Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Estruturação de
Sistemas de Gestão
da Qualidade
Dossier do Formando
Estruturação de
Sistemas de Gestão
da Qualidade
Índice
5. Responsabilidade da gestão............................................................................................................................................. 29
5.1 Comprometimento da gestão ....................................................................................................................................... 29
5.2 Focalização no cliente .................................................................................................................................................. 29
5.3 Política da qualidade .................................................................................................................................................... 30
5.4 Planeamento ................................................................................................................................................................. 30
5.5 Responsabilidade, autoridade e comunicação ............................................................................................................ 31
5.6 Revisão pela gestão ...................................................................................................................................................... 32
6 Gestão de recursos............................................................................................................................................................. 33
6.1 Provisão de recursos..................................................................................................................................................... 33
6.2 Recursos humanos ....................................................................................................................................................... 34
6.3 Infraestrutura ................................................................................................................................................................ 34
6.4 Ambiente de trabalho ................................................................................................................................................... 34
5
8 Medição, análise e melhoria ............................................................................................................................................. 42
8.1 Generalidades................................................................................................................................................................ 42
8.2 Monitorização e medição ............................................................................................................................................. 42
ANEXOS............................................................................................................................. 49
6
Introdução à família de normas ISO 9000:2000
“ISO 9000:2000” designa uma série de normas e guias internacionais sobre a gestão e garantia da qua-
lidade.
Resultou da revisão da versão 1994 das normas ISO 9000 e representa um consenso internacional so-
bre boas práticas de gestão com o objectivo de assegurar que a organização consegue fornecer con-
sistentemente produtos ou serviços que vão ao encontro dos requisitos do cliente. São aplicáveis a
qualquer organização, independentemente do que faz, do seu tamanho e do seu sector.
ISO 9001:2000 – Sistemas de gestão da qualidade – Estabelece os requisitos do sistema de gestão da qua-
Requisitos lidade.
ISO 9004:2000 – Sistemas de gestão da qualidade – Dá orientação para a melhoria contínua da eficiência e
Linhas de orientação para melhoria de desempenho da eficácia do sistema de gestão da qualidade. O ob-
jectivo é melhorar o desempenho da organização e
satisfazer os clientes e outras partes interessadas.
ISO 19011 – Linhas de orientação para auditoria de Dá orientações para a execução de auditorias a siste-
sistemas de gestão da qualidade e / ou ambiente mas de gestão da qualidade e a sistemas de gestão
ambiental.
Estas quatro normas formam um conjunto coerente de normas de gestão da qualidade. A norma ISO
9001:2000 é a única norma segundo a qual se podem certificar sistemas da qualidade. Não se certifi-
cam empresas pela norma ISO 9004:2000, por exemplo. As outras normas são apenas guias de orien-
tação e não se destinam a propósitos de certificação ou contratuais.
A norma ISO 9004:2000 está alinhada pela 9001:2000, isto é, foca os mesmos pontos. Isto faz com
que formem um par consistente: a ISO 9001:2000 contém os requisitos do sistema e a ISO 9004:2000
dá orientações para a melhoria do sistema em cada ponto. A norma ISO 9004:2000 contém também
orientações para a auto-avaliação do sistema de gestão da qualidade.
7
Princípios de gestão da qualidade
A norma ISO 9000:2000 define oito princípios de gestão da qualidade que constituem a base desta sé-
rie de normas de sistema de gestão da qualidade. Eles são:
1) Focalização no cliente
2) Liderança
6) Melhoria contínua
Focalização no cliente
Os benefícios principais que uma organização obtém da aplicação deste princípio são:
− maiores lucros e maior quota de mercado obtidos através de respostas rápidas e flexíveis às opor-
tunidades de mercado;
− maior eficiência na utilização dos recursos da organização para melhorar a satisfação do cliente;
− assegurar que os objectivos da organização estão ligados às necessidades e expectativas dos cli-
entes;
8
− gerir sistematicamente as relações com os clientes;
− assegurar o equilíbrio entre a satisfação dos clientes e a satisfação de outras partes interessadas
(proprietários, empregados, fornecedores, financiadores, comunidade local e sociedade em geral).
Liderança
Os benefícios principais que uma organização obtém da aplicação deste princípio são:
− criar e manter valores partilhados, justiça e modelos éticos a todos os níveis da organização;
− proporcionar às pessoas os recursos, formação e liberdade adequados para agir com responsabili-
dade;
As pessoas, em todos os níveis, são a essência de uma organização e o seu pleno envolvimento per-
mite que as suas aptidões sejam utilizadas em benefício da organização.
Os benefícios principais que uma organização obtém da aplicação deste princípio são:
9
− pessoas ansiosas por participar e contribuir para a melhoria contínua.
Um resultado desejado é atingido de forma mais eficiente quando as actividades e os recursos associ-
ados são geridos como um processo.
Os benefícios principais que uma organização obtém da aplicação deste princípio são:
− custos mais baixos e ciclos mais curtos através do uso eficaz de recursos;
− identificar as interfaces das actividades chave dentro das e entre as funções da organização;
− concentrar a atenção em factores como recursos, métodos e materiais que podem melhorar activi-
dades chave da organização;
10
Abordagem da gestão como um sistema
Identificar, compreender e gerir processos interrelacionados como um sistema, contribui para que a or-
ganização atinja os seus objectivos com eficácia e eficiência.
Os benefícios principais que uma organização obtém da aplicação deste princípio são:
− integração e alinhamento dos processos que são mais capazes de atingir os resultados desejados;
− estruturar um sistema para atingir os objectivos da organização da forma mais eficaz e eficiente;
− proporcionar melhor compreensão dos papéis e responsabilidades necessárias para atingir objecti-
vos comuns e assim reduzir barreiras inter-funcionais;
Melhoria contínua
Convém que a melhoria contínua do desempenho global de uma organização seja um objectivo per-
manente dessa organização.
