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Aluno/a: ______________________________ Ano: 8º Turma: ___ Data: ____________

DIAGNOSE
ORALIDADE
Com a atividade seguinte, vais testar a oralidade, um domínio da língua portuguesa
que te permite saber escutar e compreender os textos ouvidos.

Observa o vídeo sobre a Fundação Calouste Gulbenkian e responde às


questões: https://www.youtube.com/watch?v=uHs6RX7Ig-s (consultado a 11 de setembro de 2020)

1. Regista duas informações essenciais transmitidas no vídeo.


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2. Refere as duas secções do museu mais procurados pelo público.


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3. Completa as frases com as informações adequadas.

3.1. A exposição permanente integra a ________________ do


__________________, Calouste Gulbenkian.

3.2. Um dos objetivos para o ano em questão era ___________________________


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4. Das frases enunciadas por Nuno Vassallo e Silva, distingue as que exprimem
factos1 (F) das que transmitem opiniões (O).

[ ] 4.1. “A coleção é excecional e está enquadrada num edifício de qualidade.”

[ ] 4.2. “Este novo ano traz novidades ao Museu.”

[ ] 4.3. “De acordo com uma consulta, o nosso público é maioritariamente estrangeiro.”

[ ] 4.4. “Vai ser um grande sucesso em Lisboa.”

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Recorda: Facto: acontecimento ou informação que pode ser verificada. Opinião: modo
pessoal de ver as coisas; forma de pensar pessoal.

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5. Observa as reproduções de três quadros a óleo.

A. Frida Kahlo, Autorretrato com B. J.A.D. Ingres, Retrato de C. Armada Passos,


macaco (1938). Mademoiselle Rivière (1805). Sem título (2004).

5.1. Organiza uma breve exposição oral.


 Seleciona um dos quadros (A, B ou C).

 Associa-lhe duas palavras da lista que se segue: fascínio; fragilidade; medo;


harmonia; suavidade; ingenuidade; raiva; paciência; desespero; fealdade;
ciúme; traição.

 Apresenta à turma o retrato que selecionaste e as tuas impressões sobre ele.

LEITURA
Com a atividade seguinte, vais testar a tua competência de leitura. A leitura é um
processo de interação entre o leitor e o texto.

A Senhora do Retrato
Os retratos a óleo fascinam-me. E ao mesmo tempo
assustam-me. Sempre tive medo que as pessoas saíssem das
molduras e começassem a passear pela casa. Para falar
verdade, estou convencido de que isso aconteceu algumas
5 vezes. Em certas noites, quando era pequeno, ouvia passos
abafados e tinha a sensação de que a casa ficava subitamente
cheia de presenças. Ainda hoje não gosto de atravessas
longos corredores de velhas casas com grandes retratos
pendurados nas paredes. Há olhos que nos seguem do alto e
nunca se sabe o que de repente pode acontecer.

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Havia na casa da tia Hermengarda um quadro deslumbrante. Ficava ao cimo das
escadas, à entrada do corredor que dava para os quartos de dormir. Mesmo assim, rodeado
10 de sombras, irradiava luz que só podia vir de dentro da dama do retrato. Não sei se a blusa
muito branca, se dos olhos, às vezes verdes, às vezes cinzentos. Não sei se do sorriso, às
vezes alegra, às vezes triste. Eu parava muitas vezes em frente do retrato. Era talvez o
único que não me assustava. Creio até que dele se desprendia uma luz benfazeja, que se
certo modo me protegia.
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Mas havia um mistério. Ninguém me dizia quem era a senhora do retrato. Arminda, a
criada velha, benzia-se quando passava diante do quadro. Às vezes fazia figas
20 estranhos sinais de esconjuração. A prima Luísa passava sem olhar.
– Essa pergunta não se faz – disse-me um dia em que lhe perguntei quem era
aquela senhora.
K. Makovsky, Princesa Zinaida Jusupova (1900).

Percebi que não gostava dela e que era um assunto proibido. Até a minha mãe me
25 ralhou e me pediu para nunca mais fazer tal pergunta. Mas eu não resistia. Por vezes
descaía-me e dava comigo a perguntar quem era a senhora dos olhos verdes, quase
cinzentos, que me sorria de dentro do retrato.

Com a minha tia-avó, eu tinha uma relação especial. Ela lia-me histórias e poemas
inquietantes. Creio que troçava de convenções, talvez das próprias pessoas. Por vezes era
30 difícil saber quando estava a sério ou a brincar. Apesar de já ser muito velha, tinha um
sentido agudo do ridículo. Foi a primeira pessoa verdadeiramente subversiva que conheci.
Era óbvio que tinha um fraco por mim. Pelo menos era o único membro da família a quem
ela tratava como um igual. Dormia no andar de baixo e nunca subia as escadas. Talvez por
isso eu nunca lhe tinha perguntado quem era a senhora do retrato.

