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Manaus – AM
2010
ELIZETE MEDEIROS DO CARMO
Manaus – AM
2010
GESTÃO DO CONHECIMENTO
CONCEITUAÇÃO E USO NO
DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS
elizete.medeiros@gmail.com
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1. INTRODUÇÃO
Como observado por Sveiby et al. (2000), muito mais que a tecnologia, o
conhecimento é chave para companhias que pretendem agregar valor a seus produtos e
serviços e a importância dada à gestão de conhecimento nos últimos anos torna-se cada vez
maior, tanto que a classificação das empresas de sucesso é determinada pela capacidade de
gerir seu capital intelectual e a produção consistente de conhecimento, assim, observa-se
outro fator de grande importância no contexto atual que é o grande número de aplicações
produzidas pela tecnologia da informação tem favorecido a uma redefinição do papel do
conhecimento nos mais variados campos da vida humana.
A motivação deste trabalho é a afirmação de que o valor da maioria dos
produtos e serviços depende diretamente de como são desenvolvidos os “fatores intangíveis
baseados no conhecimento”, como o know-how tecnológico, o projeto do produto, a
apresentação de marketing, a compreensão do cliente, a criatividade pessoal e a inovação
(Nonaka e Takeuchi, 1997). Este trabalho também apresenta como característica principal o
fato de ser um assunto recente, com pouca literatura em língua portuguesa e é uma área em
consolidação no meio cientifico. Assim, deseja-se contribuir com um estudo para
tratar/conceituar a gestão do conhecimento bem como as ferramentas utilizadas para efetivá-la
na engenharia de software.
Para a realização do trabalho de conclusão de curso, estabeleceu-se o
objetivo de apresentar os conceitos envolvidos na utilização da gestão do conhecimento e seu
relacionamento com a área de qualidade de software. Em segundo plano, definiu-se, como
objetivos específicos, alcançar, com os resultados da pesquisa, os seguintes pontos: estudar e
conhecer as características da gestão de conhecimento na engenharia de software; verificar a
existência de ferramentas de apoio à gestão de conhecimento para tomada de decisões e
melhoria da qualidade de software; e por fim, apresentar um planejamento de uma ferramenta
simples, para gestão do conhecimento, baseada em gerenciador de conteúdo.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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software que é uma disciplina da engenharia que se preocupa em todos os aspectos da
produção de software desde o estágio inicial da especificação até a manutenção do sistema
depois de pronto em uso (SOMMERVILLE, 2007, p.7). Dentro da engenharia de software,
outro conceito importante é sobre o processo de software que pode ser definido como um
conjunto coerente de atividades, políticas, estruturas organizacionais, tecnologias,
procedimentos e artefatos necessários para conceber, desenvolver, dispor e manter um
produto de software. Um processo eficaz deve, claramente, considerar as relações entre as
atividades, os artefatos produzidos no desenvolvimento, as ferramentas e os procedimentos
necessários e a habilidade, o treinamento e a motivação do pessoal envolvido.
Um dos objetivos principais da Gestão do Conhecimento, é melhorar a
qualidade do produto final, aperfeiçoando as atividades dentro de um processo de software.
Assim, definiu-se a Qualidade de Software como um processo sistemático que focaliza todas
as etapas e artefatos produzidos com o objetivo de garantir a conformidade de processos e
produtos, prevenindo e eliminando defeitos (BARTIÉ, 2002, p.31). A qualidade de software
pode ser mensurada através do grau de satisfação em que são avaliados determinados
produtos ou serviços. Comentou-se também, sobre os padrões de qualidade, bem como os
modelos de melhoria de processos, tais como o CMMI e o MPS.BR. Por fim, é relatado a
interindependência entre gestão de processos e gestão da qualidade sendo mencionado o
PMBOOK que é um guia onde se descreve a somatória de conhecimentos e as melhores
práticas dentro da área de gerenciamento de projetos.
3. GESTÃO DO CONHECIMENTO
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se que para um projeto não repetir os mesmos erros do passado, deve-se registrar o
conhecimento dos colaboradores, registrar as melhores práticas e depois disponibilizar este
conhecimento gerado a todos os que de alguma forma têm alguma relação com a organização
(FAVA, 2006).
Então definiu-se a Gestão do Conhecimento como a área que se preocupa
com a administração do capital intelectual da organização criando, registrando e
compartilhando com os colaboradores os conhecimentos adquiridos em processos anteriores.
