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Pois bem. Essa distribuição do poder político entre entes federados (União,
Estados, Distrito Federal e Municípios) é chamada de descentralização política. A falta
de distribuição do poder político entre entes federados (como sucede no Estado
Unitário) é chamada de centralização política.
Cabe aqui uma breve digressão. No Direito, existem sujeitos de direito (pessoas
naturais e pessoas jurídicas) e objetos de direito. Falar em sujeito de direito significa a
capacidade para ter direitos e deveres. As pessoas naturais são os particulares, os
indivíduos, enfim, as pessoas físicas (art. 1º do CC). Já as pessoas jurídicas (também
sujeitos de direito) podem ser divididas em dois grandes grupos: i) pessoas jurídicas de
direito privado (ex.: associações, fundações, sociedades etc); ii) pessoas jurídicas de
direito público interno (ex.: entes federados, autarquias etc); iii) pessoas jurídicas de
direito público externo (ex.: Estados estrangeiros).
Para este estudo importa as pessoas jurídicas de direito público interno. Assim,
é preciso ter em mente que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são
pessoas jurídicas de direito público (o que significa a possibilidade de ter direitos e
deveres).
O que é relevante notar aqui é que a desconcentração cria um órgão, que não
se confunde com pessoa jurídica (o órgão faz parte da pessoa jurídica criadora). A
diferença é que o órgão não é sujeito de direito (não tem personalidade jurídica), de
sorte que todos os atos praticados por ele são imputados à pessoa jurídica a qual
pertence. Ex.: Ministério da Justiça (órgão criado dentro da União); Departamento de
Polícia Federal (órgão criado dentro da União); Secretaria da Fazenda (órgão criado
dentro do Estado do Paraná).
(...)
Obs.: As fundações públicas são aquelas instituídas pelo Poder Público. Elas
podem seguir um regime jurídico de caráter predominantemente público (caso em que
serão fundações públicas de direito público), ou um regime jurídico de caráter
predominantemente privado (caso em que serão fundações públicas de direito
privado).
Obs.: No caso das fundações, caberá à lei complementar definir as áreas de sua
atuação.
Ato Administrativo.
A Administração Pública demonstra sua vontade através de manifestações
unilaterais (atos administrativos), bilaterais (contratos administrativos) ou plurilaterais
(convênios).
(...)
(...)
Eles representam não apenas um poder, mas também um dever, motivo pelo
qual costumam ser chamados de “poder-dever”.
O poder disciplinar tem estreita relação com o poder hierárquico. Tal poder
consubstancia a prerrogativa da Administração de investigar os atos praticados pelos
agentes públicos ou particulares e aplicar-lhes a respectiva punição. O poder
disciplinar pode acarretar, portanto, sanções aos agentes públicos (infrações
funcionais) e aos particulares (punições aos alunos de escolas públicas).
O poder de polícia costuma ser dividido em: i) polícia administrativa; ii) polícia
judiciária. A polícia administrativa refere-se à própria atividade administrativa de
limitar e condicionar o exercício de direitos individuais a fim de atender o interesse
público. Já a polícia judiciária refere-se à investigação de infrações penais.
Controle Judicial.
O Poder Judiciário pode controlar a legalidade dos atos praticados pelos
demais Poderes, inclusive dos seus (art. 5º, XXXV, CRFB). Ou seja, cabe ao Judiciário
analisar se o ato está ou não em conformidade com o ordenamento jurídico. Não é
permitido a ele verificar se o ato é conveniente e oportuno (isso, no exercício da
função jurisdicional).
Controle Legislativo.
O Poder Legislativo, além da função legislativa, é encarrega da função de
fiscalização. Cabe a ele exercer, com o auxílio do Tribunal de Contas, o controle dos
atos praticados pelo Poder Executivo, a partir dos critérios fixados na Constituição.
Pois bem. Para melhor compreensão do tema, é necessário fazer uma ligeira
digressão. De modo geral, a responsabilidade civil subjetiva refere-se à culpa do
agente que, com a sua conduta, causou o dano. A culpa é do indivíduo. Em razão da
dificuldade encontrada, não raramente, de se apontar o culpado individualmente pela
conduta, surgiu uma teoria chamada de “culpa anônima”, segundo a qual a vítima
precisa apenas demonstrar a falha na prestação do serviço público.
Nesse diapasão, o Estado não estará obrigado a indenizar o dano quando ele
for decorrente (i) de fato atribuído exclusivamente à própria vítima, (ii) de fato
atribuído exclusivamente a terceiro, (iii) de caso fortuito ou força maior.
Outro ponto digno de nota é: embora o dano seja causado pelo agente público,
quem suportará o dano (ao menos inicialmente) é o Estado. A vítima buscará o
ressarcimento do dano nos cofres públicos, e não no patrimônio do servidor. Todavia,
se o servidor público agiu com culpa/dolo (responsabilidade civil subjetiva), o Estado
terá direito de regresso em face dele – a fim de recuperar o que os recursos
desembolsados com o pagamento da indenização da vítima.
6. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
Noção.
A improbidade administrativa pode ser entendida como uma conduta ilícita de
um agente público (ou de terceiros), dolosa ou culposa, que, ultrapassando os limites
da mera irregularidade administrativa, gera enriquecimento ilícito, dano ao erário ou a
violação de princípios da Administração Pública.
Na Lei 8.429/1992,
• entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
mais de 50% do patrimônio ou da receita anual;
Já o sujeito ativo está previsto no art. 1º, 2º e 3º. De acordo com as disposições,
o sujeito ativo do ato de improbidade é:
• agente público é todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades referidas;
• também é sujeito ativo do ato de improbidade aquele que, mesmo não sendo
agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou
dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
Obs.: Regra x Princípio. Para fins do Direito, é possível afirmar que a regra e o
princípio são espécies do gênero norma jurídica. Enquanto a regra destina-se a casos
específicos e aplica-se segundo a máxima do “ou tudo, ou nada”, o princípio destina-se
a casos diversos e aplica-se em maior ou menor grau. Ambos possuem o mesmo valor
jurídico.
