MIEWALD Do Califórnia State College Tradução de VERA DIAS GARCIA CÔRTES
Fonte: Public Administration Review, M ar./Abr./1970
O autor debate o tratamento por Max Weber da organização militar moderna.
Embora o entendimento de Weber do relacionamento entre a natureza geral das organizações militares pré-burocráticas e a sociedade em seu todo fosse Inovador e tenha vencido a prova do tempo, suas referências à organização interna do exército nitidamente moderno são surpreendentemente desajeitadas. Há ambigüidades e inconsistências nas teorias acadêmicas usuais sobre admi nistração m ilitar — principalmente quando contrastadas com posições teóricas assumidas por alguns administradores militares nos tempos modernos — que deveriam ser examinadas por estudiosos de administração pública.
É hoje óbvio que poucos estudantes a condução dos assuntos militares. É
de administração pública foram leva ainda muito cedo para se avaliar o dos a dar atenção aos alertas perió resultado dessa invasão, principalmen dicos para que a organização militar te pelos economistas, mas pode-se fosse considerada parte integrante de especular que os futuros historiadores seu campo de estudos. Apesar da im de nossa época conturbada talvez a portância atual dos militares, parece julgarão um desastre nacional. ter sido dispensado mais cuidado es- coiástico a distritos empenhados na Ao invés de repetir os vãos apelos redução de mosquitos. Não há na li passados por uma revisão de priori teratura de administração pública quer dades de pesquisa dentro da adminis bases teóricas suficientes, quer dados tração pública, este artigo adota uma empíricos adequados que nos habili orientação mais sutil. Talvez os estu tem a apreender os intrincados aspec diosos precisem ser sacudidos de sua tos do funcionamento desse maciço presunção complacente de que já sa consumidor de energia e riqueza pú bem o suficiente sobre administração blicas. Tal indiferença não tem sido militar, tendo aprendido suas lições Partilhada por outros setores acadê diretamente de um 19-Sargento rude micos e, recentemente, eles não têm ou indiretamente de literatura razoa hesitado em oferecer conselhos sobre velmente hostil a todos os aspectos da vida militar. Talvez pudessem ser mas, num sentido importante, a orga incentivados a reexaminar o fenômeno nização militar representava para ele em maior profundidade se fosse pos a culminação da tendência dominante sível demonstrar que as teorias mili da história ocidental. O exército era tares de administração são muito mais o máximo em burocratização. Wolf- complicadas do que geralmente se gang Mommsen estava absolutamente pensa. Nesse espírito, discutiremos o certo quando escreveu que, para We tratamento que Max Weber dá à or ber, o exército, tal como a empresa ganização militar moderna, tratamento, comercial, havia desenvolvido a mais aliás, que para tal mestre da ciência alta forma daquela qualidade essen social, parece surpreendentemente de cial para o processo burocrático de sajeitado. tomada de decisões, qual seja, uma disciplina racionalmente adequada. 2 A COMPREENSÃO DA Sem as erupções periódicas das for SOCIOLOGIA MILITAR ças irracionais do carisma, o mundo se irá mais e mais assemelhando a Em primeiro lugar, cumpre ressaltar uma guarnição rigidamente controlada. que, embora projetasse fazê-lo, Weber Em resumo, a estrutura militar era o nunca conseguiu terminar sua socio logia militar. Suas observações me modelo de atividade coordenada à base do cálculo, aquela mentalidade lhor desenvolvidas sobre a matéria fo que para Weber caracterizava o de ram dedicadas ao relacionamento en tre a natureza geral de organizações senvolvimento do racionalismo oci militares pré-burocráticas e a socie dental. dade mais ampla e, como observa Em várias ocasiões e em vários pon Andreskl, sua linha de pensamento tos, Weber argumentou que o exército nesse campo foi particularmente ino era uma burocracia completamente vadora. 