Você está na página 1de 78

Módulo F1, Mecanismos de Falha, Trabalho a Frio

25 de Janeiro de 2016
Módulo F1
1ª parte
Mecanismos de Falha
Trabalho a Frio
• Tipos de Mecanismos de Falha
Deformação Plástica Pedro Lobo
Gestão Produto, Aços Ferramenta
Fissuração/Fractura
Fragmentação (Chipping)
Gripagem
Desgaste

• Combinações de Mecanismos de Falha


Desg. Adesivo + Desg. Abrasivo

25 de Janeiro de 2016
Módulo F1
2ª parte
Mecanismos de Falha
• Ações Corretivas/Preventivas
Trabalho a Frio
Deformação Plástica Pedro Lobo
Fissuração/Fratura Gestão Produto, Aços Ferramenta

Fragmentação (Chipping)
Dureza / Ductilidade

Gripagem
Lubrificação

Desgaste

• Trabalho de grupo
Correção

25 de Janeiro de 2016
TIPOS DE
MECANISMOS DE
FALHA

DEFORMAÇÃO
PLÁSTICA

É a deformação
permanente do material
após a remoção da carga
(solicitação).
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA

A Deformação Plástica ocorre quando as forças intervenientes


são grandes, como por exemplo, quando o material a trabalhar
(chapa) é duro e espesso.
TIPOS DE
MECANISMOS DE
FALHA

FISSURAÇÃO/FRATURA
FISSURAÇÃO/FRATURA

FRATURA

Ocorre quando o material já não


consegue absorver mais energia
no domínio plástico. Ou seja, o
material já não é capaz de se
deformar mais, iniciando o
aparecimento de microfissuras e
subsequente fratura.
FISSURAÇÃO/FRATURA

FISSURAÇÃO

Consiste na quebra das ligações


internas da estrutura cristalina do
material, que não é alvo de
afloramento superficial.
FISSURAÇÃO/FRATURA

Matriz de Corte: SVERKER 21 (C265)


Material a Cortar: Chapa perfilada ligada (Mg) de 3mm
FISSURAÇÃO/FRATURA

Matriz de Estampagem: SVERKER 21 (C265)


Material a estampar: Talheres em aço inox, espessura variável
FISSURAÇÃO/FRATURA

Matriz de aborcardar: SVERKER 21 (C265)


Material: Aço inox AISI304, 1,5 mm de espessura
TIPOS DE
MECANISMOS DE
FALHA

FRAGMENTAÇÃO
(CHIPPING)

A fragmentação consiste na
libertação de pequenos fragmentos
de material.
Resulta da aplicação de solicitações
localizadas que excedem a
resistência do material.
FRAGMENTAÇÃO (CHIPPING)

Micro fissuras

Normalmente ocorre após um curto tempo de


trabalho, com o aparecimento de micro-fissuras na
superfície de trabalho da ferramenta.

As micro–fissuras propagam-se, culminando na


perda de material nas arestas ou cantos da
ferramenta.
FRAGMENTAÇÃO (CHIPPING)

As micro–fissuras propagam-se, culminando na perda de material nas


arestas ou cantos da ferramenta.
TIPOS DE
MECANISMOS DE
FALHA

GRIPAGEM
GRIPAGEM

Consiste na adesão de dois materiais,


resultante do desgaste adesivo.
GRIPAGEM

vs Desgaste
Gripagem Adesivo

Partículas de material da Partículas de material da


chapa transferidas para a ferramenta arrancadas pelo
ferramenta material de trabalho
GRIPAGEM

Rolo de Polimento: SVERKER 21 (C265)


Material a Cortar: DC04 de 0.8 to 1.57mm esp.
GRIPAGEM

Anel de Calcamento: SVERKER 21 (C265)


Material a Cortar: Chapa DC04 de 0.8 to 1.57mm de espessura
TIPOS DE
MECANISMOS DE
FALHA

DESGASTE ADESIVO E
DESGASTE ABRASIVO
DESGASTE ABRASIVO E ADESIVO

Desgaste Abrasivo
Ocorre quando uma superfície dura e com elevada
rugosidade, desliza sobre uma com menor dureza.
Provocando remoção de partículas do material menos duro.