Os benefícios principais que uma organização obtém da aplicação deste princípio são:
11
− proporcionar às pessoas formação nos métodos e ferramentas da melhoria contínua;
− tornar a melhoria contínua de produtos, processos e sistemas um objectivo para cada pessoa na
organização;
Os benefícios principais que uma organização obtém da aplicação deste princípio são:
− decisões informadas;
− maior capacidade para demonstrar a eficácia de decisões passadas através da referência a registo
de factos;
− tomar decisões e agir com base na análise de factos, equilibrada com experiência e intuição.
Uma organização e os seus fornecedores são interdependentes e uma relação de benefício mútuo po-
tencia a aptidão de ambas as partes para criar valor.
Os benefícios principais que uma organização obtém da aplicação deste princípio são:
12
Aplicar este princípio implica:
− estabelecer relações que equilibrem ganhos a curto prazo com considerações a longo prazo;
13
Outras normas ISO relacionadas com a gestão da qualidade
ISO 10005:1995 – Quality management – Guidelines for Dá orientação na preparação, revisão, aceitação e alte-
quality plans ração de planos da qualidade.
ISO 10006:1997 – Quality management – Guidelines to Dá orientação para assegurar a qualidade do processo
quality in project management de projecto e dos resultados do projecto.
ISO 10007:1995 – Quality management – Guidelines for Dá orientação para assegurar que um produto comple-
configuration management xo continua a funcionar quando são mudados com-
ponentes individuais.
ISO 10012-1 – Requisitos de garantia da qualidade para Dá orientação sobre as principais características de um
equipamento de medição – Parte 1: Sistemas de con- sistema de calibração que assegure que a medições
firmação metrológica para equipamentos de medição são feitas com a precisão desejada.
ISO 10012-2:1997 – Requisitos de garantia da qualida- Dá orientação adicional sobre a aplicação do controlo
de para equipamento de medição – Parte 2: Linhas de estatístico do processo quando é apropriado para atin-
orientação para o controlo da medição de processos gir os objectivos da parte 1.
ISO 10013:1995 – Linhas de orientação para a elabora- Dá orientação para a elaboração e manutenção de
ção de manuais da qualidade manuais da qualidade.
ISO/TR 10014:1998 – Guides for managing the eco- Dá orientação para a obtenção de benefícios económi-
nomics of quality cos através da gestão da qualidade.
ISO/TS 16949:1999 – Quality systems – Automotive Linhas de orientação específicas para a aplicação da
suppliers – Particular requirements for the application of norma ISO 9001:1994 ao sector automóvel.
ISO 9000:1994
ISO 19011 – Linhas de orientação para auditoria de Dá orientações para a execução de auditorias a siste-
sistemas de gestão da qualidade e / ou ambiente mas de gestão da qualidade e a sistemas de gestão
ambiental.
Nota: as normas ISO 10012 e ISO 19011 não estão ainda publicadas.
14
ISO 9001:2000: análise e interpretação dos requisitos
Esta abordagem reflecte-se na estrutura da norma ISO 9001:2000: um sistema da qualidade baseado
em processos, esquematizado na Figura 1:
Responsabilidade
da gestão Clientes
Clientes
Medição,
Gestão de análise e Satisfação
recursos melhoria
Nota 2: Numa organização, os processos são normalmente planeados e executados sob condições
controladas de modo a acrescentar valor.
As entradas e as saídas podem ser tangíveis ou intangíveis (por exemplo, equipamento, materiais,
componentes, energia, informação). É necessário atribuir recursos às actividades desempenhadas den-
tro do processo. Um sistema de medição pode ser utilizado para analisar o desempenho do processo e
as características das entradas e saídas.
A norma ISO 9000:2000 reforça a importância de:
− identificar, implementar, gerir e melhorar continuamente a eficácia dos processos necessários ao
sistema de gestão da qualidade
15
− gerir as interacções entre esses processos para atingir os observação da organização.
A norma ISO 9004:2000 guia a organização para além dos requisitos da norma ISO 9001:2000 ao focar
melhorias de desempenho. Recomenda a avaliação da eficiência assim como da eficácia dos proces-
sos.
A eficiência e a eficácia dos processos podem ser avaliadas através de processos de revisão internos
ou externos e classificados por níveis de maturidade. A classificação do nível de maturidade vai nor-
malmente de “ausência de abordagem formal” até “desempenho melhor da classe”. A norma ISO
Procedimento
modo especificado de realizar uma acti-
vidade ou um processo
Eficácia: capacidade
(pode ser documentado ou não)
para atingir os resul-
tados desejados
Eficiência: relação
resultados obtidos /
Oportunidades de medição e mo- os recursos utilizados
nitorização
(antes, durante e após o processo)
Actuar Planear
Fazer implementar os processos
Um segundo princípio importante da gestão da qualidade que está ligado à abordagem por processos é
o da abordagem da gestão como um sistema, segundo o qual identificar, compreender e gerir pro-
cessos interrelacionados como um sistema contribui para a eficiência e eficácia do todo da organiza-
ção.
Neste contexto, o sistema de gestão da qualidade compreende um grande número de processos inter-
relacionados: os processos de realização do produto (os que contribuem directamente para o fabrico do
produto ou a prestação do serviço) e também os processos de gestão, monitorização e medição (ges-
tão de recursos, comunicação, auditoria interna, por exemplo). Isto pode ser visto na Figura 5 que mos-
tra o tipo de processos que se encontram normalmente num sistema de gestão da qualidade, divididos
pelas cláusulas 4 a 8 da norma ISO 9001:2000.
