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Anais do XXIV Seminário Nacional UNIVERSITAS/BR

ISSN 2446-6123

POLÍTICAS PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO


BÁSICA EM NÍVEL SUPERIOR: EM DISCUSSÃO AS NOVAS DIRETRIZES
NACIONAIS PARA A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO
MAGISTÉRIO
Maria Eunice França Volsi - UEM
mariaeunice08@yahoo.com.br
Eixo 06: Produção do conhecimento na expansão da educação superior

Resumo: O presente texto apresenta reflexões e discussões acerca dos novos


desafios para a formação de professores da Educação Básica no Ensino Superior
mediante as novas diretrizes curriculares nacionais para a formação inicial e
continuada dos profissionais do magistério da educação básica estabelecidas pelo
Parecer CNE/CP nº2/2015, e pela Resolução CNE/CP nº 2/2015. É objetivo do texto
apresentar a articulação entre Ensino Superior e a Educação Básica a partir dessas
diretrizes, bem como o papel da universidade e sua articulação com a Educação
Básica. O encaminhamento metodológico se deu por meio da pesquisa bibliográfica
e documental. O estudo sinaliza os novos caminhos da política de formação de
professores no Brasil, as ações de governo nessa área e as interfaces com outras
dimensões das políticas educacionais no contexto atual.
Palavras-chave: Ensino Superior; Educação Básica; Política de Formação de
professores.

Introdução
As políticas para formação de professores da educação básica em nível superior tem
sido tema recorrente no meio acadêmico devido às reivindicações por melhoria na qualidade
da educação básica no País. Acredita-se que melhorar a qualidade da educação básica implica
necessariamente, em melhorar a formação inicial e continuada dos profissionais da educação.

Nesse sentido, em substituição a Resolução do Conselho Nacional de Educação/


Conselho Pleno (CNE/CP) nº 1/2002 que fixava as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
formação de professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de
graduação plena, foi aprovada em julho de 2015, novas diretrizes para a formação inicial de
professores, em nível superior. Trata-se da Resolução nº 2, de 1º de julho de 2015, que define
as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de
licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura)
e para a formação continuada.

Cabe destacar, que as novas diretrizes apresenta um elemento novo em relação a


anterior, pois juntamente com a formação inicial procura-se enfatizar também a formação
continuada dos professores, considerada elemento fundamental para o bom exercício
profissional.
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O presente texto discorre sobre as orientações expressas nessa nova diretriz curricular,
bem como, sobre a necessária articulação entre o ensino superior e a educação básica que são
intensificadas nos encaminhamentos propostos na Resolução atual. Para tanto, retoma os
marcos legais que fundamentam as políticas para formação inicial e continuada dos
profissionais do magistério.

ASPECTOS LEGAIS DA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO NO


BRASIL

A formação inicial e continuada de professores está prevista na Lei de Diretrizes e


Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei n. 9.394/96, no Plano Nacional de Educação
(PNE) de 2001 (Lei n. 10.172/2001), bem como no PNE atual, aprovado em 2014 pela Lei n.
13.005 para o período de 2014 a 2024.

A LDBEN n.9.394/96 apresenta um Titulo destinado aos profissionais da educação em


que prevê, especificamente no artigo 61, parágrafo único, incisos I, II e III os fundamentos
que devem orientar a formação desses profissionais:

Parágrafo único. A formação dos profissionais da educação, de modo a atender às


especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos objetivos das
diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá como fundamentos:
(Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos
fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho; (Incluído pela
Lei nº 12.014, de 2009)
II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e
capacitação em serviço; (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições de
ensino e em outras atividades. (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009) (BRASIL,
1996).

É possível verificar a indissociabilidade entre teoria e prática prevista na lei. O contido


na lei é resultado de muitos embates entre movimentos e fóruns da sociedade civil organizada,
associações e entidades educacionais junto ao Ministério da Educação e Conselho Nacional
de Educação.