Desgaste Adesivo
Ocorre quando duas superfícies entram em contato nos pontos de maior
rugosidade e simultaneamente são aplicadas elevadas cargas. Estes
pontos deformam-se plasticamente e sofrem uma micro soldadura devido
às elevadas pressões criadas. Com o movimento das superfícies, estes
pontos de soldadura quebram-se, havendo transferência de material entre
as duas superfícies ou a perda de uma delas.
DESGASTE ABRASIVO E ADESIVO
DESGASTE ABRASIVO E ADESIVO

Anel de Corte: SVERKER 21 (C265)


Material a Cortar: DC04 de 0.8 to 1.57mm esp.
DESGASTE ABRASIVO E ADESIVO

Punção em: SVERKER 21 (C265)


Material a Cortar: Aço DC03 (1,8mm)
DESGASTE ABRASIVO E ADESIVO

Rolo de Polimento: SVERKER 21 (C265)


Material: Aços ao carbono (C9D, S235, C15, C35, C45)
COMBINAÇÕES DE MECANISMOS DE FALHA
COMBINAÇÕES DE MECANISMOS DE FALHA

Desgaste Abrasivo? Causa?

Neste caso, a causa do desgaste abrasivo é a fragmentação.


COMBINAÇÕES DE MECANISMOS DE FALHA

Fragmentação? Causa?

Neste caso, a causa da Fragmentação é a corrosão.


2ª parte
Módulo F1
Mecanismos de Falha
• Ações Corretivas/Preventivas
Trabalho a Frio
Técnicas de Fabrico-EDM
Deformação Plástica Pedro Lobo
Gestão Produto, Aços Ferramenta
Fissuração/Fratura
Fragmentação (Chipping)
Dureza / Ductilidade

Gripagem
Lubrificação

Desgaste

• Trabalho de grupo
Correção

25 de Janeiro de 2016
ACÇÕES CORRETIVAS / PREVENTIVAS
TÉCNICAS DE FABRICO

Electro-erosão

O processo de maquinação de conversão de energia elétrica em energia


térmica.

A superfície do aço a electro-erodir funde ou vaporiza.

Problemas de arco voltaico da electro-erosão são confundidos com


problemas de porosidade no aço.
TÉCNICAS DE FABRICO

Electro-erosão
Durezas e aspeto da camada após EDM
TÉCNICAS DE FABRICO

Electro-Erosão
Dependência dos
parâmetros de EDM

Tempo Impulso
Tempo de Pausa
Intensidade Corrente
Frequência
TÉCNICAS DE FABRICO

Electro-erosão
Efeitos nas propriedades mecânicas

Frequência de Fissuras / mm2

Redução:
Resistência à Tração
Resistência à Flexão
Tenacidade
TÉCNICAS DE FABRICO

EDM Redução gradual da energia de descarga

Remoção da camada danificada na etapa de erosão anterior

Obtenção de uma camada gradualmente mais fina, com cada etapa executada

Executar um polimento nas zonas mais criticas

Camada final
5 µm minima de
<1 µm Electro-erosão
TÉCNICAS DE FABRICO

Eletro-erosão
Como minimizar os efeitos EDM

Aço Recozido Aço Tratado


1º Maquinagem convencional 1º Maquinagem convencional

2º EDM inicial 2º Têmpera + Revenidos

3º Limpeza por retificação ou polimento da 3º EDM (Desgaste + Acabamento)


superfície de eletro-erosão
4º Têmpera + Revenidos 4º Limpeza por retificação ou polimento da
(aquecimento lento e por etapas) superfície de eletro-erosão
5º Revenido – 15 ºC do revenido mais elevado
5º Sequências de Ajuste
após têmpera
TÉCNICAS DE FABRICO

Electro-erosão
Efeito do Revenido posterior

É possível e correto obter


superfícies finais por EDM
AÇÕES CORRETIVAS/ PREVENTIVAS

Estrutura dos mecanismos de falha

Desgaste A Fragmentação e a Fratura são espontâneas!

Gripagem O Desgaste é previsível!

