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Luanda 2020
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PRIMEIRA PARTE: RELAÇÕES INDIVIDUAIS DO TRABALHO.
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I.
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institutos, valores, regras e princípios dirigidos aos trabalhadores subordinados e
assemelhados, aos empregadores, empresas coligadas, tomadores de serviço, para
tutela do contrato mínimo de trabalho, das obrigações decorrentes das relações de
trabalho, das medidas que visam à protecção da sociedade trabalhadora, sempre
norteadas pelos princípios constitucionais, principalmente o da dignidade da pessoa
humana.
O Direito do Trabalho não é o Direito de todo o trabalho, não toma como objecto de
regulação todas as modalidades de exercício de uma actividade humana produtiva ou
socialmente útil.
Como ramo de Direito, o seu domínio é o dos fenómenos de relação; excluem se dele
as actividades desenvolvidas pelos indivíduos para satisfação imediata de
necessidades próprias. Tratar-se-á apenas de formas de trabalho livre,
voluntariamente prestado; afastam-se assim as actividades forçadas ou compelidas,
isto é, de um modo geral, aquelas que não se fundam num compromisso livremente
assumido mas numa imposição externa. O trabalho livre, em proveito alheio e
remunerado traduz-se sempre na aplicação de aptidões pessoais, de natureza física,
psíquica e técnica; para a pessoa que o realiza, trata-se de “fazer render” essas
aptidões, de as concretizar de modo a obter, em contrapartida, um benefício
económico.
O direito do trabalho angolano não se vai aplicar a todas as relações laborais. Desde
logo, aos funcionários públicos aplica-se o regime da função pública, embora se tenha
vindo a verificar neste, uma fuga para o direito privado. Qual o âmbito regulativo das
normas do direito do trabalho.
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no âmbito da organização e sob a autoridade e direcção deste, tais como nas
empresas públicas, mistas, privadas, cooperativas, organizações sociais,
organizações internacionais e nas representações diplomáticas e consulares, aos
aprendizes e estagiários colocados sob a autoridade dum empregador e ao trabalho
prestado no estrangeiro por nacionais ou estrangeiros residentes contratados no Pais
ao serviço de empregadores nacionais, sem prejuízo das disposições mais favoráveis
para o trabalhador e estas disposições de ordem pública no local de trabalho e
supletivamente aos aos trabalhadores estrangeiros não residentes. (Art.1ºLGT)
O direito do trabalho angolano não se aplica aos além dos funcionários públicos aos
trabalhadores ao serviço dasrepresentações diplomáticas ou consulares doutros
Países ou de organizações internacionais, que exercem actividade no
âmbito das Convenções de Viena; (Art. 2º LGT)
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individual (de cada sujeito). Já o direito colectivo foca os interesses abstractos do
grupo.
A. A Constituição
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raramente são dotadas de eficácia plena, isto é, aptas a imediata aplicação,
independentemente da intermediação do legislador ordinário, o que reduz
consideravelmente sua importância prática.”
B. As Leis
D. Jurisprudência
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F. Regulamento de Empresa
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disposições quantificáveis, se mostrar mais favorável ao trabalhador, salvo se as
disposições de nível superior forem imperativas. Os usos e costumes só são
aplicáveis no caso de falta de normas legais ou convencionais ou por remissão
destas.
Podemos, em virtude destes princípios esclarecer de uma vez por todas que o Direito
do trabalho é um ramo autónomo do direito, pois a aplicação subsidiária, muitas vezes
usada, trazendo normas processuais e também de direito material civil, não torna o
direito especializado dependente do direito comum, assim como seus ramos
processuais, pois as normas à serem aplicadas devem ser amoldadas aos princípios
que norteiam o direito do trabalho, sob pena de graves escoriações.
Um ramo é autónomo, pois, não em virtude de uma ou outra aplicação, mas sim por
ter princípios peculiares, o que claramente vemos no direito laboral, como a seguir se
demonstrará:
Logo antes de se iniciar a relação laboral, a lei proíbe que o trabalhador, no contrato
de trabalho renuncie a direitos consagrados em normas de carácter imperativo.
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às férias (179º nº2 da LGT) que é irrenunciável e o seu gozo efectivo não pode ser
substituído, fora dos casos expressamente previstos na lei, por qualquer
compensação económica ou outra, ainda que com o acordo do trabalhador.».
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Princípio da irrenunciabilidade de direitos;
Concorrência e sucessão de convenções colectivas de trabalho.
