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Pesca é a extração de organismos aquáticos, do meio onde se desenvolveram para diversos

fins, alimentação, a recreação (pesca recreativa ou pesca desportiva), a ornamentação (captura


de espécies ornamentais), ou para fins Comestíveis industriais, incluindo o fabrico
de rações para o alimento de animais em criação e a produção de substâncias com interesse
para a saúde - como o "famoso" óleo de fígado de peixe (especialmente o óleo de fígado de
bacalhau).

Pescador por lazer no interior do Brasil

Esta definição engloba o conceito de aquacultura em que as espécies capturadas são primeiro


criadas em instalações apropriadas, como tanques, gaiolas ou viveiros.
As principais espécies exploradas pelas pescas no mundo pertencem aos grupos dos peixes,
dos crustáceos e dos moluscos. No entanto, são também cultivados e capturados pelo homem
várias espécies de crocodilos, batráquios (principalmente rãs), mamíferos marinhos
(principalmente baleias).
De acordo com "O Estado das Pescarias e da Aquacultura no Mundo", uma publicação
da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), a produção de
pescado no mundo em 2002 foi superior a 94 milhões de toneladas pela atividade extrativa e
mais 50 milhões pela aquacultura. Estima-se que o pescado supra atualmente cerca de 16%
da proteína consumida pelo Homem. Segundo a agência da ONU para agricultura e
alimentação, as exportações alcançaram a marca de US$ 136 mil milhões em 2013; o que
reflete o forte crescimento da aquicultura e os altos preços de várias espécies de peixes, como
o salmão e o camarão. Nesse ano, pelo cálculo da FAO, a produção global de peixes tanto na
pesca quanto em cativeiro atingiu um novo recorde no ano passado, de 160 milhões de
toneladas.[1] Desde 1950, a captura de peixes quintuplicou de 18 para 100 milhões de toneladas
métricas por ano.[2] Entretanto os números não param de aumentar.[3] As pescas são igualmente
um enorme fornecedor de emprego, contribuindo enormemente para a economia mundial.

Índice

 1Pesca e pescarias
 2As pescas na história
 3Importância econômica
 4Métodos
o 4.1Pesca de linha
o 4.2Pesca de emalhe
o 4.3Pesca de cerco
o 4.4Pesca com armadilhas
o 4.5Pesca com vara
 5A pesca praticada pelos nativos das Américas
o 5.1Técnicas pesqueiras
 6Ver também
 7Referências
 8Ligações externas

Pesca e pescarias
Embora sejam muitas vezes usadas como sinónimos, para os cientistas e administradores
pesqueiros estas duas palavras têm diferentes significados. Enquanto a pesca é o próprio ato de
capturar animais aquáticos ou de os criar, uma pescaria é o conjunto do ecossistema e de todos
os meios que nele atuam – barcos e artes de pesca – para capturar uma espécie ou um grupo
de espécies afins. Por exemplo, a pescaria de arenque do Mar do Norte, a pescaria
de anchoveta do Peru e do Chile, a pescaria recreativa de achigã (black bass) no lago Ontário.
No entanto, referimo-nos às pescarias de camarão de Madagáscar porque incluem uma
componente industrial e outra artesanal ou as pescarias de atum porque têm diferentes
espécies-alvo e são capturadas em diferentes oceanos.

As pescas na história

Antiga pesca egípcia

Desde que há memória que a pesca sempre fez parte das culturas humanas, não só como fonte
de alimento, mas também como modo de vida, fornecendo identidade a inúmeras comunidades,
e como objeto artístico. A Bíblia tem várias referências à pesca e o peixe tornou-se um símbolo
dos cristãos desde os primeiros tempos.
Uma das atividades com uma história mais longa é o comércio de bacalhau seco entre o norte e
o sul da Europa, que começou no tempo dos viquingues há mais de 1 000 anos.
Segundo os pescadores a Lua exerce influência na pesca, assim podemos classificar as fases
da Lua da seguinte forma: lua cheia – ótima para pesca; lua minguante – boa para pesca; lua
nova – ótima para pesca e lua crescente – regular para pesca.

Importância econômica
Apesar de ser um alimento de excepcional valor nutritivo, nem sempre o pescado recebe valor
proporcional no mercado.
O Brasil, com 5 kg de consumo per capita, não tem valores condizentes com o de um país de
sete mil e quinhentos quilômetros de costa e imensas bacias hidrográficas. Para efeito
comparativo, o índice anual do Senegal é de 37 kg, o do Canadá de 16 kg e o do Japão de
65 kg.