Fragmentação
A Prioridade é resolver a Fragmentação e a
Fratura, mesmo que o Desgaste aumente!
Fissuração/ Fractura

Depois de controlada a Fragmentação e a


Fratura, atacamos o Desgaste!
Deformação plástica
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA

Principal causa:

Dureza incorreta
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA

DUREZA INCORRETA
3400

3200

Compressive yield strength, RC0,2, (MPa) 3000

2800

2600

2400

2200

2000

1800

1600

1400
50 52 54 56 58 60 62 64 66 68
Hardness (HRC)

A tensão de cedência é localmente excedida, o que implica que a força tem de


ser reduzida ou a dureza do material da ferramenta aumentada
FISSURAÇÃO / FRATURA

Principais causas:
Acabamento Superficial
EDM
Rugosidade
Defeitos de Retificação

Design da Ferramenta

Falta de Tenacidade
FISSURAÇÃO / FRATURA

Influência dos Defeitos de Superfície no Limite de Fadiga


120

% de vida à fadiga 100


Superfície Polida
Superfície Retificada
80
Superfície Maq. Desbaste
Entalhe em V
60
Superfície Laminada a Quente
Superfície corroída p/ água
40
Superfície corroída p/ água salgada
Superfície Electro-Erodida
20

0
300 500 700 900 1100 1300 1500
Tensão de Ruptura, Rm (Mpa)
FISSURAÇÃO / FRATURA

EDM
Camada refundida e Zona Afetada pelo Calor (ZAC)

Camada Refundida

Zona martênsitica

Zona de “amaciamento”

40µm
FISSURAÇÃO / FRATURA

RUGOSIDADE

Superfície sem acabamento fino


FISSURAÇÃO / FRATURA

DEFEITOS DE RETIFICAÇÃO

Fissuras com origem nos sulcos


deixados pela retificação grosseira

Retificação grosseira da superfície


FISSURAÇÃO / FRATURA

DEFEITOS DE RETIFICAÇÃO

Queimaduras de oxidação ~200ºC

Amaciamento ~500-600ºC

Retêmpera superficial ~800-900ºC


Invisível
Exceto com o aparecimento de
fissuras
FISSURAÇÃO / FRATURA

DEFEITOS DE RETIFICAÇÃO

Fissura

RIGOR 58 HRC
FISSURAÇÃO / FRATURA

DEFEITOS DE RETIFICAÇÃO

Camada Retêmperada
Calmax 58 HRC
FISSURAÇÃO / FRATURA

DEFEITOS DE RETIFICAÇÃO

Hardness
Perfil profile 1
de Durezas
MHVO.1

800
value MHV0.1

700 Retêmpera
de Dureza

600 Amaciamento
500
Hardness

400
Valor

Material inalterado
300
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60
Distance
Distância from surface(mm)
da Superfície (mm)
FISSURAÇÃO / FRATURA

DESIGN DA FERRAMENTA

25 ARESTAS
ENSAIO CHARPY (J)

20

15

10

5
ERRADO CORRETO

0,25 0,75 1,25 RAIO em mm


FISSURAÇÃO / FRATURA

DESIGN DA FERRAMENTA

FISSURA

ARESTAS
FRAGMENTAÇÃO

Principais causas:
Acabamento Superficial
EDM
Defeitos de Retificação

Design da Ferramenta (Raios e Cantos)

Dureza

Corrosão
FRAGMENTAÇÃO

EDM

Arestas Fragmentadas

Microfissura com origem na camada


refundida na electroerosão, t=5 µm
FRAGMENTAÇÃO

DESIGN DA FERRAMENTA

Raio do Punção
R=0.2
R0.2
N.º pancadas antes de falha N.º total pancadas
R0.5
R0.8 No. 1 12 000 200 000
R1.5 No. 2 45 000 200 000
Folga idêntica de 10% em todos os cantos No. 3 40 000 200 000
FRAGMENTAÇÃO

DESIGN DA FERRAMENTA

Raio do
Punção R=0.5

Punção N.º de pancadas N.º total de


antes falha pancadas

No. 1 Não falhou 200 000

Punções Quadrados Compensa aumentar a folga


Docol 800DP, t=1mm
FRAGMENTAÇÃO

DESIGN DA FERRAMENTA
Menor folga aumento da força
9 000
6%
8 000 10%
14%
7 000

6 000

5 000
Force, N

'
4 000

3 000

2 000

1 000

Maior folga 0
aumento na 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
formação de -1 000
ondas de choque Time, s
FRAGMENTAÇÃO

DESIGN DA FERRAMENTA
15000 Docol 1400 M

Docol 800 DP
12000

9000
Desgaste

6000
Fissuras/
chipping
3000

Adesão
0

2 4 6 8 10 12 14 16
Folga (%)
Vanadis 4E, 60 HRC, espessura chapa 1,0mm
Desgaste após 200 000 golpes
FRAGMENTAÇÃO