1 Sua compreensão da dinâ desenvolvida, que até mesmo a guerra mica dos assuntos militares nos an havia sido apanhada no avanço irre tigos impérios orientais, por exemplo, sistível da racionalização. Como con suportou a prova do tempo muito me seqüência, o oficial se havia tornado lhor do que a de seu contemporâneo, uma categoria especial de Beamte, o grande historiador militar Hans Del- em contraste com os guerreiros do brück. Através dos trabalhos de We passado, tais como o cavaleiro, o con- ber, porém, há apenas referências es dottiere, o chefe tribal, o herói horné- parsas à organização interna do exér rico ou qualquer outro tipo carismá cito nitidamente moderno. Quando tico. 3 A atividade militar no mundo reunidas, essas referências formam moderno, junto com a maioria dos ou um conceito de administração militar 1 Military Organlration and Soçiety, inteiramente incompatível com a dou Stanlslav Andreskl (Berkeley, Unlverslty ot lifornia Press, 1968), p . 225. t trina articulada pelos oficiais alemães 2 Ma* Weber’s Polltical Soclology and H‘* da época. Philosophy of Hlstory, da Wolfgang Mommse• International Social Science Journal, Vol. Os comentários de Weber sobre o (1965) p. 38. exército moderno ficavam em posição * em alemão, funcionário público (N .T .) 3 Staatssoziologie, de Max Weber (3 e f'in- secundária perante outros problemas, Duncker und Humblot, 1966) p. 33. tros empreendimentos humanos, era crença entre os militares, como indica tão precisamente previsível que pode seu exame do papel da disciplina den ria ser dirigida de dentro de um es tro de uma grande organização. Atra critório. vés da implantação de uma noção de RACIONALISMO FORMAL disciplina, todos os membros da or ganização se comportarão de uma tal Essa conclusão sobre o exército de maneira que a direção pode estar cer corre naturalmente da visão de Weber ta de obter reações uniformes e pre da civilização ocidental. Segundo visíveis ao exercício da autoridade Freund, a visão que Weber tinha do formal. Mais especificamente, Weber mundo o convencia de que um pro ressaltou que a disciplina de organi cesso inelutável de racionalização se zação teve seu desenvolvimento ini havia apossado das questões huma cial e mais completo na unidade mi nas. 4 Ou, como Weber acrescentaria, litar. De fato, por várias formas, ele a característica própria do Ocidente previu alguns dos mecanismos de ge era sua ênfase no racionalismo formal, rência mais operativos que têm tido isto é, em uma crença na possibili um papel tão controvertido na psico dade de cálculos quantitativos mesmo logia industriai recente. Ele achava nas relações entre os homens, o Con claramente que os militares haviam forme expôs, tratando de trens ou reformado de tal maneira suas téc elevadores, de dinheiro ou leis, de nicas de controle que poderiam dar militares ou medicina, a fé de que as conta até das paixões mais imponde condições de cada um podem ser in ráveis e irracionais; em suas palavras, fluenciadas por algum cálculo objetivo a organização militar se assenta sobre é o que distingue o civilizado do sel uma base tão calculável quanto o co vagem. 0 Além disso, este é exata mércio de carvão e aço. 8 Como um mente o tipo de capacidade de cál exemplo da manipulação friamente culo expressa pelo estilo burocrático planejada do soldado, Weber cita a de vida. A ampla aceitação dessa utilização da religião dentro de um crença em uma sociedade controlada exército. Uma burocracia como o exér por leis previsíveis foi, sem dúvida, o cito deve naturalmente desconfiar das que levou Weber, em uma de suas mensagens mais sinceras, a perder a 4 The Sociology ot Max Weber, de Jullen esperança no futuro da humanidade. 7 Freund (New York; Pantheon, 1968), pp. 17-24. Quando uma tal idéia se torna pre 5 The Theory of Social and Economic Or- dominante, não há como refutar sua çsnization, de Max Weber (New York: Oxford Unlverslty Press, 1947), pp. 184-185. Posição sombria de que o mundo per 6 Ueber elnige Kategorien der verstehen- tence à burocracia. Na realidade, se den Sozlologie, Gesammelte Aufsaetze zur Wis- senschaftslehre (Tübingen: J. C. B. Mohr, ria então uma indagação eminente 1968) pp. 473-474. mente prática a de saber qual o grau 7 Debattoreden auf der Tagung des Verelns fíir Sozlalpolitlk In Wien 1909 zu den Ver- de convicção dos dirigentes burocrá handlungen über Dio wirlschaftllchen Unter- nehmungen der Gemeinden, Gesammelte Auf- ticos na calculabiiidade do comporta saetze zur Soziologie und Sozialpolitik (Tübin mento humano. gen: J . C. B. Mohr, 1924), pp. 412-416. 8 The Meaning ot Discipline, de Max We- Aparentemente Weber tinha poucas ber, In H. H. Gerth and C. W. M ills (eds.) (New York: Oxford University Press, 1946), p. dúvidas sobre a Intensidade dessa 254. tendências irracionais do sentimento guerra era a antítese do cálculo frio religioso, porém instrumentos como o simplesmente em função da quantida capelão são tolerados porque forne de incrível de variáveis desencadeadas cem uma útil “ forragem para o re pela interação de paixões humanas. A cruta” . 