As interacções entre os processos de uma organização são muitas vezes complexas, resultando numa
rede de processos interdependentes. As entradas e as saídas desses processos estão muitas vezes
relacionadas tanto com clientes internos como com clientes externos.
17
− Comunicação
− Definição da política e
objectivos da qualidade
− Revisão pela gestão
− Utilização de dados
− Planeamento da
realização do produto
− Processos relacionados
com o cliente
− Concepção e
desenvolvimento
− Aprovisionamentos
Figura 5 – Exemplos de processos típicos do sistema da qualidade segundo a norma ISO 9000:2000
A Figura 6 mostra um exemplo de uma rede com processos interactuantes. O modelo da rede de pro-
cessos mostra que os clientes têm um papel significativo na definição de requisitos (entradas). O feed-
back do cliente em termos de satisfação ou insatisfação a respeito das saídas dos processos é uma en-
trada essencial para a melhoria contínua dos processos.
A P
C D
Processo E Saída E
Entrada E
Cliente Cliente
Entrada
EntradaCC Processo C Saída C
Cliente Cliente
Entrada F Processo F Saída F
interno interno
O ciclo PDCA pode ser aplicado a cada processo individualmente assim como à rede de processos
como um todo. Alguns processos importantes do sistema de gestão da qualidade podem não interagir
18
directamente com o cliente externo. Por exemplo, o processo F na Figura 6 pode ser um processo de
auditoria interna, de revisão pela gestão, de manutenção ou de formação.
A cláusula 0.2 da introdução da norma ISO 9001:2000 diz, referindo-se à abordagem por processos:
Quando utilizada dentro de um sistema de gestão da qualidade, tal abordagem enfatiza a importância:
No contexto da norma ISO 9001:2000, a abordagem por processos inclui os processos necessários pa-
ra a realização do produto e ainda os processos necessários para a implementação do sistema de ges-
tão da qualidade, tais como, entre outros:
Todos estes processos podem ser geridos utilizando o ciclo PDCA. Os requisitos para estes processos
encontram-se definidos nas cláusulas 4 a 8 da norma ISO 9001:2000.
Os processos existem dentro das organizações e a abordagem inicial deve limitar-se a identificá-los e
geri-los da forma mais apropriada. A norma ISO 9001:2000 requer que todos os processos “necessá-
rios para o sistema de gestão da qualidade” sejam geridos de acordo com a cláusula 4.1 (Requisitos
gerais). Não existe nenhuma lista de processos que tenham que ser documentados. Cada organização
deve determinar quais os processos que devem ser documentados com base:
19
Os seguintes factores podem ser utilizados pela organização para determinar que processos devem ser
documentados:
− efeito na qualidade;
− riscos económicos;
− eficácia e eficiência;
− competência do pessoal;
− complexidade do processo.
− representações gráficas;
− instruções escritas;
− mapas de processo;
− fluxogramas;
− listas de verificação;
− meios visuais;
− métodos electrónicos.
− pretendem demonstrar que são capazes de produzir consistentemente produtos conformes com os
requisitos;
A norma é genérica, aplicável a todo o tipo de organizações. Sendo assim, é possível que um ou mais
requisitos da norma não sejam aplicáveis a uma organização em particular e a norma permite excluí-los
20
do sistema. No entanto, só é permitido dizer que o sistema da qualidade está conforme com a norma
ISO 9001:2000 quando se verifica que:
− as exclusões não afectem a capacidade da organização para produzir de acordo com os requisitos
do cliente e regulamentares.
O Manual da Qualidade deve conter a justificação de quaisquer exclusões que sejam feitas. Se tal não
acontecer, ou se a justificação não for válida, não é possível invocar a conformidade com a norma ISO
9001:2000.
Termos e definições
A norma ISO 9001:2000 segue a terminologia definida na norma ISO 9000:2000. A cadeia de forneci-
mento é descrita por:
Tal como no caso dos fornecedores, os clientes podem ser internos ou externos à organização.
21
Esta definição implica que um produto não é necessariamente tangível; de acordo com ela, um serviço
também é um produto. De facto, a norma ISO 9000:2000 divide os produtos em quatro categorias ge-
néricas:
− serviços (por exemplo, transportes ou manutenção) são o resultado de uma actividade realizada na
interface entre o cliente e o fornecedor;
− software (por exemplo, programas informáticos ou livros) consiste em informação e é em geral in-
tangível;
Muitos produtos são compostos por elementos pertencentes a várias destas categorias. Desta forma,
em todo o texto da norma ISO 9001, “produto” significa uma saída de um processo, seja um bem, um
serviço, ou uma combinação.
Este é um ponto genérico que indica fundamentalmente que a organização deve implementar um sis-
tema de gestão por processos. A melhoria contínua é enfatizada, tanto na introdução como na alínea f).
Eventuais processos subcontratados devem ser controlados pela organização sempre que possam
afectar a conformidade do produto, devendo o modo como esses processos são controlados identifica-
do no sistema.
Uma organização não pode invocar como justificação para a exclusão de um processo do sistema de
gestão da qualidade o facto de o processo ser subcontratado. Se o processo afectar a conformidade do
produto, a organização tem que demonstrar que exerce sobre ele o controlo suficiente para assegurar
que esses processo é desempenhado de acordo com os requisitos da norma ISO 9001:2000.
O tipo de controlo a exercer depende da natureza do processo subcontratado e dos riscos que envolve.
Pode incluir, por exemplo, a especificação e / ou a validação dos processos como parte do contrato
com o fornecedor, requisitos para o sistema de gestão da qualidade do fornecedor, inspecções ou veri-
ficações no local e / ou auditorias. A cláusula 7.4, Compras, deve ser aplicada para monitorizar as saí-
das dos processos subcontratados.