Folgas de matriz recomendadas AHSS


% da espessura

Esp. da Chapa(mm) 2,0 14-16 % 14-16 % 14 % 12-14 %

1,5 14 % 12-14 % 12-14 % 12 %

1,0 12-14 % 12 % 10-12 % 10-12 %

0,5 12 % 10-12 % 10 % 10 %

800 1000 1200 1400

Limite elástico, Rm (Mpa)


FRAGMENTAÇÃO

DUREZA
35 000

30 000
Desgaste (mm )
2

25 000
Aumento de dureza de 58 para 60 HRC reduz o desgaste
20 000

15 000

10 000

5 000
Não há melhoria devido a micro chipping da aresta
0
58 60 62
Dureza, (HRC)
Aço Ferramenta: VANADIS 4E
Folga: 6%
Material: Docol 1.400 M
GRIPAGEM

Duas tipologias:

-Macro gripagem

-Micro gripagem

Principais causas:

-Rugosidade

-Dureza incorrecta

-Falta de Lubrificação/Revestimento
GRIPAGEM

Macro-Gripagem
Exemplo: Punção de corte

Rugosidade horizontal de rectificação


provoca macro-adesão na operação
de corte

Direção de corte
GRIPAGEM

Macro-Gripagem

O problema da macro gripagem pode


ser melhorada através do melhor
acabamento da ferramenta, se possivel
dando polimento na direcção de corte

Direção de corte
GRIPAGEM

Macro-Gripagem
Exemplo: Matriz de estampagem

Retificação grosseira circunferencial


na matriz irá produzir macro
gripagem.

Um acabamento adequado na
direcção de escoamento do material
a estampar poderá evitar a macro
gripagem.

(Picture: SSAB Tunnplåt)


GRIPAGEM

Micro-Gripagem
Dureza

A superfície do punção retificada

A superfície desgasta-se, i.e., tornam-se


de certa forma rugosa e a dada altura
esta rugosidade conduz à adesão

Neste caso, a utilização um material de


ferramenta com maior dureza retardará
o início da adesão
GRIPAGEM

Lubrificação inadequada ou um lubrificante inadequado podem


também causar macro gripagem

Lubrificante de viscosidade 500 cST versus 40 cST


GRIPAGEM

Revestimento

Teste em corte de Docol 1400 M

Resultado após 100.000 golpes

Aço Dureza Revestimento Folga


VANADIS 4 60 HRC TiN 6%, 10%
VANADIS 4 60 HRC TiC (CVD) 6%, 10%
VANADIS 4 60 HRC TiCN 10%
VANADIS 4 60 HRC TiAlN 10%
GRIPAGEM

Revestimento

Gripagem

Uncoated

Sem Gripagem

Teste em corte de Docol 800 DP


PVD TiAlN Após 200 000 golpes
GRIPAGEM

Revestimento
DESGASTE ABRASIVO E ADESIVO

Desgaste Adesivo

Microsoldaduras
(áreas onde o
desgaste ocorre)

Desgaste Abrasivo
Ferramenta Material a cortar (chapa)

PartÍculas
DESGASTE ABRASIVO

Principais causas:
Dureza do material de trabalho

Presença de particulas duras (oxidos e/ou carbonetos)


DESGASTE ABRASIVO

Material da ferramenta
Material da ferram. com pequenos
sem carbonetos Carbonetos

1 2

Material da Material da
ferramenta com ferramenta com
carbonetos grandes ”carbonetos” grandes
mas macios e duros

3 4
DESGASTE ADESIVO

Principais causas:

Baixa dureza do material de trabalho


Alumínio
Cobre
Aços macios em geral
Aços inox austeníticos

Falta de Lubrificação

Rugosidade Superficial

Tenacidade / Ductilidade
DESGASTE ADESIVO

Direção de Corte

Micro-Soldaduras

Ferramenta
chapa

Ponto de Fratura possível = Desgaste


DESGASTE ADESIVO
LINHAS GERAIS

PRIORITÁRIOS

Fissuração/Fratura Fragmentação

EDM

Danos de Retificação

Design Ferramenta
LINHAS GERAIS

SECUNDÁRIOS

Deformação Gripagem Desgaste Desgaste


Plástica Adesivo Abrasivo

Dureza Ferramenta Dureza Material Trabalho

Rugosidade

Lubrificação
TRABALHO DE GRUPO

1) Identificar o Mecanismo de
Falha Principal

2) Propor medidas corretivas


OBRIGADO PELA ATENÇÃO
Pedro Lobo

Você também pode gostar