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LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 1

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS


- Estado de São Paulo -

CRAVINHOS/SP
2010
2 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 3

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS


- Estado de São Paulo -

Revisada e Atualizada
4 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 5

VEREADORES DA 15ª LEGISLATURA


RESPONSÁVEIS PELA REVISÃO E ATUALIZAÇÃO
DA LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

Éder Agrella Alves


Presidente

Antônio Geraldo Aníbal


Vice-Presidente

Wagner Jandôzo Perez


1º Secretário

Márcio Luis de Lima Barroso


2º Secretário

Antônio Marques
Vereador

Luis Carlos Bortoletti Saiani


Vereador

Marco Antônio Capecci Ribeiro


Vereador

Nilo Sérgio Rossi


Vereador

Valter Pereira Benzi


Vereador
6 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS
ÍNDICE

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
CAPÍTULO I
DO MUNICÍPIO
Seção I
Disposições Gerais................................................................................................13
CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA................................................................................................13
Seção I
Da Competência Privativa.......................................................................................14
Seção II
Da Competência Concorrente.................................................................................15
Seção III
Da Competência Comum........................................................................................15
Seção IV
Da Competência Suplementar...............................................................................16
TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL
CAPÍTULO I
DA CÂMARA MUNICIPAL
Seção I
Das Disposições Preliminares..................................................................................16
Seção II
Da Competência ....................................................................................................17
Seção III
Da Competência Privativa da Câmara Municipal...................................................17
CAPITULO II
DOS VEREADORES
Seção I
Da Inviolabilidade....................................................................................................19
Seção II
Das Proibições e Incompatibilidades.....................................................................19
Seção III
Da Perda do Mandato.............................................................................................20
Da Extinção do Mandato de Vereador.....................................................................20
Seção V
Da Licença .............................................................................................................21
Seção VI
Do Testemunho......................................................................................................21
Seção VII
Dos Subsídios........................................................................................................21
CAPÍTULO III
DA CÂMARA MUNICIPAL
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 7
Seção I
Da Instalação........................................................................................................22
Seção II
Da Mesa Diretora...................................................................................................22
Seção III
Da Renovação da Mesa Diretora............................................................................23
Seção IV
Do Presidente da Câmara.......................................................................................23
Seção V
Das Comissões Permanentes e Temporárias........................................................24
Seção VI
Das Sessões..........................................................................................................24
Subseção I
Das Sessões Ordinárias.........................................................................................25
Subseção II
Das Sessões Extraordinárias na Sessão Legislativa Ordinária..............................25
Subseção III
Das Sessões Extraordinárias no Período de Recesso..........................................25
Subseção IV
Das Sessões Solenes.............................................................................................25
Seção VII
Das Deliberações....................................................................................................25
CAPÍTULO IV
DO PROCESSO LEGISLATIVO
Seção I
Disposição Geral ....................................................................................................26
Seção II
Das Emendas à Lei Orgânica do Município...........................................................26
Seção III
Das Leis Complementares.....................................................................................26
Seção IV
Das Leis Ordinárias................................................................................................27
Seção V
Da Iniciativa das Leis.............................................................................................27
Seção VI
Dos Decretos Legislativos e das Resoluções........................................................29
Seção VII
Da Fiscalização Contábil, Financeira, Orçamentária,
Operacional e Patromonial......................................................................................29
TITULO III
DO PODER EXECUTIVO
CAPÍTULO V
DO EXECUTIVO MUNICIPAL
Seção I
Do Prefeito Municipal..............................................................................................30
8 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS
Seção II
Da Posse................................................................................................................30
Seção III
Das Atribuições do Prefeito Municipal....................................................................30
Seção IV
Da Licença .............................................................................................................32
Seção V
Do Subsídio............................................................................................................32
Seção VI
Das Incompatibilidades...........................................................................................32
Seção VII
Dos Crimes de Responsabilidade do Prefeito Municipal........................................33
Seção VIII
Das Infrações Político-Administrativas do Prefeito Municipal.................................33
Seção IX
Da extinção do Mandato do Prefeito Municipal .....................................................33
Seção X
Do Vice-Prefeito......................................................................................................33
Seção XI
Dos Secretários Municipais....................................................................................33
TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
CAPÍTULO I
DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
Seção I
Princípios Gerais do Planejamento Municipal........................................................34
Seção II
Das Obras e Serviços Municipais...........................................................................34
Seção III
Dos Transportes.....................................................................................................35
Seção IV
Dos Bens Municipais..............................................................................................35
CAPÍTULO II
DOS SERVIDORES MUNICIPAIS
Seção I
Do Regime Jurídico...............................................................................................36
Seção II
Dos Cargos Públicos..............................................................................................36
Seção III
Da Responsabilidade Civil......................................................................................37
Seção IV
Dos Vencimentos....................................................................................................37
Seção V
Da Licença e da Aposentadoria..............................................................................37
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 9
Seção VI
Mandato Eletivo por Servidores Públicos..............................................................38
Seção VII
Da Reserva.............................................................................................................38
Seção VIII
Do Direito de Greve e Da Associação Sindical .....................................................38
CAPÍTULO III
DAS CONTAS E DOS ATOS MUNICIPAIS
Seção I
Do Exame das Contas Municipais.........................................................................38
Seção II
Da Publicidade........................................................................................................38
Seção III
Do Registro.............................................................................................................39
Seção IV
Da Forma...............................................................................................................39
Seção V
Das Certidões.........................................................................................................40
Seção VI
Dos Pareceres Técnicos.........................................................................................40
TÍTULO V
DA TRIBUTAÇÃO, DAS FINANÇAS E DOS ORÇAMENTOS
CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO MUNICIPAL
Seção I
Dos Tributos............................................................................................................40
Seção II
Das Limitações do Poder de Tributar......................................................................41
CAPÍTULO II
DA RECEITA E DA DESPESA
Seção Única
Disposições Gerais.................................................................................................42
CAPÍTULO III
DOS ORÇAMENTOS
Seção Única
Disposições Gerais.................................................................................................42
TÍTULO VI
DA ORDEM ECONÔMICA
CAPÍTULO I
DO DESENVOLVIMENTO URBANO
Seção I
Da Política Urbana..................................................................................................45
Seção II
Da Preservação do Meio Ambiente........................................................................45
10 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS
Seção III
Dos Recursos Hídricos ...........................................................................................46
Seção IV
Dos Recursos Minerais...........................................................................................47
Seção V
Do Saneamento.....................................................................................................47
TÍTULO VII
DA ORDEM SOCIAL
CAPÍTULO I
DA SEGURIDADE SOCIAL
Seção I
Do Objetivo Geral...................................................................................................47
Seção II
Da Saúde e Da Assistência Social.........................................................................47
CAPÍTULO II
DA EDUCAÇÃO, ESPORTE, RECREAÇÃO,
TURISMO E DIREITOS DA CRIANÇA
E DO ADOLESCENTE
Seção I
Da Educação..........................................................................................................49
Seção II
Dos Esportes, Da Recreação e Do Turismo............................................................50
Seção III
Dos Direitos da Criança e Do Adolescente............................................................50
CAPÍTULO III
DA DEFESA DO CONSUMIDOR
Seção Única
Objetivo Geral........................................................................................................50
CAPÍTULO IV
DA PROTEÇÃO ESPECIAL
Seção Única
Das Prioridades.......................................................................................................51
TÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS.........................................................................................51
CAPÍTULO II
ATO DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS............................................................53
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 11
EMENDA À LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS N. 02/10
DISPÕE SOBRE A REVISÃO E ATUA-
LIZAÇÃO DA LEI ORGÂNICA DO MU-
NICÍPIO DE CRAVINHOS, DE ACORDO
COM AS CONSTITUIÇÕES FEDERAL,
ESTADUAL E LEGISLAÇÃO VIGENTE,
E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
A MESA DIRETORA DA CÂMARA MUNICIPAL DE CRAVINHOS, NO USO DE SUAS ATRIBUI-
ÇÕES CONFERIDAS POR LEI, APÓS APROVAÇÃO UNÂNIME DO PLENÁRIO, EM DOIS TUR-
NOS DE VOTAÇÃO, PROMULGA A PRESENTE EMENDA DE REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO, DE INICIATIVA DE TODOS OS VEREADORES, ATRAVÉS DA
REVOGAÇÃO, SUPRESSÃO E ALTERAÇÃO DE ARTIGOS, DE PARÁGRAFOS,DE INCISOS E
DE ALÍNEAS CONTIDOS NA PROPOSTA DE EMENDA À LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO.

ÉDER AGRELLA ALVES


Presidente

ANTÔNIO GERALDO ANIBAL


Vice-Presidente

WAGNER JANDÔZO PEREZ


1º Secretário

MÁRCIO LUIS DE LIMA BARROSO


2º Secretário

REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

A revisão e atualização da Lei Orgânica do Município é uma atribuição que se impõe à Câmara
Municipal, em virtude das dezenas de emendas constitucionais editadas pelo Congresso Nacio-
nal e Assembléia Legislativo do Estado de São Paulo. Essas alterações constitucionais refletem
na legislação complementar e ordinária, que deve se adequar à nova realidade social, econômica
e política do País, dos Estados e dos Municípios.
As modificações constitucionais e legais, pertinentes aos Municípios, foram incorporadas à Lei
Orgânica do Município de Cravinhos, através dos trabalhos de revisão e atualização da Emenda
à Lei Orgânica Municipal n. 02/10, que buscou o aprimoramento das instituições, o interesse pú-
blico e a melhoria da qualidade de vida da população de Cravinhos.

VEREADORES RESPONSÁVEIS PELA REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA LEI ORGÂNICA DO


MUNICÍPIO DE CRAVINHOS
Antônio Geraldo Anibal
Antônio Marques
Éder Agrella Alves
Luis Carlos Bortoletti Saiani
Marco Antônio Capecci Ribeiro
Nilo Sérgio Rossi
Wagner Jandôzo Perez
Márcio Luis de Lima Barroso
Valter Pereira Benzi
12 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 13

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO


CRAVINHOS

PREÂMBULO

O povo cravinhense, sob a proteção de Deus, no uso dos poderes constitucio-


nais que lhes foram conferidos pela constituição da república federativa do Brasil
e do estado de São Paulo, e no ideal de uma sociedade fraterna, pluralista e sem
preconceitos, que a todos assegura o exercício dos direitos sociais e individuais,
liberdade, igualdade, justiça e bem estar, promulga por seus representantes a lei
orgânica do município de cravinhos.

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
CAPÍTULO I
DO MUNICÍPIO
Seção I
Disposições Gerais
Art. 1º. O Município de Cravinhos, parte integrante da República Federativa do
Brasil, pessoa jurídica de direito público, no pleno uso de sua autonomia política,
administrativa e financeira, reger-se-á pela Constituição Federal, Constituição do
Estado de São Paulo e Lei Orgânica Municipal, votada em dois turnos com inters-
tício mínimo de 10 (dez) dias e aprovada por 2/3 (dois terços) dos membros da
Câmara Municipal.
Art. 2º. São poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Legisla-
tivo e o Executivo.
Parágrafo único - São símbolos municipais a Bandeira, o Brasão de Armas e o
Hino, representativos de sua cultura e história.
Art. 3º. Constituem bens do Município todas as coisas móveis e imóveis, direitos e
ações.
Art. 4º. À sede do Município dá-se o nome de Cravinhos.
Art. 5º. São objetivos fundamentais do Município :
I – garantir, no âmbito de sua competência, a efetividade dos direitos fundamentais
da pessoa humana;
II – colaborar com os Governos Federal e Estadual na constituição de uma socie-
dade livre, justa e solidária;
III – promover o bem estar e o desenvolvimento de sua comunidade;
IV – promover adequado ordenamento territorial, de modo a assegurar a qualidade
de vida de sua população.

CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA
Art. 6º. Ao Município compete prover a tudo quanto respeite aos interesses locais e
ao bem estar de sua população.
14 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

Seção I
Da Competência Privativa
Art. 7º. Ao Município compete privativamente:
I – dispor sobre assuntos de interesse local, cabendo-lhe, entre outros, as seguin-
tes atribuições:
instituir, fixar e arrecadar tributos;
a) arrecadar as rendas que lhes pertençam na forma da lei;
b) elaborar o orçamento, estimando a receita e fixando a despesa;
c) dispor sobre a organização e execução dos seus serviços públicos;
d) dispor sobre a alienação, a administração e a utilização de seus bens;
e) adquirir bens, inclusive através de desapropriação por necessidade, utilidade
pública ou por interesse social;
f) organizar o quadro de pessoal e estabelecer o regime jurídico de seus servidores;
g) dispor sobre a concessão, permissão e autorização dos serviços públicos, fixan-
do os respectivos preços;
h) elaborar o Plano Diretor;
i) instituir as normas de edificação, de loteamento, de arruamento e de zoneamento
urbano, fixando as limitações urbanísticas;
j) constituir as servidões administrativas necessárias aos seus serviços;
k) dispor sobre a utilização dos logradouros públicos e especialmente sobre os
locais de estacionamentos de táxis e demais veículos; o itinerário e os pontos de
paradas dos veículos de transporte coletivo; os limites e a sinalização das áreas
de silêncio, de transito e de tráfego em condições peculiares; os serviços de carga
e descarga e a tonelagem máxima permitida aos veículos que circulam em vias
públicas; sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais;
l) dispor sobre serviços funerários e administrar o cemitério público;
m) prover sobre a limpeza dos logradouros públicos, o transporte e o destino do lixo
domiciliar e de resíduos de qualquer natureza;
n) dispor sobre a afixação de cartazes e anúncios bem como, a utilização de quais-
quer outros meios de publicidade e propaganda em logradouros públicos;
o) dispor sobre o depósito e o destino de animais e mercadorias apreendidas em
decorrência de transgressão da legislação municipal;
p) dispor sobre o controle da poluição ambiental;
q) arrendar, conceder o direito de uso ou permutar bens do Município;
r) aceitar legados e doações;
s) dispor sobre espetáculos e diversões públicas;
t) quantos aos estabelecimentos industriais, comerciais e prestação de serviços,
conceder ou revogar licença para abertura e funcionamento;
u) revogar a licença daqueles cuja atividade se tornar prejudicial à saúde, à higiene,
ao bem estar, à recreação, ao sossego público e aos bons costumes;
v) promover o fechamento daqueles que funcionarem sem licença ou depois de sua
revogação;
w) dispor sobre o comércio ambulante;
II – suplementar a legislação federal e estadual, no que couber;
III – conceder ou revogar licença para abertura e funcionamento, observadas as
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 15

exigências de creches nos casos em que a lei dispuser;


IV – dispor sobre a criação de animais;
V – criar, organizar e suprimir distritos, observadas a legislação estadual;
VI – promover no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planeja-
mento e controle de uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
VII – planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas;
VIII – legislar sobre a licitação e os contratos, respeitadas as normas gerais da le-
gislação federal.
Art. 8º. Ao Município é vedado:
I – permitir ou fazer uso de estabelecimento gráfico, jornal, estação de rádio, televi-
são, serviço de alto falante ou outro meio de comunicação de sua propriedade para
propaganda político- partidária ou fins estranhos à Administração Pública Municipal;
II – outorgar isenções e anistias fiscais, ou permitir a remissão de dívida sem a ex-
pressa justificativa de interesse público, sob pena de nulidade do ato;
III– estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o fun-
cionamento ou manter com eles ou seus representantes, relações de dependência
ou aliança, ressalvada na forma da lei, a colaboração com fundamento no interesse
público;
IV – recusar fé aos documentos públicos;
V – criar distinções entre brasileiros, ou preferências entre si.

Seção II
Da Competência Concorrente
Art. 9º. Ao Município compete, concorrentemente com a União e o Estado :
I – zelar pela saúde, higiene e segurança pública;
II – promover a educação, a cultura e a assistência social;
III - dispor sobre a prevenção de incêndio;
IV – prover sobre a defesa da flora e da fauna, dos bens e locais de valores históri-
cos, artísticos, turísticos e arqueológicos;
V – coibir no exercício do poder de polícia, as atividades que violem normas de
saúde, sossego, higiene, segurança, funcionalidade, estética, moralidade e outros
de interesse da coletividade;
VI – prestar assistência nas emergências médicas hospitalares de pronto-socorro,
por seus serviços ou, quando insuficientes, por instituições especializadas;
VII – dispor sobre o registro, a vacinação e captura de animais.

Seção III
Da Competência Comum
Art. 10º. Ao Município compete, em comum com a União e o Estado de São Paulo:
I – zelar pela guarda das Constituições Federal e Estadual, desta Lei orgânica e das
instituições democráticas;
II – cuidar da saúde e assistência publica, da proteção e garantia das pessoas por-
tadoras de deficiências;
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artísticos e
culturais, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
16 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de


outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
VIII – promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições
habitacionais e de saneamento básico;
IX – combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo
a integração social dos setores desfavorecidos;
X – estabelecer e implantar políticas de educação para a segurança do trânsito;
XI – manter com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado de São
Paulo, programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental;
XII – prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado de São
Paulo, serviços de atendimento à saúde da população;
XIII – promover, em convênio com a União e o Estado de São Paulo, medidas de
orientação e fiscalização, visando a defesa do consumidor;
XIV – colaborar no amparo à maternidade, a infância, aos idosos, aos desvalidos,
bem como a proteção dos menores abandonados;
XV – tomar medidas necessárias para restringir a mortalidade e morbidez infan-
til, bem como medidas de higiene social que impeçam a propagação de doenças
transmissíveis;
XVI – dispor de registros, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de
pesquisas e exploração de recursos hídricos e minerais em seu território;
XVII – estimular as práticas desportivas em todas as suas modalidades;
XVIII – dispensar às micro empresas e as empresas de pequeno porte, tratamento
jurídico diferenciado.

Seção IV
Da Competência Suplementar
Art. 11º. Ao Município compete suplementar as legislações federal e estadual, no
que couber e naquilo que disser respeito ao seu interesse local.

TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL
CAPÍTULO I
DA CÂMARA MUNICIPAL
Seção I
Das Disposições Preliminares
Art. 12º. O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, composta a partir
de 1° de janeiro de 2013 por 13 (treze) Vereadores, nos termos da Emenda Cons-
titucional n° 58/09, eleitos para um mandato de 04 (quatro) anos, mediante pleito
direto, com fundamento nos preceitos das Constituições Federal e Estadual, desta
Lei Orgânica e do Regimento Interno.
Seção II
Da Competência
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 17

Art. 13º. Compete à Câmara Municipal deliberar, sobre a forma de projetos de lei,
sujeitos à sanção do Prefeito, sobre matéria de competência municipal, especial-
mente:
I – legislar sobre tributos municipais, bem como autorizar isenções, anistias fiscais
e a remissão de dívidas;
II – votar o orçamento anual e plurianual de investimentos, a lei de diretrizes orça-
mentárias bem como, autorizar abertura de créditos adicionais suplementares e
especiais;
III – obtenção e concessão de empréstimos e operações de crédito, bem como a
forma e os meios de pagamentos e de recebimentos;
IV – a concessão de auxílios e subvenções;
V- a aquisição e alienação de bens imóveis e a concessão de direito real;
VI – a concessão administrativa de uso de bens municipais;
VII – o regime jurídico dos servidores municipais;
VIII – a criação de cargos públicos, sua classificação, extinção e fixação dos res-
pectivos padrões de vencimentos, exceto os serviços da Câmara Municipal;
IX – aprovar o Plano Diretor;
X - as normas de polícia administrativa;
XI – a organização dos serviços municipais;
XII – a denominação e alteração de próprios e logradouros públicos;
XIII – delimitação do perímetro urbano;
XIV – a concessão de serviços públicos;
XV – autorizar convênios com entidades públicas ou particulares e consórcio com
outros municípios, desde que os recursos não estejam previstos na Lei de Diretri-
zes Orçamentárias ou na Lei Orçamentária Anual;
XVI – dispor sobre a criação, organização e supressão de distritos, mediante prévia
consulta plebiscitária.
Parágrafo único – O disposto no inciso V deste artigo não se aplica à aquisição de
imóveis por doação sem encargos.

Seção III
Da Competência Privativa da Câmara Municipal
Art. 14º. Compete privativamente à Câmara Municipal:
I – eleger a sua Mesa Diretora e destituí-la;
II – votar o seu Regimento Interno;
III – organizar os seus serviços administrativos;
IV – dar posse ao Prefeito Municipal, ao Vice-Prefeito e aos Vereadores, conhecer
de suas renúncias e afastá-los definitivamente dos respectivos cargos;
V- representar contra o Prefeito Municipal;
VI – fixar os subsídios do Prefeito Municipal, do Vice Prefeito, dos Secretários Mu-
nicipais e dos Vereadores;
VII – julgar, em votação nominal, o Prefeito Municipal, o Vice-Prefeito e os Verea-
dores;
VIII – conceder licença ao Prefeito Municipal, ao Vice-Prefeito e aos Vereadores
para afastamento do cargo;
18 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

IX – autorizar o Prefeito Municipal a ausentar-se do Município por prazo acima de


15 (quinze) dias;
X – criar comissão parlamentar de inquérito (CPI), composta por 03 (três) Vereado-
res, sobre fato determinado, de competência municipal, por prazo certo, mediante
requerimento dos seus membros, não podendo funcionar concomitantemente mais
de três comissões desta natureza;
XI – requerer informações ao Prefeito Municipal, sobre assuntos referentes à Admi-
nistração Pública Municipal;
XII – apreciar e votar os vetos;
XIII – conceder título de cidadão honorário à pessoa que reconhecidamente tenha
prestado serviços ao Município, desde que seja o Decreto Legislativo aprovado, em
votação nominal, pelo menos, no mínimo 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara
Municipal;
XIV – julgar as contas do Prefeito Municipal, observados os princípios constitucio-
nais da ampla defesa e do contraditório;
XV – convocar os Secretários Municipais e Diretor Superintendente de autarquia
municipal, para prestar esclarecimentos sobre matéria de sua competência;
XVI – deliberar sobre assuntos de sua economia interna, mediante resolução e nos
demais casos de sua competência privativa, por meio de decreto legislativo;
XVII – fiscalizar os atos do Prefeito Municipal e da Administração Pública Indireta;
XVIII – requerer a intervenção do Estado no Município, quando deixar o Prefeito
Municipal de, no prazo fixado por lei, prestar contas anuais;
XIX – autorizar referendo e plebiscito;
XX – exercer com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado, a fiscalização finan-
ceira, orçamentária, operacional e patrimonial do Município;
XXI – tomar e julgar as contas do Prefeito Municipal, votando o projeto de decreto
legislativo sobre o parecer do Tribunal de Contas do Estado, no prazo de 90 (no-
venta) dias, contado de seu recebimento, pbservando-se as seguintes disposições:
a) o parecer do Tribunal de Contas do Estado somente deixará de prevalecer por
decisão de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara Municipal;
b) decorrido o prazo de 90 (noventa) dias sem deliberação da Câmara Municipal, o
projeto de decreto legislativo elaborado pela Comissão Permanente de Finanças e
Orçamento ficará sobrestado às demais proposições;
c) votadas as contas, serão imediatamente remetidas ao Juiz de Direito, ao Minis-
tério Público e ao Tribunal de Contas do Estado, para fins de direito;
XXII –estabelecer e mudar temporariamente o local de suas sessões ordinárias e
extraordinárias;
XXIII – decretar a perda de mandato do Prefeito Municipal e dos Vereadores, nos
casos indicados na Constituição Federal, nesta Lei Orgânica e na legislação federal
aplicável;
XXIV – autorizar a realização de empréstimos, aplicação ou acordos externos de
qualquer natureza de interesse do Município;
XXV – proceder à tomada de contas do Prefeito, através da Comissão Especial,
quando não apresentadas à Câmara Municipal, dentro de 60 (sessenta) dias após
a abertura da sessão legislativa;
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 19

XXVI – aprovar convênios, acordos ou qualquer outro instrumento celebrado pelo


Município com a União, o Estado, e outras pessoas jurídicas de direito público in-
terno ou entidades assistenciais particulares;
XXVII – fixar os subsídios do Prefeito Municipal, do Vice-Prefeito, dos Secretários
Municipais, do Presidente da Câmara e dos Vereadores, ao final de cada legislatura
para vigorar na subseqüente;
XXVIII – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transforma-
ção ou extinção de cargos, funções e empregos; e, a iniciativa de lei para fixação
da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na Lei de
Diretrizes Orçamentárias.
Art. 15º. Assegurar ao responsável pelas contas do Município, no curso do pro-
cesso de análise e votação das contas municipais, os princípios constitucionais da
ampla defesa e do contraditório.

CAPITULO II
DOS VEREADORES
Seção I
Da Inviolabilidade
Art. 16º. Os Vereadores são invioláveis no exercício do mandato e na circunscrição
do Município, por suas opiniões, palavras e votos.

Seção II
Das Proibições e Incompatibilidades

Art. 17º. È vedado ao Vereador:


I – desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com o Município, com suas autarquias, fundações,
empresa públicas, sociedades de economia mista ou com suas empresas conces-
sionárias de serviços públicos, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uni-
formes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que
sejam demissíveis “ad nutum”, nas entidades constantes da alínea anterior; salvo
se pertencente a outro ente governamental ou os cargos de Secretário Municipal e
Diretor Superintendente de autarquia municipal.
II – desde a posse:
a) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis “ad nutum” nas entidades refe-
ridas no inciso I, alínea “a”; salvo se pertencente a outro ente governamental ou os
cargos de Secretário Municipal e Diretor Superintendente de autarquia municipal;
b) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo;
c) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor de-
corrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função
remunerada;
d) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se re-
fere o inciso I, alínea “a”.
20 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

Seção III
Da Perda do Mandato
Art. 18º. Perderá o mandato o Vereador:
I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III – que se utilizar do mandato para a prática de atos de corrupção ou de improbi-
dade administrativa;
IV – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das ses-
sões ordinárias da Câmara Municipal, salvo doença comprovada, licença ou mis-
são devidamente autorizada;
V – que fixar residência fora do Município;
VI – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
VII – quando decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Constituição Federal;
VIII – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1º. Além de outros casos definidos no Regimento Interno, considerar-se-á in-
compatível com o decoro parlamentar, o abuso das prerrogativas asseguradas ao
Vereador ou a percepção de vantagens ilícitas ou imorais.
§ 2º. Nos casos dos incisos I, II, III e VIII, a perda do mandato será decidida pelo
Plenário da Câmara Municipal, por voto aberto e maioria qualificada de 2/3 (dois
terços), mediante provocação da Mesa Diretora, de partido político representado
na Câmara Municipal ou eleitor, aprovado pela maioria absoluta dos membros da
Câmara Municipal, assegurados os princípios constitucionais da ampla defesa e do
contraditório.
§ 3º. Nos casos previstos nos incisos IV,V,VI,VII a perda será declarada pela Mesa
Diretora da Câmara, de ofício, ou mediante provocação de qualquer de seus mem-
bros ou de partido político representado na Câmara Municipal, assegurados os
princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório.
§ 4º. O processo de cassação de mandato do Vereador será o previsto no parágrafo
2º, do artigo 7º, do Decreto-Lei n. 201/67.
§ 5º. A renúncia de Vereador submetido a processo que vise ou possa levar à perda
do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as delibera-
ções finais do Plenário ou da Mesa Diretora.