CAPÍTULO II.
CONTRATO DO TRABALHO
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2.1.1. Definição
a. Subordinação jurídica e
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A subordinação implica um dever de obediência para o trabalhador que é que
expressamente consagrado no art. 3º LGT (contrato de trabalho e aquele pelo qual
uma pessoa se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua actividade intelectual ou
manual a outra pessoa, sob a autoridade e direcção desta) no aspecto considerado. O
trabalhador deve “obedecer à entidade patronal em tudo o que respeite à execução e
disciplina do trabalho, salvo na medida em que as ordens e instruções daquela se
mostrem contrárias aos seus direitos e garantias”. Admite-se, portanto, a possibilidade
de uma desobediência legítima – o que implica a ideia de que existe uma área
demarcada de subordinação e de que o poder patronal tem limites fixados pela
própria lei e pelos instrumentos regulamentares de grau inferior.
b. Retribuição.
Anote-se, por outro lado, que o termo retribuição não é o único usado para designar a
prestação devida pela entidade patronal.
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necessárias para a obtenção de maior produtividade e para a promoção humana e
social do trabalhador. (Art. 14ºLGT)
A. O trabalhador.
a. Definição
b. Os deveres do trabalhador
O sujeito laboral trabalhador, tem deveres com entidade empregadora. Esses deveres
são enumerados no artigo 44ª da LGT. São deveres do trabalhador, sendo uma
expressão do princípio da boa-fé nomeadamente o de negociar por conta própria ou
alheia em concorrência com o empregador (dever de não concorrência); Dever de
sigilo – Não divulga informações quanto à sua organização, métodos, dever de boa
execução da prestação, dever de obediência de civilidade, cortesia, delicadeza etc.
c. Direitos do trabalhador
São direito do trabalhador para além dos que são considerados direitos fundamentais
previstos no artigo 7 e outros estabelecidos nesta Lei, nas convenções colectivas de
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trabalho e no contrato individual de trabalho, ao trabalhador são assegurados os
seguintes direitos: direito a estabilidade do emprego, O direito de ocupação efectiva –
art.º 36º b), o que significa que o trabalhador tem direito a trabalhar, não podendo o
empregador opor-se. Actualmente este direito à ocupação efectiva é considerado
bastante importante, sendo um direito fundamental dos trabalhadores. As categorias
profissionais estabelecem as funções para as quais o trabalhador é contratado, não
sendo obrigado a desempenhar outras funções. Direito de ser tratado com
consideração e com respeito pela sua integridade e dignidade; Direito ao salário
condigno, justo, pontual e adequado ao seu trabalho, direito á boa condições de
trabalho, etc. (art. 43ºLGT).
B. A entidade empregadora
a. Definição
b. Direitos do empregador
c. Direito do empregador
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qualificação, conhecimento e capacidade do trabalhador da forma como se insere na
organizacao do trabalho e aos resultados no trabalho desenvolvido etc. (Art 41 LGT)
A. Conceito
A capacidade é a aptidão para exercer, por si ou por outrem, actos da vida civil. A
capacidade laboral é a aptidão, segundo o Direito do Trabalho, para o exercício de
actos da vida laborar. O direito laboral não inovou quanto aos requisitos da
capacidade da pessoa humana, manteve os estabelecidos pelo Direito Civil.
Logo depois, no art. 1154º CC, introduz-se com efeito a noção do “contrato de
prestação de serviços”, nestes termos: “aquele em que uma das partes se obriga a
proporcionar à outra certo resultado do seu trabalho intelectual ou manual, com ou
sem retribuição”. Avulta, neste enunciado, a contraposição fundamental do resultado
do trabalho à actividade, em si mesma, que caracteriza o contrato de trabalho.
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A exterioridade dos meios utilizados, relativamente à vinculação do prestador de
serviço, pode não ser absoluta – e daí que, mais uma vez, o critério fundado na
distinção entre obrigações de resultado se revista de notória relatividade na distinção
entre contrato de trabalho e contrato de prestação de serviço. Pode dar-se o caso de
o trabalhador autónomo se encontrar contratualmente obrigado a utilizar certos
materiais, ou a seguir um dado modelo ou figurino, ou até a realizar pessoalmente a
actividade necessária à consecução do resultado. Mas tratar-se-á então de condições
contratualmente estabelecidas, fundadas no consenso das partes e não na autoridade
directiva (supraordenação) de uma perante a outra. Dentro dos limites traçados pelas
estipulações contratuais, a escolha dos meios e processos a utilizar, bem como a sua
organização no tempo e no espaço, cabe ao prestador de serviço.
