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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE ECONOMIA E CIÊNCIAS EMPRESARIAIS

Licenciatura em Gestão Financeira e Bancaria

Cadeira: Auditoria

AUDITORIA INTERNA VS AUDITORIA EXTERNA

Discente: código:

Carolina RildoMachabana 201831056

Donato Ayirton Goenha Junior 201831126

Vanda MatérciaMachava 201831044

Docente: dr. Maria Helena Bicudo Abdul

MAPUTO, 19 OUTUBRO DE 2020


ÍNDICE
I. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................1

1.1. Contextualização.........................................................................................................................1

1.2. Justificativa..................................................................................................................................3

1.3.1. Objectivo Geral....................................................................................................................4

1.3.2. Objectivos Específicos.........................................................................................................4

1.4. Metodologia de pesquisa.............................................................................................................4

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................................5

2.1. Conceitos Fundamentais..................................................................................................................5

2.1.1. Auditoria..............................................................................................................................5

2.1.2. Auditoria Interna..................................................................................................................6

2.1.3. Auditoria Externa.................................................................................................................7

2.2. Diferenças entre a Auditoria Interna e a Auditoria Externa.........................................................8

2.3. Relação entre a Auditoria Interna e Auditoria Externa................................................................9

III. CONCLUSÃO...............................................................................................................................11

IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................................12


I. INTRODUÇÃO

I.1. Contextualização

A palavra Auditoria tem sua origem no latim, vem de "Audire", que significa ouvir; esta faz
referência a um exame analítico e pericial que segue o desenvolvimento das operações
contabilísticas desde o início até o balanço.

É difícil dizer com precisão quando começa a história da auditoria, pois toda a pessoa que
possuía a função de verificar a legitimidade dos factos económico-financeiros, prestando contas
a um superior, pode ser considerada como auditor.

Segundo estudos de SILVA (2016), a auditoria teve seu surgimento na Inglaterra por volta do
ano de 1.314 no século XIV, na qual a governança aplicava a apuração periódica e de sistemas
das contas públicas.

Os imperadores romanos nomeavam altos funcionários que eram encarregados de supervisionar


as operações financeiras de seus administradores provinciais e lhes prestar contas verbalmente.
Na França, no século III, os barões tinham que realizar leitura pública das contas de seus
domínios, na presença de funcionários designados pela Coroa. Na Inglaterra, por acto do
Parlamento, o rei Eduardo I dava direito aos barões de nomear seus prepostos. Ele próprio
mandou verificar as contas do testamento de sua falecida esposa. A aprovação desses auditores é
atestada em um documento que constitui um dos primeiros relatórios de auditoria, denominado
"probatur sobre as contas". Pode-se notar em todos estes casos que a grande preocupação com
fraudes por parte de todos aqueles dirigentes.

O grande salto da auditoria ocorreu após a crise económica americana de 1929. No início dos
anos 30, é criado o famoso Comité May, um grupo de trabalho instituído com a finalidade de
estabelecer regras para as empresas que tivessem suas acções cotadas em bolsa, tornando
obrigatória a Auditória Contábil Independente nos demonstrativos financeiros dessas empresas.

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Esses auditores independentes no desenrolar de suas actividadesnecessitavam de ter acesso a
informações e documentos que levassem ao conhecimento mais profundo e análises das
diferentes contas e transacções. Para tanto, foram designados funcionários da própria empresa.

Estava lançada a semente da Auditoria Interna, pois os mesmos, com o decorrer do tempo,
foram aprendendo e dominando as técnicas de Auditoria e utilizando-as em trabalhos solicitados
pela própria administração da empresa.

As empresas notaram que poderiam reduzir seus gastos com auditoria externa, se utilizassem
melhor esses funcionários, criando um serviço de conferência e revisão interna, continua e
permanente, a um custo mais reduzido. Os auditores externos, também ganharam com isso, pois
puderam se dedicar exclusivamente ao seu principal objectivo que era o exame da situação
económico-financeira das empresas.

Posteriormente, nas grandes empresas de transporte ferroviário foi também criado um corpo de
fiscais denominado "travelling auditor", que tinham a função de visitar as estações ferroviárias e
assegurar que todo o produto da venda de passagens e de fretes de carga, estava adequadamente
arrecadado e contabilizado.

Após a fundação do TheInstituteofInternalAuditors, em Nova Iorque, a auditoria interna


passou a ser vista de maneira diferente. De um corpo de funcionários de linha, quase sempre
subordinados a contabilidade, pouco a pouco, passaram a ter um enfoque de controlo
administrativo, cujo objectivo era avaliar a eficácia e a efectividade da aplicação dos controles
internos. O seu campo de acção funcional, foi estendido para todas as áreas da empresa, e, para
garantir sua total independência, passou a ter subordinação directa à alta administração da
organização.