Estes processos devem ser incluídos no campo de aplicação do sistema de gestão da qualidade da or-
ganização e deve ser especificado no Manual da Qualidade que o sistema de gestão da qualidade
abrange a gestão das actividades subcontratadas sobre as quais a organização mantém a responsabi-
lidade global.
22
4.2 Requisitos da documentação
O que é a documentação?
− comunicar informação;
− manual da qualidade;
23
Procedimentos documentados requeridos pela norma
Os procedimentos documentados requeridos pela norma são:
Nalgumas organizações pode ser conveniente juntar os procedimentos para várias actividades num só
procedimento documentado (por exemplo, acções correctivas e acções preventivas); noutras pode ser
necessário documentar um processo por meio de mais de um documento. Ambas as abordagens são
válidas.
Para implementar um sistema de gestão da qualidade eficaz podem ser necessários mais procedimen-
tos documentados, em especial em organizações grandes ou com processos mais complexos.
O tamanho e / ou a cultura da organização podem permitir que outros processos necessários para as-
segurar a eficácia do sistema sejam implementados sem estarem documentados. Para demonstrar a
conformidade com a norma, a organização deve providenciar evidência objectiva de que o sistema de
gestão da qualidade está efectivamente implementado.
Em vários pontos da norma, a organização poderá adicionar valor ao sistema de gestão da qualidade e
demonstrar conformidade preparando outros documentos, embora a norma não os requeira especifi-
camente. Exemplos destes documentos são:
− organigramas;
− especificações;
− planos de produção
24
− listas de fornecedores aprovados;
Registo: documento que expressa resultados
− planos de inspecção e ensaio; obtidos ou fornece evidência das actividades
realizadas.
− planos da qualidade. Nota 1: Podem usar-se, p. ex., registos para do-
cumentar a rastreabilidade e para fornecer evi-
Todos estes documentos têm que ser controlados dências de verificação, acção preventiva e ac-
de acordo com os requisitos das cláusulas 4.2.3 e / ção correctiva..
ou 4.2.4, conforme for aplicável.
Nota 2: De uma forma geral os registos não ne-
cessitam de ser sujeitos a controlo de revisão.
Registos
Norma ISO 9000:2000
Os registos requeridos pela norma são:
Resultados da revisão dos requisitos relacionados com o produto e das acções que resultem da
7.2.2
revisão
Os necessários para a organização demonstrar a validação de processos cuja saída não possa ser
7.5.2
verificada por subsequente monitorização ou medição
Propriedade do cliente que se perder, for danificada ou de outra forma for tida como inapropriada
7.5.4
para utilização
Base utilizada para calibração ou verificação do equipamento de medição quando não existirem
padrões de medição nacionais ou internacionais
7.6 Validade dos resultados de medição anteriores quando o equipamento de medição é encontrado
não conforme com os requisitos
25
Cláusula Registo requerido
As organizações podem desenvolver outros registos que possam ser necessários para demonstrar a
conformidade dos seus processos, produtos e sistema de gestão da qualidade.
Os requisitos para o controlo dos registos são diferentes dos aplicáveis ao controlo dos documentos;
encontram-se definidos na cláusula 4.4.4 da norma ISO 9001:2000.
Demonstração da conformidade
26
O formato e a estrutura do manual devem ser decididos pela organização e dependerão do tamanho,
da cultura e da complexidade da organização. A organização pode querer utilizar o manual da qualida-
de para outros propósitos além de documentar o sistema de gestão da qualidade:
− uma organização pequena pode achar apropriado incluir a descrição de todo o sistema de gestão
da qualidade num só manual, incluindo todos os procedimentos documentados requeridos pela
norma;
Ou seja, o manual da Qualidade pode referir-se à totalidade das actividades de uma organização ou
somente a uma parte dela e o seu grau de detalhe e a sua forma podem variar para se adaptarem às
necessidades de cada organização.
É um documento fundamental para uso interno nas empresas, mas também como forma de apresenta-
ção do sistema da qualidade aos seus clientes, ou representantes destes, que pretendam analisar o
sistema da qualidade.
Deve ser controlado de acordo com os requisitos da cláusula 4.2.3 (Controlo dos documentos).
É uma das cláusulas que exige procedimento documentado, o qual deve definir como se:
O primeiro passo para implementar um sistema de controlo de documentos é a identificação dos docu-
mentos que devem ser controlados. Isto pode ser feito por área funcional, identificando:
− documentos de entrada;
− registos de actividades;
O sistema deve conter uma forma de identificar o estado de revisão corrente dos documentos (uma lis-
ta de referência, por exemplo), para impedir a actualização de documentos inválidos.
O sistema também deve ser aplicado a documentos de origem externa – especificações de clientes e
fornecedores, tabelas de preços, normas, legislação, etc. Deve incluir uma forma de actualizar as nor-
27
mas e / ou legislação aplicável à actividade. É aconselhável a subscrição de organismos de normaliza-
ção ou de associações empresariais que assegurem a actualização da lista das normas aplicáveis.
− assegurar que as edições actualizadas dos documentos estão disponíveis onde são necessárias;
− identificar os documentos obsoletos retidos por obrigação legal ou para preservação de conheci-
mentos e impedir a sua destruição intempestiva.
Esta cláusula também exige procedimento documentado. Os registos da qualidade devem ser manti-
dos para demonstrar:
Os contratos com clientes podem especificar a disponibilidade dos registos da qualidade para avaliação
pelo cliente por um dado prazo. Pode ser exigido por lei a conservação de documentos específicos du-
rante um período de tempo determinado.
É comum utilizar um sistema duplo de arquivo: os registos são conservados num primeiro arquivo (ar-
quivo vivo) durante determinado tempo e depois passados para um arquivo de suporte (arquivo morto,
também chamado armazenamento) durante mais algum tempo até serem inutilizados.