Seção IV
Da Extinção do Mandato de Vereador
Art. 19º. Extingue-se o mandato, e assim, será declarado pelo Presidente da Câ-
mara, observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório,
nos seguintes casos :
I - quando ocorrer falecimento, renúncia por escrito do Vereador, cassação dos
direitos políticos ou condenação por crime funcional ou eleitoral;
II – deixar de tomar posse no prazo legal, sem motivo justo e aceito pela Câmara
Municipal;
III – deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, a 1/3 (um terço) das ses-
sões ordinárias, salvo por motivo de doença comprovada, licença ou missão espe-
cial autorizada pela Câmara Municipal;
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 21

IV – incidir nos impedimentos para o exercício do mandato e não se desincompati-


bilizar no prazo legal.

Seção V
Da Licença
Art. 20º. o Vereador poderá licenciar-se:
I – por motivo de doença devidamente comprovada, ou por licença gestante;
II – para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que o afastamento
não ultrapasse 120 (cento e vinte) dias por sessão legislativa;
III – para desempenhar missões temporárias de caráter cultural de interesse da
Câmara Municipal ou do Município;
IV – para exercer cargo de Secretario Municipal ou Diretor Superintendente de au-
tarquia municipal, podendo optar pela remuneração do mandato eletivo.
§ 1º. Não perderá o mandato, considerando-se automaticamente licenciado, o Ve-
reador investido no cargo de Secretario Municipal ou Diretor Superintendente de
autarquia municipal.
§ 2º. O Vereador licenciado nos termos do inciso I e III, terá direito à percepção in-
tegral de seus susbsídios.
§ 3º. A licença para tratar de interesse particular previsto no inciso II, não será in-
ferior a 30 (trinta) dias e o Vereador não poderá reassumir o exercício do mandato
antes do término da licença.
Art. 21º. Nos casos de vaga ou licença de Vereador, o Presidente da Câmara con-
vocará imediatamente o suplente.
§ 1º. O suplente convocado deverá tomar posse dentro do prazo de 15 (quinze)
dias, salvo motivo justo e aceito pela Câmara Municipal, na forma que dispuser o
Regimento Interno.
§ 2º. Enquanto a vaga a que se refere o parágrafo anterior não for preenchida,
calcular-se-á o quorum em função dos Vereadores remanescentes.
§ 3º. Nos casos da licença prevista no inciso II, do artigo 24, não se processará a
convocação do suplente, desde que a licença não ultrapasse 15 (quinze) dias.

Seção VI
Do Testemunho
Art. 22º. Os Vereadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações
recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas
que lhes confiaram ou delas receberam informações.

Seção VII
Dos Subsídios
Art. 23º. O subsídio dos Vereadores será fixado pela Câmara Municipal, até a última
sessão ordinária do mês de junho do ano das eleições municipais, vigorando para
a legislatura seguinte.
Art. 24º. O subsídio dos Vereadores será fixado em moeda corrente, obedecidos os
critérios e limites previstos na Constituição Federal e nas instruções do Tribunal de
Contas do Estado.
22 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

Art. 25º. O subsídio dos Vereadores poderá sofrer revisão geral anual, sempre na
mesma data e sem distinção de índices, nos termos do inciso X, do artigo 37, da
Constituição Federal.

CAPÍTULO III
DA CÂMARA MUNICIPAL
Seção I
Da Instalação
Art. 26º. No primeiro ano de cada legislatura, no dia 1º de janeiro, às 10:00 horas,
em sessão de instalação, independente do número de Vereadores, sob a Presidên-
cia do mais votado dentre os presentes, os Vereadores prestarão compromisso e
tomarão posse.
Art. 27º. O Presidente prestará o seguinte compromisso:
“PROMETO CUMPRIR A CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRA-
SIL, A CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO E A LEI ORGÂNICA DO MU-
NICÍPIO, OBSERVAR AS LEIS, DESEMPENHAR COM LEALDADE O MANDATO
QUE ME FOI CONFIADO E TRABALHAR PELO PROGRESSO DO MUNICÍPIO
DE CRAVINHOS E DO SEU POVO”.
E, em seguida, o Secretário designado para este fim fará a chamada de cada Vere-
ador que declarará : “ASSIM O PROMETO”.
Art. 28º. O Vereador que não tomar posse na sessão de instalação, poderá fazê-lo
no prazo de até 15 (quinze) dias.
§ 1º. Ultrapassado o prazo estipulado neste artigo e havendo justificativa aceita
pelo Plenário da Câmara Municipal, será concedido o prazo de 15 (quinze) dias
para a efetivação da posse.
§ 2º. Na hipótese da justificativa não ser aceita, a Mesa Diretora comunicará a Jus-
tiça Eleitoral para o que de direito.
Art. 29º. No ato da posse, os Vereadores deverão desincompatibilizar-se e, na mes-
ma ocasião e, no início dos anos subsequentes da legislatura, deverão fazer de-
claração pública de bens e valores, que ficarão à disposição dos interessados na
Secretaria da Câmara Municipal.

Seção II
Da Mesa Diretora
Art. 30º. No mesmo dia da sessão de instalação e após a posse, os Vereadores
reunir-se-ão, sob a Presidência do mais votado dentre os presentes e, havendo
maioria simples de votos, presentes a maioria absoluta dos membros da Câmara
Municipal, elegerão os componentes da Mesa Diretora, por escrutínio secreto e
considerando-se automaticamente empossados os eleitos.
Parágrafo único - Não havendo número legal, o Vereador que estiver presidindo
os trabalhos, convocará sessões diárias, até que haja número legal e seja eleita a
Mesa Diretora para o primeiro biênio.
Art. 31º. A Mesa Diretora será composta por Presidente, Vice-Presidente, 1º Secre-
tário e 2º Secretário.
§ 1º. Os membros da Mesa Diretora, nos impedimentos ou ausências, serão subs-
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 23

tituídos, sucessivamente, atendida a ordem de hierarquia dos cargos.


§ 2º. Na ausência dos Secretários, o Presidente em exercício na sessão, convidará
um Vereador para o desempenho daquelas funções.
Art. 32º. O Mandato da Mesa Diretora será de 02 (dois) anos, permitida a reeleição
de qualquer dos membros para o mesmo cargo da Mesa Diretora, na mesma legis-
latura.
Parágrafo único – Qualquer componente da Mesa Diretora poderá ser destituído,
pelo voto de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara Municipal, quando faltoso,
omisso ou negligente no desempenho de suas atribuições; elegendo-se outro Ve-
reador para completar o mandato.

Seção III
Da Renovação da Mesa Diretora
Art. 33º. A eleição da Mesa Diretora realizar-se-á sempre na última sessão ordinária
da segunda sessão legislativa, e a posse dos eleitos dar-se-á automaticamente no
dia 1º de janeiro no ano subsequente.

Seção IV
Do Presidente da Câmara
Art. 34º. Compete ao Presidente da Câmara, dentre outras atribuições:
I – representar a Câmara Municipal em Juízo ou fora dela;
II – dirigir, executar e disciplinar os trabalhos da Câmara Municipal;
III – interpretar e fazer cumprir o Regimento Interno;
IV – promulgar as resoluções e os decretos legislativos, bem como, as leis com
sanção tácita ou cujo veto tenha sido rejeitado pelo Plenário;
V – fazer publicar os atos, as resoluções, os decretos legislativos e as leis por ele
promulgadas;
VI – declarar extinto o mandato de Vereador, nos casos previstos na Constituição
Federal e nesta Lei Orgânica;
VII – requisitar as dotações orçamentárias da Câmara Municipal;
VIII – apresentar ao Plenário, até o dia vinte de cada mês, o balancete do mês an-
terior;
IX – representar sobre inconstitucionalidade de lei ou ato normativo municipal;
X – solicitar e encaminhar pedido de intervenção no Município, nos casos previstos
pela Constituição Federal;
XI – manter a ordem no recinto da Câmara Municipal, podendo solicitar a força ne-
cessária para este fim;
XII – exercer em substituição, a chefia do Executivo Municipal, nos casos previstos
nesta Lei Orgânica do Município;
XIII – mandar prestar informações por escrito e expedir certidões requeridas para
defesa de direitos e esclarecimentos de situações;
XIV – realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil e com mem-
bros da comunidade;
XV – designar comissões especiais, observadas as indicações partidárias e a re-
presentação proporcional dos partidos políticos;
24 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

XVI – advertir o Vereador que não se comportar adequadamente no plenário ou na


sede da Câmara Municipal, mediante a adoção das seguintes medidas, conforme a
gravidade da falta cometida :
a) advertência verbal para desligar aparelhos eletrônicos e não falar ao celular;
b) advertência pessoal reservada;
c) advertência pública em plenário;
d) advertência pública por escrito e com publicação nos órgãos de imprensa;
e) cassação da palavra;
f) determinação para retirar-se imediatamente do plenário, com proposta de perda
do subsídio correspondente àquela sessão;
g) suspensão da sessão para advertência reservada na sala da presidência;
h) proposta de perda de mandato eletivo, por falta de ética parlamentar ou quebra
de decoro parlamentar.

Seção V
Das Comissões Permanentes e Temporárias
Art. 35º. A Câmara Municipal terá comissões permanentes e temporárias, consti-
tuídas na forma e com as atribuições previstas no Regimento Interno ou no ato de
sua criação, assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos
partidos políticos com assento na Câmara Municipal.
Art. 36º. Às comissões, em razão da matéria de sua competência, compete:
I – realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
II – convocar Secretários Municipais ou Diretor Superintendente de autarquia mu-
nicipal, para prestar informações sobre assuntos inerentes às suas atribuições, no
prazo de 15 (quinze) dias;
III – receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa
contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
IV – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
V -apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desen-
volvimento local e sobre eles emitir parecer.
Art. 37º. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) terá poderes de investigação
própria das autoridades judiciais, além de outras previstas no Regimento Interno,
serão criadas pela Câmara Municipal, mediante requerimento de um terço de seus
membros, para apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas con-
clusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Seção VI
Das Sessões
Art. 38º. As sessões da Câmara Municipal, que serão públicas, só poderão ser
abertas com a presença de no mínimo 1/3 (um terço) de seus membros, exceto as
sessões solenes.
Parágrafo único – A gravação das sessões por dispositivos eletrônicos é permitida
apenas aos órgãos de imprensa, devidamente autorizados pelo Presidente da Câ-
mara, desde que com registro no Ministério do Trabalho ou órgão de classe.
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 25

Subseção I
Das Sessões Ordinárias
Art. 39º. Independente de convocação, a sessão legislativa ordinária, desenvolve-
se de 1º de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro.
§ 1º. A Câmara Municipal se reunirá em sessões ordinárias, extraordinárias e sole-
nes, conforme dispuser o Regimento Interno.
§ 2º. As sessões da Câmara Municipal serão realizadas em recinto destinado ao
seu funcionamento.
§ 3º. Comprovada a impossibilidade de acesso ao recinto ou outra causa que impe-
ça a sua utilização, as sessões poderão ser realizadas em outro local.
§ 4º. Considerar-se-á presente à sessão o Vereador que assinar o livro de presença
e participar das deliberações do plenário.

Subseção II
Das Sessões Extraordinárias na Sessão Legislativa Ordinária
Art. 40º. As sessões extraordinárias na sessão legislativa ordinária, serão convoca-
das somente pelo Presidente da Câmara, em sessão ou fora dela, mediante comu-
nicação pessoal e escrita aos Vereadores, com antecedência mínima de 24 (vinte
e quatro) horas.

Subseção III
Das Sessões Extraordinárias no Período de Recesso
Art. 41º. Na convocação extraordinária da Câmara Municipal, no período de reces-
so, o Presidente da Câmara expedirá comunicação pessoal e escrita aos Vereado-
res, com antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas; atendendo convocação:
I – do próprio Presidente da Câmara;
II – da maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal;
III – do Prefeito Municipal, em casos de urgência ou interesse público relevante.
Parágrafo único – A convocação será feita mediante oficio ao Presidente da Câma-
ra para designar sessão no prazo máximo de 10 (dez) dias; e a Câmara Municipal
somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocada.

Subseção IV
Das Sessões Solenes
Art. 42º. As sessões solenes poderão ser realizadas fora do recinto da Câmara
Municipal.
Seção VII
Das Deliberações
Art. 43º. As deliberações da Câmara Municipal serão tomadas mediante discussão
e votação únicas e pela maioria simples dos Vereadores, salvo as exceções previs-
tas nesta Lei Orgânica.
Art. 44º. A discussão e a votação da matéria constante da Ordem do Dia serão efe-
tuadas com a presença da maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal.
Art.45º. A matéria sujeita a dois turnos de votação, será tida como rejeitada, quando
não alcançar o quórum mínimo exigido na primeira votação, ficando prejudicada a
26 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

segunda votação.
Art. 46º. O Presidente da Câmara ou o Vereador que estiver presidindo a sessão só
terá direito a voto:
I - na eleição da Mesa Diretora;
II – quando a matéria exigir para sua aprovação o voto favorável de 2/3 (dois terços)
ou da maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal;
III – quando houver empate na votação das matérias submetidas ao quórum da
maioria simples.
Art. 47º.O voto será público, salvo na eleição da Mesa Diretora.
Art. 48º. O Vereador que tiver interesse pessoal na deliberação não poderá votar,
sob pena de nulidade da votação, se seu voto for decisivo para aprovação da pro-
positura.