35 Um dia, farto já de tanto mistério e ralhete e, sobretudo, das gaifonas da Arminda e


do ar empertigado da prima Luísa, não me contive e perguntei-lhe. A minha tia sorriu.
Depois levantou-se, pegou no molho de chaves que trazia preso à cintura, abriu uma gaveta
da escrivaninha e tirou um álbum muito antigo. Voltou a sentar-se e lentamente começou a
mostrar-me as fotografias. Eram quase todas da senhora do retrato e do meu primo
40 Bernardo, que há muito tinha partido para a África do Sul.

Apareciam juntos a cavala e de bicicleta. E também de fato de banho, na praia da


Costa Nova. Havia alguns em que o meu primeiro estava de smoking e ela de vestido de
noite, Via-se também a tia Hermengarda, mais nova, por veze os meus pais, gente que eu
não conhecia. Até que chegámos à senhora do retrato já de branco vestida.
45 – Natacha – murmurou a minha tia, com uma névoa nos olhos.
E depois de um silêncio
– Ela chama-se Natália, mas eu gosto mais de Natacha, sempre a tratei assim. É
preciso dizer que a tia Hermengarda tinha vivido em Moscovo no início da carreira
diplomática do marido e era uma apaixonada dos autores russos: Pushkine, Dostoievski,
50 principalmente Tolstoi, que visitou algumas vezes em Isnaia Poliana. Identificava-se com as
personagens de Guerra e Paz. Creio que amava secretamente o príncipe André e gostava
de ter sido Natacha. Falava muito da alma russa. Era uma propensão do seu espírito.
– Tu também tens alma russa – dizia-me. E era como se me tivesse armado
cavaleiro.
Manuel Alegre, O Homem do País Azul. Lisboa: D. Quixote

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1. Explica a reação do narrador perante os retratos a óleo.
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2. O que sente o narrador ao afirmar “Há olhos que nos seguem do alto e nunca se
sabe o que de repente pode acontecer”?

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3. Seleciona a opção adequada, de acordo com o sentido do texto.


3.1. Em casa da tia Hermengarda, havia um quadro que constituía um mistério
porque
a. ninguém sabia quem era a pessoa retratada.
b. a senhora do retrato tinha um aspeto que metia medo.
c. ninguém da família respondia às perguntas sobre a senhora retratada.

3.2. A tia-avó do narrador nunca passava em frente daquele retrato porque


a. tinha medo que lhe trouxesse azar.
b. dormia no andar de baixo e não subia as escadas.
c. não dava importância ao assunto.

3.3. O narrador teve informações sobre o retrato quando Hermengarda


a. apresentou algumas roupas da senhora.
b. mostrou fotografias e contou a história da senhora.
c. disse que a senhora tinha sido casada com Pushkine.

4. O narrador refere-se à sua tia Hermengarda como uma pessoa especial.


4.1. Caracteriza esta personagem com expressões textuais.
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5. Certo dia, o mistério do quadro foi desvendado.
5.1. Que relação existiria entre a tua Hermengarda e a pessoa retratada?
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6. A tia Hermengarda dirigiu-se ao narrador e afirmou “Tu também tens alma russa”.
6.1. Parece-te que esta frase constituiu um elogio? Justifica a tua resposta.
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GRAMÁTICA
Com os exercícios que se seguem, vais testar os teus conhecimentos de Gramática.

1. Relê o seguinte excerto:

“A prima Luísa passava sem olhar.


– Essa pergunta não se faz – disse-me um dia em que lhe perguntei quem era
aquela senhora.”

1.1. Indica a classe e a subclasse dos vocábulos sublinhados.


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(Consulta o manual páginas 247 a 256 ou a tua professora)

1.2. Cria uma frase em que a palavra “olhar” pertença a uma classe diferente.
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2. Indica o processo de formação das palavras “adormecer”, “descair”, “cavaleiro”.


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(Consulta o manual páginas 242 a 244 ou a tua professora)

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3. Atenta na frase.

“Sempre tive medo que as pessoas saíssem das molduras e começassem a passear
pela casa.”

3.1. Indica o tempo e o modo das formas verbais sublinhadas.


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(Consulta o manual páginas 248 e 285 ou a tua professora)

4. Relê a frase: “Arminda, a criada velha, benzia-se quando passava diante do


quadro”.
4.1. Identifica as orações que constituem a frase e classifica-as.
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(Consulta o manual páginas 275 a 277 ou a tua professora)

5. Indica a função sintática dos diferentes constituintes das frases.


5.1. Ela lia-me histórias e poemas inquietantes.
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5.2 A tia Hermengarda tinha vivido em Moscovo.


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(Consulta o manual páginas 261 a 268 ou a tua professora)

ESCRITA
Com a atividade seguinte, vais testar o teu desempenho na escrita de um texto
argumentativo.

1. Escreve um texto argumentativo, de 80 a 120 palavras, sobre a importância de


certas pessoas (amigos, familiares, namorados, …) na tua vida.

 Planifica previamente o teu texto, tendo em consideração o tema e a


estrutura do texto argumentativo.

 No final, faz a revisão e reescreve o texto, se necessário.

(Consulta o manual página 51 ou a tua professora)

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