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Entre 1939 e 1945, o mundo vivenciou a guerra mais mortífera de sempre, uma disputa de caráter militar

entre dois grupos de países que tinham interesses e opiniões adversos. Existe sempre um vencedor no papel
e no caso desta foram os Aliados. Mas as consequências que esta traz, o sofrimento, a pobreza, as
destruições vivenciam-se em todos os países que participaram na guerra, tanto nos países vencedores como
nos países vencidos.

Na primeira imagem observamos, a cidade de Dresden, na Alemanha completamente destruída. Dresden foi
uma das muitas cidades alvo durante a 2º Guerra Mundial. Conseguimos observar montes de pedras no
chão, antes pertencentes a paredes de casas, lojas ou mesmo igrejas e museus, apenas as fachadas ficaram
de pé, tudo o resto ardeu. Escolas, hospitais, teatros, cinemas, bancos de um momento para o outro
deixaram de existir. Foi o resultado de três dias de bombardeamentos. Esta pequena cidade era uma cidade
histórica que sobrevivia do turismo, não tinha qualquer carater militar e industrial, mas mesmo assim
durante horas foi bombardeada pelas forças aéreas americanas e inglesas.

Para além da destruição na cidade e das perdas materiais, muitas pessoas morreram. Durante os
bombardeamentos, famílias ficaram separadas e destruídas, grandes quantidades de corpos ficaram
subterrados, pessoas morreram nos abrigos subterrâneos e houve corpos que nunca foram encontrados. Os
que sobreviveram tornaram-se órfãos, viúvo e desalojados.

Mesmo depois dos bombardeamentos as pessoas continuaram a sofrer. Tentavam lidar com a dor da perda
e ao mesmo tempo tentavam arranjar algo para comer e aquecer-se, muitas morreram devido á falta de
alimento e com frio, na pobreza. Demoraram meses a reconstruir esta cidade, mas o sofrimento vivido por
estas pessoas vai ficar sempre marcado.

Ao observar esta imagem sinto uma sensação de revolução e de injustiça, nesta guerra como em todos os
conflitos morrem milhões de pessoas inocentes que nada fizeram para que isto acontecesse, apenas
estavam no lugar errado á hora errada. Estas ficam sem casas, sem uma fonte de rendimento e vivem na
pobreza durante muito tempo. Ao mesmo tempo, acho que devemos olhar para a imagem como um
exemplo de um erro que não pode voltar a ser repetido.

Atualmente, 75 anos depois, vivemos uma crise pandémica. O mundo é ameaçado por um vírus, o
coronavírus, desde o final de 2019. Um “inimigo” invisível que não escolhe idade, género, raça ou patamar
social para contaminar. Ainda é misterioso para nós, sabemos que afeta o sistema respiratório e a forma
mais usual de propagação é por gotículas quando falamos, tossimos e espirramos ou quando tocamos em
superfícies contaminadas, mas como se formou? Como atua no nosso corpo? Qual o tratamento adequado?
Ainda existem muitas perguntas que não têm resposta.
O mundo teve de reagir, países por todos os continentes começaram a adotar medidas preventivas, para a
taxa de contaminação diminuir e os serviços de saúde conseguirem responder á quantidade de casos
existentes. Este vírus não anuncia a sua chegada e vai se propagando rapidamente.

Infelizmente existem países que passam por grandes dificuldades, os médicos e os enfermeiros são poucos,
os hospitais não têm camas e ventiladores suficientes e por vezes os governos não tomam as medidas mais
acertadas. Os contaminados e os mortos pelo Covid-19 estão a aumentar a cada dia.

Portugal como tantos outros países recomendou o isolamento social, isto é, pediu á população para ficar em
casa. Apenas para sair desta quando era necessário, para trabalhar ou para realizar a compra de alimentos e
medicamentos. Aulas presenciais nas escolas, eventos sociais, competições desportivas e missas
comunitárias foram canceladas para evitar aglomerações, todas as lojas e centros comerciais também
fecharam portas. As pessoas, em casa não consomem certos produtos e nem necessitam de certos serviços,
fábricas e empresas consequentemente pararam de laborar. A economia parou, milhares de portugueses
foram enviados para casa em regime de lay-off ou desemprego.

A população enfrenta uma nova realidade, muitas pessoas vêm os seus salários serem reduzidos. Os médicos
e as enfermeiras, não habituados a esta situação começam a entrar num cansaço psicológico, tiveram de
abandonar as suas famílias para não as porem em risco e os turnos de trabalho são mais intensos. Outros
trabalhadores essências estão constantemente expostos ao risco. A falta de contacto e de convivência leva
ao desenvolvimento de doenças psicológicas como a depressão e a ansiedade. A probabilidade de
ocorrência de atos de violência doméstica aumenta e agora as suas vítimas, confinadas em casa, não têm um
intervalo. Muitas famílias choram pela perda de entes querido que não tiveram direito a um funeral.