− métodos de compilação (em que pastas ficam), indexação (como é feita), acesso (quem tem aces-
so e em que condições), arquivo (tempos de arquivo vivo e morto) e inutilização dos registos da
qualidade;
28
5. Responsabilidade da gestão
Esta cláusula, juntamente com as cláusulas 4.1 – Requisitos gerais (do sistema da qualidade) – e 5.2 –
Focalização nos clientes – fornece o enquadramento para o que a gestão de topo precisa de fazer para
demonstrar comprometimento com a qualidade e a melhoria contínua.
A “demonstração de comprometimento” surgiu pela primeira vez na norma ISO 14001:1996 e foi reco-
nhecida na norma ISO 9001:2000 como um elemento muito importante para um sistema de gestão da
qualidade. No entanto, não se pode escrever um procedimento para garantir comprometimento: este
tem que ser evidenciado em todos os elementos do SGQ.
As actividades enumeradas nas alíneas da norma devem ser cumpridas para demonstrar comprometi-
mento. Uma delas é o estabelecimento dos objectivos da qualidade, que devem ser:
− mensuráveis;
− monitorizados;
− adequados às empresas.
Este requisito representa um avanço em relação a edições anteriores da norma, já que estas apenas
focavam o cumprimento de requisitos do produto. A norma não dá nenhuma orientação sobre o que
deve fazer uma organização para assegurar a conformidade nesta área, limitando-se a fazer uma cha-
mada para as cláusulas 7.2.1 (Determinação dos requisitos relacionados com o produto) e 8.2.1 (Satis-
fação do cliente).
A focalização no cliente deve ser um requisito fundamental de qualquer sistema de gestão da qualida-
de, mas a forma de a implementar vai variar muito com a actividade, a dimensão, a complexidade e a
estrutura da organização.
− inquéritos a clientes;
− estatísticas;
− análise de mercado;
− publicações técnicas.
29
A organização deve considerar requisitos além dos declarados pelos clientes; por exemplo, a compo-
nente serviço no fornecimento do produto pode ser importante para o cliente – esta cláusula da norma
obriga a organização a determinar os respectivos requisitos e a cumpri-los.
A organização deve possuir uma política para a qualidade, documentada (cláusula 4.2.1), apropriada
aos fins da organização, em que a organização se comprometa a cumprir os requisitos da norma e a
melhorar continuamente o sistema de gestão da qualidade e que sirva de enquadramento para estabe-
lecer e rever os objectivos da qualidade (cláusula 5.4.1).
A gestão de topo deve assegurar-se que a política é comunicada e entendida dentro da organização:
isto dirige-se ao interior da empresa. Significa que um empregado da empresa que tenha entendido a
política da qualidade deve saber exactamente o que a empresa espera que ele faça.
Não basta portanto uma declaração a dizer que “é intenção da empresa produzir e fornecer produtos
com qualidade”. Em exemplo de um dos pontos da política da qualidade poderia ser: “a empresa deve
disponibilizar as suas capacidades técnicas aos fornecedores de modo a ajudá-los a resolver os seus
problemas de qualidade e a melhorar o seu processo de fabrico”.
5.4 Planeamento
Um objectivo é expresso por meio de uma afirmação que diz que um resultado desejado deve ser atin-
gido num período de tempo determinado. A quantificação do resultado e do prazo é essencial. Exem-
plo: “Reduzir os custos da qualidade em 10% até ao fim do ano.”
O estabelecimento dos objectivos da qualidade pode ser feito, por exemplo, na reunião de revisão do
sistema, se esta for anual (ver ”Revisão pela gestão”, página 32).
Esta cláusula obriga a estabelecer objectivos da qualidade para as funções importantes para assegurar
a qualidade do produto; terão assim de ser estabelecidos objectivos sectoriais (departamentais ou fun-
cionais, por exemplo) relacionados com:
− a realização do produto;
− a satisfação do cliente;
− a melhoria contínua.
30
5.4.2 Planeamento do sistema de gestão da qualidade
Esta cláusula obriga a planear o sistema de forma a atingir os objectivos da qualidade. Aplica-se a:
− recursos necessários;
− melhoria contínua.
Obriga também a garantir que eventuais mudanças organizacionais são feitas de forma a manter a in-
tegridade do SGQ.
− responsabilidades e autoridades;
− identificar tarefas;
É particularmente importante a liberdade organizacional dada ao pessoal que trata dos problemas da
qualidade. Isto não é o mesmo que a posição hierárquica do responsável pela qualidade; significa antes
que a função qualidade deve ter a liberdade e a autonomia organizacional necessárias para desempe-
nhar as suas funções. A direcção da qualidade é o órgão interno representativo dos clientes pelo que é
31
desejável evitar que seja tomada por outros departamentos cujos interesses podem não coincidir (por
exemplo, produção).
− acesso pessoal;
A gestão de topo deve designar um membro da gestão com responsabilidade e autoridade para asse-
gurar que é estabelecido, implementado e mantido um sistema da qualidade de acordo com a Norma,
reportar à gestão de topo o desempenho do sistema e necessidades de melhoria e reforçar a focaliza-
ção da organização no cliente.
Este representante deve ser alguém cuja autoridade e responsabilidade sejam bem reconhecidas inter-
namente. A sua nomeação pode ser feita juntamente com a promulgação do Manual da Qualidade.
A alínea c), “assegurar a promoção da consciencialização para com os requisitos do cliente em toda a
organização”, transforma-o numa espécie de voz do cliente dentro da organização, o que é reforçado
pela nota.