2.2.2. Mandato
O contrato de mandato, é aquele pelo qual uma das partes se obriga a praticar um ou
mais actos jurídicos por conta da outra (art. 1157º CC) e presume-se gratuito salvo se
os actos a praticar forem próprios da profissão do mandatário (art. 1158º/1 CC).
Avulta aqui a natureza do serviço a prestar: trata-se de actos jurídicos ou seja, actos
produtivos de efeitos jurídicos, efeitos esses que interessam ao mandante, e que,
havendo prévia atribuição de poderes de representação ao mandatário, se vão
imediatamente produzir na esfera jurídica do mesmo mandante, como se fosse ele a
praticar.
2.2.3. Depósito
O contrato de depósito, é aquele pelo qual “uma das partes entrega à outra uma
coisa, móvel ou imóvel, para que a guarde, e a restitua quando for exigida” (art. 1185º
CC), presumindo-se gratuito, isto é, sem remuneração do depositário, excepto se este
fizer disso a sua profissão (art. 1186º CC).
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2.2.4. Empreitada
O contrato de empreitada, porventura até a mais importante, quer pela sua frequência
real, quer pela proximidade que, nalgumas das suas formas concretas, ele mostra
relativamente ao contrato de trabalho. A lei define-o do seguinte modo (art. 1207º CC
e 23º LGT): “empreitada é o contrato pelo qual uma das partes se obriga em relação à
outra a realizar certa obra, mediante um preço”. Afirma-se aqui, em termos mais
concretos, a ideia de obra, isto é, de “produto” em que se incorpora o trabalho e a
retribuição, agora já como elemento característico do contrato.
Para tal efeito, serve a definição do art. 10º CT: se, no caso concreto, existe uma
pessoa que presta a outra a sua actividade manual ou intelectual, mediante
retribuição, e estando a primeira sob as ordens da segunda, conclui-se, mesmo sem
suporte declarativo expresso, a existência de um contrato de trabalho. O elemento
detectável por observação dos factos – a existência de uma obrigação que, dessa
forma, se cumpre – é suposto pelo julgador, através de um juízo de normalidade que
se traduz por uma presunção judicial. Esse procedimento é, de resto, autorizado pela
lei (art. 351º CC).
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idênticas de protecção. São aquelas em que o trabalhador se encontra
economicamente dependente daquele que recebe o produto da sua actividade.
Temos por exemplo:
Para que certos contratos sejam válidos, a lei exige que na sua celebração sejam
observados determinadas formalidades. Não basta que a vontade dos sujeitos seja
declarada por qualquer meio: a lei estabelece “que a declaração de vontade negocial
só tem eficácia quando realizada através de certo tipo de comportamento ou acções
declarativas. Esse tipo é que constitui a forma negocial”. Quando a lei formula, quanto
a certo contrato, uma tal imposição está-se perante um contrato formal. (art. 15º LGT)
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No contrato de trabalho, “o termo vale como elemento acidental do negócio”, e que
este contrato se destina a perdurar até que ocorram “determinadas circunstâncias
declaradas, pela lei ou pelos concorrentes, idóneas a extinguir a relação que ele
disciplinar”.
Quando uma pessoa coloca, por via de um contrato, a sua força de trabalho à
disposição de outra, passam a desenrolar-se entre ambas contratos de diversa
natureza, através dos quais vão sendo emitidas directrizes e precisados objectivos, ao
mesmo tempo que se vai concretizando, por forma continuada ou sucessiva, a
actividade laboral oferecida. Simultaneamente, as esferas pessoais dos sujeitos
entram também em múltiplos contactos, com projecções psicológicas, económicas e
sociais. Todos estes elementos constituem uma relação interindividual complexa que
podemos designar, por “relação factual de trabalho”.
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A relação jurídica de trabalho: o seu conteúdo é integrado por um conjunto de direitos
e deveres assumidos pelo trabalhador e pelo dador de trabalho, por efeito de um certo
facto jurídico – o contrato individual de trabalho.
CAPÍTULO III.
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A hipótese de proposta e aceitação verbais predomina largamente, salvo na
constituição de relações de trabalho no contexto de empresas de maior dimensão. A
aceitação tácita ocorrerá “logo que a conduta da outra parte (o trabalhador, em regra)
mostra a intenção de aceitar a proposta” (art. 234º CC).