CAPÍTULO IV
DO PROCESSO LEGISLATIVO
Seção I
Disposição Geral
Art. 49º. O processo legislativo municipal compreende a elaboração de:
I – emendas à Lei Orgânica do Município;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V – resoluções;
VI – decretos legislativos.

Seção II
Das Emendas à Lei Orgânica do Município
Art. 50º. A Lei Orgânica poderá ser emendada mediante apresentação de proposta:
I – de 1/3 (um terço) dos membros da Câmara Municipal;
II – do Prefeito Municipal:
III – de cidadãos, mediante iniciativa popular assinada, no mínimo, por 5% (cinco
por cento) dos eleitores do Município.
§ 1º. A proposta será discutida e votada em 02 (dois) turnos, com interstício mínimo
de 10 (dez) dias, e aprovada quando obtiver em ambas votações, o voto favorável
de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara Municipal.
§ 2º. A Emenda à Lei Orgânica será promulgada pela Mesa Diretora, com o respec-
tivo número de ordem.
§ 3º. A matéria constante de proposta de emenda à Lei Orgânica rejeitada, não
poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Seção III
Das Leis Complementares
Art. 51º. As leis complementares serão submetidas a dois turnos de votação e se-
rão aprovadas pela maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal, em vota-
ção nominal, observados, em regra, os demais procedimentos de votação das leis
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 27

ordinárias.
Parágrafo único – As leis complementares são as concernentes às seguintes ma-
térias:
I – Código Tributário;
II – Código de Obras e Edificações;
III – Estatuto dos Servidores Públicos Municipais;
IV – Plano Diretor;
V – Código de Posturas;
VI – Regime Jurídico dos Servidores Municipais;
VII – Zoneamento Urbano;
VIII – Estatuto do Magistério Municipal;
IX – Lei Orgânica Instituidora da Guarda Municipal;
X – concessão de serviços públicos;
XI – concessão de direitos reais de uso de bens imóveis;
XII – alienação de bens imóveis;
XIII – aquisição de imóveis por doação com encargos;
XIV –autorização para obtenção de empréstimos de instituições particulares;
XV – lei de criação e extinção de cargos, funções ou empregos públicos, bem como
suas remunerações;
XVI – Código Sanitário Municipal.

Seção IV
Das Leis Ordinárias
Art. 52º. As leis ordinárias exigem para sua aprovação, o voto favorável da maioria
simples dos membros da Câmara Municipal, em votação simbólica.

Seção V
Da Iniciativa das Leis
Art. 53º. A iniciativa das leis cabe ao Prefeito Municipal, ao Vereador e aos muníci-
pes, mediante proposta de no mínimo 5% (cinco por cento) do total do número de
eleitores do Município.
Art. 54º. São de iniciativa privativa do Prefeito Municipal, nos termos do artigo 61
Constituição Federal, as leis que disponham sobre:
I – criação, transformação ou extinção de cargos, funções ou empregos públicos da
Administração Pública Direta e Indireta, ou aumento de sua remuneração;
II – servidores públicos, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria;
III – criação, estruturação e atribuições das Secretarias Municipais e órgãos da Ad-
ministração Pública Municipal;
IV – matéria orçamentária e a que autorize a concessão de auxílios, prêmios e sub-
venções;
V – disponham sobre matéria orçamentária e a que autorize a abertura de créditos.
Parágrafo único - Não será admitido aumento de despesa prevista nos projetos de
iniciativa privativa do Prefeito Municipal.
Art. 55º. O Prefeito Municipal poderá enviar à Câmara Municipal, projeto de lei so-
28 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

bre matéria de sua competência, que deverá ser apreciado dentro de 90 (noventa)
dias, a contar da data do seu recebimento.
§ 1º. Se o Prefeito Municipal julgar a matéria urgente, solicitará que a apreciação do
projeto de lei seja feito em até 45 (quarenta e cinco) dias.
§ 2º. A fixação do regime de urgência será expressa e poderá ser feita depois da
remessa do projeto de lei, considerando-se a data do recebimento do pedido como
termo inicial.
§ 3º. Esgotado o prazo de 90 (noventa) ou de 45 (quarenta e cinco) dias, sem deli-
beração do plenário, a matéria ficará sobrestada às demais deliberações em curso
na Câmara Municipal, com exceção das que tenham prazo constitucional, até que
se ultime a votação.
§ 4º. Os prazos não fluem nos períodos de recesso da Câmara Municipal.
§ 5º. As disposições deste artigo não serão aplicáveis à tramitação dos projetos de
lei relativos à matéria codificada.
Art. 56º. O projeto de lei que receber parecer contrário de todas as comissões per-
manentes será considerado rejeitado.
Art. 57º. A matéria de projeto de lei de iniciativa do Prefeito Municipal ou de Vere-
ador, rejeitado, somente poderá constituir objeto de nova propositura, na mesma
sessão legislativa, mediante anuência da maioria absoluta dos membros da Câma-
ra Municipal.
Art. 58º. Aprovado o projeto de lei, o Presidente da Câmara no prazo de 10 (dez)
dias úteis, enviará o autógrafo ao Prefeito Municipal para sanção, promulgação e
publicação.
§ 1º. Se o Prefeito Municipal considerar o projeto de lei, no todo ou em parte, incons-
titucional, ilegal ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no
prazo de 15 (quinze) dias úteis, contando da data do recebimento, comunicando ao
Presidente da Câmara, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, as razões e motivos
do veto; que sendo parcial, abrangerá o texto de artigo, de parágrafo, de inciso ou
de alínea.
§ 2º.Decorrido o prazo de 15 (quinze) dias úteis, o silêncio do Prefeito Municipal
importará sanção tácita.
§ 3º. A Câmara Municipal deliberará sobre a matéria vetada em um único turno de
discussão e votação, no prazo de 30 (trinta) dias a contar do seu recebimento, só
podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos membros da Câmara Mu-
nicipal.
§ 4º. Rejeitado o veto, o projeto de lei retornará ao Prefeito Municipal que terá o
prazo de 48 (quarenta e oito horas) para sua promulgação e publicação.
§ 5º. Nos casos do § 2º e decorridos os prazos referidos nos parágrafos 3º e 4º,
o Presidente da Câmara Municipal promulgará a lei dentro de 48 (quarenta e oito)
horas;
§ 6º. Quando se tratar de rejeição de veto parcial, a lei promulgada tomará o mes-
mo número da lei não vetada.
§ 7º. O prazo de 30 (trinta) dias referido no § 3º não flui nos períodos de recesso da
Câmara Municipal.
§ 8º. A manutenção de veto não restaura matéria de projeto de lei original, suprimi-
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 29

do, revogado ou modificado pela Câmara Municipal.

Seção VI
Dos Decretos Legislativos e das Resoluções
Art. 59º. As proposições destinadas a regular matéria político-administrativa de ini-
ciativa e competência privativa da Câmara Municipal são:
I – decretos legislativos, de efeitos externos;
II – resoluções, de efeitos internos.
Parágrafo único – Os projetos de decreto legislativo e de resolução, aprovados pela
maioria simples dos membros da Câmara Municipal, em um só turno de votação,
não dependem de sanção do Prefeito Municipal, sendo promulgados pelo Presi-
dente da Câmara.
Art. 60º. O Regimento Interno disciplinará os casos de decreto legislativo e de reso-
lução, cuja elaboração, redação, alteração e consolidação, serão feitas com obser-
vância da mesma técnica legislativa empregada às leis.

Seção VII
Da Fiscalização Contábil, Financeira, Orçamentária, Operacional e
Patromonial
Art. 61º. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
da Administração Pública Municipal, quanto à legalidade, legitimidade, economici-
dade, finalidade, motivação, moralidade, publicidade e interesse público, aplicação
de subvenção e renúncia de receitas será exercida pela Câmara Municipal me-
diante controle externo e controle interno do Executivo, na forma da respectiva Lei
Orgânica em conformidade com o disposto no artigo 31 da Constituição Federal.
§ 1º. O controle externo será exercido com auxílio do Tribunal de Contas do Estado.
§ 2º. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, de direito público ou de
direito privado, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens
e valores ou pelos quais o Município responda, ou que, em nome deste, assuma
obrigações de natureza pecuniária.
Art. 62º. A Câmara Municipal e o Executivo Municipal manterão de forma integrada,
sistema de controle interno com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, a execução dos
programas de governo e dos orçamentos do Município;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à eficácia e eficiência da
gestão orçamentária, financeira e patrimonial, nos órgãos e entidades da Adminis-
tração Pública Municipal, bem como da aplicação de recursos públicos por entida-
des de direito privado;
III – exercer controle sobre o deferimento de vantagens e a forma de qualquer
parcela integrante da remuneração, vencimentos e salários de seus membros ou
servidores públicos;
IV – exercer o controle das operações de créditos, avais e garantias, bem como dos
direitos e deveres do Município;
V – apoiar o controle externo, no exercício de suas missões institucionais.
§ 1º. Os responsáveis pelo controle interno ao tomarem conhecimento de qualquer
30 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

irregularidade, ilegalidade ou ofensa aos princípios do artigo 37 da Constituição


Federal, dela darão ciência ao Tribunal de Contas do Estado, sob pena de respon-
sabilidade solidária.
§ 2º. Qualquer cidadão, partido político, associação ou entidade sindical é parte
legitima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ao Tribunal de Contas do
Estado ou à Câmara Municipal.
§ 3º. As contas do Município ficarão durante 60 (sessenta) dias, anualmente, à dis-
posição de qualquer contribuinte, que poderá questionar-lhe a legitimidade.

TITULO III
DO PODER EXECUTIVO
CAPÍTULO V
DO EXECUTIVO MUNICIPAL
Seção I
Do Prefeito Municipal
Art. 63º. O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito Municipal, auxiliado pelos Se-
cretários Municipais ou equivalentes.

Seção II
Da Posse
Art. 64º. O Prefeito Municipal e o Vice - Prefeito tomarão posse no dia 1º de janeiro
subseqüente às eleições municipais, perante a Câmara Municipal, prestando o se-
guinte compromisso:
“PROMETO CUMPRIR E FAZER CUMPRIR A CONSTITUIÇÃO FEDERAL, A
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO, ASSIM COMO OBSERVAR A LE-
GISLAÇÃO EM GERAL E A PRESENTE LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRA-
VINHOS”.
§ 1º. Se decorridos 15 (quinze) dias da data fixada para a posse, o Prefeito Muni-
cipal ou o Vice-Prefeito, salvo motivo de força maior aceito pela Câmara Municipal,
não tiver assumido o respectivo cargo, este será declarado vago.
§ 2º. O Prefeito Municipal e o Vice-Prefeito farão declaração pública de bens no ato
da posse e no início dos anos subsequentes da legislatura, que ficarão à disposição
dos interessados na Secretaria da Câmara Municipal.

Seção III
Das Atribuições do Prefeito Municipal
Art. 65º. Ao Prefeito Municipal compete:
I – representar o Município em juízo ou fora dele;
II – enviar à Câmara Municipal projetos de leis;
III – vetar no todo ou em parte, as proposituras aprovadas pela Câmara Municipal;
IV – sancionar, promulgar ou vetar autógrafos encaminhados pelo Presidente da
Câmara Municipal;
V – regulamentar as leis;
VI – prestar à Câmara Municipal, dentro de 15 (quinze) dias úteis as informações
solicitadas, nos termos do Regimento Interno;
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 31

VII – convocar, extraordinariamente, a Câmara Municipal para deliberar sobre a


matéria de interesse público, relevante e urgente;
VIII – estabelecer a estrutura e organização da Administração Municipal;
IX – editar atos administrativos;
X – fazer publicar atos administrativos;
XI – desapropriar bens;
XII – instituir servidões administrativas;
XIII – alienar bens imóveis; mediante prévia e expressa autorização da Câmara
Municipal;
XIV – permitir e autorizar o uso de bens municipais por terceiros, desde que justifi-
cado o interesse público;
XV- permitir ou autorizar a execução de serviços públicos por terceiros;
XVI – dispor sobre a execução orçamentária;
XVII – superintender a arrecadação de tributos e de preços dos serviços públicos;
XVIII – aplicar multas previstas em leis e contratos;
XIX – fixar preços dos serviços públicos;
XX – contrair empréstimos e realizar operações de créditos, mediante autorização
legislativa;
XXI – remeter à Câmara Municipal os recursos orçamentários que devam ser des-
pendidas de uma só vez no prazo de quinze dias, a partir da data da solicitação;
XXII – remeter a Câmara Municipal até o dia 20 de cada mês, as parcelas das do-
tações orçamentárias que devam ser despendidas por duodécimos;
XXIII – celebrar convênios mediante autorização da Câmara Municipal, nos casos
não previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária Anual;
XXIV – abrir créditos extraordinários nos casos de calamidade pública, comunican-
do o fato à Câmara Municipal;
XXV – prover os cargos públicos;
XXVI – expedir os atos referentes à situação funcional dos servidores públicos;
XXVII – determinar a abertura de sindicância e a instauração de processos admi-
nistrativos;
XXVIII – aprovar projetos técnicos de edificações, de loteamentos e de arruamen-
tos e de zoneamento urbano;
XXIX – denominar próprios e logradouros públicos;
XXX – oficializar, obedecidas às normas urbanísticas, os logradouros públicos;
XXXI – encaminhar ao Tribunal de Contas do Estado e à Câmara Municipal até 31
de março de cada ano, a prestação de contas do Município, relativa ao exercício
anterior;
XXXII – remeter à Câmara Municipal até 15 (quinze) de abril de cada ano, os rela-
tórios sobre a situação geral da Administração Pública Municipal;
XXXIII – solicitar o auxílio dos órgãos de segurança pública para o cumprimento de
seus atos;
XXXIV – executar planos paisagísticos em todas as áreas públicas de lazer;
XXXV – remeter a Câmara Municipal o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orça-
mentárias e o Orçamento anual;
XXXVI – apresentar à Câmara Municipal as devidas atualizações e revisões do
32 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

Plano Diretor e sua legislação complementar.