Além dos princípios, a LDBEN estabelece também, a formação exigida para o


exercício do magistério da educação básica, bem como, a formação inicial e continuada
desses profissionais:

Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível
superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e
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institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o


exercício do magistério na educação infantil e nos 5 (cinco) primeiros anos do
ensino fundamental, a oferecida em nível médio na modalidade normal. (Redação
dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime de
colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a
capacitação dos profissionais de magistério. (Incluído pela Lei nº 12.056, de
2009).
§ 2º A formação continuada e a capacitação dos profissionais de magistério
poderão utilizar recursos e tecnologias de educação a distância. (Incluído pela Lei
nº 12.056, de 2009).
§ 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará preferência ao ensino
presencial, subsidiariamente fazendo uso de recursos e tecnologias de educação a
distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009).
§ 4o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios adotarão mecanismos
facilitadores de acesso e permanência em cursos de formação de docentes em
nível superior para atuar na educação básica pública. (Incluído pela Lei nº
12.796, de 2013)
§ 5o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios incentivarão a
formação de profissionais do magistério para atuar na educação básica
pública mediante programa institucional de bolsa de iniciação à docência a
estudantes matriculados em cursos de licenciatura, de graduação plena, nas
instituições de educação superior. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 6o O Ministério da Educação poderá estabelecer nota mínima em exame nacional
aplicado aos concluintes do ensino médio como pré-requisito para o ingresso em
cursos de graduação para formação de docentes, ouvido o Conselho Nacional de
Educação - CNE. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) (BRASIL, 1996, grifos
nossos).

Depreende-se do contido na lei que a formação inicial e continuada dos profissionais


do magistério devem ocorrer em regime de colaboração entre a União, Estados e Municípios
que são por esta norma, responsáveis pela normatização e promoção da referida formação. E
que a formação inicial deverá ser em nível superior, em cursos de licenciatura, de graduação
plena. Destaca-se, no entanto, a admissibilidade do ensino médio modalidade normal, como
formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e anos iniciais do ensino
fundamental.

Como norma geral de organização da política educacional brasileira o Plano Nacional


de Educação de 2001 previu que a oferta de educação básica de qualidade depende das
instituições de ensino superior, pois a elas “compete primordialmente a formação dos
profissionais do magistério; a formação dos quadros profissionais, científicos e culturais de
nível superior, a produção de pesquisa e inovação, a busca de solução para os problemas
atuais” (BRASIL, 2001, p.33). Esse PNE também estabeleceu como objetivos e metas
destinadas aos profissionais da educação, o estabelecimento de diretrizes curriculares para os

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cursos superiores de formação de professores e de profissionais da educação para os


diferentes níveis e modalidades de ensino.

Decorrente dessa norma, o Conselho Nacional de Educação elaborou a Resolução


CNE/CP 1/2002 (BRASIL, 2002), que fixava as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNS)
para a formação de professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura,
de graduação plena. Trata-se de um conjunto de princípios, fundamentos e procedimentos
que devem ser observados na organização institucional e curricular das instituições de ensino
superior que ofertam cursos de licenciatura para todos os níveis e modalidade da educação
básica. De acordo com o Parecer CNE/CP n. 9/2001 as referidas diretrizes tinham como
objetivo propor uma base comum de formação docente baseada em competências, a serem
desenvolvidas ao longo do processo formativo no ensino superior (BRASIL, 2001).

Diante do contexto de elaboração e publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais


para a formação de professores da Educação Básica, o referido Parecer esclarece que as
DCNS são:

[...] fruto de um longo processo de crítica, reflexão e confronto entre diferentes


concepções sobre a formação docente e suas práticas, para o qual contribuíram o
pensamento acadêmico, a avaliação das políticas públicas em educação, os
movimentos sociais, as experiências inovadoras em andamento em algumas
Instituições de Ensino Superior. Ela busca descrever o contexto global e o nacional
da reforma educacional no Brasil, o quadro legal que lhe dá suporte, e as linhas
orientadoras das mudanças dos cursos de formação de professores. Com base no
diagnóstico dos problemas detectados na formação dos professores, ela apresenta
princípios orientadores amplos e diretrizes para uma política de formação de
professores, para sua organização no tempo e no espaço e para a estruturação dos
cursos (BRASIL, 2001, p. 6).
Embora reconhecida como uma conquista em termos de definição de política curricular
a nível nacional, muitas foram as críticas tecidas em relação aos fundamentos das DCNS para
formação de professores em nível superior. A principal delas reside na ênfase ao
desenvolvimento de competência no processo formativo (SCHEIBE, 2003; SCHEIBE e
BAZZO, 2013; FREITAS, 2002; 2007).