A organização tem de possuir processos de comunicação apropriados para que a informação relevante
(política e objectivos da qualidade, responsabilidades, autoridades, interligações entre departamentos
ou áreas funcionais, requisitos dos clientes, etc.) seja correctamente comunicada a quem dela precisa.
Deve também promover a comunicação acerca da eficácia do sistema de gestão da qualidade.
Este requisito não deve ser confundido com acções correctivas ou auditorias internas. É uma avaliação
global, a nível superior, da eficácia e da funcionalidade do sistema . A revisão do SGQ é encarada co-
mo um processo. As entradas, além das referidas pela norma, podem ser, entre outras:
− desempenho de fornecedores;
32
− objectivos de desempenho para processos, produtos e para a organização;
− estratégias e iniciativas de marketing para produtos e para a satisfação de clientes e outras partes
interessadas;
A revisão pela gestão pode realizar-se numa reunião anual, em que a direcção da qualidade apresenta
um relatório que analisa os principais problemas da qualidade e do funcionamento do sistema da quali-
dade e propõe acções correctivas. Os registos destas reuniões devem ser mantidos. As reuniões de re-
visão pela gestão devem ser registadas e os registos conservados – são registos da qualidade.
6 Gestão de recursos
A versão 2000 das normas ISO 9000 define “produto” como a saída de um processo; o processo tem
várias entradas que podem incluir:
− infraestruturas;
− ambiente de trabalho;
− informação;
− fornecedores;
− parceiros;
− recursos naturais;
− recursos humanos.
Este requisito diz respeito aos recursos necessários para implementar, manter e melhorar o sistema e
aumentar a satisfação do cliente.
A gestão de topo deve demonstrar o seu comprometimento na provisão de recursos adequados. Este
comprometimento é evidenciado através da determinação de necessidades, do planeamento da provi-
são de recursos em tempo útil e das acções para satisfazer as necessidades e para avaliar a eficácia
das acções tomadas.
33
6.2 Recursos humanos
6.3 Infraestrutura
Reconhece-se que a qualidade não pode ser obtida sem as infraestruturas adequadas. A manutenção
dos equipamentos, edifícios e serviços de apoio deve ser assegurada. Podem existir procedimentos
dedicado a estas matérias, assim como ao processo de aquisição de novos equipamentos ou ferramen-
tas. Devem ser definidos planos de manutenção.
O ambiente de trabalho é encarado como factor importante para a obtenção da qualidade – é necessá-
rio considerar factores como a limpeza, a iluminação, a ergonomia, a temperatura, etc..
7 Realização do produto
Define os itens a determinar no planeamento da qualidade do produto. Não são definidos requisitos pa-
ra o processo de planeamento da realização mas é dito que o processo deve ser consistente com os
outros requisitos do SGQ e que a saída resultante deve ter forma apropriada aos métodos de operação
da organização.
Além dos requisitos especificados pelo cliente, é exigido que a organização considere requisitos para as
actividades de entrega e posteriores à entrega, para o uso pretendido quando especificado ou conheci-
do, legais e / ou regulamentares e outros, determinados pela própria organização.
34
7.2.2 Revisão dos requisitos relacionados com o produto
A revisão dos requisitos deve ser feita antes da elaboração de propostas ou orçamentos e deve:
Qualquer dúvida sobre os requisitos do cliente ou diferença entre a encomenda e o contrato deve ser
esclarecida. Quando não existirem requisitos escritos (por exemplo, encomendas por telefone) é ne-
cessário assegurar o acordo sobre os requisitos antes da aceitação da encomenda.
Deve ficar estabelecido como se faz uma alteração ou aditamento ao contrato e a que funções é trans-
mitida dentro da empresa.
− a informação necessária;
− os impressos a preencher;
Devem ser mantidos registos da revisão dos requisitos e de quaisquer acções que daí resultem.
É necessário definir e implementar canais eficazes de comunicação com o cliente para informações so-
bre o produto, consultas, contratos, encomendas, alterações de encomendas e retorno de informação,
incluindo reclamações.
É necessário controlar e verificar a concepção do produto de forma a assegurar que os requisitos esta-
belecidos são cumpridos. A necessidade ou não de procedimentos documentados assim como o nú-
mero e a extensão destes dependem da complexidade do produto e da própria organização.
É necessário elaborar planos para cada actividade de concepção. Os planos devem definir as respon-
sabilidades de implementação de cada actividade e ser actualizados regularmente à medida que o pro-
jecto avança. As actividades devem ser atribuídas a pessoal qualificado e dotado dos meios necessá-
rios. É necessário definir e documentar as interligações entre os diversos grupos que trabalham no pro-
jecto, assegurando a transmissão e revisão regular da informação.
35
7.3.2 Entradas para concepção e desenvolvimento
Requisitos incompletos, ambíguos ou antagónicos devem ser resolvidos em conjunto com os respon-
sáveis pelo seu estabelecimento.
As saídas da concepção devem ser documentadas e expressas de forma que permita compará-las
com as especificações. Devem:
− satisfazer as especificações;
Devem ser feitas revisões formais documentadas da concepção e do desenvolvimento em fases ade-
quadas. Nas reuniões de revisão devem estar presentes representantes de todos os intervenientes nas
fases em análise e outros especialistas, se necessário. Estas reuniões devem ser registadas.
− ensaios de protótipos;
36
7.3.6 Validação da concepção e do desenvolvimento
A validação do projecto efectua-se para assegurar que o projecto está em conformidade com os requi-
sitos. Deve-se fazer:
É necessário definir como se identificam, documentam, revêem, verificam, validam e aprovam altera-
ções ao projecto. As alterações só devem ser implementadas após aprovação por pessoal autorizado.
Quando a organização faz alterações na concepção e no desenvolvimento deve avaliar o efeito das al-
terações nas partes constituintes e nos produtos já entregues. Os registos destas actividades devem
ser mantidos.
