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Cap.

5 APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON - Forças de atrito


Quando dois corpos interagem por contato direto entre suas superfícies, essas forças são chamadas de forças de
contato. A força normal e a força de atrito são forças de contato. Portanto, estudaremos o atrito uma força importante
em muitos aspectos de nossa vida cotidiana. O óleo no motor de carro minimiza o atrito entre as partes móveis, porém se
não fosse o atrito entre os pneus do carro e o solo, não poderíamos guiar um carro nem fazer curvas.

Atrito estático e atrito cinético


Quando tentamos deslocar uma caixa pesada ao longo do solo, não conseguimos movê-la, a não ser que
apliquemos uma força superior a um certo valor mínimo. Depois que a caixa começa o movimento, normalmente
conseguimos mantê-la em movimento com uma força menor do que a que foi aplicada para começar o movimento. Se a
caixa for menos pesada, precisamos fazer uma força menor tanto para começar o movimento quanto para mantê-lo. Que
conclusões podemos extrair deste comportamento? Primeiramente, quando um corpo está em repouso ou desliza sobre
uma superfície, podemos sempre decompor as forças de contato em componentes perpendiculares (força normal – Fn) e
paralelas à superfície (força de atrito – f). Por definição, a força normal e a força de atrito são sempre ortogonais entre si.
O sentido da força de atrito é sempre contrário ao sentido do movimento relativo entre as duas superfícies. O tipo de
atrito que atua quando um corpo está deslizando sobre uma superfície denomina-se força de atrito cinético fc.O termo
cinético significa que existe movimento relativo entre as duas superfícies. O módulo da força de atrito cinético geralmente
cresce quando a força normal cresce. Em muitos casos verifica-se experimentalmente que o módulo da força de atrito
cinético é proporcional ao módulo da força normal. Então, podemos escrever fc=μcFn. Onde μc é o coeficiente de atrito
cinético.
A força de atrito também pode atuar quando não existe movimento relativo. Essa força denomina-se força de
atrito estático fs. Imagine que você está tentando puxar uma caixa pesada amarrando uma corda na mesma. Você
começa a aumentar gradualmente a tensão T até esta se tornar maior do que o máximo valor da força de atrito estático,
ou seja, “quebramos o vínculo” (a tensão é capaz de quebrar as ligações moleculares entre as superfícies da caixa e do
solo) e a caixa começa a deslizar. Para um dado par de superfícies, o valor máximo de fs depende da força normal. A
experiência mostra que esse valor máximo (fs)máx é aproximadamente proporcional a força normal. Chamamos o fator de
proporcionalidade μs de coeficiente de atrito estático. Em símbolos: fs≤μsFn.

Vamos analisar as forças que atuam sobre um bloco quando este está em repouso, na iminência de entrar em
movimento e deslizando.

(a) (b) (c) (d)

sem deslizamento, sem deslizamento no limiar do deslizamento agora deslizando


sem tensão

Logo que o deslizamento começa, a força de atrito normalmente diminui manter a caixa deslizando é mais fácil do que
produzir o início do movimento. Portanto, o coeficiente de atrito cinético é geralmente menor que o coeficiente de atrito
estático.

Em resposta à força externa aplicada, a força de atrito estático cresce


até (fs)Max. A seguir as superfícies começam a deslizar entre si e a
força de atrito cinético varia ligeiramente à medida que se formam e
se quebram algumas ligações entre moléculas.

Valores aproximados dos coeficientes de atrito para alguns materiais


Materiais μs μc
Aço com aço 0,74 0,57
Vidro com vidro 0,94 0,40
Borracha com concreto (seco) 1,0 0,80
Borracha com concreto (úmido) 0,30 0,25

Exemplo 1- Uma caixa de 3 kg está sobre uma mesa horizontal. Os coeficientes de atrito estático e cinético, entre a caixa
e a mesa, são μs = 0,6 e μc = 0,5. A caixa é tracionada por um cabo que faz um ângulo de 30° com a horizontal.
Determinar a força de atrito e aceleração da caixa se a tensão do fio for (a) 10 N e (b) 20 N.

Lista 5
1 - Considere uma caixa que pesa 500 N. Verifica-se que para começar o movimento é preciso aplicar uma força
horizontal de módulo igual a 230 N. depois da “quebra do vínculo” necessita-se de apenas 200 N para manter o
movimento com velocidade constante. Qual é o coeficiente de atrito estático e cinético?

2 – (continuação exercício 1) Imagine tentar mover a caixa amarrando uma corda em torno dela e puxando a corda para
cima com um ângulo de 30° com a horizontal. Qual a força que se deve fazer para manter o movimento com velocidade
constante? O esforço feito é maior ou menor do que quando se aplica uma força horizontal?
3 – Se as rodas de um carro estiverem travadas durante uma frenagem, o carro desliza sobre o pavimento. Partes da
borracha arrancada dos pneus e pequenas partes derretidas do pavimento formam as marcas da derrapagem que revelam
a soldagem a frio ocorrida durante a frenagem. O recorde do comprimento de derrapagem foi estabelecido em 1960 por
um Jaguar com 290 metros de comprimento. Assumindo que c = 0,60 e que aceleração do carro durante a frenagem era
constante, a que velocidade estava o veículo quando as rodas ficaram travadas?

