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ISSN 2446-6123
Introdução
As políticas para formação de professores da educação básica em nível superior tem
sido tema recorrente no meio acadêmico devido às reivindicações por melhoria na qualidade
da educação básica no País. Acredita-se que melhorar a qualidade da educação básica implica
necessariamente, em melhorar a formação inicial e continuada dos profissionais da educação.
O presente texto discorre sobre as orientações expressas nessa nova diretriz curricular,
bem como, sobre a necessária articulação entre o ensino superior e a educação básica que são
intensificadas nos encaminhamentos propostos na Resolução atual. Para tanto, retoma os
marcos legais que fundamentam as políticas para formação inicial e continuada dos
profissionais do magistério.
Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível
superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e
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das reformas educativas destinadas aos professores influenciadas por inúmeros fatores
políticos e culturais:
anterior, estabelece prazo de dois anos para que as instituições de ensino superior façam as
devidas adequações em seu Projeto Pedagógico Institucional (PPI), Projeto Pedagógico do
Curso (PPC) e Projeto de Desenvolvimento Institucional (PDI).
Aguiar (2015, p. 247) assevera que as DCNS para o Magistério da Educação Básica
“atendem parte das demandas históricas das entidades acadêmicas do campo educacional,
envolvidas com o debate sobre a formação dos profissionais da Educação”.
1
Como demonstram as Portarias e Ata: Portaria CNE/CP nº 2, de 15 de setembro de 2004; Portaria CNE/CP nº
3, de 20 de setembro de 2007; Portaria CNE/CP nº 1, de 9 de outubro de 2008; Portaria CNE/CP nº 9, de 1º de
junho de 2009; Portaria CNE/CP nº 1, de 18 de junho de 2010; Ata nº 14 da reunião do CP/CNE em 4 de
setembro de 2012; Portaria CNE/CP nº 1, 28 de janeiro de 2014; Portaria CNE/CP nº 6, de 2 de dezembro de
2014 (BRASIL, 2015a, p. 2).
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Art. 1º[...]
§ 2º As instituições de ensino superior devem conceber a formação inicial e
continuada dos profissionais do magistério da educação básica na perspectiva do
atendimento às políticas públicas de educação, às Diretrizes Curriculares
Nacionais, ao padrão de qualidade e ao Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior (Sinaes), manifestando organicidade entre o seu Plano de
Desenvolvimento Institucional (PDI), seu Projeto Pedagógico Institucional (PPI) e
seu Projeto Pedagógico de Curso (PPC) como expressão de uma política articulada
à educação básica, suas políticas e diretrizes (BRASIL, 2015b).
Ainda nas disposições gerais, Artigo 3º, parágrafo 6º é previsto que o projeto de
formação deve ser elaborado e desenvolvido por meio da articulação entre a instituição de
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Quanto a Base Comum Nacional para a formação dos profissionais do magistério para
a educação básica, o capítulo II da Resolução, em seu Artigo 5º define que:
formação inicial e continuada dos professores das redes públicas de Educação Básica. Trata-
se de uma medida decorrente da Política Nacional de Formação dos Profissionais do
Magistério da Educação Básica, conforme se lê no artigo 1º da referida Portaria:
Assim, diante das orientações das DCNS para formação dos profissionais do
magistério da educação básica, em nível superior há que se questionar quanto a continuidade
do PARFOR. Este seria absorvido pelas instituições de Ensino Superior e faria parte da
composição do Projeto Pedagógico do Curso? Passaria a compor a estrutura curricular dos
cursos de licenciatura? Ou se tornaria um programa permanente a ser executados pelas
instituições de ensino superior? Essas questões carecem de discussão e esclarecimentos.
Outro ponto polêmico é o parágrafo 3º, do Artigo 9º que prevê que “a formação inicial
de profissionais do magistério será ofertada, preferencialmente, de forma presencial, com
elevado padrão acadêmico, científico e tecnológico e cultural” (BRASIL, 2015b). Polêmico
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dada a crescente oferta de curso de licenciatura a distância ofertados no País, inclusive pelas
próprias instituições de ensino superior pública. Seria um novo encaminhamento das políticas
de formação inicial de professores da educação básica? Essa questão também necessita de
reflexão no momento da readequação dos cursos de licenciatura.
Quanto aos cursos de segunda licenciatura, terão carga horária entre 800 e 1.200 horas,
a depender se pertencem ou não a mesma área do curso de origem. A carga horária de estágio
é de 300 horas podendo ser reduzida em até 100 horas para portadores de diploma de
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Por fim, nas disposições transitórias é estabelecido prazo de dois anos, a contar da data
de publicação da Resolução para que os cursos de formação de professores façam a devida
adaptação.
Resta acompanhar pra verificar se os prazos serão cumpridos e se essas DCNS que
como destaca Aguiar (2015), representam uma conquista histórica das entidades e associações
educacionais serão realmente observadas na organização dos cursos de licenciatura.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Fixa as
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: MEC, 1996.
______ . Casa Civil. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de
Educação – PNE e dá outras providências. Brasília, DF: Casa Civil, 2014. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/ lei/l13005.htm>. Acesso em: 22
ago. 2015.
259-282, 2015b.
FREITAS, Helena Costa Lopes de. Formação de professores no Brasil: 10 anos de embates
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