Seção IV
Da Licença
Art. 66º. O Prefeito Municipal, sem autorização legislativa, não poderá se afastar do
Município, por mais de 15 (quinze) dias consecutivos;
Art. 67º. O Prefeito Municipal, regularmente licenciado, terá direito a perceber o
subsídio quando:
I – impossibilitado para o exercício do cargo por motivo de doença, devidamente
comprovada;
II – a serviço ou em missão de representação do Município;
III – de licença gestante.
Parágrafo único – Sem perceber o subsídio, no caso de interesse particular.

Seção V
Do Subsídio
Art. 68º. O subsídio do Prefeito Municipal, do Vice-Prefeito e dos Secretários Muni-
cipais será fixado pela Câmara Municipal, até a última sessão ordinária do mês de
junho do ano das eleições municipais, vigorando para a legislatura subsequente.
§ 1º. O subsídio do Prefeito Municipal, do Vice Prefeito e dos Secretários Municipais
será fixado em moeda corrente.
§ 2º. O subsídio de que trata este artigo, poderá sofrer a revisão geral anual conce-
dida ao quadro de servidores públicos, sempre na mesma data e sem distinção de
índices, nos termos do inciso X, artigo 37 da Constituição Federal.
§ 3º. O subsídio do Prefeito não poderá ser inferior ao maior padrão de vencimentos
pago ao servidor público municipal.

Seção VI
Das Incompatibilidades
Art. 69º. O Prefeito Municipal não poderá :
I – desde a expedição do diploma :
a) firmar ou manter contrato com o Município, com suas autarquias, empresas pú-
blicas, sociedade de economia mista ou empresas concessionárias de serviço ou
obras públicas;
b) patrocinar causas de qualquer natureza contra o Município ou suas entidades
descentralizadas;
c) ser diretor, proprietário ou sócio de empresa contratada pelo Município ou que
dele receba privilégios ou favores.
II – desde a posse :
a) exercer cargo, função ou emprego público em qualquer das entidades da Admi-
nistração Direta e Indireta da União, do Estado e do Município, ou em empresas
concessionárias ou permissionárias de serviços e obras públicas;
b) participar de qualquer espécie de conselho das entidades mencionadas no inciso
anterior;
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 33

c) exercer outro mandato público eletivo.

Seção VII
Dos Crimes de Responsabilidade do Prefeito Municipal
Art. 70º. Os crimes de responsabilidade do Prefeito Municipal, sujeitos ao julgamen-
to do Poder Judiciário, independentemente de pronunciamento da Câmara Muni-
cipal, são os tipificados nos incisos do artigo 1º, do Decreto-Lei Federal n. 201/67.

Seção VIII
Das Infrações Político-Administrativas do Prefeito Municipal
Art. 71º. As infrações político-administrativas do Prefeito Municipal, sujeitas ao jul-
gamento da Câmara Municipal, são as tipificadas nos incisos do artigo 4º, do De-
creto-Lei n. 201/67.
Parágrafo único – O rito do processo de cassação do mandato eletivo do Prefeito
Municipal, por infrações referidas no “caput” deste artigo, será o previsto nos inci-
sos do artigo 5º, do Decreto-Lei n. 201/67.

Seção IX
Da extinção do Mandato do Prefeito Municipal
Art. 72º. Extingue-se o mandato do Prefeito Municipal e, assim, deve ser declarado
pelo Presidente da Câmara, observados os princípios constitucionais da ampla de-
fesa e do contraditório, nos seguintes casos :
I – ocorrer falecimento, renúncia por escrito, cassação dos direitos políticos ou con-
denação por crime funcional ou eleitoral;
II – deixar de tomar posse no prazo legal, sem motivo justo e aceito pela Câmara
Municipal;
III – incidir nos impedimentos para o exercício da cargo e não se desincompatibili-
zar no prazo legal.

Seção X
Do Vice-Prefeito
Art. 73º. O Vice Prefeito, além de outras atribuições que lhes forem atribuídos pelo
Prefeito Municipal, o auxiliará sempre que por ele for convocado para missões es-
peciais.
Art. 74º. O Vice Prefeito substitui o Prefeito nos impedimentos e sucede-lhe no caso
de vaga; e se o Vice Prefeito estiver impedido, assumirá o Presidente da Câmara.
Parágrafo único - Quando ocorrer a vacância dos cargos de Prefeito Municipal e de
Vice-Prefeito, proceder-se-á a eleição depois de aberta a última vaga, salvo quando
faltarem menos de 12 (doze) meses para o término do mandato, hipótese em que,
assumirá a chefia do Executivo, o Presidente da Câmara Municipal.

Seção XI
Dos Secretários Municipais
Art. 75º. Os Secretários Municipais ou equivalentes são auxiliares diretos do Pre-
feito Municipal e serão escolhidos entre brasileiros maiores de vinte e um anos de
34 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

idade e no exercício de seus direitos políticos.


§ 1º. Os Secretários Municipais ou equivalentes deverão fazer anualmente decla-
ração pública de bens e valores; e terão os mesmos impedimentos e incompatibili-
dades dos Vereadores, enquanto permanecerem nos respectivos cargos públicos.
§ 2º. Os Secretários Municipais terão direito ao percebimento de férias, 13º salário
e demais benefícios concedidos aos servidores públicos municipais comissionados.
Art. 76º. Compete aos Secretários Municipais ou equivalentes, além de outras atri-
buições conferidas por lei;
I – exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos de sua Secretaria e
de entidades da Administração Pública Municipal a ela vinculada;
II – expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
IV – praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou dele-
gadas pelo Prefeito Municipal.

TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
CAPÍTULO I
DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
Seção I
Princípios Gerais do Planejamento Municipal
Art. 77º. A Administração Pública Municipal deve ser norteada pelos princípios cons-
titucionais e normas que visam o interesse público, o bem estar social, a garantia
dos direitos individuais e o desenvolvimento do Município.
§ 1º. A Administração Pública Direta é representada pelos órgãos da Prefeitura e da
Câmara Municipal.
§ 2º. A Administração Pública Indireta é representada por autarquia, sociedade de
economia mista, empresa pública e fundação pública.
§ 3º. Somente por lei específica e de natureza complementar, poderão ser criadas
autarquias, sociedade de economia mista, empresa pública e fundação pública.
Art.78º. A Administração Pública Direta e Indireta obedecerá aos princípios e pre-
ceitos das Constituições Federal e Estadual.
Art. 79º. A função administrativa do Município é exercida por servidores públicos
ocupantes de cargos efetivos ou comissionados, criados e organizados por lei, em
planos de carreira.
§ 1º. A lei definirá os cargos de confiança de provimento em comissão, de livre no-
meação e exoneração, nos termos da Constituição Federal;
§ 2º. A lei municipal estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado
para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos ter-
mos da legislação federal.

Seção II
Das Obras e Serviços Municipais
Art. 80º. As obras públicas municipais serão executadas em observância ao Plano
Diretor e legislação complementar.
Parágrafo único – As obras públicas municipais serão executadas pela Administra-
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 35

ção Pública Direta ou Indireta, ou por terceiros.


Art. 81º. Os serviços públicos municipais poderão ser executados mediante permis-
são ou concessão.
Art. 82º. O Município poderá realizar obras e serviços públicos de interesse comum,
mediante convênio com a União, com o Estado, com outros municípios; e através
de parceria com entidades privadas com ou sem fins lucrativos, com interesse pú-
blico devidamente justificado.

Seção III
Dos Transportes
Art. 83º. O Transporte é um direito fundamental do cidadão, sendo de responsa-
bilidade da Administração Pública Municipal, juntamente com os usuários e suas
entidades representativas, a preservação desse direito.
Art. 84º. A fiscalização dos vários meios de transportes cabe ao Poder Público e aos
usuários.
Parágrafo único - É vedada a concessão de transporte coletivo sem licitação.

Seção IV
Dos Bens Municipais
Art. 85º. Constituem bens municipais todas as coisas que, a quaisquer títulos, per-
tençam ao Município.
Art. 86º. Compete ao Prefeito Municipal a administração dos bens municipais, res-
salvadas a competência da Câmara Municipal em relação aos seus bens.
Art. 87º. A alienação dos bens municipais, subordinada à existência de interesse
público devidamente justificado, será precedida de avaliação e observância às se-
guintes normas:
I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e licitação, dispensadas
estas nos seguintes casos:
a) doação, constando da lei e da escritura pública os encargos do donatário, o pra-
zo para o cumprimento e as cláusulas de retrocessão, sob pena de nulidade do ato;
b) permuta.
II – quando móveis, dependerá de autorização legislativa e de licitação, dispensa-
das estas nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins de interesse social;
b) permuta;
c) ações, vendidas nos termos da legislação federal.
§ 1º. O Município preferencialmente à venda ou doação de bens imóveis, outor-
gará concessão de direito real de uso, mediante autorização legislativa e licitação,
dispensada esta quando o uso se destinar à concessionária ou permissionária de
serviços públicos ou quando houver relevante interesse público devidamente justi-
ficado.
§ 2º. A venda aos proprietários lindeiros de imóveis remanescentes, resultantes de
obras públicas ou de modificações de alinhamentos inaproveitáveis para edifica-
ções, dependerá de prévia avaliação e autorização legislativa.
Art. 88º. A aquisição de bens imóveis, por compra ou permuta, dependerá de prévia
36 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

avaliação e autorização legislativa.


Art.89º. O uso de bens municipais por terceiros, poderá ser feita, mediante con-
cessão, permissão ou autorização, quando houver interesse público devidamente
justificado.
§ 1º. A concessão administrativa dos bens públicos de uso especial ou dominical
dependerá de autorização legislativa e licitação, dispensada esta, quando o uso se
destinar à concessionária de serviço público, ou quando houver interesse público
devidamente justificado.
§ 2º. A concessão administrativa de bens de uso comum será outorgada mediante
autorização legislativa.
§ 3º. A permissão que poderá incidir sobre qualquer bem público, será outorgada a
título precário e mediante decreto do Executivo Municipal.
§ 4º. A autorização que poderá incidir sobre qualquer bem público, será outorgada
para atividades específicas e transitórias, pelo prazo de 60 (sessenta) dias, prorro-
gável uma vez, por igual período.
Art. 90º. É vedada a doação de áreas verdes de domínio público, de propriedade do
Município, em virtude de leis que tenham sido desafetadas.

CAPÍTULO II
DOS SERVIDORES MUNICIPAIS
Seção I
Do Regime Jurídico
Art. 91º. O Município estabelecerá em lei complementar o regime jurídico único dos
servidores públicos, obedecendo-se no mínimo as disposições trabalhistas relati-
vas aos reajustes salariais.

Seção II
Dos Cargos Públicos
Art. 92º. Os cargos públicos serão criados por lei, que fixará as suas denomina-
ções, os seus padrões de vencimentos, as condições de provimento, indicando os
recursos pelos quais correrão as despesas.
§ 1º. A criação de cargos da Câmara Municipal será de competência privativa da
Mesa Diretora.
§ 2º. Nenhum cargo, emprego ou função pública terá vencimento superior ao sub-
sídio do Prefeito Municipal, salvo as vantagens pessoais previstas em lei.
§ 3º. No provimento dos cargos públicos comissionados, a preferência recairá aos
servidores públicos efetivos.
Art. 93º. A investidura em cargo ou emprego público de natureza permanente de-
pende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos.
§ 1º. É vedada a estipulação de limite de idade para ingresso por concurso público
na Administração Pública Municipal.
§ 2º. O prazo de validade do concurso público será o mencionado no respectivo
edital, prorrogável uma vez por igual período.
§ 3º. É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando hou-
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 37

ver compatibilidade de horários, observados em qualquer caso, o disposto no inciso


XI, do artigo 37, da Constituição Federal :
a) a dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde, com profis-
sões regulamentadas.
Art. 94º. Aplica-se no que couber, aos servidores públicos da Câmara Municipal, o
sistema de classificação e os níveis de vencimentos dos cargos do Poder Executi-
vo, resguardada a autonomia da Câmara Municipal.

Seção III
Da Responsabilidade Civil
Art. 95º. O servidor público será responsável civil, criminal e administrativamente
pelos atos que praticar no exercício do cargo, emprego ou função pública.
Art. 96º. Os titulares de órgãos da Administração Direta e Indireta, deverão atender
convocação da Câmara Municipal, na prestação de esclarecimentos exclusivamen-
te sobre assuntos de sua competência.

Seção IV
Dos Vencimentos
Art. 97º. A lei assegurará aos servidores públicos da Administração Direta e Indire-
ta, isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhados
ou entre servidores do Poder Executivo e da Câmara Municipal, ressalvadas as
vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
§ 1º. O vencimento é irredutível.
§ 2º. O vencimento nunca será inferior ao salário mínimo, para os que o percebem
de forma variável.
§ 3º. O vencimento não poderá ser diferente no exercício de funções e no critério de
admissão, por motivo de sexo, idade, cor, credo, convicção política ou estado civil.
§ 4º. O vencimento, vantagem ou qualquer parcela remuneratória paga com atraso
deverá ser corrigido monetariamente, de acordo com os índices oficiais aplicáveis
á espécie.