De acordo com Scheibe e Bazzo (2013) a partir dos pressupostos e orientações


emanadas das DCNS de 2002, nasceu a exigência de uma reconstrução na organização e
desenvolvimento dos cursos de Licenciatura, bem como, a necessidade de mudanças de
concepção dos formadores. As instituições de formação de professores passaram a discutir e
implementar reformas nas estruturas curriculares dos cursos de licenciaturas, no sentido de
atender às normas legais. Ainda conforme as autoras é preciso considerar as descontinuidades

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das reformas educativas destinadas aos professores influenciadas por inúmeros fatores
políticos e culturais:

Dentre eles destacam-se, de um lado, a ausência de uma política de Estado que


assuma sua responsabilidade pela formação inicial dos professores com a qualidade
requerida pelo mundo contemporâneo. De outro, o pathos institucional revelado,
entre outros indicadores, pela força de posicionamentos rigidamente estratificados
em relação à natureza e ao valor do conhecimento científico e ao papel social da
educação superior voltada a formar professores, colocando esta última tarefa em
situação francamente subalterna àquela. É importante observar que tal
posicionamento é consentâneo a posturas político-institucionais que privilegiam o
trabalho acadêmico de investigação e produção do conhecimento, em detrimento
do trabalho da docência (SCHEIBE; BAZZO, p.23, 2013).

Discussões dessa natureza acompanharam todo o processo de elaboração de políticas


para a formação docente desde a publicação das DCNS de 2002. Fizeram parte e orientaram a
elaboração das Diretrizes Curriculares dos diversos cursos de licenciatura no País. Cabe
salientar, que esse processo de reestruturação dos cursos para atender as Diretrizes de 2002 se
constituíram em um processo longo e permeado de ações à serem desenvolvidas, que em sua
maioria, não dependiam das instituições formadoras e sim de políticas e ações de iniciativa da
União. Podemos exemplificar com o artigo 16 da Resolução n. 1/2002 que especificava que o
Ministério da Educação, coordenaria e articularia em regime de colaboração com o Conselho
Nacional de Educação, o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação, o Fórum
Nacional de Conselhos Estaduais de Educação, a União Nacional dos Dirigentes Municipais
de Educação e representantes de Conselhos Municipais de Educação e das associações
profissionais e científicas, a formulação de proposta de diretrizes para a organização de um
sistema federativo de certificação de competência dos professores de educação básica
(BRASIL, 2002).

AS NOVAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A FORMAÇÃO


INICIAL E CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Em 2 de julho de 2015 foi publicada no Diário Oficial da União a Resolução n. 2, de


1º de julho de 2015, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial
em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e
cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. Essa Diretriz é que norteará a
partir da data de publicação, os cursos de formação de professores e, diferentemente da
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anterior, estabelece prazo de dois anos para que as instituições de ensino superior façam as
devidas adequações em seu Projeto Pedagógico Institucional (PPI), Projeto Pedagógico do
Curso (PPC) e Projeto de Desenvolvimento Institucional (PDI).

Embora tenha sido aprovada e publicada em 2015, a Comissão bicameral composta


por membros da Câmara de Educação Básica e Câmara do Ensino Superior do Conselho
Nacional de Educação discutia a matéria desde 2004. Durante esses doze anos, conforme
explica Aguiar (2015), vários foram os titulares do Ministério da Educação, o que implicou
em sucessivas mudanças de equipe das secretarias executivas e de órgãos vinculados ao MEC.
Várias foram também, a recomposição da Comissão Bicameral de Formação de Professores1
designadas pelo CNE.

De acordo com Dourado (2015) as novas Diretrizes curriculares Nacionais (DCNS)


recomendam projetos próprios de formação com ênfase na articulação entre Educação Básica
e Superior, e ainda sugerem a institucionalização da formação de profissionais do magistério
no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), no Projeto Pedagógico Institucional (PPI) e
nos Projetos Pedagógicos de Curso (PPC).

Dourado (2015a, p.304) ressalta que “a formação de profissionais do magistério da


educação básica tem se constituído em campo de disputas de concepções, dinâmicas,
políticas, currículos”. E esses embates se intensificam nos momentos em que se discute a
elaboração de documentos orientadores e normatizadores da política nacional de educação.
Nos últimos anos pudemos constatar a intensa participação das entidades, associações e
fóruns educacionais na Conferência Nacional da Educação Básica (CONEB) em 2008, nas
Conferências Nacionais de Educação (CONAE) em 2010 e 2014, bem como no processo de
elaboração e tramitação de legislações atinentes aos profissionais da educação.

Aguiar (2015, p. 247) assevera que as DCNS para o Magistério da Educação Básica
“atendem parte das demandas históricas das entidades acadêmicas do campo educacional,
envolvidas com o debate sobre a formação dos profissionais da Educação”.

