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Seguranca Penitenciaria PDF
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SEGURANÇA PENITENCIÁRIA
Nota: O conteúdo desta apostila destina-se apenas para referência e o auxílio de leitura
por parte dos candidatos que realizarão a prova de múltipla escolha do curso GAAP –
“Grupo de Apoio às Ações Penitenciárias”, do ano de 2010.
1.1. Rendição
É o ato pelo qual se dá a transferência de responsabilidades sobre determinado posto
de trabalho. Há rendição na troca de plantão e durante o plantão podendo esta ser por
qualquer intervalo de tempo.
Uma dessas rendições está prevista no artigo 9º, do Decreto 2471/04, que define
períodos de trinta minutos para as refeições aos servidores que cumprem escala de trabalho.
Orientações
a) Caso seja verificada alguma alteração no posto de trabalho, o Agente Penitenciário que
estiver assumindo o posto deve informar ao superior imediato e aguardar autorização
para assim efetuar a rendição;
b) toda unidade deverá manter um livro de registros por posto de serviço, para que seja
consignado todo registro com ou sem alteração. O livro deverá ser numerado e datado,
e não poderá conter rasuras. A informação errada ou equivocada dever ficar entre
parênteses e após registrar a anotação oficial;
Material auxiliar de estudo para a prova de múltipla escolha do curso GAAP – “Grupo de Apoio às Ações Penitenciárias” – 2010
c) tanto o Agente Penitenciário que está assumindo o plantão como o que está saindo
deverá assinar o livro onde constam a alteração ou não alteração;
d) caso haja qualquer alteração, o Agente Penitenciário que assumiu o plantão deverá
solicitar à Inspetoria, mediante o que foi anotado no livro, que do fato seja gerado
comunicado para ciência do Setor de Segurança e Disciplina e direção.
2.1.2 Triagem
Consiste em saber o que a pessoa pretende fazer no estabelecimento. Essa ação deve
ser desencadeada simultaneamente à cobrança de identificação. Caso trate-se, por exemplo,
Material auxiliar de estudo para a prova de múltipla escolha do curso GAAP – “Grupo de Apoio às Ações Penitenciárias” – 2010
da procura por um funcionário da unidade, deve haver uma comunicação prévia com o
funcionário, para saber se ele está aguardando essa pessoa, e se sua entrada é realmente
necessária. A autorização de entrada deve ser comunicada à chefia imediata para as
providências necessárias.
2.1.3 Registro
O acesso de qualquer pessoa, veículo e/ou material, deve ser registrado em sistema
informatizado, ou na impossibilidade deste, registrado em documento próprio, contendo a hora
da entrada e da saída, o nome completo, o número do documento pessoal, o destino final da
pessoa e motivo da entrada. No caso de material, especificá-lo; no caso de veículos,
mencionar o modelo e a placa.
Esse registro é um importantíssimo meio de prova e pesquisa, para investigações
futuras e, principalmente, para respaldo de toda a equipe de plantão.
O uso de crachá em unidades penais é obrigatório para todas as pessoas, conforme
sua categoria. Em se tratando de funcionário e o mesmo não esteja de posse de seu crachá,
deverá ser providenciado um conforme sua condição (de funcionário em serviço ou de
visitante naquela unidade).
2.1.4 Revista
Feitos os contatos e confirmada a autorização para ingresso no estabelecimento, o
acesso à pessoa será liberado. Após, então, será submetida a um procedimento de revista,
que dependerá do seu destino final na unidade penal. Nessa ação de revista, deve sempre
prevalecer a educação, a cordialidade e o cumprimento dos critérios preestabelecidos,
sobretudo no momento da abordagem. Um “bom dia”, “boa tarde”, ou “boa noite”, quebram
muitas barreiras e desarmam psicologicamente atitudes de resistência. E mesmo que
ocorram, nunca o Agente Penitenciário deve perder o seu profissionalismo. Rigor no
procedimento não significa ser mal-educado ou incorrer em excessos.
3 SISTEMA DE REVISTAS
A revista é constante numa unidade penal. São revistados servidores, autoridades,
visitantes, familiares de presos, presos, objetos e veículos. A revista é específica conforme a
pessoa, o local da revista, o destino do revistado, o objeto e o veículo.
É fundamental para um bom trabalho que tenha uma sala exclusiva para as revistas
pessoais, seja em pessoas que adentram na unidade ou em presos. Se não houver uma sala
própria, deve o Agente Penitenciário que irá fazer a revista observar de antemão o local a ser
usado, retirando qualquer material que venha a dificultar ou até mesmo comprometer a
segurança.
Antes de iniciar a revista, deve o Agente Penitenciário providenciar os materiais
necessários que irá utilizar.
Toda revista em pessoas deve ser executada, para efeitos de segurança e testemunho,
por, ao menos, dois Agentes Penitenciários.