7.4 Compras
Esta cláusula tem aplicação na aquisição de bens, serviços e na subcontratação de processos, quando
estes tenham efeito importante na qualidade do produto final.
É necessário que a organização assegure que os produtos que compra estão conformes com os requi-
sitos. Deve ser aplicado um controlo tanto mais cuidado quanto maior for a influência do produto com-
prado na qualidade do produto final.
A norma não define as informações que devem constar do documento de compra; refere que a organi-
zação deve definir os requisitos para o produto comprado, especificando todos os requisitos do produto
e, quando aplicável, de procedimentos, processo, equipamentos, qualificação de pessoal e sistema de
gestão da qualidade. Deve-se assegurar que os requisitos especificados são apropriados antes de os
comunicar ao fornecedor.
37
7.4.3 Verificação do produto comprado
Esta cláusula inclui não só a verificação nas instalações do fornecedor e a verificação pelo cliente do
produto comprado, mas também a inspecção de recepção. Na informação de compra devem ser incluí-
das as verificações a executar e a forma de aprovação do produto.
− possuir e utilizar dispositivos de medição e monitorização adequados e utilizar os dados assim ad-
quiridos;
Esta cláusula aplica-se a processos cujos resultados não podem ser plenamente verificados por subse-
quente inspecção e ensaio do produto ou onde as deficiências do processo apenas podem aparecer
depois de o produto estar em uso. Estes processos são frequentemente designados por processos es-
peciais.
Soldadura, ultra-sons, tratamentos térmicos são exemplos de processos especiais. Outros exemplos
são processos químicos e biológicos. Processos de fabrico complexos podem ser considerados no seu
todo como processos especiais.
38
− registos;
Os processos especiais constituem muitas vezes “estrangulamentos” do processo produtivo, o que tor-
na ainda mais importante o seu controlo e a definição adequada das condições de operação.
Identificação
A identificação dos produtos deve ser sempre possível. É aconselhável a existência de um sistema de
codificação fácil de entender e de informatizar e que permita a classificação dos produtos.
− que identificação é necessária (matéria-prima, peça, montagem, mistura, lote, produto, cliente, mo-
delo, série, etc.);
− etiquetas a utilizar;
Quando se compra uma matéria-prima para um trabalho específico deve-se fazer e manter essa identi-
ficação nos armazéns.
Rastreabilidade
Rastreabilidade: capacidade de seguir a história,
Quando necessário, a organização deve assegurar aplicação e localização do que estiver a ser
a rastreabilidade dos produtos. Deve definir, con- considerado.
forme aplicável:
Nota 1: No caso de um produto, a rastreabilida-
de pode relacionar:
− identificação individual de peças de matéria-
− a origem dos materiais e dos componentes;
-prima (chapas ou perfis, por exemplo – pelo
número de fundição); − historial do processamento;
− distribuição e localização do produto após
− registo das identificações na recepção; entrega.
39
− a inclusão da identificação nos registos de inspecção final;
− a atribuição de números de lote ou de série quando se fabrica diversos produtos no mesmo lote;
Um problema que pode surgir é a distinção entre lotes. É necessário definir quando se considera que o
lote muda (mudança do número de fundição da matéria-prima, mudança na afinação da máquina, mu-
dança de ferramentas, etc.).
O produto fornecido pelo cliente deve ser verificado quanto a eventuais faltas e danos provocados no
transporte. Deve estar identificado e devem ser tomados todos os cuidados de preservação do produto.
Se o produto apresentar defeitos deve-se identificar as consequências sobre o produto final da monta-
gem de itens defeituosos. O cliente deve ser informado e devem ser estabelecidas as responsabilida-
des. Devem ser mantidos registos destas acções.
A organização deve tomar medidas para preservar o produto e as suas partes constituintes em boas
condições durante o manuseamento, o armazenamento, a embalagem, a expedição e o transporte.
A organização deve determinar que monitorização e medição deve fazer ao processo e ao produto para
seja possível evidenciar a conformidade do produto com os requisitos. Deve também assegurar que a
monitorização e a medição podem ser efectuadas de acordo com o determinado e que o são de facto.
Estes equipamentos têm que ser calibrados antes de ser utilizados e a intervalos regulares. É necessá-
rio definir a metodologia de controlo dos equipamentos, nomeadamente:
− o equipamento abrangido;
40
− ficha de cadastro do equipamento e / ou plano de calibração;
− registos de calibração.
Para cada equipamento deve ser feita uma ficha de cadastro em que se registam as calibrações. O in-
tervalo de calibração é definido em função dos resultados das calibrações.
A calibração não diz que o equipamento está apto a efectuar a verificação de características; apenas
determina os erros dos equipamentos. O certificado de calibração identifica os erros e a incerteza com
que foram obtidos nos vários campos de medição do equipamento. A empresa deve fazer a validação
do equipamento, isto é, determinar se o equipamento é ou não adequado para verificar uma determi-
nada característica.
O critério de aceitação do equipamento para uma determinada medição pode ser definido em relação à
tolerância. A Norma NP EN ISO 30012-1 define uma fórmula para o critério de aceitação:
1
3
Em que:
E = Erro
E+I 1
5 IT I = Incerteza
1
10
IT = Intervalo de tolerância
Esta validação para uso deve ser feita e assinalada no equipamento. Uma forma de o fazer é especifi-
car que a etiqueta “Calibrado” só é posta no equipamento após a validação.
A capacidade de medir da empresa pode ser aferida através de estudos de repetibilidade e reprodutibi-
lidade. Estes estudos determinam a influência do operador sobre o sistema de medição. Pode ser esta-
belecido um procedimento para os estudos de reprodutibilidade e reprodutibilidade definindo:
− quando se deve realizar o estudo (pode ser utilizado para validação de um método de medição);
− impresso a utilizar.
