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A relação entre as Receitas públicas e os tributos é intrínseca, por serem estes, o que
compõe aquelas. A Receita pública é formada pelos tributos pagos pelos cidadãos e pelos
empréstimos feitos pelo Governo.
Receitas orçamentárias
Ingressos (receitas públicas)
de Valores nos
cofres públicos Receitas Extraorçamentárias
O Estado arrecada valores que não lhe pertence. Portanto, ele disporá da posse (física)
desses valores, mas não será proprietário. São ingressos transitórios não integram o patrimônio
público de forma definitiva.
Por serem recursos financeiros de caráter temporário, os ingressos extraorçamentários
constituem passivos exigíveis, dos quais o Estado é mero depositário e sua restituição não se
sujeita a autorização legislativa, portanto, não integram a Lei Orçamentária Anual (LOA).
RECEITAS RECEITAS
ORÇAMENTÁRIAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS
Contabilização Registrada como receita Registrada como passivo Financeiro.
corrente ou de capital.
LOA Pode ou não está prevista na Não está prevista na LOA
LOA
Características Custeia despesas orçamentárias Custeia despesas extraorçamentárias
Recursos Do Estado De Terceiros
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2) Receitas Não afetivas: Os ingressos de recursos orçamentários que não provocam afetação
no patrimônio líquido por serem oriundos de fatos permutativos. Essas receitas são
denominadas receitas não efetivas ou receitas por mutações patrimoniais. Elas não partem da
arrecadação. Em regra, toda receita corrente é receita afetiva e toda receita de capital é receita
não afetiva. Há, entretanto, exceções.
Para fins contábeis, quanto ao impacto na situação patrimonial líquida, a receita pode
ser “efetiva” ou “não-efetiva”:
a. Receita Orçamentária Efetiva aquela em que os ingressos de disponibilidade de recursos
não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações
correspondentes.
b. Receita Orçamentária Não Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de
recursos foram precedidos de registro do reconhecimento do direito ou constituem obrigações
correspondentes, como é o caso das operações de crédito.
1) Primárias (P): quando seus valores são incluídos no cálculo do resultado primário; e
referem-se, predominantemente, às receitas correntes que advêm dos tributos, das contribuições
sociais, das concessões, dos dividendos recebidos pela União, da cota-parte das compensações
financeiras, das decorrentes do próprio esforço de arrecadação das Unidades Orçamentárias,
das provenientes de doações e convênios e outras também consideradas primárias.
2) Financeiras (F): quando não são incluídas no citado cálculo e são geralmente adquiridas
junto ao mercado financeiro, decorrentes da emissão de títulos, da contratação de operações de
crédito por organismos oficiais, das aplicações financeiras da União, entre outras. Como regra
geral, são aquelas que não alteram o endividamento líquido do Governo (setor público não
financeiro), uma vez que criam uma obrigação ou extinguem um direito, ambos de natureza
financeira, junto ao setor privado interno e/ou externo.
A exceção a essa regra é a receita advinda dos juros de operações financeiras, que,
apesar de contribuírem com a redução do endividamento líquido, também se caracterizam como
receita financeira.
Ela é utilizada por todos os entes da Federação com a finalidade de identificar a origem
do recurso segundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos
cofres públicos.
Na União, para o exercício de 2016, incluindo a elaboração do Orçamento, entrou em
vigor a nova estrutura de codificação das Naturezas de Receita, de forma a prover melhorias na
estrutura de formação dos códigos da classificação, aplicando lógica integralmente voltada para
a gestão das receitas orçamentárias. A nova codificação estrutura os códigos de forma a
proporcionar extração de informações imediatas, a fim de prover celeridade, simplicidade e
transparência, sem a necessidade de qualquer procedimento paralelo para concatenar dados.
Tal alteração foi estabelecida pela Portaria nº 05, de 25 de agosto de 20159 , que também
determinou que os desdobramentos específicos para atendimento das peculiaridades de estados,
Distrito Federal e municípios serão promovidos pela Secretaria do Tesouro Nacional.
