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De acordo com Costa( 2009. Pag.517) estabelece que A responsabilidade civil constitui
uma figura jurídica com manifesta relevância prática e teoria. Ocorre quando uma
pessoa deve reparar um dano sofrido por outra. A lei faz surgir uma obrigação em que o
responsável é devedor e o lesado credor. Trata-se, portanto, de uma obrigação que nasce
directamente da lei e não da vontade das partes, ainda que o responsável tenha querido
causar o prejuízo. Averiguaremos, adiante, em que medida a matéria pode ser
disciplinada convencionalmente.
Diversos são os caracteres da responsabilidade penal. Esta aparece como uma defesa
contra os autores dos facto que atinge a ordem social. No ilícito penal, portanto ofendem
se o dever jurídico estabelecido imediatamente no interesse da colectividade. As
sancoes criminais visam defender a sociedade: propõem-se fins de prevenção geral e
especial, através da intimidação e da educação do delinquente (penas e medida de
seguranças) e fins éticos-retributivos, através da expiação pelo delinquente da sua culpa
(penas). Compreende-se, assim, que as sanções criminais tenham carácter publico e
indisponível.1
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Sobre esta distinção entre o ilícito civil e o ilícito criminal consultamos no manual de EDUARDO
CORREIA, Direito Criminal .
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É um acréscimo de bens que se verifica no património de um sujeito, em detrimento de outrem, sem
que para isso tenham um fundamento jurídico
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Melhor de salientar que só muito excepcionalmente a indemnização pode ser fixada em quantitativo
inferior aos danos, como sucede no âmbito do artigo 494 c.c.
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É o discumprimento da obrigacao assumida voluntaria ou involuntária, do estrito dever juridico criado
entre os que se compremeteram a dar, a fazer ou a se omitir de fazer algo ou o seu cumprimento parcial
de forma incompleta ou mal feita.
responsabilidade civil decorre de um descomprimindo de obrigação estabelecida
contratualmente com um agente capaz, que é um objecto lícito, possível, determinando,
ou indeterminado, em que um dos contraentes causa um dano ao outro, dano este
originário do incumprimento de uma obrigação previamente estabelecida no contrato. A
responsabilidade contratual se origina da inexecução contratual. Pode ser de um negócio
jurídico bilateral ou unilateral. Resulta, portanto, de ilícito contratual, ou seja de falta de
adimplimento ou de mora no cumprimento de qualquer obrigação. É uma infracção a
um dever especial estabelecido pela vontade dos contratantes, por isso decorre da
relação obrigacional preexistente e pressupõe capacidade para contratar. A
responsabilidade contratual é o resultado da violação de uma obrigação anterior, logo,
para que exista é imprescindível a preexistência de uma obrigação.
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Este principio e o principio segundo o qual um facto mais amplo e mais grave consome, isto e, absorve,
outros factos menos amplos e graves, que funcionam como fase normal de preparacaoou execucao ou
com um mero exaurimento. Custuma se dizer:”o peixão (facto mais abragete) engole os peixinhos
(factos que integram aquele como sua parte isso e de FERNANDA CAPEZ.
Os Pressupostos da Responsabilidade civil por factos ilícitos
O facto;
A ilicitude;
A impugnacao do facto ao lesante, o dano e nexo de causalidade
entre o facto e o dano.
a) Facto: Accoes e Omissoes
Tal qualificacao da conduta do agente tem o único sentido de excluir os factos naturais
produtores de danos, ou seja, os que não dependem da vontade humana e se apresentam
por ela objectivamente incontroláveis, como sucede quando os danos procedem de
causa de forca maior ou de circunstancias fortuitas invencives(um ciclone, inundacoes,
uma faísca). Portanto em contrapartida não se exige que se trate de factos humanos,
intencionais, quer dizer, de comportamentos cujo o resultados se hajam de antemão
desejados ou considerados possíveis. Assim como não se mostra necessário que o
agente possuía capacidade de exercício de direitos em certos termos, se admita ate a
responsabilizacao de pessoas sem capacidade natural de entendimento ou de
vontade(arts.448 e 449 CC)
Via de regra, a conduta do agente constitui um facto positivo ou accao, que viola um
dever jurídico de não intromissão na esfera de outra pessoa, titular do correspondente
direito absoluto (Ex: injuria, ofensa corporais, apropriacao ou danificacao de uma coisa
alheia). Mas também um facto negativo ou omissão pode ocasionar danos.