É importante observar que Gestão do Conhecimento não é tecnologia, mas usa a tecnologia
para compartilhar o conhecimento (FAVA, 2006). Assim, a gestão do conhecimento envolve
uma revisão dos processos políticas e tecnologias da empresa a partir de uma melhor
compreensão do capital intelectual da empresa e dos fluxos mais importantes relacionados a
criação, identificação, organização, disseminação e uso de conhecimento estratégico para a
organização.
Como a engenharia de software é uma atividade orientada ao conhecimento
e envolve várias pessoas trabalhando em diferentes fases e atividades. O conhecimento na
engenharia de software é disperso, de proporção imensa e de crescimento contínuo. Sabe-se
que o conhecimento como bem não tangível, é altamente mutável e possui características
peculiares em seus diversos tipos de ocorrência e segundo Dixon (2000), existem formas
diferentes de transferência do conhecimento para diferentes tipos de conhecimento a serem
socializados. A classificação de Dixon (2000) estabelece cinco modos de transferência do
conhecimento: transferência em Série; Transferência Próxima; Transferência Distante;
Transferência Estratégica e Transferência Técnica que foram detalhados na pesquisa onde
conclui-se que de todos os tipos de transferência, a transferência técnica é o mais simples de
ser implantado eletronicamente. As informações compartilhadas são de natureza técnicas e
podem ser facilmente explicitadas. Este tipo de socializações onde ocorra a utilização de
equipamentos tecnológicos. Isso não significa que o conhecimento esteja concentrado em
manuais ou relatórios.
Com estas explicações, o capitulo é encerrado citando a infraestrutura das
ferramentas que auxiliam na gestão do conhecimento e sua aceitação pelas empresas
desenvolvedoras através de uma estatística de 2008 que mostra a cultura iniciando no
emprego da gestão do conhecimento.
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4. FERRAMENTAS PARA A GESTÃO DO CONHECIMENTO
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A utilização dos gerenciadores de conteúdo e portais corporativos é
defendida por diversos autores, entre eles Parreiras e Bax (2003) que realiza uma revisão
crítica da literatura definindo os conceitos relacionados à Gestão do Conhecimento,
Engenharia de Software, Gestão de Conteúdos, descrevendo assim as entidades envolvidas em
cada conceito e como elas se relacionam. Abreu (2006) que analisou o potencial dos portais
corporativos como mecanismo para auxiliar no processo de gestão do conhecimento.
Por fim, apresenta-se um projeto para GC utilizando-se de um gerenciador
de conteúdo chamado Joomla que oferece recursos e ferramentas de fácil utilização e muito
flexível permitindo sua personalização conforme as necessidades da empresa/projeto. Esta
abordagem foca no ponto em que acredita-se que ferramentas simples podem ser configuradas
para apoiar a GC e que enriquecem de forma mensurável qualquer equipe de desenvolvimento
bem como é inegável a contribuição para a melhoria da qualidade do produto à ser
desenvolvido.
5. CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, Juliana de. Portais corporativos como ferramenta para a gestão do conhecimento. 67
f. Monografia (Especialização em Gestão de Bibliotecas) – Curso de Especialização em
Gestão de Bibliotecas, Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, 2006.
DIXON, Nancy M. Common Knowledge: How Companies Thrive by Sharing what They
Know. Harvard Business School Press, 2000.
FAVA, Rubens. Gestão do conhecimento. Publicado em: 07 jun. 2006. Disponível em:
http://www.administradores.com.br/artigos/gestao_do_conhecimento/948/. Acesso em: 21
jun. 2009.
NONAKA, Ikujiro, TAKEUCHI, Hirotaka. Criação de conhecimento na empresa. 3. ed. Rio
de Janeiro: Campus, 1997.
PARREIRAS, Fernando S., BAX, Marcello P.; A gestão de conteúdos no apoio a engenharia
de software. In: KMBrasil, 2003, São Paulo. Anais. São Paulo: SBGC - Sociedade Brasileira
de Gestão do Conhecimento. 2003. CD-ROM. Disponível em
<http://www.fernando.parreiras.nom.br/publicacoes/pgct142.pdf >.
SCHMITZ, Queli Terezinha; MODRO, Nilson Ribeiro; CARVALHO, Hélio Gomes de.
Aplicações de Software Livre para suporte à Gestão do Conhecimento em Empresas: um
estudo exploratório. IV Simpósio Acadêmico de Engenharia de Produção, 12 p., Paraná, 2008
SVEIBY, Karl; STORK, John; HILL, Patricia, et al. Gestão do Conhecimento: Um Novo
Caminho. HSM Management, setembro-outubro, 2000.
TSUI, E. The role of IT in KM: where are we now and where are we heading? Journal of
Knowledge Management. v. 9 n. 1, p. 3-6, 2005.