8 Assim, na interpretação de despeito de como se tenha bem pla Weber da doutrina militar, toda forma nejado, a despeito de quaisquer medi de cálculo era tecnicamente possível. das preventivas que se tenha tomado, Não é de espantar que o exército pa é provável que ocorra o inesperado. A recesse se haver burocratizado com raiz do problema não era tanto a na pletamente. tureza violenta do ambiente do exér cito, mas, ao contrário, a reação do in Mesmo o crítico mais pretensioso divíduo àquele meio ambiente constan deve hesitar antes de apontar erros de temente ameaçador; não havia como Weber nesse terreno. Além de suas dizer se um homem, sob as pressões credenciais intelectuais impecáveis, do combate, iria atacar para a frente não pode deixar da impressionar o fa ou entrar em pânico. Assim Clause to de que ele era oficial da reserva e witz, numa frase muito expressiva, aler de forma alguma um antimilitarista tava todos os oficiais sobre o elemen dogmático. Contudo, a doutrina mili to de atrito que inevitavelmente surge tar alemã, tal como desenvolvida em qualquer atividade humana coorde quando viveu Weber, não oferece qual nada. 10 Esse atrito tornava uma or quer fundamento para sua caracteriza ganização militar dependente das va ção do exército como uma burocra riações da sorte. cia mecânica. Ao contrário, pelo me nos desde Clausewitz, os oficiais ale mães meditaram tanto sobre as gran A DOUTRINA DE CLAUSEWITZ des incertezas de sua profissão que A doutrina de Clausewitz permeou sua teoria administrativa teria desnor exatamente a mesma teoria adminis teado qualquer burocrata weberiano. trativa que Weber achou tão confian É quase como se o mais erudito dos te em sua crença na calculabilidade. prussianos não tivesse jamais lido Vom Pelo menos durante a I Guerra Mun Kriege* ou levado em consideração as dial, os oficiais alemães continuavam lições para administradores que devem a ressaltar que a guerra estava envol ser extraídas desse guia clássico do ta em improbabilidades e que reações pensamento militar alemão (e da maio altamente estruturadas eram inadequa ria da Europa). das. Era unanimemente aceito que os fatores morais, tais como Clausewitz Infelizmente, Clausewitz continua os havia identificado, constituíam os sendo um dos teóricos administrativos elementos cruciais no funcionamento mais esquecidos, porém para os que o de um exército e era igualmente acei iêem com cuidado a mensagem é cla ra: a guerra é a mais imprevisível das 9 The Sochlogy of Rellglort, de Max Weber (Boston: Beacon Press, 1963), pp. 89-90. atividades humanas e planejar demais * em alemão, "DA GUERRA” , obra clás diante dessa incerteza é cortejar o fra sica de Clausewitz (N .T .) casso. Em contraste com Weber, Clau-- 10 On War, de Carl Von Clausewitz (Lon- sewitz insistia em que a condução da don: Kegan Paul, Trench, Trübner and Com- pany, 1908), pp. 77-81. to que o oficial competente deveria ainda naqueles subalternos que Weber desconfiar da estabilidade desses im considerava tão infinitamente maleáveis portantes fatores. Talvez um certo Ma nas mãos de seus chefes burocráticos. jor Loffler tenha usado a frase mais Em “ A força da personalidade na guer feliz ao advertir contra o “ balanço do ra” , escrito em 1911, Hugo von Frey- entusiasmo” ; esse entusiasmo motiva tag-Loringhoven apresentou um vigo a massa militar, porém dificilmente se roso lembrete dos princípios de Clau pode prever em que direção. 11 sewitz. O atrito irredutível introduz um Outros destacados teóricos da época fator de sorte incontrolável em todas as operações. A única solução, suge edificaram a organização militar ale ria ele, estava num sistema que pro mã em torno dos elementos de incer movesse o trabalho criativo da um ar teza e sorte. Como disse o velho Mol- tista — um artista cujo produto não tke, o que melhor utilizou a maior con podia ser firmemente padronizado. 