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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Museu Nacional / Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social

Críticas a Antropologia

Docente: Marcio Goldman

Aluna: Tássia Mendonça

2012.01
“E perguntou-lhe: Qual é o teu nome?

E lhe respondeu dizendo: Legião é o meu nome! Porque somos muitos.”1

“Não sabemos nada de um corpo enquanto não

sabemos o que pode ele, isto é, quais são seus afectos,

como eles podem ou não compor-se com outros afectos,

com os afectos de um outro corpo, seja para destruí-lo

ou ser destruído por ele, seja para trocar com esse

outro corpo ações e paixões, seja para compor com ele

um corpo mais potente.”2

Ao introduzir o movimento no pensamento, Deleuze e Guattari criam conceitos e

traçam planos a partir de uma concepção de tempo e duração que viabiliza pensar a

variação e a diferença em si mesmas. Escapando do caráter gerativo do uno ou

derivativo do múltiplo, trata-se enfim de multiplicidades, de matilhas, de legiões. Nesse

sentido, o presente trabalho intenciona discutir transversalmente as implicações da

inserção das variáveis do movimento nos conceitos desenvolvidos pelos autores.

Costurando assim um possível agenciamento com questões antropológicas no que tange

as tensões entre captura/fuga, morte/arrebatamento que atravessam e desafiam nossa

disciplina. Trata-se, portanto de desterritorializar alguns dos conceitos operados por

Deleuze e Guattari, fazer qualquer esboço de falsificação dos mesmos. A questão aqui

proposta é muito menos a resolução efetiva de impasses e controvérsias que atravessam

o fazer antropológico e muito mais o estabelecimento de um encontro possível, de uma

ressonância, de um deslocamento.

1
Marcos 5:29
2
Mil Platos 4, pg43
Partindo da palavra de ordem e suas potências de morte e de fuga, pretendo

atravessar alguns conceitos do autor relativos não apenas a linguagem, mas a potência

criativa/criadora, os movimentos de desterritorialização bem como àqueles de captura e

cerceamento. Chegando enfim a potência criativa do falso, sua relação com os

intercessores e com o devir. Em suma, trata-se do quanto às relações entre diferenças e

o conceito de multiplicidade podem entrar em ressonância com o problema

antropológico por definição, qual seja, a relação com o outro.

1. Entre Corpos e Enunciados

É preciso repensar o lugar da linguagem, sua função. Não se trata de informação

ou comunicação. Há uma dimensão de poder, sentença de morte e criação. Há palavra

de ordem. A mesma atravessada por atos ilocutóricos, enunciados que tomam

corporalidade e corporalidades que agenciam enunciados. É a relação de intervenção da

linguagem nos corpos, do agenciamento entre palavra e materialidades, escapando a

representação ou a referência. Não se reduz à dimensão imperativa explícita da fala3,

mas está na efetuação, na atualização de uma virtualidade num enunciado que se

agencia a corpos. Um agenciamento mais do que uma relação de causalidade direta. De

modo que a potência criativa, ilocutória da palavra se encontra em sua capacidade de se

colar, de enunciar as próprias coisas.

Há muitas línguas em uma língua, muitas falas numa só oração. A enunciação

possui assim um caráter eminentemente social. Não há sujeito do enunciado ou mesmo

enunciação individual, na medida em que a própria enunciação refere-se a

agenciamentos coletivos. As esferas do individual e do coletivo tornam-se

indiscerníveis, tal qual o sujeito do enunciado, caracterizando um discurso indireto


3
A própria noção de glossolalia aliada a um entendimento variante da língua quebra com a distinção
linguística clássica entre língua e fala. Questão que será mais bem abordada a diante, por ora, basta dizer
que o uso dos termos língua e fala será feito de forma intercambiável.
livre. Este não é explicado pela distinção entre sujeitos, mas pelos agenciamentos

semióticos distintos que atravessam a linguagem. Há uma glossolalia imanente na

língua, todas as vozes em uma voz. Falam-se, por conseguinte as coisas, não sobre elas

ou delas. É muito menos uma palavra que dá uma ordem direta do que um ordenamento

do mundo que passa pela dimensão do discurso. Trata-se do enunciado de um ato, e do

próprio ato que se enuncia. Com efeito, há redundância na relação entre a enunciação e

a agência corpórea que ela implica.