Em suas considerações preliminares a Resolução CNE/CP n. 2/2015 destaca, entre


outras questões, que é indispensável para o projeto nacional de educação brasileira a

1
Como demonstram as Portarias e Ata: Portaria CNE/CP nº 2, de 15 de setembro de 2004; Portaria CNE/CP nº
3, de 20 de setembro de 2007; Portaria CNE/CP nº 1, de 9 de outubro de 2008; Portaria CNE/CP nº 9, de 1º de
junho de 2009; Portaria CNE/CP nº 1, de 18 de junho de 2010; Ata nº 14 da reunião do CP/CNE em 4 de
setembro de 2012; Portaria CNE/CP nº 1, 28 de janeiro de 2014; Portaria CNE/CP nº 6, de 2 de dezembro de
2014 (BRASIL, 2015a, p. 2).
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consolidação das normas nacionais para a formação de profissionais do magistério da


educação básica, em seus níveis e modalidades; a superação da fragmentação das políticas
públicas e a desarticulação institucional por meio da instituição do Sistema Nacional de
Educação; a necessidade de articulação entre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Formação Inicial e Continuada, em Nível Superior, e as Diretrizes Curriculares Nacionais da
Educação Básica (BRASIL, 2015b).

Pode-se acrescentar a estas considerações a observância da Base Nacional Comum


Curricular (BNCC), que atualmente encontra-se em processo final de elaboração, após
consulta pública e deverá ser apresentada e aprovada até 24 de junho de 2015, conforme
estabelecido no Plano Nacional de Educação – Lei n. 13.005/2014. Com o estabelecimento da
BNCC, os cursos de licenciatura deverão observar o que é estabelecido como base para as
devidas áreas de conhecimento para se adequarem as novas demandas de formação dos
professores da educação Básica no País. Essa situação tem levado muitas instituições a
protelarem a reestruturação dos cursos aguardando a publicação da BNCC, bem como, a
instituição do Sistema Nacional de Educação que defina e regulamente o regime de
colaboração na organização da política nacional de formação e valorização de professores no
Brasil.

Com relação as DCNS para formação inicial e continuada de professores, esta


encontra-se organizada em oito capítulos assim distribuídos:

Resolução CNE/CP n. 2, de 1º de julho de 2015 - Diretrizes Curriculares Nacionais


para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação
pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação
continuada.
Capítulo I Disposições Gerais
Capítulo II Formação dos Profissionais do Magistério para a Educação Básica:
Base Comum Nacional
Capítulo III Do(a) Egresso(a) da Formação Inicial e Continuada
Capítulo IV Da Formação Inicial do Magistério da Educação Básica em Nível
Superior
Capítulo V Da Formação Inicial do Magistério da Educação Básica em Nível
Superior: Estrutura e Currículo
Capítulo VI Da Formação Continuada dos Profissionais do Magistério
Capítulo VII Dos Profissionais do Magistério e sua Valorização
Capítulo VIII Das Disposições Transitórias
Fonte: Quadro elaborado pela autora a partir da Res. CNE/CP nº2/2015 (BRASIL, 2015b).
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Nas disposições gerais instituem-se as DCNS para formação inicial e continuada em


Nível Superior de Profissionais do Magistério da Educação Básica, para todos os níveis e
modalidades, em que são definidos “os princípios, fundamentos, dinâmica formativa e
procedimentos a serem observados nas políticas, na gestão e nos programas e cursos de
formação, bem como no planejamento, nos processos de avaliação e de regulação das
instituições de educação que as ofertam” (BRASIL, 2015b, Art. 1º). O Artigo 1º, parágrafo 2º
estabelece que:

Art. 1º[...]
§ 2º As instituições de ensino superior devem conceber a formação inicial e
continuada dos profissionais do magistério da educação básica na perspectiva do
atendimento às políticas públicas de educação, às Diretrizes Curriculares
Nacionais, ao padrão de qualidade e ao Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior (Sinaes), manifestando organicidade entre o seu Plano de
Desenvolvimento Institucional (PDI), seu Projeto Pedagógico Institucional (PPI) e
seu Projeto Pedagógico de Curso (PPC) como expressão de uma política articulada
à educação básica, suas políticas e diretrizes (BRASIL, 2015b).

As novas DCNS prevêem a possibilidade de formação por meio dos Centros de


Formação de estados e municípios e também de instituições educativas de educação básica.
Mas, independente do local onde ocorra a formação inicial e continuada estas devem atender
as políticas públicas de educação, as Diretrizes Curriculares Nacionais, ao padrão de
qualidade a ao Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). Devem
expressar desse modo, uma organicidade entre seu Plano Institucional, o Projeto Político
Pedagógico (PPP) e o Projeto Pedagógico de Formação Continuada (PPFC) (BRASIL,
2015b).

