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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _____ VARA

CIVIL DA COMARCA DE ______

JORGE SILVA, brasileiro, solteiro, portador de identidade


xxxxxx e CPF xxxxxxxxxx, com endereço na Rua
xxxxxxxxxxxxxxxxx, é interditado e representado por sua mãe,
a Sra. MARIA SILVA.

Em face do INSS, autarquia federal, com sede em (Cidade), na


(Rua), (número), (CEP), (Bairro), (Estado) pelos seguintes fatos
e fundamentos:

AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFICIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA À


PESSOA DEFICIENTE (BPC/LOAS)

1. DOS FATOS

No dia _______, requereu junto à agencia da previdência social a concessão do


benefício de prestação continuada da assistência social para o autor da presente
ação, o qual foi indeferido pela agencia.

O mesmo encontra-se definitivamente incapacitado para exercer os atos da vida


civil, em razão de apresentar um retardo mental moderado, com
comprometimento significativo do comportamento necessitando de vigilância
(CID F. 71.1), a incapacidade de decorrente é irreversível, como comprova a
documentação nos autos.

Ademais em virtude de tal fato, ficou inviabilizado de praticar simples atividades


que antes realizava, sendo necessário o uso contínuo de medicação ansiolítica,
antidepressiva e anti-hipertensiva, com quadro resistente às medicações usuais,
apresentando crises caracterizadas por rápidas mudanças de humor, ansiedade,
dificuldade em se adaptar as mudanças da vida e baixa tolerância a frustações,
além de não dormir nem se alimentar de forma adequada (doc. anexo).

Cumpre ressaltar que o mesmo reside com sua genitora e mais 4 irmãos, com
renda mensal de R$ 600,00 (auxilio emergencial em decorrência da pandemia),
valor este inferior a ¼ do salário mínimo vigente para cada membro da
residência.

Contudo, existe as provas anexadas com a presente ação judicial, bem como as
provas futuras a serem produzidas no decorrer da ação.

A parte autora faz jus ao benefício previdenciário indeferido pela agencia de


previdência social, razão pela qual busca o poder judiciário para conseguir o seu
direito reconhecido judicialmente.

2. DOS FUNDAMENTOS

A Constituição Federal garante em sua carta, o benefício de assistência a pessoa


portadora de deficiência em seus seguintes termos abaixo descritos:
‘’Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por
objetivos:’’

(...)

‘’ V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa


portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de
prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme
dispuser a lei.’’

A redação do art. 20 da Lei n. 12.435, de 06-07-2011, apresenta o seguinte teor:

“Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-


mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e
cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria
manutenção nem de tê-la provida por sua família.’’

‘’ § 1º Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta pelo


requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles,
a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros
e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto’’

‘’ § 2º Para efeito de concessão do benefício de prestação continuada,


considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.’’

‘’ § 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com


deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja: 

I - igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo, até 31 de dezembro


de 2020;’’

Portanto se torna evidente, o direito do autor ao benefício assistencial, pois o


direito ao benefício pressupõe o preenchimento dos seguintes requisitos:

a) A condição de ser deficiente, seja a capacidade para o trabalho e para a vida


independente, em conformidade a redação do artigo citado acima, sendo o
impedimento de saúde mental, de natureza física ou intelectual, mas que
prejudiquem sua participação plena na sociedade.

b) Situação de risco, seja ele miséria, hipossuficiência ou situação de desamparo).

A condição de de deficiência da parte autora foi reconhecida e os documentos


médicos anexados no processo, constatam que o autor é portador de um Retardo
mental moderado (CID F 71.1)

A condição de miséria do autor, também é configurado em anexo com as


informações dos dados sobre o grupo familiar e dados relacionados as condições
socioeconômicas do grupo familiar, onde mostra que o autor reside com sua
genitora e mais 4 irmãos, com renda mensal de R$ 600,00 (Auxilio Emergencial),
valor este inferior a ¼ do salário mínimo vigente para cada membro da residência.
Dá analise das informações, é possível perceber que a parte autora, vive em uma
situação de risco social e não possui renda suficiente para atender suas
necessidades básicas.

Caracterizado o estado de miserabilidade da parte autora, deve ser deferido o


benefício social ao portador de deficiência e autor da presente ação.

4. DO PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

A situação criada pela Ré, ou seja, a negação do benefício, está colocando em


risco o mantimento da parte autora e de toda sua família.

Sem receber seus rendimentos e sem a possibilidade de trabalhar para conseguir


se manter e manter sua família, a parte autora passa por serias dificuldades
financeiras desde seu afastamento do trabalho, uma vez que o benefício em
questão seria seu único meio de conseguir se sustentar.

Assim, impõe-se a tutela de urgência com base na designação de perícia


medica, a fim de que, após o laudo, possam ser antecipados os efeitos da tutela,
como medida de salvaguarda à vida da parte autora. Existe o fato de que não
seja possível a realização da análise judicial de forma rápida, faz-se necessária
a concessão, ainda que precocemente, da tutela antecipada, com o objetivo
principal de garantir a sobrevivência do núcleo familiar na qual o autor faz parte.

5. DA GRATUIDADE DA JUISTIÇA

Requer-se, ainda, por ser a parte autora hipossuficiente, na sua mais pura
definição jurídica do termo, sem condições de arcar com as despesas
processuais e os honorários advocatícios sucumbenciais sem o prejuízo dele
mesmo e de sua família, a concessão da Gratuidade da Justiça, na forma do art.
98 do CPP/2015

DOS PEDIDOS:

a) A citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, na pessoa do seu


representante legal, para que, querendo, responda a presente ação, no prazo
legal, sob pena de revelia;

b) A concessão do benefício da justiça gratuita em virtude de a parte autora não


poder arcar com o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios
em prejuízo do seu sustento ou de sua família, condição que expressamente
declara, na forma do art. 4º da Lei n. 1.060/50;

c) A condenação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS para conceder o


benefício de prestação continuada desde o requerimento administrativo, bem
como pagar as parcelas atrasadas, desde o respectivo vencimento e acrescida
de juros até a data do efetivo pagamento;

d) A condenação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS para arcar com


as despesas processuais e honorários advocatícios;

Dá-se à causa o valor de R$ ____________ (_______)

Nos termos que,


Pede deferimento.

Cidade, data

Adv./oab

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