Há uma dimensão jurídica da palavra, na capacidade de transformar, de conferir

atributos incorpóreos a corpos efetivos. O feto possui um sexo biológico, mas a

transformação deste em menina ou menino passa pela efetuação, por um ato de

enunciação ilocutória que expressa atributos não-corpóreos, o feminino e o masculino.

De modo que são transformações elas mesmas incorpóreas, mas referidas a corpos, atos

imanentes da enunciação na relação da língua com o fora. O incorpóreo é assim

atribuído aos corpos, é incorporado de maneira a os constituir, a lhes modificar a

natureza através do enunciado.

Em suma, há um eixo que vai da mistura de corpos às transformações

incorpóreas, cada polo composto por forma e conteúdo próprios se relacionando assim

não nos termos de complementaridade, mas de ressonância e agenciamento. As ações e

paixões dos corpos, suas misturas, a esfera de suas afecções e transformações materiais,

constituem assim uma polo independente, são formalizações de conteúdo4, de natureza

distinta daquela dos enunciados. Estes, por sua vez, constituem-se de atos incorpóreos,

formando um polo das expressões. Os corpos, portanto possuem qualidades próprias

não precisam ser representados ou referenciados.

4
Conteúdo aqui empregado não em oposição à forma, na medida em que a esfera das misturas de corpos
possui forma própria. Opõe-se assim à expressão, sendo que esta possui igualmente forma e
conteúdo/próprios.
É nesse sentido que a função-linguagem da palavra de ordem se constitui

enquanto enunciados incorpóreos à medida que intervém nos corpos, os fala, não os

representa ou os comunica. Um agenciamento de misturas de corpos e transformações

incorpóreas implica assim não um paralelismo ou uma relação de causalidade entre os

eixos, mas um esfacelamento das duas formas, uma remete a outra, não cessam de

passar entre si. Há, portanto um eixo horizontal cujos polos são de um lado os

agenciamentos maquínicos de corpos e de outro os agenciamentos coletivos de

enunciação. O movimento recíproco entre os mesmos possui duas forças, polarizadas

num eixo vertical e que atravessa os agenciamentos. Acionando o conceito dos autores

de retournelle5, podem-se entender os agenciamentos enquanto movimentos dotados de

tempo e duração própria que entram em ressonância, desterritorializando e

territorializando, se arrastando mutuamente, em movimentos ora de fuga/

arrebatamento ou de captura/estabilização. A linguagem e as coisas estão agenciadas

assim por vetores de desterritorialização e territorialização, constituindo a tetra-

Valência do agenciamento.
Territorialização

Agenciamento Agenciamento
Coletivo de Maquínico de
Enunciação Corpos

Desterritorialização

5
Cf Mil Platô 4 Retournelle
2. Entre Constantes e Variação Contínua

A linguística clássica distingue duas faces da linguagem, a língua e a fala.

Sumariamente, a primeira refere-se aos aspectos reguladores e estáveis da linguagem,

seu nível gramatical e estrutural, portanto passível (na mesma medida que viabilizador)

de um tratamento científico. A fala por sua vez refere-se à dimensão dinâmica, variante

da linguagem, sua face agramatical. A proposta que Deleuze e Guatarri desenham,

frente a esse tratamento linguístico que procura as constantes e invariantes da

linguagem, consiste na possibilidade de um tratamento científico da língua que não

extraia da mesma um padrão, mas que coloque a linguagem em variação contínua.

Toda gramática constitui uma tomada de poder de uma língua maior frente a

línguas menores. As gírias, línguas secretas, jargões, não compõe a máquina abstrata

que extrai as constantes linguísticas clássicas, as estruturas propriamente gramaticais.

