FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS - PSICOLOGIA 3º PERÍODO
CONTRIBUIÇÕES DAS PSICOLOGIAS SOCIAIS
CRÍTICAS PARA OS TEMAS CONTEMPORÂNEOS EM PSICOLOGIA SOCIAL
Hananda Gabriele Silva
Belo Horizonte
2012 CONTRIBUIÇÕES DAS PSICOLOGIAS SOCIAIS CRÍTICAS PARA OS TEMAS CONTEMPORÂNEOS EM PSICOLOGIA SOCIAL
As diversas correntes da Psicologia social têm discutido exaustivamente
à cerca de temas que foram desenvolvidos e perpetuados em nossa sociedade. Com a colonização do Brasil, nosso povo herdou muitos preconceitos e discriminações de outros povos. Percebe-se que temas como relações de gênero, racismo e homofobia são debatidos na tentativa de encontrar uma solução para diminuir a desigualdade, mas no geral pouco tem se avançado nessa perspectiva.
A população negra possui a menor renda do país e seu acesso às
necessidades básicas do ser humano, como educação, alimentação, emprego, lazer, transporte, segurança, moradia, saúde, etc., revelam uma disparidade enorme no que se refere aos diferentes grupos étnico/raciais. A desigualdade racial caminha lado a lado com a desigualdade de renda no Brasil, ela é derivada de um processo de construção histórica, política e social (MUNANGA, 2006).
O preconceito ao longo da história foi muito além de perseguição e
isolamento dos negros, houveram genocídios, “limpeza étnica” e tortura. O Etnocentrismo, “termo que designa o sentimento de superioridade que uma cultura tem em relação às outras” (MUNANGA, 2006, p.181), é presente na sociedade brasileira até hoje. Segundo Munanga, (2006 p. 182) os preconceitos são aprendidos socialmente, ou seja, no convívio com outros indivíduos.
A Psicologia Social Política teria muito à contribuir para tentar resolver
as desigualdade social e discriminação racial. Ela tem como principais questões debatidas o preconceito social, o racismo, a xenofobia, entre outros. Como um dos principais conceito da Psicologia Social Política, tem se as políticas públicas:
“As políticas públicas traduzem, no seu processo de elaboração e
implantação e, sobretudo, em seus resultados, formas de exercício do poder político, envolvendo a distribuição e redistribuição de poder, o papel do conflito social nos processos de decisão, a repartição de custos e benefícios sociais.”
(TEIXEIRA, 2002, p. 2)
As diferenças nas relações de gênero entram, também, no campo das
discussões das Psicologias sociais críticas. Ao longo da história, é perceptível a distinção dos papéis sociais de homens e mulheres. Os homens estudavam, tinham poder de voto, mandavam em casa e eram obrigados à prover recursos materiais à família, enquanto às mulheres deveriam cuidar da casa, dos filhos e ser passiva às vontades do marido. (COELHO, BAPTISTA, 2009, p. 87). Mas “a posição social das ‘mulheres’ não resulta de uma determinação natural, mas sim de uma construção social e, como tal, passível de mudança.” (MAYORGA, PRADO, 2007).
A conquista de direitos pelas mulheres é um instrumento de mudança
nas relações sociais entre homens e mulheres. As mulheres ainda são tratadas diferentemente dos homens, haja em vista a comparação entre os salários deles e os dela, mas não é só isso. A inserção da mulher na política revela a diferença nas relações de gêneros, apesar do número de mulheres atuantes nos congressos, câmaras e senados terem aumentado, como citam COELHO, BAPTISTA (2009, p. 95) “Embora as mulheres constituam uma pequena maioria da população brasileira (50,78% em 2000, segundo dados do IBGE), as eleitas para a Câmara Federal em 2002 não atingiram 10% do total, o que mostra a sub-representação feminina.”
O preconceito e a discriminação também alcançam os homossexuais.
Segundo Padro e Machado (2008) as pessoas não-heterossexuais estão sujeitas às questões da hierarquização e interiorização, sendo isso “multideterminado e inter-relacionado aos diversos campos da vida social, como a cultura, a política, a saúde, a educação e outros.”
As Psicologias Sociais Críticas possuem grande poder de mudar a
mentalidade dos indivíduos sociais, fazendo com que as diferenças de gênero, raça ou de opção sexual, não definam exclusivamente quem somos. REFERÊNCIAS
COELHO, Leila Machado; BAPTISTA, Marisa. A História da Inserção Política
da Mulher no Brasil: uma Trajetória do Espaço Privado ao Público. PSICOLOGIA POLÍTICA . VOL. 9. Nº 17 . PP. 85-99. JAN. - JUN. 2009
MAYORGA, Cláudia; PRADO, Marco Aurélio Máximo.ORG.Gênero: um
conceito em movimento In : Psicologia social – articulando saberes e fazeres. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
MUNANGA, Kabengele; GOMES, Nilma Lino . O negro no Brasil de hoje. São
Paulo: Global, 2006.
PRADO, Marco Aurélio Máximo; MACHADO, Frederico Viana. Entre o
cotidiano e avenidas: movimentos sociais GLBTs In: Preconceitos contra a homossexualidade: a hierarquia da invisibilidade. São Paulo: Cortez, 2008.
TEIXEIRA, Elenaldo Celso. O Papel das Políticas Públicas no
Desenvolvimento Local e na Transformação da Realidade. Políticas Públicas - O Papel das Políticas Públicas, 2002.