Durante o período de experiencia qualquer das partes pode fazer cessar o contrato de
trabalho, sem obrigação de pré-aviso, indemnização ou apresentação de justificação,
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devendo o empregador efectuar o pagamento da remuneração devida pelo trabalho
prestado.
Decorrido o período de experiencia sem que qualquer das partes faca uso do disposto
no número anterior, o contrato de trabalho consolida-se contando-se a antiguidade
desde o inicio da prestação do trabalho.
No número segundo do artigo 18º, o legislador admite que as partes possa aumentar
a duração do período experimental, por escrito, até quatro meses, no caso de
trabalhadores que efectuem trabalhos de elevada complexidade técnica e de difícil
avaliação e até seis (6) meses no caso de trabalhadores que desempenhem funções
de gestão e direcção
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CAPÍTULO IV.
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4.1.2. Fundamento da limitação da duração do trabalho.
A lei designa por “período normal de trabalho” (artº 3º nº23 LGT): é o período durante
o qual o trabalhador está a disposição do empregador para execução das tarefas
profissionais a que se obrigou com o estabelecimento da relação jurídico-laboral, e
que tem como contrapartida o salário – base.
O legislador ainda admite que o período normal de trabalho semanal seja ser
alargado até cinquenta e quatro (54) horas, nos casos em que o empregador adopte
os regimes de horário por turnos ou de horário modulado ou variável, em que esteja
em execução um horário de recuperação ou em que o trabalho seja intermitente ou de
simples presença.
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por diploma próprio do Titular do Poder Executivo, nas actividades em que o trabalho
seja prestado em condições particularmente desgastantes, fatigantes ou perigosas ou
que comportem riscos para a saúde dos trabalhadores.
A redução dos limites máximos dos períodos normais de trabalho não determina a
diminuição do salário dos trabalhadores nem qualquer alteração das condições de
trabalho que se tome desfavorável aos trabalhadores. (Arts 95 n° 4 e 5).
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Mas pode verificar-se diminuição do período normal de trabalho por decisão do
empregador, tal diminuição poderá constituir uma decisão de gestão ou resultar de
caso fortuito ou de força maior, não podendo implicar, em qualquer destes casos,
redução do salário. E poderá, ainda, enquadrar-se, em que a redução dos períodos
normais de trabalho é configurada como medida transitória de emergência, para
situações de crise grave da empresa, susceptível de ser decidida pelo empregador no
termo de um processo de consultas aos representantes dos trabalhadores. Nesta
configuração, a redução do período normal de trabalho tem consequências no plano
remuneratório: os trabalhadores afectados deixam de auferir a retribuição normal e
entram num regime de “compensação salarial”.
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c) Por vezes, a lei remete a regulamentação de certos aspectos da relação de
trabalho para os usos locais entenda-se: para os usos exigentes na área ou
região em que se situa o local de trabalho.
d) Este releva também quanto à aplicabilidade dos instrumentos de
regulamentação colectiva – cujo âmbito é definido nas respectivas cláusulas.
Deste modo, o local de trabalho será o que resulte das estipulações expressas ou
tácitas das partes ou, na sua falta, do critério estabelecido na regulamentação
aplicável a cada tipo de actividade.
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CAPÍTULO V
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5.2. Efeitos da suspensão:
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que a situação impeditiva não seja imputável ao trabalhador, caso contrário, estar-se-
ia perante a situação de incumprimento culposo, cujos efeitos, são diferentes.
Duração, certa ou provável, de mais de um mês (art. 189º nº1 LGT); há pois, um limite
mínimo de transitoriedade, que decerto se explica pela possibilidade da aplicação do
regime normal das faltas a situações de impedimento menos prolongado. Assente-se
que a suspensão por impedimento do trabalhador implica a cessação do crédito
salarial.
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em definitivo, para que a impossibilidade se tenha por levantada ou, também definitiva
(artº 193º al. a) LGT)
5.4.2. Em caso fortuito ou motivo de força maior (artº 193º al. b) LGT)
Os conceitos de caso fortuito e de força maior devem sofrer, nesta sede, uma
acomodação no sentido restritivo. Encarados meramente na sua função negativa em
relação à culpa, não permitem explicar que sejam objecto da cobertura legal
estabelecida para as situações em que o encerramento é subjectivamente imputável à
entidade patronal, outras hipóteses em que a culpa está ou pode estar ausente:
aquelas em que a interrupção da laboração é devida apenas a razões de “interesse”
do empregador.