Diferentemente das DCNS de 2002, a formação dos profissionais da educação não


enfatizam o desenvolvimento de competências no processo formativo dos professores.
Enfatiza-se a formação inicial e continuada a partir da compreensão ampla e contextualizada
da educação, com o intuito de assegurar a produção e difusão do conhecimento e a
participação na elaboração e implementação PPP da instituição, de modo a garantir, com
qualidade, os direitos e objetivos de aprendizagem. Salienta-se novamente, que é a partir do
estabelecimento da BNCC que serão definidos de forma objetiva, os direitos e objetivos de
aprendizagem, portanto, mais uma vez reitera-se o aguardo da publicação da BNCC para a
adequação dos cursos de licenciatura às novas DCNS.

Ainda nas disposições gerais, Artigo 3º, parágrafo 6º é previsto que o projeto de
formação deve ser elaborado e desenvolvido por meio da articulação entre a instituição de
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educação superior e o sistema de educação básica envolvendo a consolidação de fóruns


estaduais e distritais permanentes de apoio a formação docente.

Quanto a Base Comum Nacional para a formação dos profissionais do magistério para
a educação básica, o capítulo II da Resolução, em seu Artigo 5º define que:

Art. 5º A formação de profissionais do magistério deve assegurar a base comum


nacional, pautada pela concepção de educação como processo emancipatório e
permanente, bem como pelo reconhecimento da especificidade do trabalho
docente, que conduz à práxis como expressão da articulação entre teoria e prática e
à exigência de que se leve em conta a realidade dos ambientes das instituições
educativas da educação básica e da profissão (BRASIL, 2015a).
Essa formação será possível à medida que houver uma articulação sistemática entre a
organização dos cursos de licenciatura no Ensino Superior e a Educação Básica. Algumas
ações têm sido desenvolvidas nessa direção com o Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência (PIBID), instituído pela Portaria Normativa nº 38, de 12 de dezembro de
2007. Ressalta-se, no entanto, que o referido programa não atende a todos os alunos dos
cursos de licenciatura, o que se pretende com as novas DCNS é viabilizar a interação de
forma mais intensificada entre os cursos de licenciatura, de nível superior e a educação básica.

O que se espera do egresso(a) dos cursos de formação inicial e continuada conforme


disposto no capítulo III da resolução, é que possuam os conhecimentos necessários ao
desenvolvimento de uma prática educativa de qualidade socialmente referenciada. Nesse
sentido, tanto o Parecer CNE/CP nº2/2015, quanto a Resolução CNE/CP nº2/2015
especificam que o egresso(a) da formação inicial e continuada deverá possuir informações e
habilidades resultantes da pluralidade de conhecimentos teóricos e práticos, resultado do
projeto pedagógico e do percurso formativo vivenciado cuja consolidação virá do seu
exercício profissional, fundamentado em princípios e interdisciplinaridade, contextualização,
democratização, pertinência e relevância social, ética e sensibilidade afetiva e estética
(BRASIL, 2015a, 2015b).

Ao tratar especificamente da formação inicial para os profissionais do magistério da


educação básica, em nível superior, o capítulo IV detalha quais são esses cursos: cursos de
graduação de licenciatura; cursos de formação pedagógica para graduados não licenciados;
cursos de segunda licenciatura. E explica que a instituição formadora deverá definir no seu
projeto institucional as formas de desenvolvimento da formação inicial dos profissionais do
magistério da educação básica. Essa abrangência da formação inicial tem sido desenvolvida
por meio do Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica (PARFOR).
Esse Plano tem como objetivo estabelecer ações e metas para atender à demanda por
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formação inicial e continuada dos professores das redes públicas de Educação Básica. Trata-
se de uma medida decorrente da Política Nacional de Formação dos Profissionais do
Magistério da Educação Básica, conforme se lê no artigo 1º da referida Portaria:

Art. 1º Fica instituído o Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação


Básica, uma ação conjunta do MEC, por intermédio da Fundação Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, em colaboração com as
Secretarias de Educação dos Estados, Distrito Federal e Municípios e as
Instituições Públicas de Educação Superior (IPES), nos termos do Decreto 6.755,
de 29 de janeiro de 2009, que instituiu a Política Nacional de Formação de
Profissionais do Magistério da Educação Básica, com a finalidade de atender à
demanda por formação inicial e continuada dos professores das redes públicas de
educação básica (BRASIL, 2009).

