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AO JUÍZO FEDERAL DA __VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIARIA__

MARIA SOUZA, nacionalidade, estado civil, professora universitária, portadora da


carteira de identidade nº…, inscrita do Cadastro de Pessoas Físicas nº…, endereço
eletrônico, domiciliada…, residente…, vem por seu advogado, com escritório, na rua…,
para fins do artigo 77,v do Código de Processo Civil, impetrar:

MANDADO DE SEGURANÇA

em face da UNIVERSIDADE FEDERAL, contra ato praticado pela autoridade coatora


REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL, pelos fatos e fundamentos a seguir

I - FATOS

A Impetrante, Maria Souza, foi abordada por um dos seus alunos, Marcos Silva, que,
com um canivete em punho e, em meio a ameaças, exigiu que ela modificasse sua nota
que lhe foi atribuída em uma disciplina do curso de graduação. Nesse instante, com o
propósito de repelir a iminente agressão, a professora conseguiu desarmar e derrubar o
aluno, que, na queda, quebrou um braço.

Diante do ocorrido, foi instaurado Processo Administrativo Disciplinar (PAD), para


apurar eventual responsabilidade da professora. Ao mesmo tempo, ela foi denunciada pelo
crime de lesão corporal.
Na esfera criminal, ela foi absolvida, vez que restou provado ter agido em legítima
defesa, em decisão que transitou em julgado. O processo administrativo, entretanto,
prosseguiu, sem a citação da servidora, pois a Comissão nomeada entendeu que ela já
tomara ciência da instauração do procedimento por meio da imprensa e de outros
servidores. Ao final, a Comissão apresentou relatório pugnando pela condenação da
servidora à pena de demissão.

O PAD foi encaminhado à autoridade competente para a decisão final, que, sob o
fundamento de vinculação ao parecer emitido pela Comissão, aplicou a pena de demissão
à servidora, afirmando, ainda, que a esfera administrativa é autônoma em relação à criminal.

Em 10/01/2019, a impetrante foi cientificada de sua demissão, por meio de


publicação em Diário Oficial, ocasião em que foi afastada de suas funções, devido ao seu
afastamento, a impetrante está com sérias dificuldades financeiras, que a impedem,
inclusive, de suportar os custos do ajuizamento de uma demanda.

II - FUNDAMENTOS

Conforme o artigo 5º LXIX da Constituição Federal da República Federativa do Brasil


e do artigo 1º da lei 12.016/2009 será concedido o Mandado de Segurança para proteger
direito líquido e certo, sempre que ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa
física sofrer violação por parte de autoridade. Combinado com o art. 5º LV da CRFB - aos
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

Conforme Maria da Sylvia Zanella De Pietro assim conceitua:


“mandado de segurança é a ação civil de rito sumaríssimo pela
qual a pessoa pode provocar o controle jurisdicional quando
sofrer lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo, não
amparado por Habeas Corpus nem Habeas Data, em
decorrência de ato de autoridade, praticado com ilegalidade ou
abuso de poder” (Di Pietro, Maria Sylvia Zanella / Direito
Administrativo. 1999, p. 612).
Entendemos por direito líquido e certo, aquele em que pode ser comprovado, pelo
julgador, tão logo a impetração do mandado de segurança, não cabendo assim,
comprovação posterior, pois não seria líquido e certo. Cabe salientar, que o mandado de
segurança deve apresentar-se com prova pré-constituída, ou seja, reafirmando o fato de
não haver possibilidade de se juntar prova aos autos após a impetração dele.

Vejamos o entendimento do Tribunal Regional do Trabalho da 1º Região;

TRT-1 - MANDADO DE SEGURANÇA MS


01015607420165010000 RJ (TRT-1)
Jurisprudência - Data de publicação: 29/03/2017
MANDADO DE SEGURANÇA. DECISÃO TERATOLÓGICA.
VIOLAÇÃO A DIREITO LÍQUIDO E CERTO. Viola direito
líquido e certo do exequente a decisão não fundamentada que
determina a devolução do depósito recursal a um dos devedores
solidários sem a prévia oitiva da parte autora, cujo crédito não
foi satisfeito.
Encontrado em: SEDI-2 29/03/2017 - 29/3/2017 MANDADO DE
SEGURANÇA MS 01015607420165010000 RJ (TRT-1)
GISELLE BONDIM

Assim como o entendimento do Tribunal de Justiça de Minas Gerais;

TJ-MG - Mandado de Segurança Cr MS 10000190645424000


MG (TJ-MG)
Jurisprudência - Data de publicação: 09/08/2019
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA - CONDENAÇÃO -
EXPEDIÇÃO DE GUIA DE EXECUÇÃO DEFINITIVA -
MANDADO DE PRISÃO NÃO CUMPRIDO - IMPOSSIBILIDADE
- VIOLAÇÃO DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO - NÃO
VERIFICADO - SEGURANÇA DENEGADA 1. O inciso LXIX do
art. 5º da CF estabelece que se deve conceder segurança para
proteger direito líquido e certo. Não havendo qualquer violação
iminente, não cabe tal concessão. 2. Para a expedição da guia
de execução definitiva deve ser cumprido o mandado de prisão.
3. Denegar a segurança.

Encontrado em: 09/08/2019 - 9/8/2019 Mandado de Segurança


Cr MS 10000190645424000 MG (TJ-MG) Kárin Emmerich

II. a - DA LIMINAR

Verifica-se o fumus boni iuris pois não houve a notificação da impetrante para defesa
em Processo Administrativo Judicial, conforme o art. 5º LV, CRFB; e o periculum in mora
verifica -se em razão da séria dificuldade financeira passada pela impetrante a que perdeu
como a demissão sua fonte de renda.

Conforme o art. 7º ,III da Lei 12.016/09 -que se suspenda o ato que deu motivo ao
pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a
ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante
caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.

Arruda Alvim Netto, in Anotações sobre a medida liminar em mandado de segurança,


RP 39/12, leciona que: “Em quase cem por cento dos casos, quem impetra uma segurança
quer uma medida liminar”.

III - PEDIDO

Pelo exposto, requer:

1- Que se suspenda de decisão do procedimento administrativo que acarretou a demissão


da impetrante, reintegrando, imediatamente, a impetrante ao quadro de professores da
UNIVERSIDADE FEDERAL;

2-Notifique a autoridade coatora, para, no prazo de 10 dias apresentar informação;

3- Intimação do Ministério Público Federal- Procuradoria Federal;


4- Que se dê ciência ao órgão de representação judicial, da Universidade Federal, isto é, a
Procuradoria da Universidade Federal;

5- Julgar procedente o pedido para anular o procedimento administrativo que acarretou a


demissão da impetrante, reintegrando-a em definitivo ao quadro de professores da
universidade;

6- Condenação da Universidade Federal em custas judiciais.

IV - VALOR DA CAUSA

Da- se causa valor de R$ 1.000,00 (mil reais)

Pede deferimento
Local e data

ADVOGADO
OAB/UF

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