Na segunda imagem observamos a Gare em Lisboa completamente vazia, as pessoas que utilizavam os
meios de transportes para ir trabalhar diariamente ou deslocarem-se, já não o fazem. Mostrando assim o
confinamento no país e transmitindo uma sensação de angústia e incerteza. Ninguém consegue prever como
será o futuro.

As duas imagens mostram acontecimentos importantes, em que a vida das pessoas transforma-se e altera-se
de um momento para o outro, sem aviso prévio. Não marcando apenas o momento em que se passam, mas
também todas as gerações futuras. Apesar disso não conseguimos compará-las na perspetiva de sofrimento,
dor e angústia. Nas duas situações estes sentimentos estão bem presentes, mas de uma forma
completamente diferente.

Em ambos os contextos há a ocorrência de mortes, mas enquanto que na Guerra a morte é vista com
normalidade e como uma necessidade, nos tempos da pandemia luta-se com todos os meios existentes para
que esta não aconteça.
Durante a 2º Guerra Mundial, mais de 50 milhões de pessoas foram mortas, tanto do lado dos Aliados como
do lado do Eixo, de uma forma injusta e bastante violenta. Estas deixaram famílias destruídas, crianças órfãs,
maridos e mulheres viúvos que não percebiam o motivo de ter perdido os seus entes queridos de um
momento para o outro.

Atualmente, o vírus já tirou a vida a muitas pessoas que possuíam uma família. Estas apesar de se sentirem
desamparadas sabem que os seus entes queridos em vida tiveram o atendimento e os cuidados necessários
para poderem partir em paz e que não foram vistos como uma necessidade para a vitória de alguém.

As pessoas que vivenciaram a Guerra ficaram sem casas, sem locais de trabalhos, tudo estava destruído. Esta
destruição nas cidades trouxe um grande sofrimento ás pessoas. Estas não tinham uma fonte de
rendimento, não conseguiam alimentar-se, não tinham um local onde se abrigar. Muitas viveram na pobreza
durante anos. Felizmente, atualmente não observamos essa destruição total de cidades, de portos e de
fábricas. Apesar de estarmos isolados e de não as vermos, elas permanecem inteiras.

Ambos os acontecimentos, trazem-nos graves crises económicas que afetam diretamente a população e
colocam muitas pessoas em risco. Durante o tempo de Guerra, os investimentos dos governos participantes
do conflito foram maioritariamente direcionados para esta, deixando outras áreas de lado, o que acabou por
gerar graves problemas socias.

Apesar dos EUA e a URSS terem saído com um saldo positivo, e terem-se tornado as maiores potências, isto
não aconteceu nos restantes países. Estes acumularam variadas perdas materiais, principalmente na
produção industrial, houve uma desvalorização da moeda e uma inflação de preços. Os governos não tinham
dinheiro para apoiar a sua população, a reconstrução das fábricas e das cidades demorou bastante e os
populares, também sem dinheiro, viveram na pobreza durante anos. Felizmente, receberam ajuda
económica das principais potências, consoante a sua zona de influência, para conseguirem reconstruir o seu
país, melhorando assim a vida da sua população.

Nos tempos de hoje, a pandemia gera uma grave crise económica a nível mundial. Ainda não se sabem os
impactos que poderá ter, nem qual a extensão que terá, isso dependerá do quão rapidamente o novo
coronavírus vai ser vencido. Milhares de pessoas ficaram desempregadas, muitas foram para casa em regime
de lay-off, houve uma enorme queda das bolsas por todo o mundo, alguns setores são bastantes afetados o
que leva ao fecho de muitas empresas devido ás paralisações económicas e ás várias restrições sociais
impostas pelos governos para travarem o avanço deste vírus.

Durante esta pandemia, como já referi, os governos para travar o avanço do Covid-19 aconselharam o
isolamento social. Isto tem trazido uma grande angústia e sofrimento á população que não está habituada.
As doenças psicológicas desenvolvem-se, a violência doméstica aumenta, a falta de contacto com a família
mais afastada traz saudades. Apesar de sabermos que é necessário, isto afeta nos profundamente.

Os militares, na Guerra e os médicos e enfermeiros, na pandemia são os heróis. Em ambos acontecimentos


são estes que colocam as suas vidas em risco e abandonam as suas famílias para lutarem contra as
necessidades do país. A vida destes muda completamente e por isso não devem ser esquecidos. Todos
sentem saudades da família, têm medo de não sair ilesos e mesmo assim aceitam o desafio.

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