Isto porque o modo de tratamento que essas línguas menores introduzem na linguagem

é eminentemente variante, consiste no acionamento de regras variáveis facultativas. E é

essa componente da linguagem que permite conferir um tratamento minoritário, fazê-la

devir. De modo que ao haver uma tomada de poder para a constituição da unidade de

uma língua a mesma não se faz incólume, sem se deixar agenciar pelas línguas menores

que a compõem. Língua maior e língua menor constituem, portanto dois usos possíveis,

extrair da língua suas constantes ou colocá-la em variação6.

Colocar a linguagem em variação continua é fazê-la devir, e o devir é

eminentemente minoritário. Com efeito, não basta ser minoria, e não se trata tampouco

de uma condição numérica. A maioria é um estado de poder, é a consolidação de um

6
Notar que um tratamento constante não se opõe a variável, isto é, a linguística tradicional entende e
estuda as línguas menores, entretanto partindo de modelo arborescente no qual as mesmas derivam da
língua maior constituindo movimentos desviantes/derivativos. Por a língua em variação continua é
apreendê-la no seu próprio movimento.
modelo, um fechamento, a partir do qual todo o restante da experiência é definido. É o

rosto7, um dispositivo de poder. Num mundo que não admite o outro a relação com a

diferença é realizada através do rosto, lugar onde se inscrevem as significações

dominantes. A diferença só é possível binariamente e em cascata a partir do padrão

estabelecido no e pelo rosto. A maioria, portanto ao ser compreendida no padrão, no

modelo abstrato não é ninguém, de onde a minoria é o devir de todo mundo. Todos se

afastam do rosto em menor ou maior escala, de modo que a virtualidade do minoritário

é transversal, todos são minoria e podem portanto entrar em variação contínua, podem

devir. Trata-se de uma potência criativa, da possibilidade de fazer fugir a medida e o

modelo, de fazer mundo.

Colocar a linguagem em variação contínua é, portanto introduzir o movimento

na língua, posto que o devir constitui tão somente na introdução do

tempo/duração/movimento no ser. Trata-se de entender a composição própria dos

corpos no que se refere a uma vibração, a uma intensidade, a um movimento e uma

duração específica. Tratam-se de hecceidades, individuações que permitem pensar uma

relação intermediada não pela imitação, imaginação ou representação, mas pelo

encontro de movimentos diferentes que se misturam, tornando-se indiscerníveis a

medida que fazem devir, que entram em ressonância. Atualizando assim virtualidades

mútuas, um encontro com um animal que me permite devir-animal, isto é, atualizar a

virtualidade da minha animalidade. Não se trata de se tornar o outro, mas contra-efetuar

uma afecção que o encontro com ele produz.

Permite-se assim entender os diferentes e a própria multiplicidade na medida em

que hecceidades não estão referidas a um uno, não possuem uma constituição

derivativa. É a indiscernibilidade do devir que permite a existência mesma do outro.

7
Cf. Mil Platôs 3 - rostidade
Tudo está em tudo e reciprocamente. A virtualidade do outro em mim é que viabiliza

nossa existência enquanto reais diferentes. O devir constitui-se, por conseguinte, uma

relação entre diferentes enquanto tais. Não é imitação posto que uma não pode se

constituir enquanto modelo para a outra. O padrão, o rosto é uma interrupção no

movimento, logo ninguém o é na medida em que todos somos constituídos de

velocidades e intensidades, latitudes e longitudes. A diferença não se dá assim no ponto

de vista das identidades, na medida em que as mesmas passam por um uma manutenção

de essências identitátias idênticas, mas na diferenciação enquanto movimento e

mudança.

3. Entre Sentenças de Morte e Linhas de Fuga

Há então um modo de tratamento maior e um modo de tratamento menor da

língua. Tendo em vista que a condição da língua é efetuada pela palavra de ordem é

através dela que se pode apreender ambas as direções. A palavra de ordem constitui

sentença de morte, à medida que é sempre um atributo incorpóreo que separa, segmenta

um corpo, que o distingue de outro. A delimitação e o contorno limitam e fixam,

condicionando o movimento dos corpos a morte. Uma vez que a transposição das linhas

marcadas implica em transformação, não no sentido de metamorfose, mas de

enantiomorfose8, de destruição e de morte na mudança. A morte como fronteira

instransponível entre diferentes.