“Os estabelecimentos penitenciários disporão de aparelho detector de metais, aos quais devem se
submeter todos que queiram ter acesso ao referido estabelecimento, ainda que exerçam qualquer
cargo ou função pública.”
a) solicitar que a pessoa deixe em local próprio da portaria de entrada quaisquer objetos
metálicos que esteja portando;
b) permitir a passagem de apenas uma pessoa por vez;
c) se o portal sonorizar (ou for com porta giratória e a mesma trave), solicitar que retorne
para trás da faixa – caso haja – existente no chão ou saia da entrada do detector;
d) indagar a pessoa sobre possível esquecimento de algum material metálico em seu poder;
e) em se tratando de visitante desconhecido e o portal continuar sonorizando, ou a porta
continuar travando, solicitar a intervenção do responsável pelo setor para outros
procedimentos;
f) após passar pelo portal, caso se trate de pessoa que deverá ser submetida a
procedimento de revista pessoal através de tato, orientá-la para se dirigir ao local
apropriado preestabelecido.
Observações
a) O controle de revista em portal eletrônico poderá ser efetuado por Agentes
Penitenciários de ambos os sexos;
b) nos locais onde houver disponibilidade desse equipamento, toda pessoa deverá ser
submetida aos procedimentos acima descritos, dispensando-se, assim, o detector de
metais manual.
Observação
É condicionada a entrada de qualquer pessoa que adentre na unidade penal, ser
submetido ao procedimento de revista pessoal, inclusive autoridades.
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3.2.1 Orientações
a) Toda revista pessoal deverá ser executada por mais de um Agente Penitenciário;
b) efetuar a revista em local apropriado, preservando a integridade física e moral do
revistado;
c) observar o critério de gênero (Agente Penitenciário masculino em revista de indivíduo
masculino e Agente Penitenciário feminino em revista de indivíduo feminino), com
exceção quando a revista for efetuada apenas com detector de metais;
d) utilizar os equipamentos adequados e procedimentos específicos para cada tipo de
revista.
3.2.2 Determinações
Em todas as revistas pessoais, o Agente Penitenciário deve efetuar os seguintes
procedimentos:
a) informar ao revistado sobre os procedimentos de revista;
b) indagar sobre o porte de objetos;
c) solicitar que deixem em local apropriado os objetos não permitidos no interior da
unidade;
d) solicitar que retire dos bolsos todos os objetos que traga consigo e reter os não
permitidos;
e) solicitar permissão para iniciar a revista.
Observação
4.1 Horários
a) A contagem será realizada no início e no final do plantão pelo Agente Penitenciário que
estiver escalado na respectiva galeria e conferido junto à Inspetoria se o total de presos
está de acordo com o registrado na Inspetoria;
b) poderá haver outras contagens extraordinárias em qualquer horário.
Observações
a) Todos os presos deverão ser visualizados durante o procedimento de contagem, e, caso
algum não esteja no cubículo em virtude de estar em atendimento em outros setores
internos, em setor de trabalho ou na escola, o Agente Penitenciário deve localizar o preso
pessoalmente, ou ainda, se o preso estiver em escolta, deve-se conferir no setor
responsável o recibo de saída do preso;
b) a contagem de presos de cada cubículo, assim como de cada galeria/alojamento, não
pode em hipótese nenhuma divergir do efetivo real (que deverá coincidir com o controle
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existente no Setor de Inspetoria), sendo que havendo qualquer alteração, nova contagem
deve ser feita para elucidação de divergências;
c) o Agente Penitenciário escalado na galeria é responsável pelo controle de movimentação
de presos nesta, devendo acompanhar todo o processo diário de alteração do número de
presos nos cubículos da galeria pela qual está responsável.
Deve-se ainda fechar os presos no espaço mais próximo de sua estada; retirar da
unidade servidores técnicos e administrativos, assim como a terceiros (professores,
advogados, colaboradores, etc.); cessar toda a movimentação de presos.
6.1 Conceito
Força é toda intervenção compulsória sobre o indivíduo ou grupos de indivíduos,
reduzindo ou eliminando sua capacidade de autodecisão.
Diante das mais diversas situações com as quais nos deparamos diariamente, faz-se
necessário que o Agente Penitenciário esteja preparado para agir, mantendo postura
adequada de como fazer uso da força, aplicando-a de modo eficaz sem romper com os
princípios éticos, morais e legais, bem como com seus próprios direitos e deveres, não
apenas no exercício da função, mas também como cidadão.
A doutrina do uso da força foi recomendada pela Organização das Nações Unidas –
ONU, através dos “Princípios Básicos para o Uso da Força e da Arma de Fogo”, e o Brasil,
como país membro da ONU, está comprometido com a adoção dos mencionados princípios.
Sendo a aplicação da Lei uma das tarefas elementares da Polícia, admite-se que esta utilize
em determinadas circunstâncias a força necessária e na medida adequada, observando-se os
princípios éticos e legais de necessidade e proporcionalidade no cumprimento do dever legal.
“A fronteira entre a força e a violência é delimitada, no campo formal, pela lei, no campo racional pela
necessidade técnica e, no campo moral pelo antagonismo que deve reger a metodologia de policiais e
criminosos.”