A nossa lei toma posicao no artigo 486 CC. Nele se declara que as simples omissões
dão lugar à obrigacao de reparar os danos, quando, independentimente dos outros
requisitos legais, havia, por forca da lei ou de negocio jurídico, o dever de praticar o
acto comitido.
b) Ilicitude
O facto voluntario que lesa intersses alheios so obriga a reparacao havendo ilicitude;
que consite na infraccao de um dever jurídico. Mas conduzirá a esse resultado a
violacao de todo e qualquer dever jurídico?
Apuremos portanto, antes de mais, os termos em que a lei concretiza o referido modo de
intijuricidade ou contrariedade ao direito. Antecipa-se que alem de se estabelecer linhas
genéricas, são conteplados casos especiais de ilicitude. Todavia pode verificar-se a
inexistência de ilicitude não obstnte a pratica de um facto que normalmente a
envolveria. Entra-se então no domínio das causas de exclusão da ilicitude ou das causas
justificadas do facto danoso.
Formas de ilicitude
O art 436 no 1 do cc. Fixa o principio geral da matéria. Ai se indicam as duas formas
essenciais de ilicitude:
Tem se agora em conta a ofensa de deves impostos por lei que visem a defesa de
intersses particulares, sem que confira corespectivamente, quaisquer direitos
subjectivos. Ex: a infraccao de uma lei que imponha determinada providencias
sanitárias ou proíba o estacionamento de veículos em certos locais, ou a infraccao de
uma lei aduaneira destinada a proteger a industria do pais.
Trata-se como se referiu, daquelas circunstncias que, por tirarem ao facto que ocasionou
o dano a sua ilicitude, excluem a responsabilidade civil. o próprio no 1 do art 483 cc,
pressupõe a possibilidade de violacao licita de direitos de outrem ou de normas dirigidas
a proteger interesses alheios, o que corresponde à intervensao de uma causa
justificativa. Existem certas causas especiais justificativas do facto que se consagram a
propósito do exercício e tutela dos direitos (arts 334 e segs); acção directa, legitima
defesa, estado de necessidade e o consentimento do lesado.
a) Acção directa
Consiste a acção directa no rescurso a forca com fim de realizar ou assegurar o próprio
direito. Encontra-se regulada no art 336 do cc. O numero 2 deste preceito indica a titulo
exemplificativo que “ a accao directa pode consistir na apropriacao distruicao ou
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Em relação a estes, afasta quaisquer duvidas no n o 2 do artg 70 cc estabele que “independentimente
da responsabilidade civil a que haja lugar, a pessoa ameaçada ou ofendida pode requerer as
providencias adequadas as circunstancias do caso, com o fim de evitar a consumacao de ameca ou
atenuar os efeitos da ofensa já cometida.”
detorioracao de uma coisa, na eliminacao de restencia irregularmente oposta ao serviço
do direito, ou noutro acto análogo.7
b) Legitima defesa
De um modo geral pode definir-se a legitima defesa como sendo a realizada pelo
próprio titular de um direito, ou por terceiro contra uma agressão actual e ilícita a esse
direito, quando não for possível em tempo útil o recurso a autoridade publica (art 337 no
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c) Estado de necessidade
Determina-se o art. 339. No 1 cc, que “é lícito a acção daquele que destruir ou danificar
coisa alheia com fim de remover o perigo actual de um dano manifestamente superior,
quer do agente, quer do terceiro”. Nisto consiste o chamado estado de necessidade.