A estrutura da nova codificação cria possibilidade de associar, de forma imediata, a
receita principal com aquelas dela originadas: Multas e Juros, Dívida Ativa, Multas e Juros da
Dívida Ativa. A associação é efetuada por meio de um código numérico de 8 dígitos, cujas
posições ordinais passam a ter o seguinte significado:
C O E D.DD.D T
Desdobramentos para
Categoria
Origem Espécie identificação de Tipo
Econômica
peculiaridades da receita
Quando, por exemplo, o imposto de renda pessoa física é recolhido dos trabalhadores,
aloca-se a receita pública correspondente na natureza de receita código “1.1.1.3.01.1.1”,
segundo esquema abaixo:
Categoria Receita Corrente
C 1
Econômica
O Origem 1 Impostos, taxas e Contribuições de
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Melhorias
E Espécie 1 Impostos
Desdobramentos Impostos sobre a Renda de Pessoa
para identificação de Física - IRPF
D.DD.D 3.01.1
peculiaridades da
receita
T Tipo 1 Principal
C - Categoria Econômica
O - Origem
Origem da Receita
1 Receitas correntes Receitas de capital
7 Receitas Correntes Intraorçamentárias 8 Receitas Correntes Intraorçamentárias
1 Receita Tributária 1 Operações de Crédito
2 Receita de Contribuições 2 Alienação de Bens
3 Receita Patrimonial 3 Amortização de Empréstimos
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orçamentários codependentes.
Nesse contexto, considera que a arrecadação das receitas ocorre de forma concatenada
e sequencial no tempo, sendo que, por regra, existem arrecadações inter-relacionadas que
dependem da existência de um fato gerador inicial a partir do qual, por decurso de prazo sem
pagamento, originam-se outros fatos, na ordem lógica dos acontecimentos jurídicos:
a. Primeiro: o fato gerador da Receita Orçamentária, que ocorre quando da subsunção do fato,
no mundo real, à norma jurídica;
b. Segundo: a obrigação de recolher multas e juros pelo não pagamento. (Esse fato gerador
depende, fundamentalmente, na origem, da existência da Receita Orçamentária);
c. Terceiro: a obrigação de pagar a dívida ativa referente à Receita Orçamentária e às multas e
aos juros dessa receita, cujo fato gerador é a inscrição em dívida ativa, que decorre do transcurso
de novo prazo e da permanência do não pagamento. (Novamente, remete-se a origem onde há
a dependência do fato gerador primeiro: a existência da Receita Orçamentária); e
d. Quarto: a obrigação de recolher multas e juros incidentes sobre a dívida ativa da Receita
Orçamentária, cujo fato gerador é o decurso do prazo estipulado por lei para pagamento da
dívida ativa, sem que o pagamento tenha ocorrido. (Busca-se novamente na origem, a existência
da Receita Orçamentária).
E - Espécie
É o nível de classificação vinculado à Origem que permite qualificar com maior detalhe
o fato gerador das receitas. Por exemplo, dentro da Origem Contribuições, identifica-se as
espécies “Contribuições Sociais”, “Contribuições Econômicas”, “Contribuições para Entidades
Privadas de Serviço Social e de Formação Profissional” e “Contribuição para Custeio de
Iluminação Pública”.
T - Tipo
Assim, todo código de natureza de receita será finalizado com um dos dígitos
mencionados, e as arrecadações de cada recurso – sejam elas, da receita propriamente dita ou
de seus acréscimos legais – ficarão agrupadas sob um mesmo código, sendo diferenciadas
apenas no último dígito, conforme detalhamento a seguir:
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♦ Orçamento Fiscal: referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
♦ Orçamento de Investimento: das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha
a maioria do capital social com direito a voto;
♦ Orçamento da Seguridade Social: abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados,
da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos
pelo Poder Público.