Seção V
Da Licença e da Aposentadoria
Art. 98º. A licença gestante, sem prejuízo do emprego, do cargo e da remuneração,
terá duração de 180 (cento e oitenta) dias.
Parágrafo único - O prazo para licença paternidade será fixada em lei.
Art. 99º. O servidor público efetivo será aposentado, nos termos do Estatuto dos
Servidores Públicos Municipais, pelo Fundo de Aposentadoria do próprio Municí-
pio (FAPEM), observados as disposições aplicadas á espécie pela Constituição
Federal.
38 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

Seção VI
Mandato Eletivo por Servidores Públicos
Art. 100º. O exercício de mandato eletivo por servidor público municipal far-se-á
com observância dos dispositivos da Constituição Federal.
Parágrafo único – No exercício da vereança, o ocupante de cargo, emprego ou
função pública municipal é inamovível de ofício, pelo tempo de duração de seu
mandato.

Seção VII
Da Reserva
Art. 101º. A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para pessoas
portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

Seção VIII
Do Direito de Greve e Da Associação Sindical
Art. 102º. O direito de greve será exercido nos termos e nos limites da legislação
federal aplicável a matéria.
Art. 103º. É permitido ao servidor público o direito à livre associação sindical;
§ 1º. Fica assegurado ao servidor público, estabilidade no cargo ou emprego públi-
co desde o registro de sua candidatura para o exercício de cargo de representação
sindical.
§ 2º. Fica assegurado ao servidor público eleito para ocupar cargo em sindicato de
categoria, o direito de afastar-se de suas atividades, durante o tempo em que durar
o mandato, sem prejuízo de seus vencimentos e vantagens.
§ 3º. Fica assegurado estabilidade ao servidor público até 01 (um) ano após o tér-
mino do mandato, se eleito, salvo se cometer falta grave.

CAPÍTULO III
DAS CONTAS E DOS ATOS MUNICIPAIS
Seção I
Do Exame das Contas Municipais
Art. 104º. As contas do Município ficarão à disposição dos cidadãos durante 60 (ses-
senta) dias, a partir de 15 (quinze) de abril de cada exercício, no horário de funciona-
mento da Câmara Municipal, em local pré-estabelecido, para análise e apreciação.
§ 1º. A consulta às contas municipais poderá ser feita por qualquer cidadão, inde-
pendente de requerimento.
§ 2º. A consulta somente poderá ser feita no recinto da Câmara Municipal.

Seção II
Da Publicidade
Art.105º. A publicidade das leis e atos municipais será feita pela imprensa oficial
do Município, por órgão de imprensa contratado ou mediante afixação em local de
costume.
§ 1º.A publicação dos atos não normativos pela imprensa, poderá ser resumida.
§ 2º. Os atos de efeitos externos só produzirão efeitos após a sua publicação ou
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 39

afixação em local de costume.


§ 3º.A escolha dos órgãos de imprensa para divulgação das leis e atos municipais
dar-se –á por licitação, considerando-se não só as condições de preço, como as
circunstâncias de freqüência, horário, tiragem e distribuição.

Seção III
Do Registro
Art. 106º. O Município terá os livros necessários aos seus serviços e obrigatoria-
mente, os de:
I – termo de compromisso e posse;
II – declaração de bens e valores;
III – atas de sessões da Câmara Municipal;
IV – registro de leis, decretos, resoluções, regulamentos, instruções e portarias;
V – cópia de correspondência oficial;
VI – protocolo, índice de papeis e livros arquivados;
VII – licitação e contratos para obras e serviços públicos;
VIII – contratos de servidores públicos;
IX – contratos em geral;
X – contabilidade e finanças;
XI – concessão e permissão de bens imóveis e de serviços;
XII – tombamentos de bens imóveis;
XIII – registros de bens municipais;
XIV – registros de loteamentos aprovados.
§ 1º. Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelo Prefeito Municipal e pelo
Presidente da Câmara, conforme o caso, ou por funcionário designado para tal fim.
§ 2º. Os livros referidos neste artigo poderão ser substituídos por fichas ou outro
sistema convenientemente autenticados.

Seção IV
Da Forma
Art. 107º. Os atos administrativos de competência do Prefeito Municipal devem ser
expedidos com observância das seguintes normas:
I – decreto, numerado em ordem cronológica nos seguintes casos:
a) regulamentação de leis;
b) instituição, modificação e extinção de atribuições não privativas de lei;
c) abertura de créditos especiais e suplementares, até o limite autorizado por lei,
assim como créditos extraordinários;
d) declaração de utilidade pública, necessidade pública ou de interesse social, para
efeito de desapropriação ou de servidão administrativa;
e) aprovação de regulamentos ou regimentos;
f) permissão de uso de bens municipais e serviços municipais;
g) medidas executadas do Plano Diretor;
h) criação, extinção, declaração ou modificação de direitos dos atos administrativos
não privativos de Lei;
i) fixação e alteração de preços públicos.
40 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

II – portarias, numerados em ordem cronológica nos seguintes casos :


a) provimentos e vacância dos cargos públicos e demais atos de efeitos individuais;
b) lotação e relotação nos quadros de pessoal;
c) abertura de sindicância e processo administrativos, aplicação de penalidades e
demais atos individuais de efeitos internos;
d) outros casos determinados em leis e decretos.
Parágrafo único - Os atos constantes do inciso II deste artigo poderão ser delegados.

Seção V
Das Certidões
Art. 108º. A Prefeitura Municipal e a Câmara Municipal são obrigadas a fornecer
a qualquer interessado, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, certidões de atos,
contratos e decisões, sob pena de responsabilidade da autoridade ou servidor que
negar ou retardar a sua expedição.
§ 1º. No mesmo prazo deverão atender ás requisições judiciais, se outro não for
fixado pelo Juiz.
§ 2º. A certidão relativa ao exercício do cargo de Prefeito Municipal, será fornecida
pelo Presidente da Câmara.

Seção VI
Dos Pareceres Técnicos
Art. 109º. A Prefeitura é obrigada a fornecer a qualquer interessado, no prazo de 30
(trinta) dias, parecer técnico sobre:
I – projetos de construção;
II – desdobro;
III – desmembramento;
IV certidão de diretrizes.

TÍTULO V
DA TRIBUTAÇÃO, DAS FINANÇAS E DOS ORÇAMENTOS
CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO MUNICIPAL
Seção I
Dos Tributos
Art.110º. Tributos municipais são os impostos, as taxas e a contribuição de melho-
ria, instituída por lei complementar e pelo Código Tributário Municipal, atendendo
os princípios da Constituição Federal e as normas gerais de Direito Financeiro,
estabelecidas em lei complementar federal, sem prejuízo de outras garantias que a
legislação tributária municipal assegura ao contribuinte.
Art. 111º. Compete ao Município instituir imposto sobre:
I – propriedade predial e territorial urbana - IPTU;
II – transmissão “inter vivos” a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por
natureza ou ascessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garan-
tia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III – serviços de qualquer natureza, não compreendidos no artigo 155, inciso II, da
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 41

Constituição Federal, definidos em lei complementar federal.


§ 1º. Lei municipal poderá estabelecer alíquotas progressivas no tempo, em razão
do valor do imóvel e ter alíquotas diferenciadas de acordo com a localização e o
uso do imóvel.
§ 2º. O imposto referido no inciso I também poderá ter alíquotas diferenciadas em
função de zonas de interesses estabelecidas no Plano Diretor ou legislação com-
plementar.
§ 3º. A Lei municipal estabelecerá critérios objetivos para a edição e atualização
da planta genérica de valores de imóveis, tendo em vista a incidência do imposto
previsto no inciso I.
§ 4º. O imposto previsto no inciso II não incide sobre a transmissão de bens ou
direitos incorporados ao patrimônio de pessoas jurídicas em realização de capital,
nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação,
cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se nesses casos, a atividade prepon-
derante do adquirente for a compra e venda de bens ou direitos, locação de bens
imóveis ou arrendamento mercantil.
§ 5º. O imposto referido do inciso III, atenderá às regras e condições previstas no
parágrafo 3º, do artigo 156 da Constituição Federal.
§ 6º. O Município poderá coordenar e unificar os serviços de fiscalização e arre-
cadação de tributos, bem como delegar à União, ao Estado e a outros municípios
e, receber encargos de fiscalização tributária, inclusive do imposto territorial rural
– ITR.
Seção II
Das Limitações do Poder de Tributar
Art. 112º. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado
ao Município:
I – exigir ou aumentar tributo, sem lei que o estabeleça;
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situa-
ção equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou
função exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos,
títulos ou direitos;
III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro da publicação da lei que o instituiu ou aumentou.
IV – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos,
ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Muni-
cípio;
V – instituir imposto sobre:
a) o patrimônio, renda ou serviços da União, do Estado e de outros municípios;
b) os templos de qualquer culto;
c) o patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações,
das entidades sindicais de trabalhadores, de entidades de educação e de assistên-
cia social sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) os livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
42 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

§ 1º. A proibição do inciso V, alínea “a”, é extensiva às autarquias e às fundações


instituídas ou mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, a renda
e aos serviços vinculadas aos seus fins essenciais ou deles decorrentes.
§ 2º. As proibições do inciso V, alínea “a” do parágrafo anterior não se aplicam ao
patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com a exploração de atividades
econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em
que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário.
§ 3º. As proibições expressa no inciso V alíneas “b” e “c”, compreendem somente
o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades das entidades
nelas mencionadas.
§ 4º. Qualquer anistia ou remissão que envolva matéria tributária ou previdenciária
somente poderá ser concedida mediante lei especifica e devidamente justificada no
interesse público.
Art. 113º. É vedado ao Município estabelecer diferença tributária entre bens e ser-
viços de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
Art. 114º. É vedada a cobrança de taxas :
I – pelo exercício de direito de petição à Administração Pública Direta e Indireta, em
defesa dos direitos ou contra ilegalidades ou abuso de poder;
II – para a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimentos de interesse pessoal.

CAPÍTULO II
DA RECEITA E DA DESPESA
Seção Única
Disposições Gerais
Art. 115º. A receita do Município constitui-se da arrecadação de seus tributos, da
participação em tributos federais e estaduais, dos preços resultantes da utilização
de seus bens, serviços, atividades e de outros ingressos.
Art. 116º. A fixação dos preços públicos devidos pela utilização de bens, serviços e
atividades municipais, será feita por decreto, segundo critérios gerais estabelecidos
em lei.
Art. 117º. A despesa pública atenderá às normas de Direito Financeiro e aos prin-
cípios orçamentários.

CAPÍTULO III
DOS ORÇAMENTOS
Seção Única
Disposições Gerais
Art. 118º. Leis de iniciativa do Prefeito Municipal estabelecerão:
I – o Plano Plurianual - PPA;
II – as Diretrizes Orçamentárias - LDO;
III – os Orçamentos Anuais - LOA.
§ 1º. A Lei que instituir o Plano Plurianual estabelecerá as diretrizes, objetivos e me-
tas da Administração Pública Municipal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 43

§ 2º. A Lei que instituir as Diretrizes Orçamentárias estabelecerá metas e priorida-


des da Administração Pública Municipal, incluindo as despesas de capital para o
exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da Lei Orçamentária Anu-
al e disporá sobre as alterações da legislação tributária.
§ 3º. O Poder Executivo publicará até o dia 20 de cada mês, o balancete das contas
municipais.
Art. 119 – A Lei Orçamentária anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal;
II – o orçamento das autarquias e das fundações instituídas ou mantidas pelo Mu-
nicípio.
§ 1º. O Projeto de Lei Orçamentária será acompanhado de demonstrativo dos efei-
tos sobre as despesas decorrentes de isenções, anistias e benefícios de natureza
financeira, tributária e creditícia.
§ 2º. Os orçamentos compatibilizados com o Plano Diretor, terão dentre suas fun-
ções, a de reduzir a desigualdade entre os bairros do Município, segundo critérios
populacionais.
§ 3º. A Lei Orçamentária não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e
fixação da despesa, não se incluindo nesta proibição a autorização para a abertura
de créditos suplementares e a contratação de operações de créditos, ainda que
por antecipação de receita orçamentária (ARO), nos termos da legislação federal
aplicável.
Art. 120º. O orçamento municipal assegurará investimentos prioritários em progra-
mas de educação de ensino infantil e fundamental, de saúde, de saneamento bási-
co, de transporte coletivo e de moradia popular.
§ 1º. O Prefeito enviará à Câmara Municipal, projetos de lei sobre:
I – as Diretrizes Orçamentárias, até 30 de abril de cada exercício;
II – o Orçamento Anual, até 30 de setembro de cada exercício;
§ 2º. Junto com o projeto de lei do Orçamento Anual, o Prefeito Municipal encami-
nhará, projeto de lei do Plano Plurianual, compreendendo o período necessário a
vigência de 04 (quatro) anos.
§ 3º. Caberá à Comissão de Finanças e Orçamento:
I – encaminhar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as
contas apresentadas anualmente pelo Prefeito Municipal;
II – acompanhar a fiscalização orçamentária, sem prejuízo das demais comissões
permanentes ou provisórias;
III – os pareceres de que trata o inciso I deste parágrafo, deverão ser emitidos no
prazo de 15 (quinze dias), a contar do recebimento dos projetos pela respectiva
comissão.
§ 4º. As emendas serão apresentadas, preferencialmente, à Comissão de Finanças
e Orçamento, que sobre elas emitirão pareceres e serão apreciados pelo Plenário
da Câmara Municipal.
§ 5º. As emendas ao projeto de lei do Orçamento Anual ou aos projetos que o mo-
difiquem, somente poderão ser aprovados caso:
I – sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamen-
tárias;
44 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anula-


ção de despesas, excluídos os que incidem sobre:
a) dotações de pessoal e encargos;
b) serviços da dívida municipal.
III – sejam relacionados com:
a) a correção ou omissão;
b) os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 6º. As emendas ao projeto de lei das Diretrizes Orçamentárias, não poderão ser
aprovadas quando incompatíveis com o Plano Plurianual.
§ 7º. O Prefeito Municipal poderá enviar mensagem à Câmara Municipal para pro-
por modificação nos projetos de lei das peças orçamentárias, enquanto não iniciada
a votação na Comissão de Finanças e Orçamento ou em plenário.
§ 8º. Os recursos que em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de
lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utiliza-
dos, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e
específica autorização legislativa.
Art. 121º. São vedados:
I –o início de programas ou projetos não incluídos na Lei Orçamentária Anual;
II – a realização de despesa ou a assunção de obrigações diretas que excedam os
créditos orçamentários ou adicionais;
III – a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas
de capital, ressalvadas as autorizações mediante abertura de créditos suplementa-
res ou especiais com finalidade precisa, aprovada pela Câmara Municipal;
IV – a vinculação de receita de imposto a órgãos, fundos ou despesas, ressalva-
das a destinação de recursos para o desenvolvimento do ensino e a prestação de
garantia a operações de créditos por antecipação de receita orçamentária (ARO);
V – a abertura de créditos suplementares ou especiais sem prévia autorização le-
gislativa e sem a indicação dos recursos correspondentes;
VI –a transposição, o remanejamento ou a transformação de recursos de uma ca-
tegoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autori-
zação legislativa;
VII – a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos do orçamento
fiscal para suprir necessidade ou cobrir déficit da Administração Pública Municipal;
VIII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
IX – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislati-
va.
§ 1º. Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro, po-
derá ser iniciado sem prévia inclusão no Plano Plurianual ou sem lei que autorize
sua inclusão.
§ 2º. Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro
em que tenham sido autorizados, salvo as exceções previstas na legislação federal.
§ 3º. A abertura de créditos extraordinários somente será admitida para atender
despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de calamidade pública.
Art. 122º. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendi-
dos os créditos suplementares e especiais, destinados a Câmara Municipal, ser-
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 45

lhe-ão entregues em duodécimos, até o dia 20(vinte) de cada mês.