Atendendo a letra da lei e aos correspondentes trabalhos preparatórios, parece que o
referido preceito apenas admite o sacrifico de coisas ou direitos patrimoniais alheios,
inclusive através do acto menos prejudicial do seu simples uso.9
d) Consentimento do lesado
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Em matéria de exercício de direitos como sabemos o principio fundamental consiste na proibição de
autodefesa. Estabelece o art 1o do CPC. Que “a ninguém e licito o recurso a forca com o fim de realizar
ou assegurar o próprio direito, salvo nos casos e dentro dos limites declarados na lei”.
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O acto considera-se igualmente justificado, ainda que haja excesso de legitima defesa, se o excesso for
devido a perturbação ou medo não culposo ao agente
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No sentido de que a enumeracao do numero 1 do art 339. É taxativa (destruicao ou danificacao de
coisa alheio), embora considere-se implícito o simples uso.
Imputação do facto ao agente
Não basta que haja uma violação ilícita de um direito ou interesse juridicamente
protegido de outrem. Impõe-se ainda, que se tenha procedido com dolo ou mera culpa,
lembremos que isto mesmo patenteia o artigo 483.º que já mencionamos no presente
trabalho, no seu no 1, para logo acrescentar no n o 2, que só existe responsabilidade
independente de culpa quando a lei o especifique.
Diz-se imputável a pessoa com capacidade natural para prever os efeitos e medir o valor
dos actos que pratica para determinar de harmonia com juízo que faca acerca deles.
Artigo 488˚ cc, “não responde pelas consequências do facto danoso quem, no momento
em que o facto ocorreu, estava, por qualquer causa, incapacitado de entender ou
querer, salvo se o agente se colocou culposamente nesse estado, sendo transitório.”
É imputável o sujeito que tem o mínimo de inteligência para perceber o alcance do acto
que pratica e que tem liberdade e determinação, isto é, que é livre de decidir ou não, de
praticar o acto, isto que se chama de imputabilidade.
Para haver obrigação de indemnizar, é condição essencial que haja dano, que o facto
ilícito culposo tenha causado um prejuízo a alguém.
O dano é, o prejuízo que um sujeito jurídico sofre. Ou na sua pessoa, ou nos seus bens,
ou na sua pessoa e nos seus bens.
Classificação de danos
Culpa
Dolo direito: quando o agente actuou para obter a consequência ilícita danosa e a
obteve; o agente actuou intencionalmente para o resultado ilícito.
Dolo necessário: quando o agente não tinha como objectivo do seu comportamento o
resultado ilícito, mas sabia que o seu comportamento ia ter como resultado necessário,
inevitável, o ilícito;
Dolo eventual: quando o agente prefigura a consequência ilícita e danosa como uma
consequência possível do seu comportamento e não faz nada para evitar.
Além do nexo, entre o facto ilícito e a vontade do lesante, nexo que constitui o elemento
volitivo ou emocional do dolo, este compreende ainda um outro elemento, de natureza
intelectual. Para que haja dolo essencial o conhecimento das circunstancias de facto que
integram a violação do direito ou da norma tuteladora de interesses alheios e a
consciência da ilicitude do facto.
Há culpa consciente, o agente não previu o resultado, não pensou nisso e ele correu.
A mera culpa (consciente ou inconsciente ) exprime, uma ligação da pessoa com o facto
menos incisiva do que o dolo, mas ainda assim reprovável ou censurável. O grau de
reprovação ou de censura será tanto maior quanto mais ampla for a possibilidade de a
pessoa ter agido de outro modo, e mais forte ou intenso o dever de o ter feito.
Há circunstancias que em concreto afastam a culpa do agente, isto e, fazem com que o
agente não seja objecto do juízo de culpabilidade quando seria normalmente se essas
circunstancias não tivessem ocorrido.
A nossa lei faz referência as duas causas de escusa, de uma forma técnica nos
arts.337˚no 2 e 338˚ código civil. Faz-se referência a uma causa de exclusão de
culpabilidade que e o medo, desde que revista certas características:
Essencial: tenha sido ela a causa determinante do comportamento do agente, ou dito de
outro modo, o agente só tenta actuado por causa do medo;