A Portaria disciplina que o atendimento às necessidades de formação inicial e


continuada dos professores pelas Instituições Públicas de Educação Superior (IPES) e
Secretarias de Educação dos Estados, conforme quantitativos discriminados nos planos
estratégicos elaborados pelos Fóruns Estaduais Permanentes de Apoio à Formação Docente,
será realizado por meio da ampliação das matrículas oferecidas pelas Instituições Públicas de
Ensino Superior em cursos de licenciatura e de Pedagogia, sendo estimulada
preferencialmente a destinação emergencial de vagas para professores em exercício na rede
pública de Educação Básica; e o fomento às IPES para apoio à oferta de cursos de licenciatura
e programas especiais emergenciais destinados aos docentes em exercício na rede pública de
Educação Básica e à oferta de formação continuada (BRASIL, 2009, artigo 2º).
De acordo com Freitas (2013), o Decreto nº 6.755 representou um ganho político
importante para a formação de professores, no entanto argumenta que se trata de uma política
emergencial para atender à demanda de formação de professores em exercício que não
possuem formação em nível superior ou formação na área em que atuam.

Assim, diante das orientações das DCNS para formação dos profissionais do
magistério da educação básica, em nível superior há que se questionar quanto a continuidade
do PARFOR. Este seria absorvido pelas instituições de Ensino Superior e faria parte da
composição do Projeto Pedagógico do Curso? Passaria a compor a estrutura curricular dos
cursos de licenciatura? Ou se tornaria um programa permanente a ser executados pelas
instituições de ensino superior? Essas questões carecem de discussão e esclarecimentos.

Outro ponto polêmico é o parágrafo 3º, do Artigo 9º que prevê que “a formação inicial
de profissionais do magistério será ofertada, preferencialmente, de forma presencial, com
elevado padrão acadêmico, científico e tecnológico e cultural” (BRASIL, 2015b). Polêmico
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dada a crescente oferta de curso de licenciatura a distância ofertados no País, inclusive pelas
próprias instituições de ensino superior pública. Seria um novo encaminhamento das políticas
de formação inicial de professores da educação básica? Essa questão também necessita de
reflexão no momento da readequação dos cursos de licenciatura.

Com o intuito de garantir diretrizes articuladas à trajetória das instituições formadoras,


defini-se que os cursos de formação inicial, respeitadas a diversidade nacional e a autonomia
pedagógica das instituições serão constituídos dos seguintes núcleos:

I- núcleo de estudos a) princípios, concepções, conteúdos e critérios oriundos de


de formação geral, das áreas diferentes áreas do conhecimento [...];
específicas e b) princípios de justiça social, respeito à diversidade, promoção
interdisciplinares, e do da participação e gestão democrática;
campo educacional, seus c) conhecimento, avaliação, criação e uso de textos, materiais
fundamentos e metodologias, didáticos, procedimentos e processos de ensino e aprendizagem
e das diversas realidades que contemplem a diversidade social e cultural da sociedade
educacionais brasileira;
d) observação, análise, planejamento, desenvolvimento e
avaliação de processos educativos e de experiências
educacionais em instituições educativas;
e) conhecimento multidimensional e interdisciplinar sobre o ser
humano e práticas educativas, incluindo conhecimento de
processos de desenvolvimento de crianças, adolescentes, jovens
e adultos, nas dimensões física, cognitiva, afetiva, estética,
cultural, lúdica, artística, ética e biopsicossocial;
f) diagnóstico sobre as necessidades e aspirações dos diferentes
segmentos da sociedade relativamente à educação [...];
g) pesquisa e estudo dos conteúdos específicos e pedagógicos,
seus fundamentos e metodologias, legislação educacional,
processos de organização e gestão, trabalho docente, políticas
de financiamento, avaliação e currículo;
h) decodificação e utilização de diferentes linguagens e códigos
linguístico-sociais utilizadas pelos estudantes [...];
i) pesquisa e estudo das relações entre educação e trabalho,
educação e diversidade, direitos humanos, cidadania, educação
ambiental, entre outras problemáticas centrais da sociedade
contemporânea;
j) questões atinentes à ética, estética e ludicidade no contexto
do exercício profissional, articulando o saber acadêmico, a
pesquisa, a extensão e a prática educativa;
l) pesquisa, estudo, aplicação e avaliação da legislação e
produção específica sobre organização e gestão da educação
nacional.
II- núcleo de a) investigações sobre processos educativos, organizacionais e
aprofundamento e de gestão na área educacional;
diversificação de estudos das b) avaliação, criação e uso de textos, materiais didáticos,
áreas de atuação procedimentos e processos de aprendizagem que contemplem a
profissional, incluindo os diversidade social e cultural da sociedade brasileira;
conteúdos específicos e c) pesquisa e estudo dos conhecimentos pedagógicos e
pedagógicos, priorizadas fundamentos da educação, didáticas e práticas de ensino,
pelo projeto pedagógico das teorias da educação, legislação educacional, políticas de
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instituições, em sintonia com financiamento, avaliação e currículo.