Por outro lado, se a palavra de ordem é o rugido do leão que anuncia a morte, é

também o grito de alarme que estoura a fuga. Esse outro aspecto coloca em variação

contínua os desdobramentos do enunciado. Assim, os limites são traçados, as linhas

delineadas, mas a sua transposição é menos morte e mais transformação incorpórea,

constantemente atribuída aos próprios corpos. Não se elimina a morte, a mesma é posta
8
Cf, Canetti p 55 miml platôs 2
em variação, em devir. Arrasta-se a morte, trançando uma linha de fuga 9, não da palavra

de ordem, mas da sentença de morte que a mesma implica. Há nesse sentido uma

dimensão criativa da linha de fuga na medida em que ela traça outras possibilidades, na

relação entre forma e conteúdo, a onde os mesmo se tornam indissociáveis e a

transposição entre as linhas que contornam a forma arrasta essas mesmas linhas, não

constituindo em linhas suicidas, em traços para a morte, mas em movimentos, devires

de criação. E é na própria palavra de ordem, na sua incorporalidade enquanto potência

de fuga, que a vida deve responder à resposta da morte, não fugindo, mas fazendo com

que a fuga aja e crie.

A fim de entender os desdobramentos do traçar uma linha de fuga e de suas

potencialidades criativas é preciso adentrar ainda que brevemente em outras dimensões

que esse mesmo conceito possui. Pensar em termos de movimento implica tanto a

introdução da variável tempo, quanto à dimensão espacial. Deleuze e Guattari, no

esforço de introduzir o movimento no pensamento, agenciam seus conceitos por meio

não de uma oposição entre sujeito e objeto, mas pela relação entre terra e território. A

ciência, a filosofia e a arte enfrentam o caos, isto é, a dimensão das virtualidades, do

não-atualizado, das velocidades infinitas. O caos é a dimensão exponencial do não-

territorializado, não há meio, nem território, só o intangível, composto de movimentos

tão velozes que não viabilizam qualquer delimitação, não se traça linhas no caos.

Há no caos a virtualidade do movimento, de modo que a resistência àquele passa

pela capacidade de traçar linhas de fuga, de desterritorializar. O primeiro movimento é

então o de resistência, o primeiro devir o minoritário. Na medida em que não se

constituem em referência seja ao território sedimentado ou a um modelo, mas são os

meios que possibilitam o agenciamento. De modo que a desterritorialização que traça

9
Cf mil platôs 1
um movimento, um retournelle contínuo, rasga o caos e faz fugir, estabelecendo então

territórios estes sendo perpetuamente arrastados por movimentos de fuga. As linhas de

fuga são a própria variação contínua dos territórios, e por isso mesmo são a

possibilidade de escapar a sentença de morte presente na potência territorializante da

palavra de ordem.

4. Entre História e Devir

A história ocupa-se notadamente da reconstrução do passado a luz daquilo que

efetivamente aconteceu, operando com a oposição entre real e possível. Assim há um

campo infinito de possibilidades, mas o interesse eminente do historiador é com o que

se realizou. De modo que o real constitui um empobrecimento das possibilidades. Logo,

uma invenção técnica determinada, ou mesmo o surgimento da filosofia seria possível a

qualquer povo, mas realiza-se/realizou-se em apenas um. Há, portanto a investigação

das condicionantes históricas, daquilo que viabiliza o movimento de realização. Trata-se

de algo, um acontecimento, um conhecimento, uma técnica, que já está inconsciente no

pensamento humano, não há criação, mas sim realização. De maneira análoga a

oposição real/possível opera no campo da linguagem. Uma vez que a realização da

linguagem é o empobrecimento das possibilidades, tendo em vista que ao se

territorializar a língua na criança, são suprimidas as outras possibilidades pela

imposição de um real.

O devir por sua vez opera pelo agenciamento entre o virtual e o atual. A

realidade está em ambas às esferas e os movimentos efetuados entre elas constituem

zonas indiscerníveis. Assim, os movimentos de atualização, de efetuação são

movimentos contínuos, que arrastam consigo a dimensão da virtualidade não-atualizada.