14 tribuição da administração militar ale Em outro manual influente, Wilheim mã — o Estado-Maior, só se pode pla Balck também advogou que o soldado nejar com objetividade a primeira fosse libertado das reações estereoti ação. 12 Depois dela entra-se no que padas estabelecidas por uma abundân Clausewitz denominou o meio resisten cia de regulamentos. Ao contrário, ele te da guerra, no qual as ações que pa desejava ver uma esfera bem defini reciam tão simples na prancheta se tor da de ações independentes dentro da nam agora impossíveis de executar. qual o indivíduo teria condições de Colmar von der Gotz melhor resumiu exercer a necessária iniciativa. 15 a atitude não-burocrática do oficial alemão em relação a normas e regula mentos, a planos de decisões preesta- ATITUDE POSITIVA belecidas, quando escreveu: Na verdade seria possível reunir uma “ No domínio da arte da guerra, quantidade de observações desses es tais cálculos matemáticos são um critores suficiente para dar a impres tanto perigosos; eles poderiam ser são de que havia mais anarquistas do a causa de falsas expectativas ou que nobres no exército prussiano. Evi traiçoeira confiança. A guerra é dentemente, porém, eles buscavam rica em milhares de ocorrências meios de assegurar o comportamen acidentais e detalhes acessórios to adequado de seus homens. É útil que exercem uma influência de terminante sobre os acontecimen 11 Strategie, de Loeffler (Leipzig: Goes- chen, 1910), p . 37. tos e aumentam ou diminuem sua 12 The Franco-Prusslan War of 1870-71, de importância, de maneira que o cál Helmuth von Moltke (New York: Harper & Brothers, n .d .), p . 8. culo prévio mais cuidadoso é mui 13 The Conduct ot War, de Colmar von tas vezes diametralmente inverti de Goltz (Kansas City; Hudson-Kimberty, 1896), p. 33. do. A incerteza e a Insegurança 14 The Power of Personality In War, de constituem o elemento natural da Hugo von Freytag-Loringhoven (Harrisburg: Milltary Service Printing Company, 1955), p. guerra! 18” 95. Para os comentaristas militares do 15 Tactics, de Wilheim Balck (Fort Lea- venworth, Kansas: U. S. Cavalary Association século XX, o problema central residia 1915), p. 201. referir-nos a um observador inglês con dado fosse transformado em um pro temporâneo para termos a melhor pers fissional independente capaz de desin- pectiva das soluções teóricas dos ale cumbir-se de seus deveres basicamen mães para as tensões entre indivíduo te por sua própria iniciativa. e organização. O Capitão F.N . Maude Como quer que se queira descrever estava convencido de que os alemães essa orientação, ela não parece en haviam descoberto, em seus regula quadrar-se bem dentro da estrutura mentos, uma excelente alternativa pa weberiana de burocracia. Ao invés de ra a disciplina imposta de forma drás prender o soldado dentro de uma tra tica. A resposta estava na educação, ma de regras uniformes, mecânicas e, ou melhor, no cultivo de uma atitude por isso mesmo, excessivamente que positiva em relação à missão da orga bradiças, os alemães queriam dar-lhe nização. Não era bastante que uma meios para que pudesse fazer alguma ordem fosse obedecida; era a quali escolha. Tal orientação visava a trans dade dessa obediência que importava por os limites do racionalismo formal no caos do combate. Segundo Maude, dentro de uma situação altamente in o soldado seria intimamente estimula formal. Se tivermos de aplicar algo de do a cumprir seu dever, analogamen Weber a essa orientação de doutrina te a um membro de uma comunidade militar, talvez fosse melhor descrever orgânica. Em suas palavras: esse cultivo cuidadoso dos elementos “ Na verdade, o que o novo regu morais como uma busca de uma forma lamento faz é, ao invés de degra não-eccnômica de racionalismo subs dar o soldado ao nível de uma tantivo, na qual os objetivos finais são máquina sem raciocínio, colocá- reconhecidos como sendo superiores lo, no campo de batalha, no nível aos procedimentos formais. Como de inteligência que as leis inglesas observou Weber, basear um siste há muito atribuíram ao cidadão co ma de atividade humana em raciona mum no caso de uma agitação ou lismo substantivo era uma tarefa ex baderna de rua — isto é, impor- tremamente difícil, precisamente por Ihe a obrigação de tomar sua de que lhe faltavam os padrões de cálcu cisão e agir segundo o que lhe pa lo quantitativo e, sem dúvida, muitos reça ser a melhor maneira de pre oficiais enfrentaram essa dificuldade. servar a ordem pública e não ficar Ninguém se deveria surpreender ao ve simplesmente como um especta rificar que, em operações, o exército dor. . . ” 18 alemão recuou para o terreno aparen
Em linguagem mais moderna, os ofi 16 Milltary Letiers and Essays, da F. N.