Quanto aos princípios expressos, a CFRB consagra no art. 37, caput, da CRFB:
Obs.: Sugestão de leitura. Para fins de concurso público, é muito importante uma
leitura dos dispositivos normativos, porque eles costumam ser cobrados em sua
literalidade nas provas-testes. No ponto de estudo, sugere-se a leitura atenta do artigo
37 da CRFB.
8. LICITAÇÕES.
Licitação.
Recordando algumas informações: já foi dito que a Administração Pública
demonstra sua vontade mediante manifestações unilaterais (ato administrativo),
bilaterais (contrato administrativo) ou plurilaterais (convênio).
Princípios.
Os princípios relativos à licitação estão previstos no art. 3º da Lei 8.666/93.
Registro de preços.
O registro de preços não é uma nova modalidade de licitação, mas um
mecanismo de contratação. Em vez de realizar várias licitações, a Administração
Pública seleciona as melhores propostas, mediante concorrência ou pregão, que ficam
registradas numa ata para eventuais contratações. No âmbito federal, está
regulamentada no Decreto 7.892/2013.
Tipos.
Embora as expressões “tipos” e “modalidades” possam causar alguma confusão
pela proximidade semântica, para fins de licitação, elas assumem significados bem
distintos.
São estes os tipos de licitação: i) menor preço; ii) melhor técnica; iii) técnica e
preço; iv) maior lance ou oferta.
Procedimentos.
Em verdade, cada modalidade de licitação tem um procedimento (ordem
encadeada de atos instrumentais) próprio, mas havendo um padrão. Nada obstante, o
procedimento licitatório pode ser apresentado genericamente da forma exposta
adiante.
9. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS.
Noção.
O contrato administrativo é um acordo de vontades para formação de um
vínculo e estipulação de obrigações recíprocas, independentemente da denominação
utilizada (art. 2º, parágrafo único).
Garantias contratuais.
Desde que tenha previsão no edital, é possível, a critério da autoridade
competente, a exigência de garantia nas contratações de obras, serviços e compras
(art. 56).
• Seguro-garantia;
• Fiança bancária.
Cláusulas exorbitantes.
A Administração Pública dispõe de algumas prerrogativas especiais sobre os
contratos administrativos, o que não existe no âmbito dos contratos privados. São as
chamadas “cláusulas exorbitantes”.
Nos termos do art. 79, a rescisão pode ocorrer: a) por ato unilateral da
Administração Pública (assegurada ampla defesa e o contraditório do contratado); b)
por acordo das partes (amigável); c) judicial.
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à
Administração.”
Conceito.
O serviço público, que é uma das atividades administrativas, pode ser
concebido como atividade de caráter material (comodidade), de titularidade do
Estado, assim definida legalmente, com o objetivo de atender o interesse público.
Pelo critério da titularidade, eles podem ser divididos em: a) próprios – são
titularizados pelo Estado; b) impróprios – não são titularizados pelo Estado (a lei assim
não estabeleceu); são prestados pelos particulares e interessam à coletividade.
Pelo critério do ente federativo que presta, eles podem ser divididos em: a)
federais; b) estaduais; c) distritais ou d) municipais.
Na forma da CF/88,
Noção e finalidades.
O processo administrativo é uma sequência preordenada de atos instrumentais
destinados ao alcance de uma decisão. De acordo com a Lei 9.784/99, que estabelece
normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal
direta e indireta, ele tem por objetivo (a) a proteção dos direitos dos administrados e
(b) o melhor cumprimento dos fins da Administração.
Princípios.
A Lei 9.784/99 estabelece um rol de princípios e critérios a ser observado pela
Administração (art. 2º):
Fase inicial.
• aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que
possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
De acordo com o art. 28, devem “ser objeto de intimação os atos do processo
que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição
ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.”
Fase instrutória.
Na etapa instrutória, a produção das provas poderá ser determinada de ofício
ou a requerimento dos interessados (art. 29). Nesta fase, o interessado pode juntar
documentos e pareceres, requerer diligências e perícias (art. 38). Podem ser
recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas ilícitas, impertinentes,
desnecessárias ou protelatórias (art. 38, § 2º).
Nos termos do art. 36, cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha
alegado. Isso não prejudica o dever de instrução da Administração, tampouco o dever
de ofício da Administração de prover as provas constantes de documentos existentes
em suas repartições.
Fase decisória.
Nos termos do art. 48, a Administração tem o dever de explicitamente emitir
decisão nos processos administrativos e sobre solicitações e reclamações, em matéria
de sua competência.
O recurso tramitará no máximo por três instâncias, salvo previsão diversa (art.
57).
O recurso não tem efeito suspensivo como regra (art. 61), mas poderá ser
concedido pela autoridade recorrida ou a imediatamente superior.
Por sua vez, os agentes públicos de direito são divididos em: i) agentes
putativos; ii) agentes necessários.
(...)
A função pública é uma atribuição (ou um conjunto delas) que a lei confere a
um agente público. Quem exerce uma função pública não necessariamente ocupa um
cargo ou um emprego público.
• Nomeação;
DaVacância.
Vacância é o desprovimento do cargo (vagar o cargo público).
Na forma do art. 33, são meios de vacância:
• Exoneração;
• Demissão;
• Promoção;
• Readaptação;
• Aposentadoria;
• Falecimento.
Do Regime Disciplinar.
São deveres dos servidores:
(...)
(...)
(...)
§ 1º. (...)
(...)