O presente trabalho é do âmbito académica, para a cadeira de Auditoria, este irá cingir-se no
tema ‘’Auditoria Interna VS Auditoria Externa’’, tendo com principal objectivo realizar uma
comparação minuciosa destes dois conceitos. O mesmo terá como objectivos específicos
descrever os dois conceitos, identificar suas principais diferenças e por fim identificar a relação
existente entre eles.

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I.2. Justificativa

A auditoria tem importância crescente para o amadurecimento do ambiente de negócios,


assegurando maior credibilidade para as demonstrações financeiras das empresas, ao atestar, nos
limites estabelecidos pelas normas contabilísticas, que foram realizadas em conformidade com as
práticas contabilísticas aplicáveis à entidade e, portanto, representam adequadamente a situação
patrimonial e financeira da empresa nos seus aspectos relevantes. Exerce, assim, uma função
social, ajudando a organizar o mercado e contribuindo para o aumento da transparência e o
aumento da confiança entre as empresas e público investidor e demais interessados.

A relevância do estudo do tema se insere no âmbito académico e social, pois este servira para
disseminar o conhecimento a respeito destes conceitos , servindo de auxilio para a classe
académica podendo ser utilizado de suporte para outros estudos relacionados. A colaboração
para a sociedade vem através da solidez que pode ser alcançada pelas entidades que utilizarem
com dinamismo a auditoria, colaborando para que estas cumpram sua função social.

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I.3. Objectivos da pesquisa

I.3.1. Objectivo Geral

 Realizar comparação minuciosa da Auditoria Interna & Auditoria Externa.

I.3.2. Objectivos Específicos

 Descrever a auditoria interna e a auditoria externa;

 Identificar as diferenças entre a auditoria interna e a auditoria externa;

 Identificar a relação entre a auditoria interna e a auditoria externa.

I.4. Metodologia de pesquisa


Tendo sido mencionados os objectivos, o trabalho obedecerá ao método qualitativo.
Tipo de pesquisa
 Pesquisa bibliográfica: consultando obras e artigos científicos;
 Consulta páginas da internet.

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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

II.1. Conceitos Fundamentais

II.1.1. Auditoria
ARENSet al. (2002) define auditoriacomo um processo de acumulação e avaliação de evidências
sobre informações, de forma a determinar e reportar o grau de correspondência entre as mesmas
e os critérios estabelecidos na sua elaboração.

De forma genérica, o processo de auditoria baseia-se em evidências expurgadas pelo auditor com
o objectivo de apurar a correlação existente entre as informações auditadas e os critérios
utilizados a que ela se reporta.

Para ATTIE (1998, p.25) a Auditoria é uma especialização contábil voltado a testar a eficiência e
eficácia do controle patrimonial implantado com o objectivo de expressar uma opinião sobre
determinado dado.

Os principais objectivos da auditoria passam por:


 Identificar conformidade ou não conformidade com os requisitos especificados;
 Constatar eficácia do sistema no atendimento aos objectivos e metas estabelecidos;
 Atender requisitos legais, normativos, contratuais e regulamentares;
 Proporcionar satisfação e confiança aos clientes internos e externos.

Existem diversos tipos de auditoria, os quais, de um modo geral, têm a designação diferente
consoante o seu objecto, finalidade, âmbito, extensão, periodicidade e agente executante:

Tabela 1. Classificação e tipos de Auditoria

Critério de classificação Tipo de auditoria


Quanto ao conteúdo e finalidade  Auditoria das demonstrações financeiras

 Auditoria de conformidade

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 Auditoria de gestão

 Auditoria estratégica

Quanto à amplitude  Auditoria geral

 Auditoria parcial

Quanto à periodicidade  Auditoria permanente

 Auditoria ocasional

Quanto a período temporal que  Auditoria de informação histórica


analisa
 Auditoria de informação previsional

Quanto ao sujeito que a realiza  Auditoria interna

 Auditoria externa

A auditoria externa e a auditoria interna são dois dos tipos de auditoria que podemos encontrar
numa entidade contribuindo ambas para a melhoria da fiabilidade da informação mas com
processos e objectivos diferentes.

II.1.2. Auditoria Interna


De acordo com o TheInstituteofInternalAuditors (IIA) a auditoria interna e uma actividade
independente, de avaliaçãoobjectiva e de consultoria, que tem como objectivo acrescentar valor e
melhorar as operações de uma organização. Desta forma, ajuda a organização na prossecução
dos seus objectivos.

