um único moinho substituía, em um dia, a força
encontro de comerciantes e feiras em locais permanentes de
de quarenta trabalhadores, esses engenhos se espalharam
transações comerciais: as cidades.
rapidamente pela Europa a partir do século XI. Entre os
séculos XII e XIII, os árabes introduziram na Península Ibérica
os moinhos de vento. Rapidamente adotados no resto do
continente, esses engenhos se revelaram indispensáveis
para a manutenção dos sistemas de diques e canais. Graças
a eles, uma quantidade muito grande de pântanos foi drenada
e transformada em área para plantio.
Essas mudanças técnicas garantiram o aumento da
produção e, ao mesmo tempo, liberaram mão-de-obra da
agricultura. Os trabalhadores (camponeses: servos e vilões)
que agora não eram mais necessários no campo dedicaram-
se ao artesanato e foram os principais responsáveis pela
criação das cidades no século XI.
No entanto o desmatamento cada vez mais
constante e o uso de áreas de pastagens para o cultivo
provocaram impactos ambientais como a alteração do regime Rotas comerciais europeias. Disponível em:
de chuvas e a escassez de adubo animal. http://rondacosmica.blogspot.com.br/2010/09/mercantilismo.html. Acesso em: 05 jan 2014.

O incremento da cultura de cereais fizera-se à custa Entre os séculos XI e XIII, o comércio passou a
de uma redução das pastagens: com isso sofrera, desempenhar um papel central na vida do Ocidente, com
consequentemente, a criação de gado e o fornecimento de repercussão muito além da esfera econômica. É verdade que
estrume para a lavoura. Assim, o progresso da agricultura somente uma parcela muito pequena da população estava
medieval exigiu o seu próprio preço. O desbravamento de diretamente envolvida com as atividades comerciais, porém