Métodos
Pesca recreativa - Arandu-SP-Brasil

A forma mais simples da pesca é um indivíduo isolado com uma canoa ou uma rede de pesca.
Não só como atividade recreativa, proporcionando um enorme comércio em muitos países
desenvolvidos, mas também como pesca de subsistência nos países menos desenvolvidos, esta
forma de pesca continua a ser muito importante em todo o mundo.
Mas a forma mais usual de pescar é com o auxílio de embarcações, começando com
a jangada de papiros do Egito ou a piroga ou canoa de tronco escavado, ainda hoje a principal
plataforma de pesca em muitos países menos desenvolvidos, passando pela voadeira e
pelos barcos à vela, até aos enormes barcos-fábrica responsáveis pela produção de atum e
equipados com a mais moderna tecnologia, desde helicópteros para a detecção dos cardumes,
até receptores de informação de satélites, que lhes indicam a posição exata,
a temperatura da água do mar, etc.

Pesca de linha
Ver artigo principal: Pesca à linha

Pesca à linha na ilha Anticosti, Canadá.

A pesca com linha e anzol, parecendo simples, continua a ser uma das principais formas de
capturar peixe. Pelo fato do material ser de fácil aquisição, é o principal método de pesca de
subsistência em rios, lagos ou junto à costa. No entanto, várias pescarias industrializadas usam
este método, quer com a chamada linha-de-mão, em que cada pescador segura na mão uma
linha na extremidade da qual se colocam várias linhas secundárias cada uma com o seu anzol,
até aos palangres de vários quilómetros de comprimento com que se pescam os atuns de
profundidade.
Ainda muito praticado mas com menos adeptos é a pesca com mosca ou fly fishing em inglês.
A pesca de anzol é ainda um esporte muito praticado no mundo.

Pesca de emalhe
Outra forma de pescar relativamente simples é a rede de emalhar - na sua forma mais simples,
um retângulo de rede com flutuadores numa extremidade e pesos na oposta, que é lançada à
água num local onde se saiba haver cardumes de peixe a nadar, os quais ficam "emalhados" ou
seja presos nas malhas da rede, normalmente pelos espinhos ou opérculo. No entanto, este
método tem muitas variantes, a mais perigosa das quais - para a fauna marinha e para a
própria navegação - é a rede-derivante, que também pode ter vários quilómetros de extensão e
pode perder-se, continuando a matar peixes que depois não são aproveitados e até mamíferos
marinhos; para além disso, estas redes são praticamente invisíveis e um navio que passe por
uma destas redes perdidas pode ficar com a hélice imobilizada. Por estas razões, este método
de pesca foi banido em vários países do mundo.

Pesca de cerco

Pescadores de Sesimbra puxando a rede.

Barco de pesca utilizado na pesca de cerco

Algumas variantes da rede de emalhar deram origem às redes de cerco: a rede é colocada em
volta de um cardume e o cabo do fundo pode ser puxado até formar um saco onde todo
o peixe fica aprisionado. Esta forma de pescar é utilizada tanto em nível artesanal - na região
norte de Moçambique estas redes são fechadas por 4-5 mergulhadores, em águas baixas -
como em nível industrial, por exemplo, para algumas espécies de atum que formam cardumes à
superfície do mar.

Pesca com armadilhas


As armadilhas de diversos tipos são também métodos de pesca muito populares desde tempos
imemoriais. Na região Indo-Pacífica, quer dizer nas zonas tropicais e subtropicais dos
oceanos Índico e Pacífico, os pescadores locais constroem gaiolas em forma de V com ripas
de bambu ou de folhas de palmeira, colocam-nas perto de rochas ou recifes de coral e
conseguem capturar peixes de grande valor comercial. Em Portugal existe uma pesca
tradicional para cefalópodes (principalmente polvo) com alcatruzes (que são recipientes
de barro, normalmente presos em número variável a linhas suspensas na água) ou "covos" que
são gaiolas fabricadas de arame ou fibras vegetais. Os "covos" são bastante utilizados na costa
norte portuguesa (Matosinhos, Labruge, Vila Chã, Mindelo, Vila do Conde e outras). Estas artes
de pesca, como se designam os instrumentos utilizados diretamente na captura de peixe e
outros animais aquáticos, pertencem ao grupo das chamadas artes passivas, uma vez que é o
próprio animal que as procura, normalmente como refúgio, ficando nelas aprisionado.
Ao nível industrial, há pescarias que utilizam gaiolas, construídas em plástico ou rede segura
numa armação metálica, que podem ser colocadas em grandes números e em qualquer
profundidade, presas a um cabo. Estas gaiolas provocam um problema semelhante ao das
redes de emalhar derivantes, pois podem perder-se e continuar a matar peixes ou outros
organismos, sem nenhum benefício, nem para o homem, nem para os próprios recursos
pesqueiros.

Barco pesqueiro em Ilhabela, SP.

Pesca com vara


Ver artigo principal: Pesca com vara

É a pesca realizada com uma vara, sendo essa uma das pescas desportivas mais praticadas no
mundo.

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