A um movimento duplo nesse sentido, de onde a contra-efetuação, isto é, a atualização


de um virtual não segmenta os dois polos, antes os carrega, os faz mover, os põe em

fuga. De modo que, uma vez que se pensa o modelo da linguagem, por exemplo, a partir

do virtual e do atual, é possível admitir a existência, ainda que em níveis moleculares,

de virtualidades não atualizadas (um pouco de chinês em mim), de línguas menores, do

minoritário, e em grande medida do próprio devir.

Há na história uma preocupação, por conseguinte, com a distinção entre verdade

e mentira. Tendo em vista que o real ocupa apenas um dos polos é mister investigar o

que de fato se realizou a despeito do campo de possibilidades, agora empobrecido pelo

acontecimento condicionado. O devir, no entanto na medida em que arrasta o real pra

esfera das virtualidades não opõe verdade e mentira, mas possibilita a criação o

agenciamento entre corpos de natureza diferente, o acionamento do não-atualizado, e a

falsificação enquanto sua potência criativa.

5. Entre Falsários e Intercessores

Em ‘Imagem-Tempo’, Deleuze explora a problemática da relação entre real e

imaginário no cinema, e como a busca por um verdadeiro, um real narrativo envolve

necessariamente um tempo cronológico. A introdução do tempo na imagem, ou melhor,

a representação direta do tempo que o cinema de Resnais, O. Welles ou Godard cria,

implica assim numa outra concepção temporal e, por conseguinte numa outra relação

com a verdade. Não se aspira mais o verídico, torna-se eminentemente falsificante.

Logo, trata-se agora de devir e não mais de história. Não obstante a análise que o autor

desenvolve a cerca da potência do falso na construção de uma narrativa que escapa a

cronologia, a busca da verdade e ao julgamento, o agenciamento que se intenciona

realizar é entre a palavra de ordem em sua expressão de fuga e a potência criativa do

falso. Destarte, não entrarei a fundo na questão cinematográfica propriamente dita,


tendo em vista que identifico – e o próprio autor aponta ao longo do capítulo –

possibilidades de ressonância entre o falso e o devir para além do cinema.

De maneira análoga ao modo de tratamento menor da linguagem, o falso

descentraliza as relações entre corpos, não os organizando a partir de um centro de

verdade. No limite, há somente forças e relação de forças, apenas vontade de potência,

ou seja, poder de afetar e ser afetado. Substitui-se assim um sistema de julgamento por

uma ética/estética, sai de cena a preocupação com a verdade e o falsário entra em

devires diversos, estado de ressonância com o outro, de onde Eu = Outro. O falsário

assim passeia entre os mais diversos estratos, falsificando a si mesmo no outro e

reciprocamente. De modo que a indiscernibilidade que a falsificação provoca e implica

é análoga àquela abordada no discurso indireto livre10, no qual não há sujeito do

enunciado, trata-se de uma agência coletiva anômola 11 do estabelecimento de um devir

falsificante.

Na medida em que não se trata de imitação, mas de linha de fuga!!! É possível transitar entre
as figuras, transformar a palavra de ordem num agenciamento falsificante! A potencia criativa
do devir está no falso, a falsificação do outro que atualiza virtualidades em mim.

Potência do Falso, a relação entre verdadeiro/mentiroso  a relação entre o falso/a


falsificação e a criação  o paralelo entre o verdadeiro/mentiroso e a captura da criação

A criação e a potência última do falso

A introdução do movimento no pensamento  falso é relativo a multiplicidade, a variação


permanente como alternativa a variáveis e variantes.

A relação entre falar diante (variante constante na linguística) como linha de fuga em paralelo
ao falar sobre como potencia de morte

10
Cf imagem-tempo pg 181 para uma analise do discurso indireto livre no próprio cinema
11
Papel do anômalo na matilha, não enquanto individuo, mas como borda do devir animal Cf. Mil Platôs,
platô 4
A centralidade do intercessor como falsário, fuga da relação entre verdade/mentira e a
possibilidade de falar diante daqueles que se falsifica e não sobre aqueles que se representa

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