Tv. 14 de Março, 2007


Entre Gentil Bittencourt e Nazaré.
/cursomatriz 31210565 | 96023961 1
esse segmento social ganhava crescente importância. Menor As cidades medievais eram protegidas contra-
no caso daqueles que se dedicavam ao comércio local, já que ataques externos por muralhas altas e grossas, torres e
o tráfico interno europeu oferecia poucos riscos, mas envolvia pontes levadiças. As maiores – Florença, Gante, Paris –
pequenos capitais e gerava baixos lucros. A razão disso chegaram a ter entre cinquenta e cem mil habitantes.
estava, em parte, no fato de toda região produzir os mesmos Cobrindo áreas pequenas, essas cidades muradas tinham
bens de necessidades básicas e em parte no alto custo de excesso de moradores. As ruas eram estreitas e sinuosas,
transporte resultante das inúmeras alfândegas regionais. Os pontilhadas de barracas de negociantes e artesãos, e sujas
maiores beneficiados foram os que se envolveram no de lixo. Durante o dia, viviam cheias de comerciantes que
comércio a longa distância, baseado no transporte marítimo, negociavam seus produtos, mulheres que carregavam
bem mais barato, e em mercadorias raras no Ocidente cestos, homens que conduziam carros com produtos
cristão. agrícolas e mercadorias, mendigos que esmolavam e
O renascimento comercial desenvolveu-se em torno crianças que brincavam. O trânsito de carroças, animais e
de dois eixos básicos, o mediterrânico (dominado pelos pessoas ficava, por vezes, congestionado e totalmente
italianos) e o nórdico (dominado pelos germânicos), dando paralisado em consequência de festividades, como uma
novo sentido à vida urbana medieval. procissão em honra a um santo padroeiro; os enforcamentos
Cidades Italianas e as Especiarias Orientais ou decapitações eram considerados como outros
No primeiro destacavam-se Veneza e Gênova, divertimentos e sempre atraíam grande multidão. À noite, as
ambas empurradas para as atividades mercantis devido às ruas ficavam desertas; poucas pessoas se aventuravam a
suas parcas possibilidades agrícolas. Veneza, como se sabe, sair, porque os raros e velhos guardas não eram empecilho
nasceu no século V em diversas ilhotas do extremo norte do aos numerosos ladrões.
PERRY, Marvin. Civilização Ocidental. Uma História concisa.
mar Adriático, formada por populações que ali buscavam São Paulo: Martins Fontes, 2002.
refúgio diante da invasão dos hunos. Gênova, mais antiga
ainda, apertada entre as montanhas e o mar, também teve de Comunas
buscar sobrevivência longe de seu acanhado território. Essa A produção artesanal, geralmente realizada por
situação levou-as a apoiar a Primeira Cruzada em troca de citadinos, desenvolveu-se consideravelmente, com muitos
privilégios comerciais nas regiões dominadas. Ali, no Oriente artesãos trabalhando na produção de tecidos de lã,
Médio, elas obtinham os procurados produtos de luxo ferramentas, joias, sapatos e objetos de madeira. Assim,
orientais, que trocavam por mercadorias ocidentais. tanto o aumento da produção agrícola quanto da produção
Hansas artesanal possibilitaram um revigoramento das atividades
Ao papel que os italianos desempenhavam no sul comerciais o que possibilitou aos burgueses exigirem
europeu correspondia o dos germânicos ao norte, graças autonomia. Conquistaram direitos através das cartas
sobretudo à Hansa Teutônica. O início de sua história está comunais
ligada à expansão Germânica sobre a Europa oriental, que
teve um aspecto agrário (arroteamentos) e outro comercial e No período medieval, as cidades, a principio, eram
urbano (fundação de cidades), A necessidade sentida pelos propriedades dos senhores feudais ou dos membros do alto
mercadores alemães de defender seus interesses levou-os a clero. No entanto, conforme os mercadores foram obtendo
criar em 1161 essa associação que depois, em meados do sucesso em suas atividades. Eles passaram a exigir maior
século XIV, se transformou numa associação de cidades. liberdade econômica. Assim, unidos em torno de um mesmo
Ela conheceu seu apogeu nos 100 anos seguintes, ideal, grupos de burgueses medievais adquiriram, por meio
congregando mais de 150 cidades distribuídas por uma faixa de lutas ou da compra as chamadas cartas comunais. Essas
de 1500 quilômetros. Ao longo dessa rota os hanseáticos cartas eram documentos emitidos pelos proprietários das
recolhiam num local e vendiam noutro, peles, mel e cera da cidades e garantiam o direito dos burgueses de manter um
Rússia, trigo e madeira da Polônia e da Prússia, minerais da comércio regular e de cunhar suas próprias moedas, entre
Hungria, peixe da Noruega e da Islândia, cobre e ferro da outros.
PELLEGRINI, Marco et al. Novo Olhar História. São Paulo: FTD, 2013, p. 207.
Suécia, vinho do sul do Sacro Império, sal da França e de
Portugal, lã da Inglaterra e tecidos de Flandres. Corporações de Ofício
Feiras Com toda a efervescência comercial europeia do
Trabalhando com mercadorias diferentes, era final da Idade Média formaram-se, em algumas cidades,
natural que houvesse um ponto de encontro entre os associações de artesãos que exerciam uma mesma
comerciantes do eixo mediterrânico e do eixo nórdico, Alguma profissão. Chamadas de corporações de ofício (na Inglaterra,
das muitas feiras existentes na época seria o local ideal para eram denominadas guildas), elas reuniam profissionais
tanto, porte ter uma estrutura já montada. Na região de interessados em regularizar os preços e estipular os padrões
Champanhe, centro-norte francês, ocorriam seis feiras anuais de qualidade de seus produtos. Existiam, também, as
que atraiam negociantes de várias partes, e para lá cada vez corporações de pintores, de ferreiros, de marceneiros, de
mais iam italianos e nórdicos. As razões dessa preferência boticários, entre outras. Além das atividades econômicas,
não estão claras. Mas relacionavam-se, parece, com os essas associações tinham funções religiosas e politicas. Seus
privilégios que os condes de Champanhe concediam aos membros se reuniam regularmente para festejar e prestar
comerciantes. A caminho das feiras, eles já se beneficiavam homenagens aos santos, organizar a construção de capelas
graças a um salvo-conduto que os protegia de senhores e de escolas primárias e se ajudar mutuamente.
feudais ambiciosos e de ladrões. No início do século XIII, As corporações de oficio inauguraram uma nova
ampliando o alcance dessa ideia, o próprio rei francês Filipe forma de organização do trabalho. Os mestres eram
Augusto colocou sob proteção do salvo-conduto régio os proprietários das oficinas, das ferramentas e das matérias-
mercadores que para lá se dirigissem. Ademais, no território primas, além de terem direitos sobre o lucro das vendas. Para
das feiras da Champanhe eles estavam imunes ao droit dirigir a associação, eles se reuniam em um colegiado que
d’aubaine, pelo qual os bens do estrangeiro falecido tinha a função de estabelecer os regulamentos da
passavam a pertencer ao senhor local. corporação, a padronização das matérias-primas, os preços
Tv. 14 de Março, 2007
Entre Gentil Bittencourt e Nazaré.
/cursomatriz 31210565 | 96023961 2