A auditoria interna é uma função contínua, completa e independente, desenvolvida na


organização, por pessoal desta ou não, baseada na avaliação do risco, que verifica a existência, o
cumprimento, a eficácia e a optimização dos controlos internos e dos processos de gestão,
ajudando-a a atingir os seus objectivos.

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Resumindo, a auditoria interna assume a função primordial de supervisãoda gestão do risco, dos
controlos e dos processos de gestão. É uma actividade de grande importância estratégica que
contribui directamente para o fortalecimentoda gestão organizacional.

O objectivo da auditoria interna é ajudar todos os componentes da administração no


desenvolvimento e na execução de suas funções e responsabilidades, fornecendo-lhes análises,
orientações, recomendações e comentários das actividades analisadas caso a administração não
aceita à função dentro da empresa do auditor e for ignorada e totalmente irrelevante, pois deve
ter aceitação dos administradores para trabalhar em conjunto com o auditor fazendo assim da
auditoria interna um órgão importante nas tomadas de decisões (CREPALDI, 2002).

II.1.3. Auditoria Externa


Auditoria externa é uma auditoria independente, que tem a finalidade de revisar as
demonstrações financeiras, realizando testes e procedimentos para emitir relatórios de auditoria
às empresas que são auditadas, demonstrando a posição patrimonial e financeira da entidade.

A auditoria externa é realizada por um auditor independente que não possui vínculo com a
empresa auditada, ele é contratado para dar sua opinião sobre as demonstrações com o objectivo
de verificar se elas estão sendo apresentadas adequadamente.

No que tange a auditoria independente (auditoria externa), esta vem sendo de extrema
necessidade dentro da empresa, ainda mais quando faz a separação do administrador da empresa
e o proprietário desta. Por exemplo, quando o próprio dono da empresa é o administrador ele
sabe tudo que está acontecendo dentro da sua empresa, fazendo assim as suas próprias
conclusões a serem passadas adiante para o seu contador.

Contudo, quando o dono não é administrador da sua empresa, ao passo que coloca terceiros para
administrar como um cargo de gestor é de extrema necessidade ter um auditor para facilitar o
trabalho de verificação e saber o que está acontecendo dentro da empresa para passar adiante

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para o proprietário, tornando-se a figura do auditor externo importante, sendo capaz de auditar,
fiscalizar e controlar.

A auditoria externa não é específica para detectar fraudes e erros, interferir na administração da
empresa ou demitir pessoas de modo a reorganizar toda estrutura do processo produtivo da
empresa. O auditor pode ocorrer de encontrar naturalmente alguns erros e fraudes, mas seu
objectivo não é este. Sua intenção está voltada em emitir um parecer. O auditor externo examina
e mede o grau de confiança do controle interno, porém ele não tem a preocupação de identificar e
achar fraudes (CREPALDI, 2002).

II.2. Diferenças entre a Auditoria Interna e a Auditoria Externa


A auditoria pode ser interna e ou externa. Ambas as actividades são úteis para o empenho da
auditoria e são reconhecidas tanto pelo auditor interno quanto pelo auditor externo.
Conjuntamente seguem os mesmos objectivos, os quais têm a função de demonstrar e analisar os
erros e dar uma solução para tal erro cometido.

As auditorias têm características que se diferenciam, embora as técnicas de trabalho sejam


semelhantes, porém cada uma tem influência significativa para a administração das empresas,
com objectivo de manter o controle dos processos, diminuir os erros e propor melhorias, isso
garante a transparência da organização perante as outras empresas e aos órgãos fiscalizadores.
(CREPALDI, G.; CREPALDI, S., 2016, p. 82).

De acordo com autor ALMEIDA (2012), o mesmo processo usado na auditoria interna é similar
à auditoria externa, contudo deve-se ressaltar que existem diferenças fundamentais entre elas, o
auditor interno e auditor externo também têm suas semelhanças básicas e diferenças.

O auditor interno é empregado da empresa auditada, possui o grau de independência e executa a


auditoria contábil e operacional. Seus principais objectivos consistem em analisar as normas
internas, se estão sendo seguidas conforme planeado; verificar a necessidade de aperfeiçoar as
normas internas vigentes; examinar o grau de necessidade de novas normas internas; realizar

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auditoria de diversas áreas das demonstrações financeiras em áreas operacionais; e o maior
volume de teste, ou seja, ter o maior tempo na empresa para executar os serviços de auditoria.