Maude (Kansas City: Hudson-Klmberly, 189o). ciais estavam advogando que cada sol p. 200. temente mais firme da estrutura for tária por parte do indivíduo poderia ser mal e, a despeito de suas boas inten um ingrediente importante do êxito mi ções, padeceu de esclerose de organi litar.18 Não obstante, o julgamento tem zação. O importante porém é que, en de continuar sendo o de que Weber quanto se manteve fiei à teoria admi via o exército moderno como uma en nistrativa de Clausewitz, o quadro de tidade burocrática. oficiais alemães não podia ficar satis Meu objetivo certamente não é pegar feito com a orientação puramente bu pedaços dos trabalhos de um dos rocrática de sua doutrina administrati maiores pensadores do século*. Ao va. A burocracia simplesmente não contrário, espero que esta rápida in podia fornecer as barreiras desejadas cursão na teoria de administração mi contra as contingências que surgiriam litar possa servir para esclarecer algu quando as operações fossem conduzi mas das bases filosóficas de seus es das em um ambiente volátil. tudos. Max Weber não foi o primeiro, e Mais uma vez cumpre repetir que certamente não foi o último, a lamen Weber jamais deduziu todas as impli tar a desmistificação progressiva do cações da sociologia do exército mo mundo. E bem pode vir a acontecer derno. Em sua defesa pode-se citar re que suas apreensões por um mundo ferências isoladas às determinantes cheio de Ordnungsmenchen* estavam não-burocráticas da eficiência militar. terrivelmente certas. As tendências da Nunca estará perfeitamente claro, por ciência da administração nas últimas exemplo, se ele considerava ou não o décadas confirmariam muitas de suas exército como uma empresa ou uma conclusões sobre racionalização dentro comunidade; há diversas observações da organização; o objetivo da previsi certas, sobretudo em Wirtschaí und bilidade na administração é tão atraen Gesellschaft *, que dão a impressão de te como sempre fo i. Poderá chegar o que ele considerava até mesmo o dia em que o meio-ambiente do homem exército moderno como um grupo co seja tão tranqüilo que não haverá sur munitário. Especialmente seus traba lhos escritos durante a guerra indicam um deslocamento em direção a uma * em alemão, “ Economia e Empresa” __ (N .T .) visão mais elaborada das organizações ** em alemão, "camaradagem” (N .T .) militares. Dirigindo-se a um grupo de 17 ner Soziallsmus, de Max Weber. Ge- oficiais austríacos, ele elogiou o sen- sammelt Aufsaetze zur Soziologle und Sozial- (lübingen: j . c . B. Mohr, 1924), p. Mmento de Kameradschaft** que cons- 494. 18 The Methodology of the Social Scien tituía a verdadeira argamassa da cor ces, de Max Weber (Glencoe: Free Press, poração m ilitar.17 Ele concordou tam 1949), p. 46. * em alemão, "gente de regulamentos" bém que uma dose de devoção volun (N .T .) presas capazes de transtornar o plano sos de administração pública. P °r administrativo mais grandioso nem sur exemplo, uma compreensão da consi presas humanas para perturbar uma ro derável complexidade do pensamento
tina absolutamente burocrática. Toda administrativo militar poderia ter evi
via é interessante observar que, quan tado a agonia do Vietname; Clause- do Weber escreveu, pelo menos um witz certamente teria posto em dúvida grupo de administradores não tinha o acerto dessa guerra burocrática.19 nada da confiança que os estudiosos Ou poderíamos ter ouvido com mais lhe atribuíam da atingir o milênio bu atenção as queixas do Almirante Ricko- rocrático. Sua teoria, senão na práti ver de que o PPBS* estava excessiva ca, se revela muito mais encorajadora mente dedicado ao que podia ser me para o individualista do que sugerem dido. Em suma, reconhecendo aos mi as opiniões de Weber. litares sua própria esfera de competên cia e fazendo um esforço sério para Esta conclusão não deve ser tomada apreciar suas conclusões relevantes, como significando que os militares são a administração pública poderia estar liberais por natureza ou que sua dou prestando um serviço valioso a si mes trina tenha resolvido qualquer das ma e à sociedade. grandes questões da moderna teoria 10 On Clausewitz and the Application °* de administração. Force, de R. D. Miewaid. A ir University Re- view, Vol. 19 (julho-agosto de 1968). PP- Resta aqui indicar que existem cer 74-78. * "planning-programming-budgeting system > tas ambigüidades e inconsistências que que é equivalente ao que no Brasil foi aoo- tado sob a d e s ig n a ç ã o d a " o r ç a m e n t o - p r o g ra devem ser examinadas pelos estudio m a ".