TÍTULO VI
DA ORDEM ECONÔMICA
CAPÍTULO I
DO DESENVOLVIMENTO URBANO
Seção I
Da Política Urbana
Art. 123º. A política de desenvolvimento urbano, executada pela Administração Pú-
blica Municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar
o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem estar de
seus habitantes.
§ 1º. O Plano Diretor, aprovado pela Câmara Municipal, é o instrumento básico da
política de desenvolvimento e de expansão urbana, cuja lei e legislação comple-
mentar deverão ser revistas, no mínimo, a cada 10 (dez) anos.
§ 2º. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no Plano Diretor.
§ 3º. As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa inde-
nização em dinheiro.
Art. 124º. O direito à propriedade é inerente à natureza do homem, defendendo
seus limites e seu uso de acordo com a conveniência social.
Parágrafo único – O Município poderá, mediante lei específica, para área incluída
no Plano Diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário de solo urbano não
edificado, subtilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento,
sob pena, sucessivamente de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no
tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante título da dívida pública de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até 10 (dez)
anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indeni-
zação e os juros legais.
Art. 125º. Aquele que possuir como sua área urbana de até 250 (duzentos e cin-
quenta) metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, uti-
lizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que
não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1º. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à
mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º. Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

Seção II
Da Preservação do Meio Ambiente
Art. 126º. O Município promoverá os meios necessários para a satisfação do direito
de todos a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, nos termos da Consti-
46 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

tuição Federal.
§ 1º. As práticas educacionais, culturais, desportivas e recreativas municipais, terão
como um de seus aspectos fundamentais, a preservação do meio ambiente e da
qualidade de vida da população local.
§ 2º. As escolas municipais manterão disciplinas de educação ambiental e de cons-
cientização pública para a preservação do meio ambiente.
Art. 127º. O Município com a colaboração da comunidade, adotará as providências
necessárias para:
I – proteger a fauna e a flora, assegurando o desenvolvimento das espécies e dos
ecossistemas, de modo a preservar em seu território o patrimônio genético;
II – evitar, no seu território, a extinção das espécies;
III – prevenir e controlar a poluição, a erosão e o assoreamento;
IV – exigir estudo prévio de impacto ambiental, para a instalação de atividade po-
tencialmente causadora de degradação ambiental, especialmente de pedreiras,
dentro das áreas limítrofes do Município;
V – exigir a recomposição do ambiente degradado por condutas ou atividades ilíci-
tas ou não, sem prejuízos de outras sanções cabíveis;
VI – definir sanções municipais aplicáveis nos casos de degradação do meio am-
biente;
VII – fiscalizar as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente,
sujeitando-se os infratores a sanções administrativas, além de exigir a reposição
dos danos causados.
Art. 128º. As entidades de proteção ecológica e ambiental de cunho social deverão
ter apoio da Prefeitura Municipal, em relação às áreas verdes.
Art. 129º. O Município implementará, através de programas específicos, a defesa
da ecologia e a conscientização pública, visando preservar as áreas públicas ar-
borizadas, adequando-as á utilização da população, para fins de lazer e assuntos
didáticos.
§ 1º. As áreas públicas arborizadas somente poderão ter utilização diversa do pre-
visto no “caput” deste artigo, mediante expressa autorização legislativa;
§ 2º. Será obrigatório o plantio de árvores em todas as áreas reservadas para esse
fim nos loteamentos a serem implantados no Município.
§ 3º. O Município poderá oferecer incentivo fiscal, reduzindo a tributação de impos-
tos, àqueles que arborizarem área superior a 30% (trinta por cento) de sua proprie-
dade.
§ 4º. Dar-se-á particular interesse ao plantio de árvores frutíferas.
§ 5º. Em área pública não ocupada, após a desapropriação, num prazo de 180
(cento e oitenta) dias, deverá ser executado o plantio de árvores em 30% (trinta por
cento) de sua área ocupada.

Seção III
Dos Recursos Hídricos
Art. 130º. O Município deverá receber do Estado, como compensação, uma contri-
buição para o seu desenvolvimento, se tiver localizado em seu território reservató-
rio hídrico ou dele decorrer algum impacto ambiental.
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 47

Art. 131º. O Município, para proteger e conservar as águas, e prevenir seus efeitos
adversos, adotará medidas no sentido:
I – de instituição de áreas de preservação das águas utilizáveis para abastecimento
às populações e da implantação, conservação e recuperação das matas ciliares;
II – do zoneamento de áreas inundáveis e de nascentes, com restrições rigorosas
a usos incompatíveis, naquelas sujeitas a inundações frequentes, a capacidade de
infiltração do solo e ao comprometimento da qualidade e quantidade da água das
nascentes;
III – da implantação de sistema de alerta pela Defesa Civil, para garantir a seguran-
ça e a saúde pública, quando de eventos hidrológicos graves;
IV – do condicionamento à aprovação prévia por organismos estatuais de controle
ambiental e de gestão de recursos hídricos, na forma da lei, dos atos de outorga de
direito que possam influir na qualidade das águas superficiais e subterrâneas;
V – da instituição de programas permanentes de racionalização do uso de água des-
tinada ao abastecimento domiciliar, comercial, industrial e irrigação, assim como,
de combate às inundações e à erosão.
Parágrafo único – O Município receberá incentivos do Estado e aplicará prioritaria-
mente nas ações previstas neste artigo e no tratamento de águas residuárias, o que
vier a receber em decorrência da exploração dos potenciais energéticos e na forma
de compensação financeira.

Seção IV
Dos Recursos Minerais
Art. 132º. O Município, nas aplicações do conhecimento geológico de seu território,
poderá contar com o atendimento técnico do Estado.

Seção V
Do Saneamento
Art. 133º. O Município para desenvolvimento dos serviços de saneamento básico,
contará com a assistência técnica do Estado.

TÍTULO VII
DA ORDEM SOCIAL
CAPÍTULO I
DA SEGURIDADE SOCIAL
Seção I
Do Objetivo Geral
Art. 134º. A atividade social do Município terá por objetivo o bem estar e a justiça
social.

Seção II
Da Saúde e Da Assistência Social
Art. 135º. O Município manterá com a cooperação técnica e financeira da União e
do Estado, serviços de saúde pública, higiene e saneamento básico a serem pres-
tados à população.
48 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

§ 1º. Visando a satisfação do direito à saúde, garantido na Constituição Federal, o


Município no âmbito de sua competência, assegurará:
I – acesso universal e igualitário às ações e serviços de promoção, proteção e re-
cuperação da saúde;
II – acesso a todas as informações de interesse para a saúde;
III – participação de entidades especializadas na elaboração de políticas públicas e
no controle de atividades com impacto sobre a saúde pública;
IV – dignidade e qualidade no atendimento da população.
§ 2º. Para a consecução desses objetivos, o Município promoverá:
I – a implantação e manutenção da rede local de postos de saúde, de higiene, am-
bulatórios médicos, depósitos de medicamentos e gabinetes dentários;
II – a prestação permanente de socorro de urgências a doentes e acidentados,
quando não existir na sede municipal, serviço federal e estadual dessa natureza;
III – a triagem e o encaminhamento de insanos mentais e doentes desvalidos, quan-
do não seja possível dar-lhes assistência e tratamento com os recursos locais;
IV – a elaboração de planos e programas locais de saúde em harmonia com os
sistemas nacional e estadual de saúde;
V- o controle e a fiscalização de procedimentos, produtos e assistência de interesse
para a saúde pública;
VI – a fiscalização e a inspeção de alimentos, compreendendo o controle de teor
nutricional, bem como, de bebidas e águas para o consumo humano;
VII – a participação no controle e fiscalização de produção, transporte, guarda e
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII – a participação na formulação de política pública e da execução das ações de
saneamento básico;
IX – a defesa do meio ambiente, nele compreendido a do trabalho.
Art. 136º. A Assistência Social será prestada pelo Município a quem necessitar, me-
diante articulação com os serviços federais e estaduais e entidades assistenciais,
tendo por objetivo a proteção à maternidade, à infância, à adolescência e aos ido-
sos.
§ 1º. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos de idade é garantida a gratuidade
dos transportes coletivos urbanos, benefício este que se estende também aos de-
ficientes físicos.
§ 2º. A função da Assistência Social do Município deverá ser prestada por pessoa
técnica competente.
Art. 137º. É facultado ao Município, no estrito interesse público;
I – conceder subvenções a entidades assistenciais privadas, declaradas de utilida-
de pública por lei municipal;
II – firmar convênios com entidades públicas ou privadas para prestação de servi-
ços de assistência social;
III – estabelecer consórcio com outros municípios, visando o desenvolvimento de
serviços comuns de saúde e de assistência social.
Art. 138º. O Município, através de seu serviço de saúde, promoverá periodicamente
a avaliação médica e odontológica dos escolares da rede pública de ensino.
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 49

CAPÍTULO II
DA EDUCAÇÃO, ESPORTE, RECREAÇÃO, TURISMO E
DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Seção I
Da Educação
Art. 139º. O Município organizará e manterá programas de educação infantil, responsa-
bilizando-se prioritariamente pelo ensino fundamental, observados os princípios cons-
titucionais sobre a educação, as diretrizes e bases estabelecidas em lei federal e as
disposições suplementares da legislação estadual.
Parágrafo único - O Município, através de políticas públicas na área da educação, buscará :
a) a erradicação do analfabetismo por qualquer forma, inclusive para os que a ele não
tiveram acesso na idade própria;
b) a universalização do atendimento escolar;
c) a melhoria da qualidade de ensino;
d) a formação para o trabalho;
e) o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
f) a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
g) a valorização dos profissionais do magistério, através do plano de carreira;
h) a garantia do padrão de qualidade;
i) gestão democrática do ensino público.
Art. 140º. O Município poderá outorgar permissão de uso de próprios públicos para a
instalação e funcionamento de estabelecimento de ensino superior privado, desde que
haja interesse público devidamente justificado.
Art. 141º. O Município garantirá atendimento educacional especializado aos portadores
de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
Art. 142º. O Município promoverá o desenvolvimento cultural da comunidade local, nos
termos da Constituição Federal, especialmente mediante:
I – oferecimento de estímulos concretos ao cultivo das ciências, artes e letras;
II – a proteção aos locais e objetos de interesse histórico, cultural e paisagístico;
III – incentivo à promoção e divulgação da história, dos valores humanos e das tradi-
ções locais;
IV – criação e manutenção de núcleos culturais nos espaços públicos devidamente
equipados, para a formação e difusão das expressões artístico-culturais populares;
V- criação e manutenção de bibliotecas públicas nos bairros da cidade.
Art. 143º. É facultado ao Município:
I – firmar convênio de intercâmbio e cooperação financeira com entidades públicas e
privadas, para orientação e assistência à criação e manutenção de bibliotecas públicas
nos bairros da cidade;
II – prover mediante incentivos especiais ou concessão de prêmios e bolsas, atividades
e estudos de interesse local, de natureza científica, literária, artística e socioeconômica.
Art. 144º. O Município responsabilizar-se-á prioritariamente, pelo atendimento em cre-
ches e pré-escolas, às crianças de zero a seis anos de idade, e pelo ensino fundamen-
tal, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria, só podendo atuar
nos níveis mais elevados de educação, quando a demanda nestes níveis estiver plena
e satisfatoriamente atendida, do ponto de vista qualitativa e quantitativa.
50 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

Parágrafo único - O não oferecimento pela Administração Pública Municipal do ensino


obrigatório e gratuito, referido no “caput” deste artigo, e na ordem de prioridade estabe-
lecida em número de vagas suficientes e qualidades adequadas, importará em respon-
sabilidade do Prefeito Municipal.
Art. 145º. Caberá ao Município realizar o recenseamento, promovendo, anualmente, o
levantamento da população em idade escolar, procedendo a sua chamada para matrí-
cula quando os estabelecimentos de ensino estiverem sob sua administração ou forne-
cendo dados para o Governo Estadual.