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CAPÍTULO V
O Contrato de trabalho pode cessar por: Causas objectivas, alheias a vontade das
partes;
A todo o tempo pode em as partes fazer cessar o contrato de trabalho, por tempo
determinado ou indeterminado, desde que o façam por escrito, assinado pelas duas
partes, sob pena de nulidade.
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Se no acordo for estabelecido alguma compensação a favor do trabalhador, deve
declarar-se a data ou datas do respectivo pagamento, entendendo-se que não inclui
os créditos que a data da cessação existam a favor do trabalhador nem os que a este
sejam devidos em consequência da cessação, salvo se o contrário constar
expressamente do acordo que fixa a compensação. (Art. 200º LGT)
a. Forma
A lei exige que o acordo conste de “documento assinado por ambas as partes, ficando
cada uma com um exemplar” (art. 200º, nº 1 e 3). O documento deve conter a
indicação da data da celebração do acordo e da data em que se produz o efeito
extintivo (nº 2 do mesmo artigo).
b. Efeitos
O único efeito legalmente fixado para cessação por mútuo acordo ou revogação do
contrato é a cessação deste. Pode ser diferido por estipulação expressa das partes,
constante do documento escrito exigido para a validade da revogação. Os dois
momentos são claramente diferenciados no nº 2 e 4 do art. 200º da LGT.
B. Caducidade.
Em geral, diz-se que o contrato de trabalho cessa por caducidade quando ocorrem
certas situações objectivas que são de molde a tornarem-no inviável ou inútil. A
impossibilidade absoluta e definitiva da execução da prestação de trabalho é, pois,
uma causa típica de caducidade1.
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A caducidade é, nos termos da lei civil, a extinção de um direito pelo seu não exercício dentro de certo
tempo fixado na lei ou por acordo: art. 298º, nº 2, do Código Civil. Essa noção é utilizada pela lei do
trabalho portuguesa, nomeadamente, a propósito da acção disciplinar na empresa, cujo exercício está
subordinado a certas condições de tempo. Está claro que o conceito de caducidade utilizada no regime
legal da cessação do contrato de trabalho não é o mesmo: aqui, trata-se da ruptura do contrato que
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O “automatismo” da caducidade é, porém, uma noção destituída de rigor. No
processo pelo qual o contrato de trabalho “caduca” intervêm sempre de uma maneira
ou de outra, “motivos vários” que se exprimem através de declarações ou
manifestações com carácter para-negocial.
O art. 199º da LGT, depois de estabelecer que o contrato de trabalho caduca por
causa objectiva, alheia à vontade das partes. O Legislador aponta três causas
específicas de caducidade por causa objectivas:
O contrato de trabalho só cessa por caducidade se o facto for conhecido por ambas
as partes (art. 202º), o que implica informação do trabalhador ao empregador, ou o
acesso deste ao conhecimento do facto por outro meio – eventualmente através de
contacto directo com a instituição de segurança social. Não há, todavia, exigência
específica de forma para a informação do trabalhador.
não é efeito de uma declaração negocial extintiva de qualquer das partes ou de ambas.
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c. Caducidade por falência ou insolvência
6.1.3. O Despedimento.
A. Despedimento individual
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a. Despedimento “por facto imputável ao trabalhador” (despedimento
disciplinar);
b) A nulidade de despedimento.
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a comunicação de despedimento nos termos do nº2 do artigo 50º. E igualmente nulo
despedimento que tenha por fundamento: as opiniões políticas, ideológicas ou
religiosas do trabalhador; a filiação ou não filiação sindical em determinado sindicado;
o qualquer outro motivo que nos termos do nº1 do artigo 4º e da alínea b) do nº2 do
artigo 19º seja fundamento de discriminação,
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reorganização, redução de actividades ou encerramento de serviços com que o
empregador pretende ajustar o funcionamento da empresa OU estabelecimento a
situação existente; os critérios a utilizar na selecção dos trabalhadores a despedir; a
possibilidade ou impossibilidade de transferir esses trabalhadores, no todo ou em
parte, para outros postos de trabalho existentes ou a criar, por força da reorganização
e para os quais seja exigida a mesma ou idêntica qualificação profissional e que
tenham direito a salário igual ou superior; e outras informações que julgue
consideradas úteis.
B. Despedimento colectivo.
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