de compra e venda, a determinação dos salários e das A à tensão entre a moral burguesa, que defendia o "justo
jornadas de trabalho dos jornaleiros e dos aprendizes, bem preço" e a moderação do lucro, e os valores clericais, que
como a qualidade e quantidade de produtos fabricados. Além enalteciam o ócio, como expressão da confiança na
disso, o colegiado fiscalizava e aplicação das regras e punia Providência.
aqueles que não as cumprissem. Todavia, o objetivo B à contradição entre a exploração dos servos, a qual
primordial das corporações de oficio era manter o monopólio sustentava a produção nos domínios feudais, e a
da produção na cidade. concepção de uma sociedade fraterna defendida pela
Igreja.
EXERCÍCIOS C às dificuldades de conciliação entre os interesses
religiosos das Cruzadas e as ambições das cidades
01. (ENEM) italianas, que lucravam com as novas rotas comerciais
No início foram as cidades. O intelectual da Idade abertas pelo movimento cruzadista.
Média — no Ocidente — nasceu com elas. Foi com o D à incompatibilidade entre o ponto de vista defendido pela
desenvolvimento urbano ligado às funções comercial e Igreja sobre a economia e o ideário burguês que
industrial — digamos modestamente artesanal — que ele gradativamente se consolidava.
apareceu, como um desses homens de ofício que se
instalavam nas cidades nas quais se impôs a divisão do 04. (ENEM)
trabalho. Um homem cujo ofício é escrever ou ensinar, e de Veneza, emergindo obscuramente ao longo do início
preferência as duas coisas a um só tempo, um homem que, da Idade Média das águas às quais devia sua imunidade a
profissionalmente, tem uma atividade de professor e erudito, ataques, era nominalmente submetida ao Império Bizantino,
em resumo, um intelectual — esse homem só aparecerá com mas, na prática, era uma cidade-estado independente na
as cidades. altura do século X. Veneza era única na cristandade por ser
LE GOFF, J. Os intelectuais na Idade Média. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010. uma comunidade comercial: "Essa gente não lavra, semeia
ou colhe uvas", como um surpreso observador do século XI
O surgimento da categoria mencionada no período em constatou. Comerciantes venezianos puderam negociar
destaque no texto evidencia o (a) termos favoráveis para comerciar com Constantinopla, mas
também se relacionaram com mercadores do islã.
A apoio dado pela Igreja ao trabalho abstrato. FLETCHER, R. A cruz e o crescente: cristianismo e islã, de Maomé à Reforma. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2004.
B relação entre desenvolvimento urbano e divisão do
trabalho.
A expansão das atividades de trocas na Baixa Idade Média,
C importância organizacional das corporações de ofício. dinamizadas por centros como Veneza, reflete o(a)
D progressiva expansão da educação escolar.
E acúmulo de trabalho dos professores e eruditos. A importância das cidades comerciais.
B integração entre a cidade e o campo.
02. (ENEM)
C dinamismo econômico da Igreja cristã
Mas era, sobretudo, a lã que os compradores vindos
D controle da atividade comercial pela nobreza feudal.
de Flandres ou da Itália procuravam por toda a parte. Para
E ação reguladora dos imperadores durante as trocas
satisfazê-los, as raças foram melhoradas através do aumento
comerciais.
progressivo das suas dimensões. Esse crescimento
prosseguiu durante todo o século XIII, e as abadias da Ordem
05. (ENEM)
de Cister, onde eram utilizados os métodos mais racionais de
Sempre teceremos panos de seda
criação de gado, desempenharam certamente um papel
E nem por isso vestiremos melhor
determinante nesse aperfeiçoamento.
DUBYG. Economia rural e vida no campo no Ocidente medieval. Seremos sempre pobres e nuas
Lisboa: Estampa, 1987 (adaptado). E teremos sempre fome e sede
Nunca seremos capazes de ganhar tanto
O texto aponta para a relação entre aperfeiçoamento da Que possamos ter melhor comida.
atividade pastoril e avanço técnico na Europa Ocidental CHRÉTIEN DE TROYES. Yvain ou le chevalier au lion (1177-1181). Apud MACEDO, J. R.
A mulher na Idade Média. São Paulo: Contexto, 1992 (adaptado).
feudal, que resultou do(a)
O tema do trabalho feminino vem sendo abordado pelos
A crescimento do trabalho escravo.
estudos históricos mais recentes. Algumas fontes são
B desenvolvimento da vida urbana.
importantes para essa abordagem, tal como o poema
C padronização dos impostos locais. apresentado, que alude à
D uniformização do processo produtivo.
E desconcentração da estrutura fundiária. A inserção das mulheres em atividades tradicionalmente
masculinas.
03. (UFRN)
B ambição das mulheres em ocupar lugar preponderante na
O conflito entre o tempo da Igreja e o tempo dos
sociedade.
mercadores afirma-se, pois em plena Idade Média, como um
C possibilidade de mobilidade social das mulheres na
dos acontecimentos maiores da história mental destes
indústria têxtil medieval.
séculos, durante os quais se elabora a ideologia do mundo
D exploração das mulheres nas manufaturas têxteis no
moderno, sob a pressão da alteração das estruturas e das
mundo urbano medieval.
práticas econômicas.
LE GOFF, Jacques. Para um novo conceito de Idade Média: tempo, trabalho e cultura no E servidão feminina como tipo de mão de obra vigente nas
Ocidente. Lisboa: Estampa, 1979. p. 45. tecelagens europeias.