os sistemas de ensino d) Aplicação ao campo da educação de contribuições e
conhecimentos, como o pedagógico, o filosófico, o histórico, o
antropológico, o ambiental-ecológico, o psicológico, o
linguístico, o sociológico, o político, o econômico, o cultural;
III- núcleo de estudos a) seminários e estudos curriculares, em projetos de iniciação
integradores para científica, iniciação à docência, residência docente, monitoria e
enriquecimento curricular extensão, entre outros, definidos no projeto institucional da
instituição de educação superior e diretamente orientados pelo
corpo docente da mesma instituição;
b) atividades práticas articuladas entre os sistemas de ensino e
instituições educativas de modo a propiciar vivências nas
diferentes áreas do campo educacional, assegurando
aprofundamento e diversificação de estudos, experiências e
utilização de recursos pedagógicos;
c) mobilidade estudantil, intercâmbio e outras atividades
previstas no PPC;
d) atividades de comunicação e expressão visando à aquisição e
à apropriação de recursos de linguagem capazes de comunicar,
interpretar a realidade estudada e criar conexões com a vida
social.
Fonte: Tabela elaborada pela autora a partir da Res. CNE/CP nº2/2015 (BRASIL, 2015b)

Quanto a estrutura e currículo dos cursos de formação inicial, em nível superior


previstos no capítulo V estes terão carga horária mínima de 3.200 horas de efetivo trabalho
acadêmico, em cursos com duração de, no mínimo oito semestres ou quatro anos, assim
distribuídos: 400 horas de prática como componente curricular, distribuída ao longo do
processo formativo; 400 horas dedicadas ao estágio supervisionado; 2.200 horas dedicadas às
atividades formativas estruturadas pelos núcleos I e II; 200 horas de atividade teórico-práticas
de aprofundamento em áreas especifica de interesse dos estudantes, conforme núcleo III
(BRASIL, 2015a).

Os cursos de formação pedagógica para graduados não licenciados terão caráter


emergencial e provisório e terão carga horária mínima variável de 1.000 a 1.400 horas de
efetivo trabalho acadêmico. Nessa carga horária está previsto estágio de 300 horas e 200 horas
de atividades teórico-práticas de aprofundamento em área especifica de interesse do aluno. É
previsto também o prazo máximo de cinco anos para o Ministério da Educação juntamente
com os sistemas de ensino e os fóruns estaduais permanentes de apoio a formação docente
proceder a avaliação do desenvolvimento dos cursos de formação pedagógica para graduados,
bem como a definição de prazo para sua extinção (BRASIL, 2015b).

Quanto aos cursos de segunda licenciatura, terão carga horária entre 800 e 1.200 horas,
a depender se pertencem ou não a mesma área do curso de origem. A carga horária de estágio
é de 300 horas podendo ser reduzida em até 100 horas para portadores de diploma de
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licenciatura com exercício comprovado no magistério e exercendo atividade docente regular


na educação básica.

O capítulo VI da Resolução orienta sobre o processo de formação continuada dos


profissionais do magistério. Conforme Artigo 16

A formação continuada compreende dimensões coletivas, organizacionais e


profissionais, bem como o repensar do processo pedagógico, dos saberes e valores,
e envolve atividades de extensão, grupos de estudos, reuniões pedagógicas, cursos,
programas e ações para além da formação mínima exigida ao exercício do
magistério na educação básica, tendo como principal finalidade a reflexão sobre a
prática educacional e a busca de aperfeiçoamento técnico, pedagógico, ético e
político do profissional docente (BRASIL, 2015b).

Trata-se de cursos que promoverão a atualização e desenvolvimento profissional


constante dos profissionais do magistério, conforme as necessidades decorrentes da prática
educativa, e ao acompanhamento do desenvolvimento da ciência e tecnologia na área de
atuação. A formação continuada será ofertada por meio de atividades formativas e cursos de
atualização, extensão, aperfeiçoamento, especialização, mestrado e doutorado que agreguem
novos saberes e práticas, articulados às políticas e gestão da educação, à área de atuação do
profissional e às instituições de educação básica, em suas diferentes etapas e modalidades da
educação (BRASIL, 2015B, Art.17). As DCNS estabelecem que a instituição formadora
defina em seu projeto institucional como ocorrerá a formação continuada dos profissionais do
magistério da educação básica e para tanto, deverá articular-se ao planejamento estratégico do
Fórum Estadual Permanente de Apoio à Formação Docente, aos sistemas e redes de ensino e
as instituições de educação básica.