Qualquer software utilizado (por exemplo, para auxiliar os estudos de reprodutibilidade e repetibilidade
ou para fazer colheita de dados) deve ser validado. Uma forma de o fazer é introduzir os dados no
41
software e fazer em simultâneo os cálculos manualmente, guardando-se depois os cálculos feitos jun-
tamente com a saída do programa.
Quando a empresa executa calibração interna deve ter condições e meios para a realizar e definir:
− padrões a utilizar;
− condições ambientais;
− operações a executar;
− registos de calibração.
Pode ser necessários estabelecer vários procedimentos se forem calibrados internamente vários tipos
de equipamento. Pode ainda existir um procedimento de manutenção dos equipamentos.
8.1 Generalidades
Esta cláusula requer a identificação e a utilização de metodologias apropriadas, incluindo técnicas esta-
tísticas, para assegurar a conformidade e obter a melhoria.
Requer-se que a organização determine e implemente metodologias para obter informação sobre a sa-
tisfação do cliente e a utilize. A monitorização da satisfação do cliente é uma das medições de desem-
penho do SGQ.
42
É necessário elaborar um plano de auditorias de modo a abranger todas as actividades que possam
afectar a qualidade. A frequência das auditorias deve ser fixada em função da importância da área a
auditar.
As auditorias devem ser realizadas por auditores qualificados que não podem auditar o próprio trabalho.
Os resultados devem ser registados e dados a conhecer aos responsáveis das áreas auditadas para
que estes desenvolvam acções correctivas das não conformidades encontradas. Deve fazer-se a verifi-
cação e o registo da implementação e da eficácia das acções correctivas.
− relatórios a gerar.
É necessário utilizar métodos apropriados para medir a capacidade dos processos, confirmar a manu-
tenção da capacidade e, no caso de esta não acontecer, corrigir o processo.
A organização deve determinar quando é necessário executar inspecções e que técnicas de inspecção
e ensaio deve utilizar para assegurar a conformidade do produto. É necessário identificar sempre quem
autoriza a liberação do produto.
O objectivo principal deste requisito é prevenir o uso inadvertido de produtos não conformes.
− as não conformidades que são corrigidas imediatamente pelo operador não requerem relatório for-
mal (a não conformidade pode ser apenas anotada nos registos de inspecção);
43
− as não conformidades que não podem ser corrigidas imediatamente, que necessitam de avaliação
ou implicam sucata requerem um relatório formal de não conformidade.
− data;
− identificação do produto;
O relatório pode ainda ser usado para registar informação, por exemplo, para cálculo dos custos da
qualidade.
É possível utilizar os produtos não conformes tal como estão em dois casos:
− reclassificação – o produto é utilizado para satisfazer uma especificação menos exigente (por
exemplo, se na mesma fábrica forem produzidos dois produtos com as mesmas dimensões e tole-
râncias diferentes, um desvio na tolerância mais apertada pode não exceder a mais larga);
A derrogação pode ser pedida por um fornecedor (o fornecedor submete um pedido de derrogação on-
de especifica a não conformidade e a quantidade de não conformes; a empresa decide se aceita ou
não) ou pela empresa (o cliente é informado da não conformidade e da quantidade e decide se aceita).
A derrogação pode ainda ser interna: quando um produto é detectado não conforme entre duas fases
de fabrico pode ser decidido utilizá-lo tal como está.
44
Em qualquer dos casos deve haver uma reflexão cuidada sobre as consequências que a não conformi-
dade terá na qualidade final do produto e a decisão de aceitar ou submeter a derrogação deve ser bem
ponderada. A aceitação da não conformidade deve ficar registada.
− departamentos a informar;
− responsabilidades na decisão;
− registos a efectuar.
Devem ser empreendidas acções apropriadas aos efeitos (efectivos ou potenciais) da não conformida-
de quando detectada a existência de produtos não conformes após a entrega ou o início da utilização.
Esta cláusula requer o tratamento dos dados recolhidos nas actividades de monitorização e medição e
de outras fontes. O objectivo é comprovar a adequação e a eficácia do SGQ e identificar oportunidades
de melhoria desta eficácia. A análise de dados deve ser uma actividade contínua para que o sistema
possa responder em tempo útil às tendências identificadas.
Devem ser determinados métodos e responsabilidades para análise bem como meios apropriados de
recolha e tratamento de dados.
8.5 Melhoria
As acções correctivas são essenciais para evitar que produtos, processos e procedimentos do sistema
da qualidade se afastem dos parâmetros estabelecidos. Tratam situações de não conformidade.
45
As acções correctivas podem dizer respeito a:
− registos de inspecção;
− relatórios de auditorias;
− impressos a utilizar.
Também podem ser requeridas acções correctivas a fornecedores, na sequência da avaliação de for-
necedores (7.4.1 Processo de compra, página 37). O impresso a utilizar deve ser numerado e conter a
identificação do fornecedor e do produto em causa, descrição da não conformidade, prazo para respos-
ta e espaço para a resposta do fornecedor. O procedimento pode definir as acções a tomar quando o
fornecedor não responde ao pedido de acções correctivas.
46
8.5.3 Acções preventivas
− impressos a utilizar.
47
48
Anexos
Exemplos de:
− manual da qualidade;
− procedimento;
− instrução de trabalho;
− impresso.
Nota: os documentos a seguir apresentados são apenas exemplos. Não pretendem representar a forma
correcta mas sim uma forma correcta. Lembremos que a norma ISO 9001 dá a liberdade a cada organiza-
ção de definir o tipo e extensão da sua documentação para se adaptar aos seus aspectos específicos.
49