4 – Uma mulher puxa um trenó de massa m = 75 kg, sobre uma superfície horizontal com velocidade constante. O
coeficiente de atrito cinético entre os patins do trenó e a neve é igual a 0,10 e ângulo entre a corda e a horizontal é de
42°. Qual é a intensidade da força que a corda exerce sobre o trenó?

5 – Considere uma moeda de massa m em repouso sobre um livro, que foi inclinado de um ângulo  em relação à
horizontal. Experimentalmente, verifica-se que quando aumentamos  até 13° de inclinação, a moeda fica ne iminência de
deslizar sobre o livro, ou seja, mesmo um ligeiro acréscimo que faça  ultrapassar os 13° produz deslizamento. Qual é o
coeficiente de atrito estático entre a moeda e o livro?

6 – Uma caneca de chope de 0,45 kg escorrega horizontalmente sobre o balcão de um bar com velocidade de 3,5 m/s. A
caneca fica em repouso depois de escorregar 2,8 m. Calcule o coeficiente de atrito cinético.

7 – Uma pessoa aposta com outra que pode manter um corpo de 2 kg parado na frente (“suspenso”) de um carrinho,
sem usar ganchos, cordas, imãs, colas etc. Aceita a aposta, a pessoa passa a empurrar o carro para frente. O coeficiente
de atrito estático entre o corpo e a superfície frontal do carrinho é de 0,6. (a) Qual a aceleração mínima do carrinho que
garante a vitória da primeira pessoa? (b) Qual a força de atrito com esta aceleração? (c) Calcular a força de atrito se a
aceleração for o dobro da aceleração mínima calculada em (a).

8 – Um corpo de 2 kg está sobre outro de 4 kg, que por sua vez está pousado sobre uma superfície horizontal sem atrito.
Os coeficientes de atrito estático e cinético, entre os dois corpos são μs = 0,3 e μc = 0,2. Qual a força máxima F que pode
ser aplicada ao corpo de baixo sem que o de cima escorregue?

9 – Um corpo de 4,5 kg é lançado com uma velocidade inicial de 14 m/s por um plano inclinado acima. O ângulo do plano
com a horizontal é de 37°. Quando o corpo percorreu 8 m, sua velocidade para cima caiu a 5,2 m/s. Calcular (a) o
coeficiente de atrito cinético entre o corpo e o plano, (b) a distância percorrida pelo corpo entre o ponto de partida e o
instante em que fica momentaneamente em repouso.

10 – Um bloco de massa m1 = 250 g está em repouso sobre um plano inclinado de 30° em relação ao plano horizontal. O
coeficiente de atrito cinético entre o bloco e o plano é μc = 0,100. O bloco está preso a outro de massa m2 = 200g,
pendurado a um fio que passa por uma polia que tem massa e atrito desprezíveis. Quando o segundo bloco cai 30 cm na
vertical, sua velocidade é de?

11 – Imagine um tobogã cheio de estudantes em férias (peso total w) que escorrega para baixo numa encosta coberta de
neve. A montanha possui uma inclinação α com o horizonte. Existe um coeficiente de atrito cinético e a inclinação α é
apenas suficiente para que o tobogã se desloque com velocidade constante. Deduza uma expressão para o ângulo de
inclinação em função de w e μc.

12 – Qual seria a solução do exemplo anterior considerando o mesmo tobogã, porém com uma inclinação mais íngreme e
conseqüentemente o mesmo se acelera. Deduza uma expressão para a aceleração em termos de w, α, μc e g.

13 – Uma força horizontal F de 53 N comprime um bloco que pesa 22 N contra uma parede vertical. O coeficiente de
atrito estático entre a parede e o bloco é 0,60, e o coeficiente de atrito cinético é 0,40. Suponha que inicialmente o bloco
não esteja em movimento. (a) O bloco se moverá? (b) Qual a força exercida pela parede sobre o bloco, em notação de
vetores unitários? (9)

14 – O cabo de um esfregão de massa m faz um ângulo  com a vertical, sendo e e c os


respectivos coeficientes de atrito estático e cinético entre o esfregão e o chão. Despreze a
massa do cabo e suponha que toda a massa m esteja no esfregão. (a) Qual o valor de F, se
o esfregão se move pelo chão com velocidade constante? (b) Mostre que, se  é menor do
que um determinado valor 0, então F (ainda aplicada ao longo do cabo) é incapaz de mover
o esfregão. Determine 0.

15 –O bloco B da Fig. pesa 712 N. O coeficiente de atrito estático entre o bloco e a


superfície horizontal é 0,25. Determine qual o peso máximo do bloco A para o qual o
sistema ainda permanece equilibrado.

16 –Uma laje de 42 kg está em repouso sobre um assoalho sem atrito, e um bloco de 9,7 kg está colocado sobre a laje. O
coeficiente de atrito estático e entre o bloco e a laje é 0,53, enquanto que o de atrito cinético c é 0,38. O bloco de 9,7 kg
é puxado por uma força horizontal de 110 N. Quais as acelerações resultantes (a) do bloco e (b) da laje?

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