O auditor externo não possui vínculo empregado com a empresa auditada, tem o maior grau de
independência, pois executa apenas a auditoria contábil como sendo seu principal objectivo,
emitindo um relatório de opinião sobre as demonstrações verificadas, no sentindo de analisar
como se reflecte a posição adequada e financeira da empresa, o resultado das operações e as
mutações do património líquido.

Além disso, verifica os fluxos de caixa da empresa examinada cujo objectivo é saber se as
demonstrações foram organizadas conforme os princípios contábeis e se estes princípios foram
executados iguais ao exercício anterior. O auditor externo possui menor volume de testes
devidoao interesse em erros individuais ou acumulação de erros que possam alterar de maneira
fundamental as informações das demonstrações financeiras.
A tabela abaixo ilustra as principais diferenças entre a auditoria interna e auditoria externa:

Tabela 2. Diferenças entre Auditoria Interna e Auditoria Externa


Elementos Auditoria Interna Auditoria Externa
Sujeito Auditor interno (funcionário Profissional independente
da empres)
Acção e Objectivo Exame dos controles Exame das demonstrações
operacionais financeiras

Finalidade Promover melhorias nos Opinar sobre as


controles operacionais demonstrações financeiras

Relatório principal Recomendações de controle Parecer


interno e eficiência
administrativa

Grau de independência Menos amplo Mais amplo


Interessados no trabalho A empresa A empresa e o público geral
Responsabilidade Trabalhista Profissional, civil e criminal
Número de áreas cobertas pelo Menor Maior
exame durante um período

Intensidade dos trabalhos em Maior Menor


cada área
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Continuidade de trabalho Continuo Periódico
Fonte: Crepaldi, G, Crepaldi, S. (2016, p. 82).

II.3. Relação entre a Auditoria Interna e Auditoria Externa


Os trabalhos da Auditoria Interna e Auditoria Externa são desenvolvidos com objectivos
distintos, os quais são respectivamente, o de encontrar falhas de processo e o de certificar a
correcta elaboração das demonstrações financeiras para os usuários da informação, apesar desta
observação, são identificados pontos que se relacionam entre os meios utilizados para se alcançar
tais objectivos.

É dever do auditor externo a emissão dos papéis de trabalho, que são o conjunto de documentos
com provas de Auditorias emitidas a fim de testar processos, e esses são emitidos pelo próprio
auditor e a guarda da documentação também é de sua responsabilidade. A relação de trabalho é
que o auditor externo pode-se utilizar os papéis de trabalho já desenvolvidos pelo auditor interno,
desde que o auditor independente (externo) se certifique de que o trabalho desenvolvido está
conforme o exigido pelas normas de Auditoria.

O cronograma de trabalho do auditor independente é feito em conjunto com o auditor interno, se


o trabalho do auditor interno é desenvolvido correctamente e possibilita a utilização por parte do
auditor externo, ele passará menos tempo em campo colectando dados para realização de testes, e
com isso os custos com o auditor externo será decrescido mediante o óptimo funcionamento do
trabalho do auditor interno.

Com essa cooperação de ambas as Auditorias pode-se melhorar a eficácia da Auditoria Externa,
por outro lado uma “má” coordenação entre elas pode levar a duplicidade de trabalho, falta de
credibilidade, distorção ou omissão de informações. Para que haja essa cooperação o auditor
interno deve passar ao auditor externo confiança e sua eficiente qualificação, para que o mesmo
não resista a aceitar suas opiniões.

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III. CONCLUSÃO

A auditoria é fundamental nas empresas, pois como falado seu propósito maior não é descobrir
fraudes e erros, mas acontecem naturalmente essas descobertas e sua função é verificar
documentos, fichas, arquivos e as anotações que comprovem os actos administrativos. O auditor
consegue e pode orientar ao administrador a situação da sua empresa.

No contexto das diferenças, constatou-se que o auditor interno é contratado pela empresa para
ser um colaborador, para auxiliar melhor na parte administrativa. Na auditoria externa o auditor é
uma empresa independente e sua finalidade é retractar a veracidade dos fatos, respondendo aos
interesses de terceiros.

Identificou-se que existe relação entre a Auditoria Externa e a Auditoria Interna no que diz
respeito aos meios utilizados para se chegar à conclusão de seus exames, como exemplo o
planeamento do trabalho, testes, papéis de trabalho e emissão de relatórios.

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IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria - Um curso Moderno e Completo. São Paulo: Editora
Altas, 2012.
ATTIE, Wiliam. Auditoria Interna. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1998. P. 25.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil - Teoria e Prática. São Paulo: Editora Atlas,
2002.
SILVA, Alessandra Fernandes Gomes da. A importância da auditoria externa e a
responsabilidade do auditor ante à fraude. Universidade Cândido Mendes, 2016.

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