O capítulo VII da resolução trata especificamente das políticas de valorização dos


profissionais do magistério definindo entre outras questões, a formação inicial e continuada,
planos de carreira, carga horária de trabalho destinada ao planejamento e organização da
prática pedagógica, a efetiva aplicação da lei do Piso Salarial Profissional Nacional e a
melhoria das condições de trabalho.

Por fim, nas disposições transitórias é estabelecido prazo de dois anos, a contar da data
de publicação da Resolução para que os cursos de formação de professores façam a devida
adaptação.

Resta acompanhar pra verificar se os prazos serão cumpridos e se essas DCNS que
como destaca Aguiar (2015), representam uma conquista histórica das entidades e associações
educacionais serão realmente observadas na organização dos cursos de licenciatura.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao apresentar as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial e


continuada dos Profissionais do Magistério da Educação Básica estabelecidas pelo Parecer
CNE/CP nº2/2015, e pela Resolução CNE/CP nº 2/2015 buscou-se destacar a necessária e
imprescindível articulação entre Ensino Superior e Educação Básica. Embora ainda seja
admitida a formação de professores em nível Médio, modalidade Normal, para atuação na
Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, é possível conjecturar que em
alguns anos, as condições materiais, em termos de formação de Nível Superior, para
atendimento de toda a educação básica estará posta.

A implementação das DCNS para a formação do magistério por meio da adequação


dos cursos de formação inicial e continuada se constituem em um desafio para as políticas
educacionais direcionadas aos professores na atualidade, pois muitas ações precisarão ser
desenvolvidas pelas instituições formativas, tanto no Ensino Superior, como na Educação
Básica, para que de fato, as orientações e normatizações ali contidas, ganhem materialidade.

Somam-se as discussões e análise das DCNS, as metas do PNE (2014-2024)


direcionadas aos profissionais da educação, a instituição do Sistema Nacional de Educação, a
regulamentação do regime de colaboração entre a União, Estados e Municípios, o
estabelecimento da Base Nacional Comum Curricular, pois todas essas políticas estão
interligadas e precisam ser compreendidas por todas as esferas educacionais para que saia do
papel e comece a mudar a realidade.

REFERÊNCIAS

AGUIAR, Márcia Angela da S. Valorização dos Profissionais da Educação: PNE e diretrizes


para a formação. In: RONCA, Antonio Carlos Caruso; ALVES, Luiz Roberto. O Plano
Nacional de Educação e o Sistema Nacional de Educação: educar para a equidade. São
Paulo: Fundação Santillana, p. 241-257, 2015.

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______ . Ministério da Educação e Cultura. Lei nº 10.172, de 09 de janeiro de 2001. Aprova o


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em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Portal MEC. Brasília, DF:
MEC/CNE/CP, 2001. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/009.pdf acesso
em: 20 out. 2014.

______ . Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP nº 1 de


18 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de
Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena.
Portal MEC. Brasília, DF: MEC/CNE/CP, 2002. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/
cne/arquivos/pdf/rcp01_02.pdf>. Acesso em: 20 out. 2014.

______ . Ministério da Educação. Portaria Normativa nº 9, de 30 de junho de 2009. Institui o


Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica. Brasília, DF: MEC, Diário
Oficial da União, 2009c. Disponível em: <http://portal.mec.gov.
br/dmdocuments/port_normt_09_300609.pdf>. Acesso em: 29 out. 2015.

______ . Casa Civil. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de
Educação – PNE e dá outras providências. Brasília, DF: Casa Civil, 2014. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/ lei/l13005.htm>. Acesso em: 22
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Curriculares Nacionais para a Formação Inicial e Continuada dos Profissionais do Magistério da
Educação Básica. Brasília, DF: CNE, 2015a.

______. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Resolução nº 2/2015. Define as


Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de
licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e
para a formação continuada. Brasília, DF: CNE, 2015b.

DOURADO, Luiz Fernandes. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação inicial e


Continuada dos Profissionais do Magistério da Educação Básica: concepções e desafios.
Educação e Sociedade, Campinas, SP, v. 36, n. 131, p. 299-324, abr./jun., 2015a.

________. A Formação inicial e continuada de profissionais do magistério da Educação Básica.


In: RONCA, Antonio Carlos Caruso; ALVES, Luiz Roberto. O Plano Nacional de Educação e
o Sistema Nacional de Educação: educar para a equidade. São Paulo: Fundação Santillana, p.

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