Esse conflito referido pelo autor diz respeito

Tv. 14 de Março, 2007


Entre Gentil Bittencourt e Nazaré.
/cursomatriz 31210565 | 96023961 3

06. (ENEM)
Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da
mentalidade medieval nascido talvez de um profundo
sentimento de insegurança, estava difundida no mundo rural,
estava do mesmo modo no meio urbano, pois que uma das
características da cidade era de ser limitada por portas e por
uma muralha.
DUBY, G. et al. “Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P.; DUBY, G. História da vida privada da
Europa Feudal à Renascença. São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado).

As práticas e os usos das muralhas sofreram


importantes mudanças no final da Idade Média, quando elas
assumiram a função de pontos de passagem ou pórticos. Este
processo está diretamente relacionado com

A o crescimento das atividades comerciais e urbanas.


B a migração de camponeses e artesãos.
C a expansão dos parques industriais e fabris.
D o aumento do número de castelos e feudos.
E a contenção das epidemias e doenças.

07. (ENEM)
Sou uma pobre e velha mulher, Muito ignorante, que
nem sabe ler. Mostraram-me na igreja da minha terra Um
Paraíso com harpas pintado E o Inferno onde fervem almas
danadas, Um enche-me de júbilo, o outro me aterra.
VILLON, F. In: GOMBRICH, E. História da arte. Lisboa: LTC, 1999.

Os versos do poeta francês François Villon fazem referência


às imagens presentes nos templos católicos medievais.
Nesse contexto, as imagens eram usadas com o objetivo de

A refinar o gosto dos cristãos.


B incorporar ideais heréticos.
C educar os fiéis através do olhar.
D o divulgar a genialidade dos artistas católicos.
E valorizar esteticamente os templos religiosos.

08. (ENEM)
A cidade medieval é, antes de mais nada, uma
sociedade da abundância, concentrada num pequeno espaço
em meio a vastas regiões pouco povoadas. Em seguida, é um
lugar de produção e de trocas, onde se articulam o artesanato
e o comércio, sustentados por uma economia monetária. É
também o centro de um sistema de valores particular, do qual
emerge a prática laboriosa e criativa do trabalho, o gosto pelo
negócio e pelo dinheiro, a inclinação para o luxo, o senso da
beleza. É ainda um sistema de organização de um espaço
fechado com muralhas, onde se penetra por portas e se
caminha por ruas e praças e que é guarnecido por torres.
LE GOFF, J.; SCHMITT, J.-C. Dicionário temático do Ocidente Medieval.
Bauru: Edusc, 2006.

No texto, o espaço descrito se caracteriza pela associação


entre a ampliação das atividades urbanas e a

A emancipação do poder hegemônico da realeza.


B aceitação das práticas usurárias dos religiosos.
C independência da produção alimentar dos campos.
D superação do ordenamento corporativo dos ofícios.
E permanência dos elementos arquitetônicos de proteção.

GABARITO

01. B 02. B 03. D 04. A 05. D 06. A 07. C 08. E

Tv. 14 de Março, 2007


Entre Gentil Bittencourt e Nazaré.
/cursomatriz 31210565 | 96023961 4

Você também pode gostar