Seção II
Dos Esportes, Da Recreação e Do Turismo
Art. 146º. O Município apoiará e incrementará as práticas esportivas na comunida-
de, mediante estímulos especiais e auxílios materiais às agremiações amadoras,
organizadas pela população em forma regular.
Art. 147º. O Município proporcionará meios de recreação sadia e construtiva à co-
munidade mediante:
I – reserva de espaços verdes ou livres em forma de parques, bosques, jardins e
assemelhados, como base física de recreação urbana;
II – construção e equipamentos de parques infantis, centros de juventude e edifícios
de convivência comunitária;
III – aproveitamento dos recursos naturais como locais de passeio e lazer.
Art. 148º. O planejamento de recreação pelo Município deverá adotar, entre outras,
os seguintes padrões:
I – economia de construção e manutenção;
II – facilidade de acesso, de funcionamento e de fiscalização, sem prejuízo da se-
gurança aos frequentadores;
III – possibilidade de fácil aproveitamento, pelo público, das áreas de recreação;
IV – aproveitamento dos aspectos artísticos das belezas naturais.
Art. 149º. Os serviços municipais de esportes e recreação, articular-se-ão com as
atividades culturais do Município, visando à implantação e o desenvolvimento do
turismo.

Seção III
Dos Direitos da Criança e Do Adolescente
Art. 150º. A Administração Pública Municipal prioritariamente, assegurará à criança
e ao adolescente, a efetivação dos direitos à vida, à saúde, à moradia, ao lazer, à
proteção do trabalho, à cultura, à convivência familiar e comunitária, nos termos e
condições previstas na Constituição Federal.

CAPÍTULO III
DA DEFESA DO CONSUMIDOR
Seção Única
Objetivo Geral
Art. 151º. O Município promoverá a defesa do consumidor mediante adoção de me-
didas de orientação e fiscalização, definidos no Código de Defesa do Consumidor.
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 51

CAPÍTULO IV
DA PROTEÇÃO ESPECIAL
Seção Única
Das Prioridades
Art. 152º. O Município dará prioridade à assistência pré-natal e infância, asseguran-
do condições de prevenção de deficiência e integração social de seus portadores,
mediante treinamentos para o trabalho e para a convivência por meio de:
I – criação de centros profissionalizantes para treinamento, habilitação e reabili-
tação profissional de portadores de deficiência, oferecendo os meios adequados
para esse fim, àqueles que não tenham condições de freqüentar a rede regular de
ensino;
II – implantação de sistema “braile” em estabelecimentos da rede oficial de ensino,
de forma a atender as necessidades educacionais e sociais dos portadores de de-
ficiência.
Art. 153º. É assegurado na forma da lei, aos portadores de deficiência e aos idosos,
acesso adequado aos logradouros públicos e edifícios de uso público, bem como
aos veículos de transporte coletivo urbano.

TÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 154º. O Município comemorará anualmente, no dia 19 de março, respeitado a
tradição popular, a festa de seu padroeiro “São José”, cuja data será considerada
feriado municipal.
Art. 155º. O dia “22 de Julho”, data de sua emancipação político-administrativa,
embora não sendo feriado municipal, deverá ser lembrado com o hasteamento dos
pavilhões nacional, estadual e municipal, nas repartições públicas municipais, bem
como, comemorações cívicas em todas as escolas estaduais, municipais e particu-
lares.
Art. 156º. Após a vigência desta Lei Orgânica, o Município em um ano, submeterá à
Câmara Municipal, as leis complementares atendidas nesta Lei Orgânica.
Art. 157º. As licitações realizadas pelo Município para compras e execução de obras
e serviços, serão feitas no cumprimento da legislação federal e regulamentos per-
tinentes.
Art. 158º. Lei complementar disporá sobre a regularização de loteamentos, des-
membramentos e desdobros sendo que para este último, a área mínima a ser des-
dobrada não será inferior a 125 (cento e vinte e cinco) metros quadrados.
Parágrafo único - Até a entrada em vigor da lei complementar, os loteamentos,
desmembramentos e desdobros, obedecerão às normas definidas na Lei Federal
nº 6.766/79.
Art. 159º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, portadoras
de serviços públicos, responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável, nos
52 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

casos de dolo, culpa ou má-fé.


Art. 160º. O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
complementar federal.
Art. 161º. O servidor público municipal demitido por ato administrativo, se absol-
vido pelo Poder Judiciário, na ação referente ao ato que deu origem à sua demis-
são ou exoneração, será reintegrado no serviço público, com todos os direitos
adquiridos.
Art. 162º. O servidor, com mais de 5 (cinco) anos de efetivo exercício, que tenha
exercido ou venha a exercer, a qualquer título, cargo ou emprego de que seja
titular, ou função para a qual foi admitido, incorporará 1/10 (um décimo) dessa
diferença, por ano, até o limite de 10/10 (dez décimos).
Art.163º. A lei disporá sobre a instituição de indenização compensatória a ser
paga em caso de exoneração ou dispensa de servidor público ocupante de cargo
ou função de confiança, ou cargo em comissão, bem como, aos que a lei declarar
de livre nomeação.
Parágrafo único - A indenização referida no “caput” não se aplica aos servidores
públicos, que exonerados ou dispensados do cargo ou função de confiança ou de
livre nomeação, retornem à função ou atividade de seu cargo efetivo.
Art. 164º. A Prefeitura Municipal reservará 1% (um por cento), no mínimo, dos
cargos de carreira do funcionalismo público municipal, os quais deverão ser pre-
enchidos por deficientes físicos.
§ 1º. Os deficientes físicos com problemas de ordem visual, auditiva, motora e ou-
tras, desde que não portadores de moléstias infecto-contagiosas, serão aprovei-
tados, tanto quanto possível, em serviços que não lhes causem constrangimento
em virtude de sua deficiência.
§ 2º. Os Diretores de Departamentos cuidarão para que os deficientes físicos lota-
dos em seus departamentos, possam desempenhar atribuições compatíveis com
as possibilidades dos mesmos, sem prejuízo dos serviços.
§ 3º. A condição de deficiente físico não confere ao servidor público foro especial
ou privilegiado em relação aos demais, sendo-lhes impostas as mesmas exigên-
cias imputadas aos não deficientes, ou sejam; documentação, competência, pro-
bidade, assiduidade e outros quesitos próprios da função pública.
§ 4º. O serviço médico do Município expedirá laudos médicos nos quais poderão
ser sugeridos trabalhos adequados às possibilidades de cada deficiente físico.
Art. 165º. Os pagamentos devidos pela Fazenda Municipal, quando declarados
em virtude de sentença judicial, far-se-ão na ordem de apresentação dos requisi-
tórios e à conta dos créditos respectivos.
§ 1º. É vedada a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentá-
rias, nos créditos extra-orçamentários, abertos para o fim previsto neste artigo.
§ 2º. As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados ao Po-
der Judiciário, recolhendo-se as importâncias respectivas à repartição competen-
te.
Art. 166º. Os convênios ou consórcios firmados pelo Executivo Municipal “ad re-
ferendum” da Câmara Municipal, somente serão executados, uma vez aprovados
pela Câmara Municipal.
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 53

CAPÍTULO II
ATO DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 1º. O Município criará dispositivos legais permanentes, para adotar programas
de amparo às crianças carentes e, principalmente quando das comemorações na-
talinas.
Art. 2º. Dentro de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da publicação desta Lei Orgâ-
nica, deverão ser criados dispositivos regulamentando as medidas especiais para
transporte de excepcionais.
Parágrafo único – No mesmo prazo, os meios de transporte coletivo devem adap-
tar-se para o transporte de deficientes de origem motora.
Art. 3º. Deverá ser criado no Município na forma da lei:
I – Código Sanitário Municipal;
II – Serviço de Triagem e Recuperação do Menor.
Art. 4º. As áreas urbanas que não estejam em consonância com a Lei de Zonea-
mento, devem ser regularizadas em 01 (um) ano, após a promulgação desta Lei
Orgânica.
Art. 5º. A Lei de Zoneamento, bem como a planta genérica de valores, somente
poderá ser alterada uma vez por ano.
Art. 6º. O Regimento Interno da Câmara Municipal será reformulado após a promul-
gação desta Lei Orgânica.
Parágrafo único – Caberá à Mesa Diretora da Câmara, propor meios para a elabo-
ração do projeto de resolução do Regimento Interno.
Art. 7º. O Município criará dispositivos legais, com a finalidade de otimizar a rede de
ligação de água e de esgoto, onde não haja tal melhoramento.
Art. 8º. No prazo de 01 (um) ano, a contar da promulgação desta Lei Orgânica, o
Executivo Municipal, deverá elaborar projeto de lei complementar, instituindo o Có-
digo de Obras do Município, regulando as formas e procedimentos de edificações,
resguardando o uso racional do solo, a segurança, o direito de vizinhança, a ecolo-
gia e o interesse público.
Art. 9º. O Poder Público poderá instalar no Município, em convênio com o Governo
do Estado, uma unidade do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de
São Paulo.
Art. 10º. O transporte coletivo de passageiros no âmbito do Município, é um dos
direitos fundamentais dos cidadãos cravinhenses, sendo de responsabilidade do
Poder Público, o planejamento, gerenciamento, operação, controle e fiscalização
de suas diversas variantes, inclusive a fixação de tarifas e trajetos, na forma da lei.
Art. 11º. O Município instituirá e manterá órgãos, com a finalidade de fiscalizar esta-
belecimentos industriais e comerciais, que manuseiem e comercializem alimentos,
quanto à qualidade dos produtos e condições sanitárias das instalações.
Parágrafo único – O órgão será composto de um corpo técnico compatível com a
função, com poder de polícia e poder de sanção.
Art. 12º. Esta Lei Orgânica, aprovada e assinada pelos integrantes da Câmara Mu-
nicipal, será promulgada pela Mesa e entrará em vigor na data de sua promulga-
ção, revogadas as disposições em contrário.
Cravinhos, 19 de março de 1990.
54 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

Antônio Clarete Garbelini Vessi


Presidente

Armando Buccini
Vice-Presidente

Antônio Carlos de Souza Motta


1º Secretário

Jorge Benzi Maróstica


2º Secretário

Aparecido da Silva Barbosa


Vereador
Antônio Bandale Daia
Vereador

Antônio Marques
Vereador

Arnaldo Marques Rizzo


Vereador

Faustino Orteiro Neto


Vereador

Jorge Luis Bordonal


Vereador

Jorge Luis Ringer


Vereador

José Luis Tenan


Vereador

Luis Carlos Rodrigues Espírito


Vereador

Trajano Stella
Vereador
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 55

VEREADORES DA 15ª LEGISLATURA


RESPONSÁVEIS PELA REVISÃO E ATUALIZAÇÃO
DA LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

Antônio Geraldo Aníbal

Antônio Marques

Éder Agrella Alves

Luis Carlos Bortoletti Saiani

Marco Antonio Capecci Ribeiro

Nilo Sérgio Rossi

Wagner Jandôzo Perez

Márcio Luis de Lima Barroso

Valter Pereira Benzi


56 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

Hino Nacional Brasileiro


Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manoel da Silva

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas


De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada, Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu risonho e límpido
À imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil
Pátria amada,
Brasil !
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra mais garrida
Teus risonhos lindos campos têm mais flores;
“Nossos bosques têm mais vida”,
“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.
Ó Pátria amada, Idolatrada
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado
E diga o verde-louro desta flâmula
Paz no futuro e glória no passado.
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada
Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil
Pátria amada, Brasil !
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS 57

Hino de Cravinhos
Música: Euclides Ferreira
Letra: Francisco Gomes

Minha terra tão formosa,


Cheia de tantos encantos.
Onde a infância descuidosa
Vive sem dores nem prantos!
Cravinhos! Linda terra,
De pujantes cafezais,
Que se perdem no horizonte
como imensos matagais!
As manhãs de minha terra,
Fartas de luz, de perfume,
Como nenhuma outra encerra,
Bem podem cantar os numes!
E as noites enluaradas
De um céu coalhado de estrelas
Tais como contos de fadas
Nunca mais hei de esquecê-las!
Oh! Meu Cravinhos tão querido!
Tão meigo e belo torrão!
Oh! Recanto estremecido
Que guardo em meu coração!
58 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CRAVINHOS

AGRADECIMENTO AOS FUNCIONÁRIOS LEGISLATIVOS

MARCO AURÉLIO DAMIÃO


PROCURADOR JURÍDICO LEGISLATIVO

LUIS RODRIGO RIGO BENZI


ASSESSOR JURÍDICO

ESTEVAM RICARDO ESTELLA DOS SANTOS


DIRETOR LEGISLATIVO

ANTÔNIO OSWALDO SAIORI PIRES


DIRETOR FINANCEIRO

DOROTTI LOFFLER DURÃO


ASSESSOR LEGISLATIVO I

MARCELA PEREIRA LOPES


ASSESSOR DE GABINETE DA MESA DIRETORA

ANTÔNIO CARLOS CASTELLANO


ASSESSOR PARLAMENTAR

ÉLCIO CAMILO RAFAEL


ASSESSOR PARLAMENTAR

EVANDRO POZZI
ASSESSOR PARLAMENTAR

GILDELISON FERREIRA DA SILVA


ASSESSOR PARLAMENTAR

HAMILTON DE MOURA VICTORINO ARANTES


ASSESSOR PARLAMENTAR

PAULO HENRIQUE PEROSSI


ASSESSOR PARLAMENTAR

SÔNIA APARECIDA SILVA MACEDO


ASSESSOR PARLAMENTAR

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